19 abr 2016

SENAR quer capacitar o maior número de produtores no Projeto ABC Cerrado

*Do SENAR Brasil

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Para isso, alguns critérios para elegibilidade mudaram. Formação das primeiras turmas começa no dia 29 de abril

Para dar oportunidade de mais produtores participarem das capacitações do Projeto ABC Cerrado, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e o Banco Mundial atualizaram os critérios para inscrição nos cursos ofertados pelo projeto. Antes o produtor precisava ter uma propriedade acima de quatro módulos fiscais e menor que 70. Agora, as propriedades menores serão consideradas, explica o coordenador do ABC Cerrado no SENAR, Mateus Tavares.

“Para as propriedades menores de quatro módulos fiscais, exclusivamente, a propriedade deve ainda possuir renda bruta anual superior a 360 mil reais ou possuir mais funcionários contratados que funcionários oriundos da mão de obra familiar”, afirma Tavares. Segundo ele, a mudança ocorreu por solicitação das Administrações Regionais do SENAR que viram a procura aumentar nos estados. “De acordo com as Regionais, há uma grande quantidade de produtores interessados em conhecer mais sobre as tecnologias ABC e estavam ficando fora devido aos critérios antigos de elegibilidade. Agora a expectativa é que mais produtores sejam mobilizados e as turmas das capacitações iniciem o mais breve possível”, completa.

Além do número de módulos específico, ser maior de 18 anos, ter ensino fundamental incompleto e a propriedade estar localizada dentro do Bioma Cerrado são outros critérios para participar das capacitações do ABC Cerrado.

Os cursos são Sistema Plantio Direto, Florestas Plantadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e Recuperação de Pastagens Degradadas. As inscrições são realizadas unicamente pelo preenchimento do cadastro no portal do SENAR  e permanecem abertas até o final da execução do projeto, em 2017.

“O SENAR recomenda que os produtores fiquem atentos porque o prazo para inscrição das primeiras turmas se encerra no próximo dia 29 de abril”, acrescenta o coordenador Mateus Tavares.


15 mar 2016

Dia de campo em Miranda (MS) reúne 160 participantes

*Da Ascom SENAR/MS

Dia de Campo

O dia de campo realizado pelo programa Mais Inovação do SENAR/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural reuniu na manhã de sábado (12), 160 pessoas na propriedade Sanguessuga, no município de Miranda. A iniciativa promovida por intermédio da parceria com o Sindicato Rural levou produtores, acadêmicos e pesquisadores para acompanhar e visitar os experimentos realizados pelo segundo ano, no sistema de integração lavoura-pecuária.

O trabalho realizado na propriedade com atividade em pecuária de corte foi iniciado em 2014 com plantio de 10 cultivares diferentes de soja em uma área que atualmente soma 150 hectares. Com apoio da pesquisa fornecida pelo curso de agronomia da UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul e a Fundação MS, o produtor contabilizou uma produtividade de até 58 sacas por hectare no último ciclo da oleaginosa.

Na avaliação do anfitrião, Massao Ohata, que recebe assistência técnica e gerencial do SENAR/MS há dois anos, o dia de campo é uma oportunidade para que os produtores da região conheçam os experimentos de agricultura e possam diversificar a produção. “Resolvi oferecer o espaço para que as equipes de pesquisa da UEMS e da Fundação MS realizassem experimentos com a soja, pois, Miranda está carente de informações sobre agricultura. Apesar da chegada de várias tecnologias, precisamos identificar quais serão mais eficientes para nossa região”, explica o empresário rural.

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O presidente do Sindicato Rural de Miranda, Adauto Rodrigues de Oliveira, avalia que a iniciativa de Ohata comprova a eficácia da parceria realizada entre as instituições de pesquisas e do programa de metodologia de ATeG – Assistência Técnica e Gerencial oferecido pelo SENAR/MS. “A união da pesquisa científica e da assistência técnica do Mais Inovação faz com que os produtores sintam-se mais seguros em ampliar as atividades na propriedade. Tanto que já temos 12 empresários rurais participando do programa e mais pessoas demonstrando interesse em participar”, afirma.

