02 out 2015

Seminário do Programa ABC Cerrado será realizado sexta-feira em Cassilândia, no Mato Grosso do Sul

*Da FAMASUL

O programa será promovido por meio de uma parceria entre SENAR,
Ministério da Agricultura e Embrapa

7178-lavoura-pecuaria-siteHoje, 2 de outubro, o SENAR/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural dará início aos seminários de sensibilização e divulgação do Projeto ABC Cerrado, que tem a finalidade de disseminar práticas de agricultura com baixa emissão de carbono, alertando o produtor sobre a importância de investir na propriedade de forma a obter retorno econômico e preservando o meio ambiente.

O primeiro encontro será realizado no município de Cassilândia e tem como público alvo produtores, alunos e estudantes do setor produtivo. Com uma serie de ações, equipes técnicas oferecerão ferramentas de incentivo e difusão de práticas sustentáveis nas propriedades rurais localizadas na região de Cerrado. Na primeira etapa, além de Mato Grosso do Sul, serão atendidos os Estados da Bahia, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Minas Gerais e Distrito Federal.

A ação é conjunta com o Ministério da Agricultura e a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e terá como foco principal o desenvolvimento de quatro tecnologias previstas no Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) Sistema de Plantio Direto, Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e Florestas Plantadas.

De acordo com o superintendente do SENAR/MS, Rogério Beretta, o projeto tem dois diferenciais que se adequarão às necessidades do Estado. “O ABC Cerrado tem objetivo de atender áreas do cerrado nas quais sejam identificadas pastagens degradadas, promovendo a introdução de tecnologias nos setores de ILPF, agricultura e floresta. Para atender estas propriedades, o Senar está formando técnicos que oferecerão assistência técnica nas diferentes regiões de Mato Grosso do Sul”, explica.

O Senar é o responsável pela formação profissional dos produtores rurais, capacitação de instrutores e técnicos de campo e pela assistência técnica oferecida posteriormente nas propriedades rurais. A programação inclui a apresentação do projeto, a desmistificação dos conceitos e a aplicabilidade das tecnologias de baixa emissão de carbono. Além disso, serão apresentadas as vantagens e resultados do trabalho desenvolvido pelo ABC Cerrado.

Serviço – O seminário será realizado nesta sexta-feira (2), das 18h30 às 20h30, na câmara municipal de Cassilândia. O endereço é Rua Amin José, 356, Centro. Já no dia 7 de outubro (quarta-feira), o evento acontecerá em Aquidauana, das 19h às 21h.

Confira a programação:

18h30 –  Abertura – Presidente Sindicato Rural de Cassilândia: Sr. Ademir Cruvinel

19h –  Contextualização do Programa ABC – Sr. Orlando Baez- Chefe da DPDAG/SFA/MS

19h30 – Tecnologias preconizadas no ABC Cerrado: plantio direto, recuperação de pastagens, floresta plantada, integração lavoura pecuária floresta – uma breve visão sobre cada tecnologia – Pesquisador Ademir Hugo Zimmer EMBRAPA CNPGC

20h – Projeto ABC CERRADO: Atuação do Projeto nos Estados – Capacitações e Assistência Técnica – Sr. Mateus Tavares – Coordenador do Programa ABC Cerrado/Senar Central

20h30 – Cocktail de Encerramento


27 ago 2015

Sistema de Integração é considerado uma das mais importantes revoluções da agricultura

*Do Jornal Expresso MT

IGO_7345O sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) chega em agosto de 2015 ocupando 750 mil hectares em Mato Grosso. Em 2004, um levantamento feito pela Embrapa Agrossivilpastorial de Sinop, a Fundação Rio Verde e o Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso) mostrava que o sistema no Estado era utilizado em apenas 10 mil hectares.

O motivo dessa evolução foi apresentado pelo pesquisador da Embrapa, Flávio Wruck, no Seminário sobre Jornalismo Rural e Produção Sustentável. “Cada dia mais estamos convencendo os produtores rurais que o sitema é viável”, afirmou o especialista. Segundo ele, para o sucesso da ILPF o sitema precisa ser:

•Tecnicamente eficiente;
•Economicamente viável;
•Ambientalmente correto;
•Socialmente justo;
•Culturalmente aceito e
•Politicamente aplicável.

A ILPF tem como grande objetivo a mudança do sistema de uso da terra, fundamentando-se na integração dos componentes do sistema produtivo, visando atingir patamares cada vez mais elevados de qualidade do produto, qualidade ambiental e competitividade.

Com o sistema, considerado uma das revoluções da agricultura, o produtor rural descobriu que pode trabalhar na terra o ano inteiro e não só nos meses de safra como era no passado. Convence-lo não está sendo difícil com o passar dos anos principalmente porque cada um precisa avaliar qual sistema se adequa melhor a sua propriedade. “O nome do sistema é Lavoura-Pecuária-Floresta, porém isso não significa que você tem, obrigatorialmente, que ter as três atividades na sua fazenda. Lavoura-Pecuária, Pecuária-Floresta e Lavoura-Floresta são muito comuns em propriedades no estado”, esclareceu Wruck.

No Brasil, existem vários sistemas de ILPF que são modulados de acordo com o perfil e os objetivos da propriedade rural. Além disso, essas diferenças nos sistemas se devem às peculiaridades regionais do bioma e da fazenda, como: condições de clima e de solo, infraestrutura, experiência do produtor e tecnologia disponível.

Para investir em uma nova atividade o principal entrave continua sendo a falta de crédito rural.
Um dos programas que resolve em parte esse desafio é o Agricultura de Baixo Carbono (ABC), do Governo Federal. Ele oferece linhas de crédito para produtores que queiram se organizar e planejar ações que adotem tecnologias de produção sustentáveis com o compromisso de reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Mas, por causa da burocracia muitos acabam optando pelo FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste), que financia a agricultura com custos semelhantes e mais facilidades na obtenção.

Segundo a Embrapa, o governo assumiu o compromisso de aumentar a área com sistema ILPF. A meta é chegar em 2020 com 4 milhões de hectares ocupados pelo sistema.

Além da ILPF outros avanços são considerados pelo pesquisador, Flávio Wruck, “revoluções” na agricultura. A Primeira delas o plantio direto, que transforma a palhada decomposta de safras anteriores em “alimento” para o solo. As vantagens são a redução no uso de insumos químicos e controle dos processos erosivos, uma vez que a infiltração da água se torna mais lenta pela permanente cobertura no solo. Em seguida o especialista destaca a ocupação do bioma cerrado para a agricultura e a viabilidade da segunda safra.