09 jul 2015

Embrapa apresenta importância da luz para produzir carne e leite

*Da Embrapa

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A Embrapa Pecuária Sudeste leva à 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) o sistema de rastreabilidade e identificação animal (Tag Ativo) e a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). A SBPC, que tem como tema “Luz, Ciência e Ação”, ocorre de 12 a 18 de julho na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Na produção de carne e leite, a luz é essencial. O crescimento e desenvolvimento das pastagens, principal alimento do rebanho bovino brasileiro, dependem da incidência luminosa. A radiação solar também tem relação direta com o bem-estar animal. Durante o evento, os visitantes poderão ver em maquete a influência da luz em um sistema de ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta.

A diminuição da incidência de luminosidade afeta o crescimento dessas plantas. O que pode ocasionar menor produtividade na pecuária, refletindo na diminuição da oferta ou no aumento do preço de alimentos, como carne e leite.

“Na região tropical a incidência luminosa é alta, portanto, o potencial da produção vegetal é elevado para a maioria das plantas cultivadas. Sistemas de produção agropecuários que favorecem a produtividade vegetal são responsáveis pela sustentabilidade da produção de alimentos, fibras e energia nos países com vocação rural, como o Brasil”, explica o pesquisador da Embrapa, Luiz Adriano Cordeiro.

O sistema de integração lavoura-pecuária-floresta contribui para bem-estar animal propiciado pelas árvores em integração com pastagens. “Sistemas de ILPF possuem um microclima melhor, pois as árvores geram sombra que pode diminuir a radiação solar direta que atinge os animais em até 30%, a depender da espécie florestal”, enfatiza Cordeiro.

Para não prejudicar o desenvolvimento das pastagens por falta de luz, a integração deve seguir alguns princípios, como o plantio das linhas de árvores em nível e, quando possível, em alinhamento leste-oeste e utilização de espaçamentos entrelinhas de árvores suficientes para que não ocorra sombreamento excessivo. Esses conceitos poderão ser vistos na maquete exposta no evento.

Rastreabilidade animal
Outra tecnologia que será apresentada na SBPC é o Tag Ativo, para identificação e monitoramento do trânsito de animais. O equipamento foi desenvolvido pela Embrapa em parceria com a empresa AnimallTag.

O brinco eletrônico é fixado na orelha do bezerro assim que ele nasce. Um sinal de radiofrequência ativa o equipamento, que transmite o número do animal para um leitor portátil com memória para armazenar informações.

O funcionamento vai além da porteira. Durante o transporte dos animais, o Tag Ativo permite que o fiscal conheça todos os dados do transporte, como quantidade de animais, identificação de cada um, peso, idade, origem, destino, hora e data de embarque, além de informações do veículo. Visitantes do estande da Embrapa poderão simular o uso do brinco, utilizando um chapéu com o equipamento e ter seus dados lidos pelo leitor portátil.

É um sistema de baixo custo, que automatiza o processo de fiscalização nos postos de controles da sanidade animal, mesmo em regiões afastadas, sem infraestrutura. A tecnologia substitui os documentos em papel exigidos no transporte de gado, como atestados de vacina.
A Embrapa apresenta as tecnologias na ExpoT&C, feira de Ciência, Tecnologia e Inovação, que funciona a partir de segunda-feira (13), às 12 horas. A visitação ocorre até sábado (18), das 10 às 19 horas.

A programação com as atividades desta edição da SBPC está no endereço eletrônico www.sbpc.ufscar.br e no site da SBPC.


