25 jan 2016

Aumento na produção de carne pode diminuir emissão de gases de efeito estufa

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Ao contrário do que se poderia esperar, a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) pela pecuária bovina no Cerrado será provocada pelo aumento da produção e a redução da atividade poderá ter efeito oposto, o aumento das emissões. Essa é a revelação de artigo de pesquisadores do Brasil e da Escócia publicado esta semana na Nature Climate Change que apresenta metodologia inovadora para cálculo de emissões de gases de efeito estufa (GEE) na pecuária. Os autores desenvolveram um modelo matemático para avaliar os impactos ambientais da variação do consumo de carne no sistema pecuário do Cerrado brasileiro.

O aumento da demanda e políticas efetivas de controle do desmatamento servem como estímulo à intensificação das áreas de pastagens. Se a intensificação se der por recuperação de pastagens degradadas, ocorre aumento significativo dos estoques de carbono no solo, o que, segundo o estudo, seria suficiente para contrabalancear o aumento das emissões dos animais.

O principal diferencial é que foi usado um método inovador, chamado de avaliação do ciclo de vida consequencial, conta o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Luís Gustavo Barioni. O estudo considera as emissões em todas as etapas de produção, que inclui  emissões associadas aos insumos e ao transporte, de forma similar às avaliações de ciclo de vida tradicionais ou atributivas.

“Incluímos na contabilidade as emissões de GEE de todos os processos produtivos relativos à produção pecuária, permitindo assim o cálculo da pegada de carbono da carne bovina em cada cenário trabalhado pelo modelo”, complementa a pesquisadora Marília Folegatti Matsuura, da Embrapa Meio Ambiente.

Os pesquisadores também avaliaram as consequências indiretas da variação do consumo de carne sobre os estoques de carbono no solo. Para isso, eles modelaram a produção de carne no Cerrado, com variações da demanda e ainda considerando dados de desmatamento divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Segundo o matemático Rafael de Oliveira Silva, pesquisador da Universidade de Edimburgo e da Faculdade Rural da Escócia que desenvolveu o modelo em conjunto com Barioni, foram analisados cenários com diferentes níveis de impacto do consumo de carne sobre o desmatamento. Nesses cenários, sofreram variação desde o desacoplamento total, isto é, sem impacto sobre o desmatamento, até um alto nível de acoplamento, com impacto.

No cenário desacoplado, aumentos da demanda associados a técnicas de recuperação de pastagens mostraram uma diminuição das emissões. Uma demanda 30% mais alta em 2030 em relação a uma projeção de referência causaria uma diminuição de 10% nas emissões totais. Por outro lado, uma diminuição de 30% na demanda por carne em relação ao valor projetado para 2030 causaria um aumento de 9% nas emissões.

“Se a demanda por carne aumenta, mas a taxa de desmatamento é mantida constante, os produtores vão precisar intensificar, ou seja, serão incentivados a recuperar pastagens degradadas e isso faz com que se tenha mais sequestro de carbono no solo”, explica Silva. “De fato evidências empíricas, como dados do Censo Agropecuário, Inpe e FAO, mostram que houve uma redução significativa no desmatamento em todos os biomas desde 2005, ao passo que a produção de carne continua crescente”, destaca.

Esse modelo de ciclo de vida consequencial é capaz de capturar os chamados efeitos de rebote, ou seja, uma simples redução no consumo de carne não necessariamente reduziria as emissões, uma vez que a demanda é um importante incentivo para se atingir menores intensidades de emissão por meio da adoção de técnicas de recuperação de pastagens.

“Além disso, nosso estudo corrobora outras pesquisas recentes que demonstram que a expansão da produção pecuária não leva necessariamente a um aumento nos índices de desmatamento, desde que sejam usadas técnicas adequadas de mitigação. Segundo esses estudos, o Brasil já possui pastagens suficientes para suprir a crescente demanda por carne sem precisar derrubar uma única árvore, e isto pelo menos até 2040”, acrescenta Silva.

Se a demanda for maior, o ganho em sequestro de carbono acaba compensando e as emissões diminuem. Em contrapartida, quando se reduz a demanda, os produtores tendem a investir menos em recuperação e podem até degradar as pastagens, o que causa perda do estoque de carbono no solo. Mas, se o desmatamento aumentar na mesma proporção da demanda,  a emissão crescerá com o consumo, ressalta o pesquisador. Portanto, o controle do desmatamento é essencial para que haja redução das emissões pela pecuária.