Diversificação da atividade rural – Um dos produtores que recentemente aderiu ao programa Mais Inovação é proprietário da fazenda Iguaçu em Aquidauana, Zelito Alves Ribeiro. Ele ressalta que já iniciou uma plantação de 15 hectares de soja, mas já possui experiência de 11 anos no cultivo de milho para alimentação dos bovinos. “Nossa região é formada por municípios antigos que sempre tiveram na pecuária sua atividade principal e acredito ser fundamental modificar nossa cultura de produção. Como observamos aqui na fazenda Sanguessuga, a implementação da integração lavoura-pecuária adequada ao clima e solo da região pode ser uma alternativa rentável e produtiva se for feita com assistência adequada”, argumenta.

O assessor técnico do SENAR Nacional, Mateus Tavares, participou da visita e considera que o experimento realizado em Miranda será uma vitrine para outras propriedades interessadas em investir nos sistemas integrados de produção. “O dia de campo demonstrou que as tecnologias de integração são ferramentas eficazes para o produtor, tanto no fator produtivo quanto econômico. As ações apresentadas aqui foram positivas e o proprietário reforçou a importância de buscar o conhecimento e assistência técnica especializada, preconizados em outros programas como o ABC Cerrado que começou esse ano em Mato Grosso do Sul”, acrescenta.

Segundo o superintendente do SENAR/MS, Rogério Beretta, o dia de campo realizado em Miranda valida o comprometimento dos envolvidos em promover a difusão tecnológica no estado. “É gratificante verificar a atuação de cada um dos parceiros e a credibilidade no trabalho realizado aqui. Reunir 160 pessoas interessadas em aprender mais sobre sistemas produtivos comprova que o SENAR/MS está cumprindo sua finalidade de tornar-se um modelo de gestão sistêmica capaz de contribuir para o desenvolvimento agropecuário do Estado”, aponta.

Pesquisadores dedicados – O diretor executivo da Fundação MS, Alex Melotto, explicou aos presentes que o experimento da fazenda Sanguessuga evidencia como é possível aliar a diversificação e rentabilidade, sem mudar o ramo de atividade. “Os resultados que vocês estão observando nessa propriedade se devem em grande parte, a confiança do produtor que resolveu acreditar na efetividade do trabalho científico. Ele ampliou o plantio de 30 para 150 hectares, está produzindo pastagem de qualidade para sua criação e apresentando aos vizinhos que diversificar não é mudar de atividade e sim, agregar opções produtivas”, observa.

O engenheiro agrônomo e professor doutor da UEMS em Aquidauana, Francisco Eduardo Torres destacou que a visita ao experimento é um exemplo prático para os alunos sobre o que é ensino, pesquisa e extensão. “Convidamos nossos alunos que hoje somam 90 participantes para compreender a importância da pesquisa científica aliada a experimentação prática. No caso da integração lavoura-pecuária, tivemos que identificar qual o cultivar de soja que se adequava as condições de altitude, solo e regime de chuvas e o resultados podem ser utilizados não apenas aqui, mas para toda região, considerada de transição entre os biomas Cerrado e Pantanal”, esclarece.

Um dos acadêmicos da UEMS, Marcos Vinicius de Barros Pinto, acompanha a evolução do plantio desde o início do ciclo, em 2015. Ele cursa o 9º semestre de Agronomia e revela que participar do projeto de extensão na fazenda Sanguessuga foi enriquecedor. “Acompanhei todas as etapas do plantio e meu foco é o acompanhar e controlar as ervas daninhas que surgirem na lavoura. Estou satisfeito com a oportunidade de utilizar os conhecimentos teóricos obtidos na sala de aula e percebo que esse contato prático amplia meu olhar sobre quais áreas posso trabalhar depois de formado”, conclui.


04 fev 2016

PRÊMIO SISTEMA FAMATO EM CAMPO

*Do Sistema Famato

            

Localizadas no município de Nova Canãa do Norte, região norte de Mato Grosso, as fazendas Gamada e Fortuna estão entre as setes propriedades de pecuária de corte consideradas referências pelo Sistema Famato por meio do prêmio Sistema Famato em Campo. O curitibano Mário Wolf, proprietário das fazendas, trabalha com o ciclo completo (cria, recria e engorda) de animais das raças Nelore e Rubia Galega. Nesta quinta matéria da série especial sobre as propriedades que participaram do prêmio, vamos conhecer mais sobre essas fazendas.

