30 jun 2015

Benefícios da integração lavoura-pecuária no Matopiba são discutidos no Maranhão

* Da Embrapa

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“São vários benefícios. Principalmente agregação de valor. A empresa que implanta sistemas integrados consegue manter altas produtividades, tanto da cultura de grãos (como soja, milho e sorgo), como consegue ter um ganho muito bom também na parte de pecuária”, afirma Adelmo Oliveira, gerente-geral da Agropecuária Santa Luzia, que fica em São Raimundo das Mangabeiras-MA e pratica integração lavoura-pecuária (ILP) há 10 anos.

Ele relatou a experiência da fazenda durante evento sobre integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). Foi o primeiro de quatro encontros anuais que Embrapa e parceiros públicos e privados vão promover para transferir tecnologias nessas áreas nos estados que integram o Matopiba (todo o Tocantins e partes do Maranhão, do Piauí e da Bahia).

O proprietário da Agropecuária Santa Luzia é Oswaldo Massao. De acordo com ele, a produtividade, na década de 1990, era em média de 40 a 42 sacas de soja e entre 90 e 100 sacas de milho por hectare. Desde que implantou a integração lavoura-pecuária, há cerca de 10 anos, a fazenda viu as médias aumentaram para cerca de 60 sacas e para quase 160 sacas, respectivamente. Ou seja, houve consideráveis ganhos de produtividade nas duas culturas agrícolas. Referindo-se à experiência em sua propriedade, ele afirma que “esses três itens eu acho o pilar do sucesso: o melhoramento da genética, a plantabilidade (plantadeiras mais modernas) e a palhada de braquiária, que aguenta muito tempo”.

Marcos Teixeira é pesquisador da Embrapa Meio Norte (Teresina-PI) e coordena o projeto de transferência de tecnologia em ILPF no Matopiba. Segundo ele, a região tem tudo para aumentar essa integração: “nós estamos apenas nos primeiros produtores pioneiros. Não temos nenhum dado ainda pra registrar se tem 5% de integração lavoura-pecuária e mais o componente florestal, se são 10% ou se são 20%”, aponta.

O pesquisador diz que os Cerrados existentes nos quatro estados do Matopiba são parecidos em termos de oportunidade para o agronegócio. “Nós estamos querendo continuar esse esforço de integração dos quatro estados, das comitivas dos quatro estados, nos reunindo a cada ano”, explica.

A ideia desses encontros anuais é mostrar propriedades consideradas referências quando o assunto é ILPF em quaisquer de suas variantes: integração lavoura-pecuária; integração lavoura-floresta; integração pecuária-floresta; integração lavoura-pecuária-floresta, que reúne os três componentes.

Um dos participantes do encontro do interior maranhense, ocorrido no último dia 26 de junho, foi Luciano Vilela, pecuarista em Araguatins-TO que vem inserindo o componente agrícola de forma gradativa em sua área. Segundo ele, “com essa nova proposta da agricultura integrada com a pecuária, a gente pensa em não ter aquele pasto mais de muitos anos, com um zelo muito caro pra manter durante 20, 30 anos”. Ou seja, o produtor refere-se a possível diminuição de custos financeiros relacionados à manutenção do capim para o gado, situação permitida com a integração feita com o componente agrícola.

Perguntado se indicaria a outros produtores também adotarem a integração lavoura-pecuária, o gerente da Agropecuária Santa Luzia afirma que sim. “Por mais que cada caso é um caso. Logicamente, a fazenda hoje é um projeto modelo, de sucesso, na região do Matopiba. Mas esses agricultores que estão tendo a oportunidade de visitar e ver essa referência têm a oportunidade de adaptar essa estrutura dentro da propriedade, dentro da microrregião deles”, opina Adelmo.

Projeto em parceria – O projeto de transferência de tecnologia em ILPF no Matopiba faz parte de uma rede nacional que tem o mesmo objetivo e atua em diferentes regiões do país. A rede é formada pela Embrapa, através de diversas Unidades, e Cocamar, Dow, Syngenta, John Deere, Schaeffler e Parker.

Na região do Matopiba, estão envolvidas quatro Unidades da Embrapa: Embrapa Cocais (São Luís-MA); Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO); Embrapa Meio-Norte (Teresina-PI); e Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), que atua também na Bahia.

Propriedades atendidas – A Agropecuária Santa Luzia, de Oswaldo Massao, e a Fazenda Araguaiana, de Luciano Vilela, são duas das propriedades atendidas pela Embrapa. Uma terceira é a de Antônio Costa, produtor rural em Pium-TO que também esteve no encontro de São Raimundo das Mangabeiras-MA.

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