Pecuária intensiva reduz emissões

Estudos apontam que a melhor estratégia para garantir o desenvolvimento sustentável da pecuária é sua intensificação. O setor agropecuário brasileiro tem à disposição tecnologias para aumentar a eficiência e, ainda, reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). As principais estratégias englobam a recuperação de pastagens degradadas, boas práticas de manejo da planta forrageira e do animal, uso adequado de insumos, melhoramento genético, adoção de sistemas integrados (ILPF, ILP, IPF) e manejo nutricional.

A agropecuária é responsável por 37% das emissões nacionais, segundo estimativas anuais de emissões de GEE, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Desse total, a pecuária responde por 14,5%. A emissão média anual de metano (CH4) por bovino é de 57 kg/animal/ano. Ações para aumentar a eficiência dos sistemas de produção e melhorar o desempenho dos animais podem reduzir até 35% esse valor. De acordo com o pesquisador Alexandre Berndt, da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), é possível reduzi-la para 37,7 kg/animal/ano.

O alto desempenho animal favorece a redução das emissões pelos bovinos. Segundo Berndt, a produção de metano depende da quantidade e qualidade do alimento digerido, tipo de animal, grau de digestibilidade e condições de criação. Ações como a melhoria dos índices zootécnicos de produção e reprodução (redução da idade de abate, do intervalo entre partos, da idade da primeira cria), bem-estar animal e manejo dos bovinos e da pastagem contribuem para redução do metano. Pode-se incluir também o manejo nutricional, com uso de grãos e alimentos concentrados na dieta e processamento adequado das forragens conservadas para aumentar a digestibilidade.

Pesquisas demonstram que o solo perde matéria orgânica e libera maior quantidade de gás carbônico (CO2) para a atmosfera em pastagem degradada. Somente em perdas de carbono do solo, áreas de pasto degradado podem apresentar emissões médias de quatro toneladas de gás carbônico equivalente por hectare ao ano.

Já pastos manejados corretamente, segundo a pesquisadora Patrícia Anchão, sequestram grandes quantidades de carbono e contribuem para o aumento de matéria orgânica no solo, melhorando a fertilidade e a qualidade da forrageira. “A recuperação de áreas degradadas e a adoção de sistemas integrados, como lavoura-pecuária, silvipastoris e agrossilvipastoris, permitem aumentar a capacidade de suporte animal e evitam a necessidade de se ocupar novas áreas para exploração com pastagens”, ressalta Patrícia.

AnimalChange

O artigo “Increasing beef production could lower greenhouse gas emissions in Brazil if decoupled from deforestation” é de autoria de Rafael de Oliveira Silva, Luís Gustavo Barioni, Julian A. J. Hall, da Universidade de Edimburgo, Marília Folegatti Matsuura, Tiago Zanetti Albertini, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), Fernando Antonio Fernandes, da Embrapa Pantanal e Dominic Moran, da Scotland’s Rural College (SRUC).

Os resultados são parte do projeto de pesquisa internacional “An Integration of Mitigation and Adaptation Options for Sustainable Livestock Production under Climate Change”. Coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica da França, o Inra, o projeto conhecido como AnimalChange busca avaliar o futuro da pecuária até 2050 e traçar metas que garantam maior sustentabilidade.

O objetivo do AnimalChange é desenvolver técnicas para integrar ações de mitigação e de adaptação para a produção pecuária sustentável mundial. As pesquisas são realizadas por uma equipe de cientistas de 25 instituições pertencentes a 18 países da Europa e da África, além do Brasil. No País, compõem a equipe pesquisadores de vários centros de pesquisa da Embrapa e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Pecus

Para quantificar a emissão de gases de efeito estufa na pecuária brasileira e propor soluções para sua redução, a Embrapa, em conjunto com diversas instituições nacionais e internacionais, lidera uma rede de pesquisa –  a Pecus. Os resultados desse trabalho serão disponibilizados em 2016 e vão contribuir para a formação de proposições efetivas para diminuição da emissão de gases de efeito estufa, reduzindo o aquecimento global. “As pesquisas realizadas no escopo da rede Pecus podem adotar tanto a metodologia quanto o modelo usados no Cerrado para avaliar sistemas de produção pecuária dos outros biomas brasileiros”, destaca o pesquisador da Embrapa Pantanal, Fernando Antonio Fernandes.

