06 jul 2016

Produtores do Pará conhecem detalhes de tecnologias de baixa emissão de carbono em seminário do PRADAM

*Do SENAR Brasil

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Mais de 200 pessoas participaram do primeiro seminário de sensibilização do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas na Amazônia (PRADAM), que aconteceu em Marabá, no Pará, nesta quarta-feira (06/07) durante a programação da Exposição Agropecuária de Marabá (Expoama).

Os participantes assistiram a duas palestras de pesquisadores da Embrapa sobre a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e a importância da Recuperação de Áreas Degradadas na Amazônia, tecnologias de baixa emissão de carbono.

O coordenador de Assistência Técnica e Gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Matheus Ferreira, esteve no evento em Marabá e explicou a importância desse projeto, por telefone logo cedo no Canal do Produtor TV.

O próximo seminário ocorrerá nesta sexta-feira (08/07), em Rio Branco, no Acre. O evento é gratuito e acontecerá no auditório da Federação da Agricultura do Estado do Acre (FAEAC), das 8h às 12h30.

Sobre o Projeto
O Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas na Amazônia (PRADAM) é primeira parceria entre o SENAR Brasil e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). As ações são realizadas com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Embrapa, para disseminar práticas de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) na região amazônica.

O assessor técnico do SENAR, Mauro Muzell Faria, também falou sobre o PRADAM, ao vivo nesta quarta-feira (06/07) no estúdio do Canal do Produtor TV.

Assista à entrevista:

Acesse a agenda de eventos do PRADAM :

http://www.senar.org.br/abcsenar/pradam/

 


05 jul 2016

Plantio direto contribui para mitigação dos gases de efeito estufa

Por Embrapa Cerrados*

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Pesquisa realizada na região central do Cerrado brasileiro e publicada na Nature/Scientific Reports mostra que os estoques de carbono em solo sob sistema de plantio direto (SPD) no longo prazo podem se equiparar aos valores originais observados em solo de Cerrado nativo. O trabalho avaliou a dinâmica dos estoques de carbono do solo em áreas de plantio direto sob diferentes tempos de adoção. O estudo é resultado de um trabalho que começou na Embrapa Cerrados em 2001.

O sequestro de carbono foi avaliado em áreas agrícolas sob plantio direto nos municípios de Rio Verde e Montividiu, na região sudoeste de Goiás, consideradas representativas da agricultura intensiva da região do Cerrado. Para o desenvolvimento do estudo foi utilizada uma cronossequência. “Esse tipo de abordagem permite realizar observações em condições de fazenda, nas quais áreas agrícolas com características semelhantes de clima, solo e relevo são comparadas de acordo com seu histórico de uso”, explica o pesquisador da Embrapa Cerrados Robélio Marchão, um dos idealizadores do estudo.

O sequestro de carbono em solos agrícolas é um processo importante, pois é uma forma de mitigação do efeito estufa. Além disso, o acúmulo de carbono no solo promove outros benefícios sobre a qualidade do solo, tanto do ponto de vista químico, quanto físico e biológico. As pesquisas foram conduzidas em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão (GO), Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), da França, Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade de Rio Verde (UniRV).

Resultados

Um dos objetivos iniciais da pesquisa era avaliar se a longo prazo o sistema plantio direto continuaria a estocar carbono no solo ou se haveria uma saturação do carbono no perfil. “Já existiam na literatura relatos de que, após aproximadamente 20 anos, o plantio direto deixaria de acumular carbono no solo por causa de uma possível saturação. Esse é inclusive o prazo adotado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para se determinar a contribuição pela adoção do sistema. Mas permanecia a dúvida se esse critério era válido para condições tropicais”, esclarece Marchão.

O estudo foi baseado na comparação de duas épocas de amostragem, 2003 e 2011. Na primeira fase da pesquisa, percebeu-se uma variação muito grande, com uma elevada taxa de acúmulo de carbono nas áreas de plantio direto. Nessa época, as áreas estudadas possuíam histórico de adoção de um a 13 anos. A pesquisa avaliou uma cronossequência de áreas cultivadas sob sistema de plantio direto em diferentes tempos de adoção desde a conversão do preparo convencional do solo − amostrada em 2003 e revisitada em 2011.

