29 mar 2016

Projeto Biomas testa plantio de arroz, feijão-caupi e soja no Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta na Amazônia

*Por Embrapa Amazônia Oriental

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Novo plantio de arroz com outro em estágio mais avançado ao fundo.

O mês de março de 2016 está sendo marcado por diversas ações de plantio na área experimental do Projeto Biomas da Amazônia. Em dois anos, o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta já rendeu 3 safras de milho. Agora, os pesquisadores do Projeto Biomas experimentam o plantio de arroz, feijão-caupi e soja. “Tínhamos pequenas áreas ociosas em meio aos demais subprojetos de pesquisa na Amazônia envolvendo plantios de espécies eminentemente arbóreas. Em contato com a coordenação regional do Projeto Biomas foi possível instalarmos Unidades Demonstrativas no sentido de diversificar ao máximo as opções aos produtores com resultados bem realistas, pois que são conduzidos na própria área experimental” afirma o engenheiro agrônomo Dr. Roni de Azevedo, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e líder do experimento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta no Projeto Biomas da Amazônia.

A área de 3,5 hectares destinados ao experimento teve o plantio da cultura anual milho com três cultivares comerciais, sendo uma variedade e dois híbridos de milho, no sentido de mostrar aos agricultores da região diferentes níveis tecnológicos e algumas das 477 cultivares de milho disponíveis no mercado aos agricultores na safra 2015/16.

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Milho recém-plantado em sistema iLPF com eucalipto de dois anos de idade

Caso as condições climáticas sejam favoráveis e possibilitem um bom desenvolvimento das culturas implantadas, futuramente os resultados serão demonstrados a agricultores, técnicos, professores e alunos da área agrícola da região. “Logicamente que nosso maior foco é o plantio de árvores. Contudo, a diversificação necessária aos produtores passa obrigatoriamente pela adoção de sistemas integrados de produção, onde as culturas anuais atuam compensando financeiramente o uso de áreas produtivas com árvores, pois que proporcionam renda nos primeiros anos enquanto a árvore se desenvolve. Esses testes, que nem eram previstos na concepção original do experimento, respondem de forma extraordinária a perguntas feitas pelos produtores que nos visitam, seja em visitas técnicas ou em dias de campo, sobre quais as melhores opções de plantio em sistemas como esse”, afirma o engenheiro florestal, Dr. Alexandre Mehl Lunz, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e Coordenador Regional do Projeto Biomas – Amazônia. “Essas culturas impulsionam a tecnificação agrícola nestas áreas, onde seus plantios aumentam exponencialmente a cada ano, e a produtividade potencial é amplamente atrativa”, complementa.

Sobre o Projeto Biomas

O projeto Biomas, fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é uma iniciativa inédita no Brasil e tem como objetivo identificar formas sustentáveis para viabilizar a propriedade rural brasileira considerando a árvore em seus sistemas propostos. Os estudos estão sendo desenvolvidos nos seis biomas brasileiros.

O Projeto Biomas tem o apoio do SENAR, SEBRAE, Monsanto e John Deere, e o financiamento do BNDES.


21 mar 2016

Sistema Famasul destaca sustentabilidade rural em Dia de Campo em Selvíria

*Com informações do Sindicato Rural de Três Lagoas

8567-abertura-do-eventoA consolidação do perfil sustentável do produtor rural sul-mato-grossense é resultado da adesão às novas tecnologias e ao acesso à informação de qualidade. Para fortalecer este patamar rural e trazer dados sobre o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta foi realizado, na última sexta-feira (18), o Dia de Campo da Fazenda São Mateus, em Selvíria.

O vice-presidente do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Nilton Pickler e a diretora-secretária da instituição, Terezinha Candido, prestigiaram o evento, que contou coma participação de mais de 350 pessoas.