01 jul 2015

INTEGRAÇÃO LPF USA 6X MENOS ÁREA PARA PRODUZIR O MESMO QUE PLANTIOS COMUNS, DIZ PESQUISA

*Da Globo Rural/ Por Teresa Raquel Bastos

Eduardo Leduc, vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf para América Latina (Foto: Renato Micheletti/Basf)

Campinas / SP – A Basf, empresa alemã de químicos, apresentou um estudo em parceria com a Unesp Sorocaba sobre integração Lavoura-Pecuária-Floresta para reforçar a efetividade do sistema. Os experimentos foram feitos por dois anos na unidade de referência tecnológica Fazenda Santa Brígida pertencente à Embrapa, localizada em Ipameri (GO). Como metodologia, foi usado o sistema AgBalance, que mede e avalia a sustentabilidade na agricultura. Os resultados foram divulgados nesta terça-feira (30/6) durante evento para jornalistas em Campinas (SP).

Os resultados apontam, na comparação com sistemas convencionais de plantio e criação, que a iLPF usa seis vezes menos área para produzir a mesma quantidade, nos contextos analisados pelo estudo. Isso significa um melhor aproveitamento da terra e redução de desmatamento para ampliação de área. Ainda como resultados, há vantagens de recuperação de solos degradados pela pecuária, reaproveitando-os na agricultura, aumentando a matériaorgânica nos solos e mantendo esse padrão por tempo prolongado.

Com a integração LPF, continua a pesquisa, foi possível saltar de apenas uma safra anual de grãos, com colheita média de 3,5 toneladas por hectare, para plantio de soja, safrinha (com braquiária), pecuária e floresta em 11 meses do ano (mais de uma safra/ano), somando 10,5 toneladas de grãos por hectare, além da média de 180 Kg de carne na mesma área.

A sustentabilidade de uma propriedade não está apenas nestes resultados da produção agropecuária, mas também apoiada nospilares sociais e econômicos. Estes também são beneficiados: segundo a pesquisa, 36% mais socioecoeficiente e 54% mais economicamente rentável.

Segundo Eduardo Leduc, vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf para América Latina, o iLPF é uma das ferramentas para produzir mais alimentos para a população mundial crescente, que deve chegar à casa dos 9,5 bilhões de pessoas em 2050, demandando aumento de 70% na produção de alimentos. “A integração pode ajudar a produzir não só comida, mas energia para a propriedade”, explica.

O iLPF já é uma realidade em algumas propriedades no Brasil. A Embrapa acompanha dados desse sistema e estimou em 2013 que há 2,8 milhões de hectares com integração. “Hoje em boa parte do Brasil há duas safras, safrinha, e ainda pode integrar pecuária com o sistema. Talvez possa conseguir energia com biomassa, o que gera economia para a propriedade”, diz Leduc.


30 jun 2015

Benefícios da integração lavoura-pecuária no Matopiba são discutidos no Maranhão

* Da Embrapa

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“São vários benefícios. Principalmente agregação de valor. A empresa que implanta sistemas integrados consegue manter altas produtividades, tanto da cultura de grãos (como soja, milho e sorgo), como consegue ter um ganho muito bom também na parte de pecuária”, afirma Adelmo Oliveira, gerente-geral da Agropecuária Santa Luzia, que fica em São Raimundo das Mangabeiras-MA e pratica integração lavoura-pecuária (ILP) há 10 anos.

Ele relatou a experiência da fazenda durante evento sobre integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). Foi o primeiro de quatro encontros anuais que Embrapa e parceiros públicos e privados vão promover para transferir tecnologias nessas áreas nos estados que integram o Matopiba (todo o Tocantins e partes do Maranhão, do Piauí e da Bahia).

O proprietário da Agropecuária Santa Luzia é Oswaldo Massao. De acordo com ele, a produtividade, na década de 1990, era em média de 40 a 42 sacas de soja e entre 90 e 100 sacas de milho por hectare. Desde que implantou a integração lavoura-pecuária, há cerca de 10 anos, a fazenda viu as médias aumentaram para cerca de 60 sacas e para quase 160 sacas, respectivamente. Ou seja, houve consideráveis ganhos de produtividade nas duas culturas agrícolas. Referindo-se à experiência em sua propriedade, ele afirma que “esses três itens eu acho o pilar do sucesso: o melhoramento da genética, a plantabilidade (plantadeiras mais modernas) e a palhada de braquiária, que aguenta muito tempo”.