Além da pecuária, as propriedades Fortuna e Gamada produzem soja, milho safrinha, milho para silagem e floresta. Hoje o faturamento é oriundo 50% da agricultura e 50% da pecuária, a floresta plantada ainda não foi explorada comercialmente.

As matrizes de gado Nelore (gado comercial) e os P.O da mesma raça são predominantes. A raça Rubia Galega foi introduzida nas propriedades em 2006.”O mercado estava muito ruim para o gado comum, foi então que buscamos uma parceria com o grupo Pão de Açúcar e ingressamos num programa de carnes nobres fomentado pelo grupo, dessa forma começamos a fazer a Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) nas novilhas Nelore com sêmen de Rubia Galega”, conta Wolf.

Outro diferencial das propriedades de Wolf são os sistemas integrados. A fazenda Gamada é considerada pioneira no Estado na técnica Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). A propriedade também participa do projeto URTEs (Unidades de Referência Tecnológica e Econômica) do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em parceria com a Embrapa Agrossilvipastoril, de Sinop-MT. Estas áreas são demonstrativas localizadas em propriedades rurais onde, atualmente, são conduzidos sistemas de produção de ILPF em que são realizados trabalhos de pesquisa e validação de tecnologia. A Fazenda Fortuna utiliza agricultura para renovação das pastagens e realiza a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) na maioria das áreas.

Wolf acredita que a sustentabilidade praticada em suas propriedades fez a diferença nas seletivas do prêmio Sistema Famato em Campo.”Nós procuramos ser mais rentáveis, aumentando a produtividade e preservando o meio em que vivemos sempre. Estamos sempre preocupados com a implantação de novas técnicas”.

A valorização da mão de obra também é um ponto forte das propriedades.”Todos os nossos funcionários são registrados, participam de capacitações e treinamentos, recebem bonificações, cestas básicas. Os funcionários com mais dois anos de casa recebem 14 salários. Acreditamos que os nossos trabalhadores são os responsáveis pelo sucesso da propriedade”, destaca Wolf.

Sobre o Prêmio – O Prêmio Sistema Famato em Campo é uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-MT) e o Imea. Surgiu para identificar no Estado práticas diferenciadas da pecuária.

As sete propriedades de maior destaque apresentaram seus cases de sucesso durante o evento Rentabilidade no Meio Rural, realizado em dezembro de 2015 em Cuiabá, e foram premiadas com o troféu Sistema Famato em Campo, sendo reconhecidas como referência em produção no estado.

“Todas as fazendas que participaram desse prêmio são exemplos a serem seguidos. São modelos na prática da pecuária de forma sustentável e rentável. Nosso objetivo com esse prêmio foi mostrar esses bons exemplos e valorizar ainda mais a pecuária já que Mato Grosso possui o maior rebanho bovino do país”, afirma o presidente do Sistema Famato/SENAR, Rui Prado.

As duas que mais pontuaram, as fazendas Vale Verde, de Nova Bandeirantes, e Boqueirão, de Santo Antônio de Leverger, também foram premiadas com uma viagem para os Estados Unidos, onde irão participar de uma missão técnica com visitas ao Ministério da Agricultura americano e propriedades de corte e leite. Além disso, apresentarão seus cases na Universidade Estadual do Kansas durante o evento Cattlemens Day, em março de 2016.

Para conhecer mais sobre as outras propriedades acesse:

Pecuária intensificada é o foco das fazendas Girassol e Girassol do Prata

http://sistemafamato.org.br/portal/famato/noticia_completa.php?codNoticia=236431

Fazenda Piraguassú fica entre as sete destaques de 2015

http://sistemafamato.org.br/portal/famato/noticia_completa.php?codNoticia=236444

Fazenda Vale Verde vai apresentar case de sucesso em Kansas nos Estados Unidos

http://sistemafamato.org.br/portal/famato/noticia_completa.php?codNoticia=236453

Fazenda Boqueirão na baixada cuiabana representará Mato Grosso nos Estados Unidos

http://sistemafamato.org.br/portal/famato/noticia_completa.php?codNoticia=236467

 