Para Nilton Pickler, o sucesso do evento comprova que as pessoas já começam a olhar o setor no Estado de um modo diferente. “O SENAR/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural já vem trabalhando mais nesta região nos últimos anos. Que a ciência e a tecnologia, para quem quer usar, possam ser aquilo que vai trazer o resultado para a agropecuária brasileira”, finaliza.

O ‘Tira Teima a Campo’ contou com a parceria do Sistema Famasul, do Sindicato Rural de Três Lagoas, da Embrapa Agropecuária Oeste e do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. O objetivo foi mostrar as estratégias de manejo para a recuperação de pastagens degradadas e cultivo de soja, por meio do uso do sistema de produção diversificado, baseado na integração lavoura-pecuária.

Na abertura do evento, que está em sua 8ª edição, Mateus Arantes, proprietário da Fazenda São Mateus, reforçou o desafio para a propriedade tornar-se cada vez mais sustentável nessa região. “A fazenda irá fazer 80 anos. Esse oitavo dia de campo, além de especial, será diferente. Tenho que agradecer todos que contribuíram para que ele acontecesse. Especializamos em lavoura e pecuária e iniciamos outro ciclo de pesquisa”, reforça.

A São Mateus se tornou um ponto de pesquisa após o trabalho desenvolvido na propriedade, durante sete anos, com dados sobre o Sistema ILPF. A região tem solos arenosos e distribuição irregular das chuvas. O trabalho desenvolvido em conjunto e o resultado exitoso comprovam como a ciência, associada à tecnologia rural, podem modificar o cenário de uma propriedade.

Arantes diz também que pensando em inovação, em 2012, um novo cenário surge na fazenda. “Começamos desenvolvendo um gado diferenciado. Aqui trabalhamos exclusivamente com gado a pasto. Não fazemos nada de concentrado, suplementação e confinamento. Isso proporciona uma carne muito diferenciada e com mais sabor. Tenho só que agradecer toda minha família que acreditou e também aos presentes. A nossa vontade é que mais pessoas desenvolvam a região e acreditem. Inserir tecnologia é fundamental”, finaliza.

Marco Garcia, presidente do sindicato Rural de Três Lagoas, disse que o maior desafio é pensar em uma agricultura para o município e região. “O sindicato rural tem muito orgulho de ser parceiro desse evento. Quando digo que o maior desafio é pensar na agricultura, estou falando em investir em tecnologia. Isso foi provado aqui na fazenda São Mateus, onde os resultados dão certo. A Embrapa foi parceira por acreditar nessa região. Qualquer sindicato deve apostar no pioneirismo e desenvolvimento (…)”, reforça Garcia.

No Dia de Campo foram realizadas duas palestras. A primeira foi com o diretor de planejamento estratégico da John Deere, João Pontes, que abordou sobre a rede de fomento que está entrando na região. “Nós acreditamos na tecnologia e criamos a rede para ela chegar cada vez mais aos produtores. Fazer a integração com a propriedade é mais que fazer agricultura. Em forma conjunta, existe uma necessidade de ver isso como um sistema e é uma grande oportunidade”.

Outra palestra foi com o representante da Sepaf – Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar, Jerônimo Alves, que apresentou o programa Terra Boa como fomentador do desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. No início do mês, o Sistema Famasul, juntamente com outras instituições, assinou o termo de cooperação do Programa Estadual de Recuperação de pastagens degradadas. A intenção é recuperar potencial produtivo de dois dos oito milhões de hectares de pastagens que apresentam algum grau de degradação e será gerido pela Sepaf. Conforme apresentação, o incentivo oferecido pelo Estado viabilizará o custo do investimento que será realizado pelo produtor para recuperar a área degradada.