Marcos Teixeira é pesquisador da Embrapa Meio Norte (Teresina-PI) e coordena o projeto de transferência de tecnologia em ILPF no Matopiba. Segundo ele, a região tem tudo para aumentar essa integração: “nós estamos apenas nos primeiros produtores pioneiros. Não temos nenhum dado ainda pra registrar se tem 5% de integração lavoura-pecuária e mais o componente florestal, se são 10% ou se são 20%”, aponta.

O pesquisador diz que os Cerrados existentes nos quatro estados do Matopiba são parecidos em termos de oportunidade para o agronegócio. “Nós estamos querendo continuar esse esforço de integração dos quatro estados, das comitivas dos quatro estados, nos reunindo a cada ano”, explica.

A ideia desses encontros anuais é mostrar propriedades consideradas referências quando o assunto é ILPF em quaisquer de suas variantes: integração lavoura-pecuária; integração lavoura-floresta; integração pecuária-floresta; integração lavoura-pecuária-floresta, que reúne os três componentes.

Um dos participantes do encontro do interior maranhense, ocorrido no último dia 26 de junho, foi Luciano Vilela, pecuarista em Araguatins-TO que vem inserindo o componente agrícola de forma gradativa em sua área. Segundo ele, “com essa nova proposta da agricultura integrada com a pecuária, a gente pensa em não ter aquele pasto mais de muitos anos, com um zelo muito caro pra manter durante 20, 30 anos”. Ou seja, o produtor refere-se a possível diminuição de custos financeiros relacionados à manutenção do capim para o gado, situação permitida com a integração feita com o componente agrícola.

Perguntado se indicaria a outros produtores também adotarem a integração lavoura-pecuária, o gerente da Agropecuária Santa Luzia afirma que sim. “Por mais que cada caso é um caso. Logicamente, a fazenda hoje é um projeto modelo, de sucesso, na região do Matopiba. Mas esses agricultores que estão tendo a oportunidade de visitar e ver essa referência têm a oportunidade de adaptar essa estrutura dentro da propriedade, dentro da microrregião deles”, opina Adelmo.

Projeto em parceria – O projeto de transferência de tecnologia em ILPF no Matopiba faz parte de uma rede nacional que tem o mesmo objetivo e atua em diferentes regiões do país. A rede é formada pela Embrapa, através de diversas Unidades, e Cocamar, Dow, Syngenta, John Deere, Schaeffler e Parker.

Na região do Matopiba, estão envolvidas quatro Unidades da Embrapa: Embrapa Cocais (São Luís-MA); Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO); Embrapa Meio-Norte (Teresina-PI); e Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), que atua também na Bahia.

Propriedades atendidas – A Agropecuária Santa Luzia, de Oswaldo Massao, e a Fazenda Araguaiana, de Luciano Vilela, são duas das propriedades atendidas pela Embrapa. Uma terceira é a de Antônio Costa, produtor rural em Pium-TO que também esteve no encontro de São Raimundo das Mangabeiras-MA.


23 jun 2015

Na Amazônia, Projeto Biomas desenvolve pesquisa com integração entre agropecuária e floresta

* Do Canal do Produtor

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Dia de Campo do Projeto Biomas na Amazônia: pesquisadores apresentam seus experimentos / Fotos: Gustavo Fröner

Há 20 anos, Walter Müller é pecuarista no Estado do Pará. Hoje cria aproximadamente 2.500 cabeças de gado. Em 2013, esteve na Fazenda Santa Brígida, em Ipameri, no Estado de Goiás. Ficou impressionado com o sistema de integração entre Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) implantado por lá. Foi quando Walter Müller procurou uma unidade da Embrapa Amazônia Oriental, localizada em Marabá, no Pará.