25 jan 2016

Aumento na produção de carne pode diminuir emissão de gases de efeito estufa

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Ao contrário do que se poderia esperar, a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) pela pecuária bovina no Cerrado será provocada pelo aumento da produção e a redução da atividade poderá ter efeito oposto, o aumento das emissões. Essa é a revelação de artigo de pesquisadores do Brasil e da Escócia publicado esta semana na Nature Climate Change que apresenta metodologia inovadora para cálculo de emissões de gases de efeito estufa (GEE) na pecuária. Os autores desenvolveram um modelo matemático para avaliar os impactos ambientais da variação do consumo de carne no sistema pecuário do Cerrado brasileiro.

O aumento da demanda e políticas efetivas de controle do desmatamento servem como estímulo à intensificação das áreas de pastagens. Se a intensificação se der por recuperação de pastagens degradadas, ocorre aumento significativo dos estoques de carbono no solo, o que, segundo o estudo, seria suficiente para contrabalancear o aumento das emissões dos animais.

O principal diferencial é que foi usado um método inovador, chamado de avaliação do ciclo de vida consequencial, conta o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Luís Gustavo Barioni. O estudo considera as emissões em todas as etapas de produção, que inclui  emissões associadas aos insumos e ao transporte, de forma similar às avaliações de ciclo de vida tradicionais ou atributivas.

“Incluímos na contabilidade as emissões de GEE de todos os processos produtivos relativos à produção pecuária, permitindo assim o cálculo da pegada de carbono da carne bovina em cada cenário trabalhado pelo modelo”, complementa a pesquisadora Marília Folegatti Matsuura, da Embrapa Meio Ambiente.

Os pesquisadores também avaliaram as consequências indiretas da variação do consumo de carne sobre os estoques de carbono no solo. Para isso, eles modelaram a produção de carne no Cerrado, com variações da demanda e ainda considerando dados de desmatamento divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Segundo o matemático Rafael de Oliveira Silva, pesquisador da Universidade de Edimburgo e da Faculdade Rural da Escócia que desenvolveu o modelo em conjunto com Barioni, foram analisados cenários com diferentes níveis de impacto do consumo de carne sobre o desmatamento. Nesses cenários, sofreram variação desde o desacoplamento total, isto é, sem impacto sobre o desmatamento, até um alto nível de acoplamento, com impacto.

No cenário desacoplado, aumentos da demanda associados a técnicas de recuperação de pastagens mostraram uma diminuição das emissões. Uma demanda 30% mais alta em 2030 em relação a uma projeção de referência causaria uma diminuição de 10% nas emissões totais. Por outro lado, uma diminuição de 30% na demanda por carne em relação ao valor projetado para 2030 causaria um aumento de 9% nas emissões.

“Se a demanda por carne aumenta, mas a taxa de desmatamento é mantida constante, os produtores vão precisar intensificar, ou seja, serão incentivados a recuperar pastagens degradadas e isso faz com que se tenha mais sequestro de carbono no solo”, explica Silva. “De fato evidências empíricas, como dados do Censo Agropecuário, Inpe e FAO, mostram que houve uma redução significativa no desmatamento em todos os biomas desde 2005, ao passo que a produção de carne continua crescente”, destaca.

Esse modelo de ciclo de vida consequencial é capaz de capturar os chamados efeitos de rebote, ou seja, uma simples redução no consumo de carne não necessariamente reduziria as emissões, uma vez que a demanda é um importante incentivo para se atingir menores intensidades de emissão por meio da adoção de técnicas de recuperação de pastagens.

“Além disso, nosso estudo corrobora outras pesquisas recentes que demonstram que a expansão da produção pecuária não leva necessariamente a um aumento nos índices de desmatamento, desde que sejam usadas técnicas adequadas de mitigação. Segundo esses estudos, o Brasil já possui pastagens suficientes para suprir a crescente demanda por carne sem precisar derrubar uma única árvore, e isto pelo menos até 2040”, acrescenta Silva.