04 jan 2016

Goiás recruta técnicos para Projeto ABC Cerrado

*Da FAEG

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Goiânia/ Goiás (4 de janeiro de 2016) – Até o dia 15 de janeiro, o SENAR Goiás vai selecionar 30 técnicos que ficarão responsáveis pela assistência técnica do projeto no Estado. Com o objetivo de aumentar a abrangência da orientação repassada aos produtores que optaram pela produção sustentável no bioma cerrado, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (SENAR Goiás) está em busca de novos profissionais. Para isso, a entidade publicou um edital de recrutamento. Entre os dias 4 e 15 de janeiro de 2016,  os interessados poderão efetuar as inscrições.

Os candidatos serão avaliados por meio de seus currículos, suas titulações e experiências profissionais. Os classificados receberão uma capacitação pela Embrapa, em Brasília, onde serão avaliados sobre seus conhecimentos, experiências adquiridas e desempenho com a assistência técnica.

O Projeto ABC Cerrado estrutura-se em três etapas: a primeira refere-se aos seminários de sensibilização já realizados em Goiás. A segunda tem por base as capacitações, onde o SENAR Goiás executa, a partir de janeiro, os cursos referentes às tecnologias do Plano ABC. “Ao todo, os interessados poderão participar de quatro treinamentos: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Plantio Direto, Floresta Plantada e Recuperação de Pastagens Degradadas”, segundo o técnico-adjunto Leonnardo Cruvinel.

Por fim, a terceira etapa caracteriza-se pela assistência técnica, onde os produtores que desejam implantar as tecnologias em sua propriedade terão, a partir de julho de 2016, auxílio dos técnicos do SENAR Goiás. O edital de recrutamento faz parte dessa última etapa do processo e objetiva selecionar esses técnicos.

ABC Cerrado

Sete estados brasileiros, cujos domínios encontram-se sob o bioma cerrado, participam do projeto, sendo eles: Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí, Tocantins, além do Distrito Federal. Porém, apenas Goiás, Tocantins, Minas Gerais e Mato Grosso receberão a assistência técnica pelo período de 1 ano e meio.

Em si, o objetivo é disseminar práticas de agricultura de baixa emissão de carbono e, além disso, fazer com que produtores rurais se sensibilizem e passem a investir em sua propriedade de forma a ter retorno econômico, mas sempre pensando na preservação ambiental.

Tudo é feito com recursos do Programa de Investimento em Florestas (FIP), administrados pelo Banco Mundial, o Projeto ABC Cerrado, parceria entre o Senar, o Mapa e a Embrapa. A execução do projeto se estenderá até julho de 2017, quando se encerrará o recurso de US$ 10,62 milhões do Banco Mundial, após a data o Senar poderá definir e optar por dar continuidade ao projeto. No mesmo ano, relatórios contendo número de produtores atendidos, melhorias na produção e na redução na emissão de gases de efeito estufa, além dos índices alcançados, deverão ser apresentados ao Banco Mundial como espécie de contrapartida.

SAIBA MAIS:

–  Edital de Recrutamento

Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG

www.sistemafaeg.com.br


16 nov 2015

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta já é realidade em Roraima e reanima produtores

 * Da Revista Produz

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“Eu quero é ter três safras na minha propriedade sem agredir a natureza”, com esta afirmação o produtor Josefar Silva, de Porto Velho (RO), quer iniciar a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) em sua área, com vacas de leite, produção agrícola e utilizar a floresta sem agredi-la, como ele mesmo diz. E isso é possível. Com a adoção da ILPF o produtor poderá aumentar a eficiência da sua propriedade através da diversificação, aumento da produtividade, otimização dos recursos e consequentemente aumento da sua renda. “A Integração Lavoura- Pecuária-Floresta é a agricultura do Futuro”, destacou o chefe-geral da Embrapa Rondônia, César Teixeira.

Este sistema proporciona uma série de benefícios, como a diversificação na produção da propriedade; redução no custo de formação das pastagens pela melhoria das condições do solo e renda com as culturas anuais; diminuição do risco de perda de renda do produtor, pois sua produtividade aumenta e não fica dependente de apenas um produto; maior conservação do solo e, consequentemente, redução de perdas com erosão e menor impacto ambiental; melhor aproveitamento da propriedade rural, e o mais importante, reduz a pressão sobre a floresta Amazônica.