Nadir Rodrigues (MTb/SP 26.948)
Embrapa Informática Agropecuária
informatica-agropecuaria.imprensa@embrapa.br
Telefone: (19) 3211-5747

Gisele Rosso (MTb 3091)
Embrapa Pecuária Sudeste
pecuaria-sudeste.imprensa@embrapa.br
Telefone: (16) 3411-5625

Colaboração: Marcos Alexandre Vicente 
Embrapa Meio Ambiente

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/


09 nov 2015

Sistema de integração faz aumentar a produtividade de fazendas do cerrado

* Por José Hamilton Ribeiro / Do Globo Rural

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No fim de novembro, começa em Paris, na França, a COP 21 – Conferência Mundial do Clima. A diminuição do aquecimento global e do efeito estufa são dois dos principais assuntos da reunião.
Dentro da proposta brasileira, existe uma medida considerada revolucionária para a produção agropecuária sustentável: a recuperação de pastos degradados com a tecnologia da integração lavoura-pecuária-floresta. Há 30 anos, o Globo Rural acompanhou os primeiros passos da técnica. Agora, a equipe de reportagem voltou ao cerrado para conferir resultados.

A fazenda em Ipameri, no sudeste de Goiás, é referência da Embrapa no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Trabalhando num esquema que favorece o meio-ambiente, a propriedade produz soja, milho, boi e eucalipto com uma situação de custos bastante favorável.

Há nove atrás, porém, no local só tinha áreas degradadas e trabalhava no vermelho. Hoje, a área é o cenário ideal para buscar a palavra de ordem do agrônomo João K, que quer as fazendas brasileiras fazendo quatro safras por ano.

“Nós fazemos a safra de verão, que é com soja. Colhemos a soja e fazemos uma safrinha de milho consorciada com capim. Colhemos o milho e colocamos uma safrinha de boi. Tiramos o boi e fazemos uma safra de palhada para o plantio direto e gerar matéria orgânica no solo. Então, são quatro safras dependentes apenas de chuva, sem irrigação”, diz o agrônomo.
O eucalipto também começou a entrar no sistema nos últimos anos e pode render outras safras de madeira.
O agrônomo paranaense, de origem ucraniana, é conhecido pela expressão João K, sobrenome Kluthcouski. Como a palavra é difícil de pronunciar, os colegas de serviço simplificaram só com as iniciais. Mas, para não usar JK, que é nome de presidente, ficou João K. Assim ele é conhecido tanto na Embrapa Arroz e Feijão, onde trabalha, quanto nas fazendas que visita.

O Globo Rural acompanha o trabalho de João K e sua equipe há mais de 30 anos. Em sucessivas reportagens, o programa mostra os trabalhos do agrônomo. Começou no consórcio de arroz com capim. Seguiu para o milho, sorgo, guandu, girassol, soja e outras plantas. A base é sempre semear junto a lavoura e o capim, fazendo rotação de culturas e plantio direto, mexendo na terra o mínimo possível. A tecnologia que está se mostrando revolucionária para climas tropicais.

Na Fazenda Eco Nelore, no município de Teresópolis de Goiás, a 20 quilômetros de Goiânia, o agricultor Robert Berger implantou a integração e traz as contas na ponta do lápis.

“Quando eu assumi a fazenda, há cinco anos, ela estava toda degradada e com uma capacidade animal muito pequena. Eu teria que reformar todos os pastos. Fiz as contas e assustei porque é muito caro. Fui pesquisar e acabei encontrando a integração lavoura pecuária que me falavam que eu reformava o pasto sem custo. Eu falei: ‘uá, como é que eu vou fazer isto?’ Fui visitar uma fazenda, vi os números e resolvi aplicar”, diz Berger.

O agricultor foi abrindo a fazenda por partes. Hoje, Berger ainda tem áreas degradadas, que espera renovar no tempo certo. “É sem custo porque a gente planta o milho, que já tem que adubar. Junto, planta o capim, que eu só pago a semente. Colho o milho, que paga todas as contas e ainda deixa um lucro. A semente eu recupero com a palhada do milho que fica com mais proteína para os animais”, explica.