“Cheguei lá perguntando quem poderia me ajudar a implantar a integração entre lavoura, pecuária e floresta. O técnico me respondeu que a Embrapa estava procurando uma propriedade rural para fazer experimentos do Projeto Biomas na Amazônia. Respondi que aceitaria ceder uma parte da minha propriedade para todos os experimentos, mas que o primeiro deles deveria ser a integração do ILPF”, contou o pecuarista.

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Walter Müller, proprietário da Fazenda Cristalina, onde estão os experimentos do Projeto Biomas na Amazônia

Foi assim que o Projeto Biomas instalou suas pesquisas na Fazenda Cristalina, localizada há 100 quilômetros de Marabá, no Pará. “Em dezembro de 2013, nós plantamos o Eucalipto para começar a o experimento com o sistema integrado entre lavoura, pecuária e floresta. Em março e julho de 2014, plantamos o milho. Colhemos entre 50 e 70 sacas por hectare. Em dezembro de 2014, plantamos soja. A colheita foi de 50 sacas por hectare. A venda das colheitas já pagaram todos os custos com a plantação do eucalipto e custos de maquinário e mão-de-obra. A previsão é plantar milho novamente em dezembro de 2015. Juntamente com o milho, colocaremos a semente de capim para vir a pastagem”, explicou Roni de Azevedo, agrônomo e pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, que atua no Projeto Biomas e é responsável pelo experimento de integração lavoura-pecuária-floresta na Fazenda Cristalina.

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Roni de Azevedo, pesquisador do Projeto Biomas na Amazônia

Ele explicou que, com a colheita do milho em abril de 2016 e o pasto pronto, o gado do poderá ser manejado para a área do experimento em maio de 2016. “Aqui na região do Pará, os pecuaristas costumam colocar de 2 a 4 unidades animais por hectare. Com o eucalipto e o preparo da área, esperamos incluir mais de 5 unidades animais por hectare”, fala Roni de Azevedo.

O sistema de integração entre lavoura, pecuária e floresta traz benefícios para o produtor rural. Além de aumentar a quantidade de animais em menor espaço, o gado engorda mais e a sombra da árvore ainda proporciona bem estar animal. “Ou seja, eu ganho com a engorda do gado e ainda faço o reflorestamento da minha área. Além disso, as colheitas já pagaram grande parte do meu investimento nesse sistema ”, diz Walter Müller.

O pecuarista está animado com os resultados e não se arrepende de ter cedido parte da sua fazenda para os pesquisadores do Projeto Biomas. Walter Müller emprestou 35 hectares de sua propriedade rural para o Projeto Biomas, onde foram instalados 22 projetos de pesquisa com árvores. Seis desses projetos foram mostrados no Dia de Campo do Projeto Biomas na Amazônia, realizado na última sexta-feira, 19 de junho.

A utilização do Eucalipto
O Eucalipto é o tipo de árvore mais utilizado nos sistemas de integração entre lavoura-pecuária-floresta em todo o Brasil. “O eucalipto já tem material genético específico. Ele se adapta bem em todos os biomas. Pensamos em utilizar paricá ou outra nativa da Amazônia para implantar o sistema de integração lavoura – pecuária – floresta aqui no Pará, mas o risco era grande”, explica Alexandre Mehl Lunz, Coordenador Regional do Projeto Biomas na Amazônia.

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Gustavo Curcio, Coordenador Nacional do Projeto Biomas pela Embrapa

Gustavo Curcio, Coordenador Nacional do Projeto Biomas pela Embrapa, comenta que o sistema de integração-lavoura-pecuária-floresta tende a ser ainda mais utilizado nas propriedades rurais do Brasil devido ao ganho econômico e ambiental que gera aos produtores. “Entretanto, no bioma Caatinga ainda precisamos de mais tempo de pesquisa. Lá os sistemas integrados ainda não estão bem desenvolvidos devido às especificidades da região”, diz o coordenador do Projeto Biomas.