De acordo com o pesquisador, os teores de carbono do solo nas áreas de Cerrado nativo e pastagem contínua foram também amostrados como referência. Os principais resultados observados revelaram que, no período de aproximadamente entre 11 e 14 anos, os estoques de carbono do solo sob sistema de plantio direto foram elevados, se aproximando dos observados no Cerrado nativo. “As taxas médias anuais de sequestro de carbono estimadas utilizando o método da cronossequência foram 1,61 e 1,48 Mg C ha−1 ano−1 (megagrama de carbono por hectare por ano) nas amostragens de 2003 e 2011, respectivamente, e revelaram-se maiores que aquelas observadas ao comparar os mesmos locais amostrados após o período de oito anos. O método de comparação diacrônico, que faz uso de resultados dos estoques nos sistemas dentro de uma mesma época (ano) de avaliação, revelou que as áreas sob sistema de plantio direto mais recentes apresentaram tendência de maiores incrementos no estoque de carbono em comparação às áreas mais antigas”, afirma.

Segundo o especialista, estima-se que a conversão de uma área extra de oito milhões de hectares sob sistema de plantio convencional para sistema de plantio direto permitirá atingir uma taxa de sequestro de carbono atmosférico de oito milhões de toneladas (oito teragramas) por ano no período de dez a 15 anos após a conversão. “Esses resultados são extremamente importantes para se avaliar o potencial da tecnologia do plantio direto, uma vez que ela é umas das opções do Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC)”, afirma.

Perspectivas

Prática agrícola comumente adotada por produtores pelo País, o sistema de plantio direto é uma tecnologia conservacionista que teve grande desenvolvimento a partir da década de 1990. Além de reduzir a erosão e evitar perdas de solo, o SPD reduz os custos de produção por não necessitar revolver o solo (menor custo energético) e também aumenta o rendimento das operações de semeadura, ampliando a janela de plantio para o produtor. O resultado desse estudo, no entanto, confirmou que, após aproximadamente 20 anos de conversão das áreas sob manejo convencional para o plantio direto, pode ocorrer, de fato, uma saturação de carbono na camada superficial do solo.

“O desafio da pesquisa é encontrar outras formas de promover o acúmulo de carbono no solo. Já podemos afirmar, para o caso de solos agrícolas corrigidos, que a rotação dessas áreas com pastagens, em sistemas que integram lavoura e pecuária, é uma das formas de potencializar o plantio direto, permitindo, assim, acumular carbono em camadas mais profundas do perfil do solo”, afirma o especialista. Segundo ele, a intenção agora é continuar com esse monitoramento de longo prazo para avaliar como será a evolução daqui pra frente.

Scientific Reports é a única publicação de acesso livre do Nature Publishing Group. O trabalho pode ser acessado na íntegra neste endereço.


29 jun 2016

Visita técnica proporciona contato com tecnologias ABC e troca de experiências

*Do SENAR Brasil

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Os instrutores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) que atuam no Projeto ABC Cerrado conheceram de perto, nesta quarta-feira (29), as tecnologias de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistema Plantio Direto na unidade da Embrapa Cerrados, em Brasília. A visita técnica faz parte da capacitação que acontece durante toda esta semana na Sede do Sistema CNA/SENAR.

Além de ver de perto como funcionam as tecnologias, os instrutores participaram de palestras dos pesquisadores da Embrapa sobre os experimentos realizados e os resultados alcançados. “Recebemos muitas informações novas, de tecnologias que eu particularmente ainda não conhecia. Está sendo muito bom e poderei levar essas novidades para minha região e incentivar os produtores a adotarem essas tecnologias, porque atualmente ainda estamos atuando apenas com recuperação de pastagens”, conta o instrutor Danilo Alves Pereira, do SENAR Bahia.

Sebastião Pedro da Silva

O chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro da Silva, destacou a importância dos instrutores terem esse contato com as tecnologias de baixa emissão de carbono e ressaltou qual delas é, para ele, a que está em evidência. “A integração Lavoura-Pecuária-Floresta é a tecnologia que está mudando e vai continuar mudando o patamar da produtividade brasileira pelas suas características produtivas”, disse.

