*Com informações do Sindicato Rural de Três Lagoas
A consolidação do perfil sustentável do produtor rural sul-mato-grossense é resultado da adesão às novas tecnologias e ao acesso à informação de qualidade. Para fortalecer este patamar rural e trazer dados sobre o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta foi realizado, na última sexta-feira (18), o Dia de Campo da Fazenda São Mateus, em Selvíria.
O vice-presidente do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Nilton Pickler e a diretora-secretária da instituição, Terezinha Candido, prestigiaram o evento, que contou coma participação de mais de 350 pessoas.
Para Nilton Pickler, o sucesso do evento comprova que as pessoas já começam a olhar o setor no Estado de um modo diferente. “O SENAR/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural já vem trabalhando mais nesta região nos últimos anos. Que a ciência e a tecnologia, para quem quer usar, possam ser aquilo que vai trazer o resultado para a agropecuária brasileira”, finaliza.
O ‘Tira Teima a Campo’ contou com a parceria do Sistema Famasul, do Sindicato Rural de Três Lagoas, da Embrapa Agropecuária Oeste e do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. O objetivo foi mostrar as estratégias de manejo para a recuperação de pastagens degradadas e cultivo de soja, por meio do uso do sistema de produção diversificado, baseado na integração lavoura-pecuária.
Na abertura do evento, que está em sua 8ª edição, Mateus Arantes, proprietário da Fazenda São Mateus, reforçou o desafio para a propriedade tornar-se cada vez mais sustentável nessa região. “A fazenda irá fazer 80 anos. Esse oitavo dia de campo, além de especial, será diferente. Tenho que agradecer todos que contribuíram para que ele acontecesse. Especializamos em lavoura e pecuária e iniciamos outro ciclo de pesquisa”, reforça.
A São Mateus se tornou um ponto de pesquisa após o trabalho desenvolvido na propriedade, durante sete anos, com dados sobre o Sistema ILPF. A região tem solos arenosos e distribuição irregular das chuvas. O trabalho desenvolvido em conjunto e o resultado exitoso comprovam como a ciência, associada à tecnologia rural, podem modificar o cenário de uma propriedade.
Arantes diz também que pensando em inovação, em 2012, um novo cenário surge na fazenda. “Começamos desenvolvendo um gado diferenciado. Aqui trabalhamos exclusivamente com gado a pasto. Não fazemos nada de concentrado, suplementação e confinamento. Isso proporciona uma carne muito diferenciada e com mais sabor. Tenho só que agradecer toda minha família que acreditou e também aos presentes. A nossa vontade é que mais pessoas desenvolvam a região e acreditem. Inserir tecnologia é fundamental”, finaliza.
Marco Garcia, presidente do sindicato Rural de Três Lagoas, disse que o maior desafio é pensar em uma agricultura para o município e região. “O sindicato rural tem muito orgulho de ser parceiro desse evento. Quando digo que o maior desafio é pensar na agricultura, estou falando em investir em tecnologia. Isso foi provado aqui na fazenda São Mateus, onde os resultados dão certo. A Embrapa foi parceira por acreditar nessa região. Qualquer sindicato deve apostar no pioneirismo e desenvolvimento (…)”, reforça Garcia.
No Dia de Campo foram realizadas duas palestras. A primeira foi com o diretor de planejamento estratégico da John Deere, João Pontes, que abordou sobre a rede de fomento que está entrando na região. “Nós acreditamos na tecnologia e criamos a rede para ela chegar cada vez mais aos produtores. Fazer a integração com a propriedade é mais que fazer agricultura. Em forma conjunta, existe uma necessidade de ver isso como um sistema e é uma grande oportunidade”.
Outra palestra foi com o representante da Sepaf – Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar, Jerônimo Alves, que apresentou o programa Terra Boa como fomentador do desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. No início do mês, o Sistema Famasul, juntamente com outras instituições, assinou o termo de cooperação do Programa Estadual de Recuperação de pastagens degradadas. A intenção é recuperar potencial produtivo de dois dos oito milhões de hectares de pastagens que apresentam algum grau de degradação e será gerido pela Sepaf. Conforme apresentação, o incentivo oferecido pelo Estado viabilizará o custo do investimento que será realizado pelo produtor para recuperar a área degradada.