Na mesma região da fazenda de Robert Berger ainda existe muitas pastagens desfiguradas. Há capim rasterinho no chão e cupim. O mato de folha larga que existia o gado comeu. Só restou um ou outro pé de assa-peixe. Essa é a situação de um pasto degradado.

“Em uma situação dessa o pasto fica tão frágil que sai fácil. Ela não tem fixação da raiz no solo. O próprio ato de pastejo do touro ou do gado arranca com facilidade”, esclarece o técnico agrícola Hélvio dos Santos Abadia.

O avanço do sistema de integração se deve, entre outros fatores, à existência do capim braquiária brisanta. Desde que tenha condição de agir, a braquiária como que afofa o solo para o plantio da lavoura crescer.

Marize Porto Costa, da Fazenda Santa Brígida, em Ipameri, assumiu há nove anos a propriedade com pastagens degradadas. O local lidava só com gado, tinha três funcionários, dois tratores pequenos e uma carretinha. “No início, a gente estava trabalhando até num campo negativo. Pela falta de pasto, uma unidade animal precisava de dois hectares para poder sobreviver. Hoje, nós colocamos quatro”, diz.

O agrônomo Roberto Freitas, que presta consultoria agronômica para diversas fazendas da região, chama atenção para um detalhe do sistema de integração e também mostra-se impressionado com o papel da braquiária e dos restos de cultura na produção de matéria orgânica. “Fazenda funciona 360 dias por ano contemplando a atividade pecuária e a atividade agrícola. Como a gente tem a palhada mais grossa, que o gado não come, essa parte mais fibrosa é que vai dar uma matéria orgânica estável que vai persistir no solo por cerca de 80 a 100 anos”, diz.

Ao longo dos últimos 25 anos, o dia-a-dia da aplicação do sistema lavoura-pecuária foi revelando problemas que precisaram ser contornados. “Na hora de colher o milho, se o milho fosse de espiga baixa, dava embuchamento na colhedeira. Depois, nós criamos técnicas de deixar o capim pequeninho até a colheita do milho, através de pequenas doses de herbicidas. Mas, isso já está evoluído e a grande maioria dos produtores que fazem o sistema já usa essa dose segurando o capim”, diz João K.

2º Bloco da Reportagem de José Hamilton Ribeiro / Do Globo Rural

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26 out 2015

Integrar lavoura e pecuária será questão de sobrevivência, diz estudo

* Por Mauro Zafalon – Folhapress / Folha de São Paulo 

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A agricultura brasileira se destaca entre os padrões globais de desempenho. Os modelos tradicionais de pecuária praticados no país, no entanto, têm um desempenho ainda anêmico.
Dos cerca de 170 milhões de hectares destinados à pecuária extensiva, quase metade encontra-se em algum estágio de deterioração.

A degradação do solo faz com que a ocupação da área seja bem inferior ao potencial das áreas bem conservadas.

A atividade agropecuária exige, no entanto, cada vez mais uma busca por eficiência, que passou a ser uma questão de sobrevivência.

Isso porque há um crescente custo de oportunidade da terra, limites na expansão da área de produção devido à legislação ambiental e exigências de um consumidor mais atento a boas práticas socioambientais.

Avaliando essas questões, Adolfo Fontes, analista do Rabobank de proteína animal, e Renato Rasmussen, do setor de grãos do banco, fizeram um estudo sobre a necessidade e a viabilidade da integração lavoura-pecuária.

A adoção do sistema possibilita recuperação das pastagens, adoção de práticas ambientais sustentáveis, redução de riscos e diversificação da renda do produtor.

A comparação de margens operacionais entre os diversos sistemas de produção aponta uma larga vantagem para o de integração.

Dados do Rabobank apontam que, se o produtor fizer apenas o plantio de soja durante o ano, terá uma margem de R$ 410 por hectare. Se após a soja ele acrescentar a safrinha de milho, essa margem sobe para R$ 604.

Quando a integração envolve a pecuária, o ganho é maior ainda. O plantio de soja, seguido de uma “safrinha de boi”, pode render R$ 743, segundo cálculos do banco.