Os instrutores saíram da visita animados com o conteúdo ministrado, que tratou também de forragicultura para recuperação de pastagens e plantas de cobertura para Sistema Plantio Direto.

Paulo Eugênio Cordeiro

Para o instrutor do SENAR Minas Gerais Paulo Eugênio Cordeiro, as tecnologias ABC vão ajudar o produtor a fazer melhor uso da terra, e a instrutora Alaise Lopes Martins acredita que no seu estado, o Piauí, a Recuperação de Pastagens vai se destacar entre tecnologias. “Isso vai acontecer devido à realidade do estado, não que as outras três tecnologias também não sejam importantes. De todo modo, o conhecimento adquirido nessa capacitação está nos dando embasamento para tentarmos provar para o produtor os ganhos que ele terá na produção adotando as tecnologias ABC e protegendo o meio ambiente, que é o que todos nós queremos.”

Ronaldo Trecenti

Na visão de Ronaldo Trecenti, consultor do SENAR em iLPF, que ministra o treinamento junto com outros dois profissionais,  a visita técnica na Embrapa fecha com chave de ouro o treinamento. “O que está sendo visto aqui é pesquisa em andamento, não publicada, essa experiência não está catalogada. O aluno não vai ver isso na faculdade nem em apostilas, só vindo aqui para presenciar, conversar e trocar experiências. Estar aqui é fundamental para eles que vão atuar levando capacitação para o produtor rural. Eu considero que a visita técnica é fechar o treinamento com chave de ouro.”

A capacitação dos instrutores ainda segue até sexta-feira, 1º de julho. Eles ainda terão aula sobre iLPF e Sistema Plantio Direto. “Após o treinamento os instrutores estarão prontos para ir a campo. Este é o segundo treinamento de instrutores e objetiva a atualização e formação de novos colaboradores para o projeto”, completa Mateus Tavares, coordenador do Projeto ABC Cerrado no SENAR.


03 jun 2016

Sistema de ILPF é considerado uma das opções mais sustentáveis da atividade agropecuária

Por SENAR-MS*

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Um dos sistemas integrados que registra maior crescimento e adesão entre os produtores rurais na última década é o ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta. Um levantamento publicado no portal da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária revela que em todo território nacional cerca de dois milhões de hectares já utilizam a técnica e a perspectiva para os próximos 20 anos é de que este número aumente para 20 milhões de hectares.

Os produtores rurais que aderirem ao projeto ABC Cerrado, idealizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Embrapa, Ministério da Agricultura – Mapa e Banco Mundial terão acesso a capacitação deste formato produtivo que foi proposto como uma das tecnologias que contribuem para mitigação da produção de gases de efeito estufa, junto com o Sistema de Plantio Direto, Recuperação de Pastagens Degradadas e Florestas Plantadas.

Sob a responsabilidade do agrônomo e mestre em sistemas de Plantio Direto e ILPF, Ronaldo Trecenti será promovida uma capacitação que contemplará a equipe técnica responsável posteriormente, pelo atendimento de assistência técnica aos participantes do projeto em Mato Grosso do Sul. “Nosso objetivo é esclarecer os participantes que a adoção dessas tecnologias colaboram para a sustentabilidade e competitividade do empreendimento rural, demonstrando também a viabilidade econômica para o produtor”, explica.

Questionado sobre as vantagens de se implantar o sistema agrossilvipastoril, Trecenti detalha: “A diversificação das atividades nas propriedades rurais vão da recuperação de solos degradados, rotação de culturas, bem estar animal até arborização das pastagens. É preciso ficar claro para os produtores que o ILPF é um investimento que requer mais tempo, porém, que resulta na melhoria progressiva da renda, além de contribuir expressivamente com a redução das emissões de gases de efeito estufa”, argumenta.

Investimento garantido – O interessado em implantar uma das tecnologias apresentadas pelo ABC Cerrado precisa se inscrever no projeto e participar de umas das capacitações oferecidas, com 56 horas/aula de duração. A meta do SENAR/MS é prestar assistência técnica para 400 produtores rurais que se dedicam a atividade agropecuária no período de 18 meses.