Estas e outras informações importantes sobre este sistema foram apresentadas ao senhor Josefar e aos quase 100 produtores, técnicos, empresários do agronegócio, autoridades e estudantes durante o Dia de Campo de ILPF, que aconteceu dia 12 de novembro em Porto Velho. Os participantes puderam ver de perto um modelo de ILPF implantado, tirar dúvidas com os pesquisadores e conhecer mais sobre a importância do conforto animal, da recuperação e manejo de pastagem, da inserção do componente florestal no sistema, do Sistema de Plantio Direto e das linhas de crédito rural disponíveis.

O secretário de Agricultura de Rondônia, Evandro Padovani, participou do dia de campo e foi enfático em dizer que não é preciso mais desmatar no estado para produzir mais. “Nós temos tecnologias de ponta com as pesquisas da Embrapa e suporte no campo com a assistência da Emater e outros órgãos particulares que levam estas tecnologias ao produtor rural. Existem também linhas de crédito para facilitar o acesso e a adoção pelos produtores, assim como maior facilidade agora ao calcário, fundamental para agricultura. O governo trabalha no sentido de incentivar o produtor rural a produzir mais sem desmatar”, afirma o secretário.

A ILPF e a recuperação de áreas de gradadas em RO
Estima-se que 70% das áreas de pastagem do estado de Rondônia estão com algum grau de degradação e uma das alternativas para a reforma, recuperação ou renovação de pastagens é por meio do sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), ou suas variantes, como a que vem sendo adotada em Rondônia em diversas regiões, a integração lavoura-pecuária. “A ILPF é uma tecnologia que poderá contribuir significativamente para uma agropecuária forte e sustentável, tornando o estado referência na região Amazônica”, ressalta o Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Rondônia, Frederico Botelho.


09 nov 2015

Sistema de integração faz aumentar a produtividade de fazendas do cerrado

* Por José Hamilton Ribeiro / Do Globo Rural

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No fim de novembro, começa em Paris, na França, a COP 21 – Conferência Mundial do Clima. A diminuição do aquecimento global e do efeito estufa são dois dos principais assuntos da reunião.
Dentro da proposta brasileira, existe uma medida considerada revolucionária para a produção agropecuária sustentável: a recuperação de pastos degradados com a tecnologia da integração lavoura-pecuária-floresta. Há 30 anos, o Globo Rural acompanhou os primeiros passos da técnica. Agora, a equipe de reportagem voltou ao cerrado para conferir resultados.

A fazenda em Ipameri, no sudeste de Goiás, é referência da Embrapa no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Trabalhando num esquema que favorece o meio-ambiente, a propriedade produz soja, milho, boi e eucalipto com uma situação de custos bastante favorável.

Há nove atrás, porém, no local só tinha áreas degradadas e trabalhava no vermelho. Hoje, a área é o cenário ideal para buscar a palavra de ordem do agrônomo João K, que quer as fazendas brasileiras fazendo quatro safras por ano.

“Nós fazemos a safra de verão, que é com soja. Colhemos a soja e fazemos uma safrinha de milho consorciada com capim. Colhemos o milho e colocamos uma safrinha de boi. Tiramos o boi e fazemos uma safra de palhada para o plantio direto e gerar matéria orgânica no solo. Então, são quatro safras dependentes apenas de chuva, sem irrigação”, diz o agrônomo.
O eucalipto também começou a entrar no sistema nos últimos anos e pode render outras safras de madeira.
O agrônomo paranaense, de origem ucraniana, é conhecido pela expressão João K, sobrenome Kluthcouski. Como a palavra é difícil de pronunciar, os colegas de serviço simplificaram só com as iniciais. Mas, para não usar JK, que é nome de presidente, ficou João K. Assim ele é conhecido tanto na Embrapa Arroz e Feijão, onde trabalha, quanto nas fazendas que visita.