Durante o cultivo da soja, o produtor mantém também o cultivo de capim, que será consumido pelo boi após a colheita da oleaginosa.

O produtor com solo favorável para a utilização de três safras -soja seguida de milho com capim e, na sequência, o boi- tem margem de R$ 937 por hectare.

ENTRAVES
Rasmussen e Fontes afirmam que a lista de benefícios da integração é animadora, tanto do lado agronômico como do ambiental e econômico, mas essa prática ainda encontra entraves.

É um modelo complexo de produção e, muitas vezes, há despreparo do pecuarista no planejamento e no escalonamento da operação agrícola.

Além disso, há ausência de suporte técnico, o que inibe a expansão. A infraestrutura precária também desfavorece a disseminação dessa técnica, apontam os técnicos.

Apesar disso, Fontes e Rasmussen acreditam que o avanço da integração lavoura-pecuária será promissor nos próximos anos.

Essa expansão será necessária porque cresce a conscientização do consumidor em relação à responsabilidade socioambiental na cadeia produtiva de alimentos.

Há uma maior disponibilidade de recursos financeiros para os que adotam o sistema de integração, apoiado pelo BNDES, via ABC (Programa de Agricultura de baixa Emissão de Carbono).

Além disso, nas propriedades com solos com elevado teor de matéria orgânica, há aumento de produtividade.

Já nas com solo menos estruturados, a integração é uma necessidade devido à retração dos preços de comercialização e das margens dos produtores.

A integração vai permitir, ainda, melhora da produtividade brasileira na pecuária. O Brasil tem um rebanho que corresponde a duas vezes o dos EUA, mas produz menos carne do que os americanos, aponta o estudo do Rabobank.

BENEFÍCIOS
Os técnicos do banco destacam que, entre os benefícios agronômicos da integração lavoura-pecuária, estão o aumento de teor da matéria orgânica no solo, cobertura do solo durante todo o ano, conservação da água e pastagens em períodos de seca.

Entre os benefícios ambientais estão recuperação de pastagens degradadas, redução de emissão de CO2 e aumento de produção de carne sustentável, entre outros.

O estudo destaca, ainda, os benefícios econômicos, que passam por otimização do uso dos recursos da propriedade, mais receita financeira, menor demanda por insumos agrícolas e redução de custos na produção.


24 set 2015

Pecuaristas paraenses estudam Sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

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Marabá/ Pará (24 de setembro de 2015) – Termina hoje, 24 de setembro, o curso sobre “Sistemas integrados e diversificados de produção agrícola sustentável”, promovido pela Embrapa Amazônia Oriental em parceria com pesquisadores do Projeto Biomas.

Nos dias 22 e 23, o curso aconteceu no auditório do Incra, em Marabá, com a presença de técnicos extensionistas, professores professores universitários e demais multiplicadores que atuem junto ao setor produtivo desta região de forte tradição na pecuária paraense.

Hoje, 24 de setembro, os participantes do curso visitarão a área experimental do Projeto Biomas, localizada na Fazenda Cristalina, há 100 quilômetros de Marabá, no Pará.

Na Fazenda Cristalina, os participantes do curso vão ver o experimento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) implantado pelos pesquisadores do Projeto Biomas.

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é um sistema que reúne agricultura, pecuária e floresta, e alia a preservação ambiental com aumento da produção e viabilidade econômica da atividade agropecuária. Sua tecnologia visa à diversificação e integração dos diferentes sistemas produtivos, em uma mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotação, e com benefícios econômicos e ambientais para todas as atividades. O ILPF também está contemplado no Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), política pública que incentiva ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas para a redução de emissão de gases de efeito estufa.

A Fazenda Cristalina reúne 22 iniciativas do projeto Biomas, que tem por objetivo principal a inserção da árvore nas propriedades rurais como alternativa aos sistemas produtivos e recuperação de áreas alteradas e degradadas.

O curso em Marabá é promovido pela Embrapa Amazônia Oriental em parceria com o Bando da Amazônia, Rede Fomento, Projeto Biomas e Incra.

Coordenação de Comunicação Digital da CNA, com informações da Embrapa Amazônia Oriental
Foto: Gustavo Fröner

amazonia-oriental.imprensa@embrapa.br
(91) 3276-0883
(61) 2109-1382
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