O especialista revela que o investimento necessário para iniciar o sistema integrado deve variar de acordo com a tecnologia, região, infraestrutura disponível na propriedade, foco produtivo, entre outros fatores. “Estima-se um investimento que varia de R$5 mil a R$ 10 mil reais por hectare, sem considerar a aquisição de animais para terminação ou engorda. No entanto, é possível começar o sistema de Integração Lavoura Pecuária adicionando o componente agrícola na reforma de pastagens com um custo mais baixo e retorno rápido do investimento”, e acrescenta: “No ILPF, normalmente as receitas das lavouras (grãos e silagem) e da pecuária (carne e leite) cobrem os custos de implantação dos sistemas. Dessa forma, a receita com a colheita florestal que começa a partir do 12º ano será a receita líquida”, aponta Trecenti.

Outra consideração importante feita pelo profissional que irá preparar a equipe técnica do SENAR/MS, no atendimento do projeto ABC Cerrado diz respeito ao período da colheita florestal. No caso do plantio com espaçamento menor e com uma população inicial de 400 a 600 árvores, o manejo bem feito possibilita que o primeiro desbaste seja antecipado para o 4º ou 5º ano, nos casos de utilização de madeira para tratamento de estacas e mourões. No segundo momento, a retirada poderá ser realizada no 7º ano para indústria de energia e quando completar o 12º ano, o eucalipto poderá ser encaminhado para serraria. Isso significa mais valor agregado à produção de madeira e consequentemente, incremento na receita líquida da propriedade.

Informações adicionais – Mato Grosso do Sul foi um dos oito Estados brasileiros escolhidos para participar da primeira fase do projeto que tem a finalidade de contribuir com a redução da emissão dos gases de efeito estufa.  No último dia 30 de maio teve início a primeira etapa de capacitação dos produtores rurais que aderiram ao ABC Cerrado, totalizando oito turmas atendidas nos municípios de Campo Grande, Dourados, Inocência, Nioaque e Paranaíba.


08 mar 2016

Produtores da Paraíba conhecem o Sistema Integração-Lavoura-Pecuária para o Semiárido

* Do Ministério da Agricultura

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Técnicos falam sobre o ABC para produtores paraibanos (Divulgação/Embrapa/Mapa)

O cultivo do milho em consórcio com gramíneas forrageiras no Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária (ILP) tem potencial para se expandir no semiárido nordestino. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a ILP é uma opção viável para a recuperação de pastagens e de solos degradados e formação de palhada para o plantio direto no agreste. A ILP – uma das seis tecnologias recomendadas no Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) – na região foi apresentada a 230 produtores, técnicos, extensionistas e estudantes durante encontro no município de Lagoa Seca (PB).

“No consórcio do milho com espécies de braquiárias, a forrageira pode ter dupla finalidade: serve como alimento para a exploração pecuária, a partir do final da estação chuvosa, e, depois, para formação de palhada no sistema plantio direto”, diz o pesquisador da Embrapa-Algodão, João Henrique Zonta. Ele participou do dia de campo sobre a ILP na Estação Experimental da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), em Lagoa Seca, no último dia 2.

Zonta lidera o projeto Manejo de Gramíneas Forrageiras em Sistemas de Integração-Lavoura-Pecuária para as Condições do semiárido. O objetivo do projeto é avaliar espécies de gramíneas forrageiras e arranjos de semeadura para implantação desse sistema para as condições da região, visando maior adoção do ABC na região. O plano busca contribuir com a redução e a adaptação às mudanças do clima para o setor agropecuário.

O coordenador de manejo sustentável dos sistemas produtivos do Mapa, Elvison Nunes Ramos, também participou do encontro. Ele lembra que o sistema ILPF é válido para todo o Brasil, mas requer geração conhecimento para ser adaptado às diferentes regiões. “É preciso ampliar o conhecimento e as opções para o semiárido, porque o clima é bastante específico e determina as culturas que deverão ser adotadas e as possibilidades de rotação. É um trabalho de pesquisa local para conhecer o que se pode utilizar para essa região.”

O produtor Maurício Hardman foi ao encontro para obter informações porque quer instalar um experimento de milho e sorgo integrados com pastagem. “O suporte técnico da Embrapa vai ser fundamental para termos uma iniciativa de sucesso, por meio da qual possamos fazer, próximo ano, um trabalho em escala comercial e ainda estimular outros produtores na região a aderir à ILP.”