01 jul 2015

INTEGRAÇÃO LPF USA 6X MENOS ÁREA PARA PRODUZIR O MESMO QUE PLANTIOS COMUNS, DIZ PESQUISA

*Da Globo Rural/ Por Teresa Raquel Bastos

Eduardo Leduc, vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf para América Latina (Foto: Renato Micheletti/Basf)

Campinas / SP – A Basf, empresa alemã de químicos, apresentou um estudo em parceria com a Unesp Sorocaba sobre integração Lavoura-Pecuária-Floresta para reforçar a efetividade do sistema. Os experimentos foram feitos por dois anos na unidade de referência tecnológica Fazenda Santa Brígida pertencente à Embrapa, localizada em Ipameri (GO). Como metodologia, foi usado o sistema AgBalance, que mede e avalia a sustentabilidade na agricultura. Os resultados foram divulgados nesta terça-feira (30/6) durante evento para jornalistas em Campinas (SP).

Os resultados apontam, na comparação com sistemas convencionais de plantio e criação, que a iLPF usa seis vezes menos área para produzir a mesma quantidade, nos contextos analisados pelo estudo. Isso significa um melhor aproveitamento da terra e redução de desmatamento para ampliação de área. Ainda como resultados, há vantagens de recuperação de solos degradados pela pecuária, reaproveitando-os na agricultura, aumentando a matériaorgânica nos solos e mantendo esse padrão por tempo prolongado.

Com a integração LPF, continua a pesquisa, foi possível saltar de apenas uma safra anual de grãos, com colheita média de 3,5 toneladas por hectare, para plantio de soja, safrinha (com braquiária), pecuária e floresta em 11 meses do ano (mais de uma safra/ano), somando 10,5 toneladas de grãos por hectare, além da média de 180 Kg de carne na mesma área.

A sustentabilidade de uma propriedade não está apenas nestes resultados da produção agropecuária, mas também apoiada nospilares sociais e econômicos. Estes também são beneficiados: segundo a pesquisa, 36% mais socioecoeficiente e 54% mais economicamente rentável.

Segundo Eduardo Leduc, vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf para América Latina, o iLPF é uma das ferramentas para produzir mais alimentos para a população mundial crescente, que deve chegar à casa dos 9,5 bilhões de pessoas em 2050, demandando aumento de 70% na produção de alimentos. “A integração pode ajudar a produzir não só comida, mas energia para a propriedade”, explica.

O iLPF já é uma realidade em algumas propriedades no Brasil. A Embrapa acompanha dados desse sistema e estimou em 2013 que há 2,8 milhões de hectares com integração. “Hoje em boa parte do Brasil há duas safras, safrinha, e ainda pode integrar pecuária com o sistema. Talvez possa conseguir energia com biomassa, o que gera economia para a propriedade”, diz Leduc.

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