O eucalipto gera renda ao produtor. Sua madeira é responsável pelo abastecimento da maior parte do setor industrial de base florestal. Da madeira de eucalipto, atualmente, se produzem por ano, no setor de celulose, 5,4 milhões de toneladas de celulose, representando mais de 70% da produção nacional. Outro número impressionante é o setor de carvão vegetal, com uma produção anual de 18,8 milhões de m³.

Sobre o Projeto Biomas
O Projeto Biomas, iniciado em 2010, é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com a participação de mais de quatrocentos pesquisadores e professores de diferentes instituições, em um prazo de nove anos.

Os estudos estão sendo desenvolvidos nos 6 biomas brasileiros para viabilizar soluções com árvores para a proteção, recuperação e o uso sustentável de propriedades rurais nos diferentes biomas.

O Projeto Biomas tem o apoio do SENAR, SEBRAE, Monsanto e John Deere. Na Amazônia, o Projeto Biomas conta com o apoio da Embrapa Amazônia Oriental, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – UNIFESSPA, Instituto Federal de Ciências e Tecnologias do Pará, EMATER-PA, Ideflor-Bio, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, Universidade do Estado do Pará.

Coordenação de Comunicação Digital da CNA
(61) 2109-1382
www.canaldoprodutor.com.br
www.projetobiomas.com.br


16 jun 2015

ARTIGO: INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA NO PARÁ

Por Rosana Maneschy*

Tradicionalmente na Amazônia sistemas agroflorestais e/ou integrados são praticados por indígenas, ribeirinhos dentre outras comunidades rurais. Na década de 1990 o governo federal incentivou a adoção de sistemas integrados via Fundo Constitucional Norte. O pacote proposto envolvia a associação de fruteiras. Com raras exceções, o programa não foi bem sucedido, geralmente por problemas agrotécnicos e socioeconômicos.

Nesse período as experiências com integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) no Pará baseavam-se no uso de árvores/palmeiras de regeneração natural e associação de plantios arbóreos com pastagens.
Até 2008 no nordeste e sudeste do Estado predominavam sistemas temporários do tipo “pastoreio em plantio florestal”. A implantação de plantios florestais (paricá ou teca) ocorria em área degradadas de quicuio-da-amazônia pastejados por bovinos.

A integração dos animais com o plantio florestal tinha como objetivo diminuir os custos com limpezas. Apesar da satisfação dos produtores com os sistemas foram apontadas incertezas para a adoção: falta de assistência técnica, dificuldades na aquisição de sementes / mudas e desconhecimento de linhas de crédito específicas.

De 2008 a 2012 nove mil hectares de pastagens degradadas foram convertidos em ILPF no sudeste do Pará. Só no município de Paragominas a Embrapa estimou a conversão de 1% ao ano das áreas de pastagens em ILPF. E a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas ressaltou o uso de ILPF estaria potencializando a expansão de plantios de eucalipto no Pará.

A opção por sistemas mais simplificados de ILPF tem redesenhado a paisagem rural, uma vez que tem sido utilizado na recuperação de pastagens degradadas. Os produtores têm optado por culturas de ciclo curto (milho, soja ou arroz) para diminuir custos de implantação de pastagem. Nos sistemas que integram árvores, o eucalipto tem a preferência, uma vez que a espécie possui um pacote tecnológico desenvolvido além da existência da oferta de mudas e mercado para venda, diminuindo o risco para o produtor.

Leia mais: http://www.canaldoprodutor.com.br/comunicacao/artigos/integracao-lavoura-pecuaria-floresta-no-para

*Rosana Maneschy é Doutura em Ciências Agrárias e professora do Núcleo de Meio Ambiente da UFPA. ARTIGO publicado no Jornal O Liberal, do Pará, em 10/06/2015