Se a demanda for maior, o ganho em sequestro de carbono acaba compensando e as emissões diminuem. Em contrapartida, quando se reduz a demanda, os produtores tendem a investir menos em recuperação e podem até degradar as pastagens, o que causa perda do estoque de carbono no solo. Mas, se o desmatamento aumentar na mesma proporção da demanda,  a emissão crescerá com o consumo, ressalta o pesquisador. Portanto, o controle do desmatamento é essencial para que haja redução das emissões pela pecuária.

Pecuária intensiva reduz emissões

Estudos apontam que a melhor estratégia para garantir o desenvolvimento sustentável da pecuária é sua intensificação. O setor agropecuário brasileiro tem à disposição tecnologias para aumentar a eficiência e, ainda, reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). As principais estratégias englobam a recuperação de pastagens degradadas, boas práticas de manejo da planta forrageira e do animal, uso adequado de insumos, melhoramento genético, adoção de sistemas integrados (ILPF, ILP, IPF) e manejo nutricional.

A agropecuária é responsável por 37% das emissões nacionais, segundo estimativas anuais de emissões de GEE, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Desse total, a pecuária responde por 14,5%. A emissão média anual de metano (CH4) por bovino é de 57 kg/animal/ano. Ações para aumentar a eficiência dos sistemas de produção e melhorar o desempenho dos animais podem reduzir até 35% esse valor. De acordo com o pesquisador Alexandre Berndt, da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), é possível reduzi-la para 37,7 kg/animal/ano.

O alto desempenho animal favorece a redução das emissões pelos bovinos. Segundo Berndt, a produção de metano depende da quantidade e qualidade do alimento digerido, tipo de animal, grau de digestibilidade e condições de criação. Ações como a melhoria dos índices zootécnicos de produção e reprodução (redução da idade de abate, do intervalo entre partos, da idade da primeira cria), bem-estar animal e manejo dos bovinos e da pastagem contribuem para redução do metano. Pode-se incluir também o manejo nutricional, com uso de grãos e alimentos concentrados na dieta e processamento adequado das forragens conservadas para aumentar a digestibilidade.

Pesquisas demonstram que o solo perde matéria orgânica e libera maior quantidade de gás carbônico (CO2) para a atmosfera em pastagem degradada. Somente em perdas de carbono do solo, áreas de pasto degradado podem apresentar emissões médias de quatro toneladas de gás carbônico equivalente por hectare ao ano.

Já pastos manejados corretamente, segundo a pesquisadora Patrícia Anchão, sequestram grandes quantidades de carbono e contribuem para o aumento de matéria orgânica no solo, melhorando a fertilidade e a qualidade da forrageira. “A recuperação de áreas degradadas e a adoção de sistemas integrados, como lavoura-pecuária, silvipastoris e agrossilvipastoris, permitem aumentar a capacidade de suporte animal e evitam a necessidade de se ocupar novas áreas para exploração com pastagens”, ressalta Patrícia.

AnimalChange

O artigo “Increasing beef production could lower greenhouse gas emissions in Brazil if decoupled from deforestation” é de autoria de Rafael de Oliveira Silva, Luís Gustavo Barioni, Julian A. J. Hall, da Universidade de Edimburgo, Marília Folegatti Matsuura, Tiago Zanetti Albertini, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), Fernando Antonio Fernandes, da Embrapa Pantanal e Dominic Moran, da Scotland’s Rural College (SRUC).

Os resultados são parte do projeto de pesquisa internacional “An Integration of Mitigation and Adaptation Options for Sustainable Livestock Production under Climate Change”. Coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica da França, o Inra, o projeto conhecido como AnimalChange busca avaliar o futuro da pecuária até 2050 e traçar metas que garantam maior sustentabilidade.