O Globo Rural acompanha o trabalho de João K e sua equipe há mais de 30 anos. Em sucessivas reportagens, o programa mostra os trabalhos do agrônomo. Começou no consórcio de arroz com capim. Seguiu para o milho, sorgo, guandu, girassol, soja e outras plantas. A base é sempre semear junto a lavoura e o capim, fazendo rotação de culturas e plantio direto, mexendo na terra o mínimo possível. A tecnologia que está se mostrando revolucionária para climas tropicais.

Na Fazenda Eco Nelore, no município de Teresópolis de Goiás, a 20 quilômetros de Goiânia, o agricultor Robert Berger implantou a integração e traz as contas na ponta do lápis.

“Quando eu assumi a fazenda, há cinco anos, ela estava toda degradada e com uma capacidade animal muito pequena. Eu teria que reformar todos os pastos. Fiz as contas e assustei porque é muito caro. Fui pesquisar e acabei encontrando a integração lavoura pecuária que me falavam que eu reformava o pasto sem custo. Eu falei: ‘uá, como é que eu vou fazer isto?’ Fui visitar uma fazenda, vi os números e resolvi aplicar”, diz Berger.

O agricultor foi abrindo a fazenda por partes. Hoje, Berger ainda tem áreas degradadas, que espera renovar no tempo certo. “É sem custo porque a gente planta o milho, que já tem que adubar. Junto, planta o capim, que eu só pago a semente. Colho o milho, que paga todas as contas e ainda deixa um lucro. A semente eu recupero com a palhada do milho que fica com mais proteína para os animais”, explica.

Na mesma região da fazenda de Robert Berger ainda existe muitas pastagens desfiguradas. Há capim rasterinho no chão e cupim. O mato de folha larga que existia o gado comeu. Só restou um ou outro pé de assa-peixe. Essa é a situação de um pasto degradado.

“Em uma situação dessa o pasto fica tão frágil que sai fácil. Ela não tem fixação da raiz no solo. O próprio ato de pastejo do touro ou do gado arranca com facilidade”, esclarece o técnico agrícola Hélvio dos Santos Abadia.

O avanço do sistema de integração se deve, entre outros fatores, à existência do capim braquiária brisanta. Desde que tenha condição de agir, a braquiária como que afofa o solo para o plantio da lavoura crescer.

Marize Porto Costa, da Fazenda Santa Brígida, em Ipameri, assumiu há nove anos a propriedade com pastagens degradadas. O local lidava só com gado, tinha três funcionários, dois tratores pequenos e uma carretinha. “No início, a gente estava trabalhando até num campo negativo. Pela falta de pasto, uma unidade animal precisava de dois hectares para poder sobreviver. Hoje, nós colocamos quatro”, diz.

O agrônomo Roberto Freitas, que presta consultoria agronômica para diversas fazendas da região, chama atenção para um detalhe do sistema de integração e também mostra-se impressionado com o papel da braquiária e dos restos de cultura na produção de matéria orgânica. “Fazenda funciona 360 dias por ano contemplando a atividade pecuária e a atividade agrícola. Como a gente tem a palhada mais grossa, que o gado não come, essa parte mais fibrosa é que vai dar uma matéria orgânica estável que vai persistir no solo por cerca de 80 a 100 anos”, diz.

Ao longo dos últimos 25 anos, o dia-a-dia da aplicação do sistema lavoura-pecuária foi revelando problemas que precisaram ser contornados. “Na hora de colher o milho, se o milho fosse de espiga baixa, dava embuchamento na colhedeira. Depois, nós criamos técnicas de deixar o capim pequeninho até a colheita do milho, através de pequenas doses de herbicidas. Mas, isso já está evoluído e a grande maioria dos produtores que fazem o sistema já usa essa dose segurando o capim”, diz João K.

2º Bloco da Reportagem de José Hamilton Ribeiro / Do Globo Rural

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