O objetivo do AnimalChange é desenvolver técnicas para integrar ações de mitigação e de adaptação para a produção pecuária sustentável mundial. As pesquisas são realizadas por uma equipe de cientistas de 25 instituições pertencentes a 18 países da Europa e da África, além do Brasil. No País, compõem a equipe pesquisadores de vários centros de pesquisa da Embrapa e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Pecus

Para quantificar a emissão de gases de efeito estufa na pecuária brasileira e propor soluções para sua redução, a Embrapa, em conjunto com diversas instituições nacionais e internacionais, lidera uma rede de pesquisa –  a Pecus. Os resultados desse trabalho serão disponibilizados em 2016 e vão contribuir para a formação de proposições efetivas para diminuição da emissão de gases de efeito estufa, reduzindo o aquecimento global. “As pesquisas realizadas no escopo da rede Pecus podem adotar tanto a metodologia quanto o modelo usados no Cerrado para avaliar sistemas de produção pecuária dos outros biomas brasileiros”, destaca o pesquisador da Embrapa Pantanal, Fernando Antonio Fernandes.

Nadir Rodrigues (MTb/SP 26.948)
Embrapa Informática Agropecuária
informatica-agropecuaria.imprensa@embrapa.br
Telefone: (19) 3211-5747

Gisele Rosso (MTb 3091)
Embrapa Pecuária Sudeste
pecuaria-sudeste.imprensa@embrapa.br
Telefone: (16) 3411-5625

Colaboração: Marcos Alexandre Vicente 
Embrapa Meio Ambiente

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/


04 jan 2016

Goiás recruta técnicos para Projeto ABC Cerrado

*Da FAEG

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Goiânia/ Goiás (4 de janeiro de 2016) – Até o dia 15 de janeiro, o SENAR Goiás vai selecionar 30 técnicos que ficarão responsáveis pela assistência técnica do projeto no Estado. Com o objetivo de aumentar a abrangência da orientação repassada aos produtores que optaram pela produção sustentável no bioma cerrado, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (SENAR Goiás) está em busca de novos profissionais. Para isso, a entidade publicou um edital de recrutamento. Entre os dias 4 e 15 de janeiro de 2016,  os interessados poderão efetuar as inscrições.

Os candidatos serão avaliados por meio de seus currículos, suas titulações e experiências profissionais. Os classificados receberão uma capacitação pela Embrapa, em Brasília, onde serão avaliados sobre seus conhecimentos, experiências adquiridas e desempenho com a assistência técnica.

O Projeto ABC Cerrado estrutura-se em três etapas: a primeira refere-se aos seminários de sensibilização já realizados em Goiás. A segunda tem por base as capacitações, onde o SENAR Goiás executa, a partir de janeiro, os cursos referentes às tecnologias do Plano ABC. “Ao todo, os interessados poderão participar de quatro treinamentos: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Plantio Direto, Floresta Plantada e Recuperação de Pastagens Degradadas”, segundo o técnico-adjunto Leonnardo Cruvinel.

Por fim, a terceira etapa caracteriza-se pela assistência técnica, onde os produtores que desejam implantar as tecnologias em sua propriedade terão, a partir de julho de 2016, auxílio dos técnicos do SENAR Goiás. O edital de recrutamento faz parte dessa última etapa do processo e objetiva selecionar esses técnicos.

ABC Cerrado

Sete estados brasileiros, cujos domínios encontram-se sob o bioma cerrado, participam do projeto, sendo eles: Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí, Tocantins, além do Distrito Federal. Porém, apenas Goiás, Tocantins, Minas Gerais e Mato Grosso receberão a assistência técnica pelo período de 1 ano e meio.

Em si, o objetivo é disseminar práticas de agricultura de baixa emissão de carbono e, além disso, fazer com que produtores rurais se sensibilizem e passem a investir em sua propriedade de forma a ter retorno econômico, mas sempre pensando na preservação ambiental.

Tudo é feito com recursos do Programa de Investimento em Florestas (FIP), administrados pelo Banco Mundial, o Projeto ABC Cerrado, parceria entre o Senar, o Mapa e a Embrapa. A execução do projeto se estenderá até julho de 2017, quando se encerrará o recurso de US$ 10,62 milhões do Banco Mundial, após a data o Senar poderá definir e optar por dar continuidade ao projeto. No mesmo ano, relatórios contendo número de produtores atendidos, melhorias na produção e na redução na emissão de gases de efeito estufa, além dos índices alcançados, deverão ser apresentados ao Banco Mundial como espécie de contrapartida.

SAIBA MAIS:

–  Edital de Recrutamento

Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG

www.sistemafaeg.com.br