O Sistema FAEMA/SENAR Maranhão realizará no mês de setembro Seminários de Sensibilização do Projeto ABC Cerrado, que ocorrerão nos municípios de Presidente Dutra (dia 12) e Chapadinha (dia 26).
De iniciativa do Ministério da Agricultura (MAPA), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), os eventos visam capacitar pequenos, médios e grandes produtores do bioma Cerrado nas tecnologias preconizadas pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), visando aumentar a área produzida sob sistemas sustentáveis de produção.
Sete Estados brasileiros participarão do processo, em um período de três anos. Dentre eles destacam-se Maranhão, Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia, Piauí e Minas Gerais e o Distrito Federal.
A escolha das cidades maranhenses que sediarão os seminários buscou representar regiões importantes para o setor agropecuário maranhense, com a presença de áreas produtivas já consolidadas e em plena expansão na produção agrícola e pecuária, que podem beneficiar-se das tecnologias preconizadas pelo programa ABC.
Além disso, considera-se o fato de ambas as cidades estarem sediadas na região do MATOPIBA, alvo de ações governamentais para auxiliar no desenvolvimento dessa fronteira agrícola.
Assessoria de Comunicação do SENAR Maranhão
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O primeiro seminário de sensibilização do Projeto ABC Cerrado foi realizado nesta quinta-feira (23/7), no Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF), próximo a Brasília. Mais eventos com o mesmo tema estão previstos para os outros sete Estados participantes do projeto (Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Piauí, Maranhão, Minas Gerais e Bahia) até o dia 24 de setembro.
A proposta do encontro foi desmistificar e divulgar o tema “Agricultura de Baixo Carbono”, o Plano ABC e suas tecnologias, além de apresentar as práticas que serão trabalhadas no projeto – Sistema Plantio Direto (SPD), Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Floresta Plantada (FP). As atividades foram direcionadas para produtores e trabalhadores rurais, técnicos de cooperativas, sindicatos, associações e entidades ligadas ao setor agropecuário.
O coordenador técnico do Projeto ABC Cerrado, Igor Orígenes Moreira Borges, foi um dos palestrantes do seminário. Ele explicou a iniciativa, abordou as linhas de ação – seminários de sensibilização, capacitação de produtores e técnicos ligados ao setor, assistência técnica e gerencial do SENAR e avaliação de impacto – e as metas previstas: realização de seminários e 600 treinamentos, em dois anos, com 20 integrantes por turma (12 mil produtores).
“Essas etapas são a semente para o projeto crescer bem. É uma iniciativa piloto que foi pensada de acordo com as demandas de quem vai adotar essas tecnologias. Queremos mostrar que elas são viáveis economicamente e amigas do meio ambiente quando adotadas corretamente”, declara.
A programação também contou com as apresentações “Plano ABC e a Política Nacional sobre Mudanças do Clima – o contexto do Projeto ABC Cerrado”, com a engenheira agrônoma do Ministério da Agricultura, Katia Marzall; e “Tecnologias difundidas no Projeto ABC Cerrado”, ministrada pelo pesquisador da Embrapa Paulo Campos Christo Fernandes; entre outras. Um dos destaques do evento foi a visita a uma área com sistema de integração agricultura-floresta, onde são realizados os cultivos de milho com eucalipto e teca.
“É um primeiro contato. Estamos expondo superficialmente as tecnologias para que os produtores possam avaliar se vale a pena adotá-las. Precisamos ser muito cuidadosos para passar bem claramente de que forma essas práticas podem ser úteis para esse público”, ressalta Fernandes.
Em busca de conhecimento
A engenheira agrônoma Larissa Capobianco Martins viajou de Pederneiras, no interior de São Paulo, para buscar mais informações sobre as tecnologias de baixo carbono no evento. Motivada pelo fato da sua família ter adquirido uma área de, aproximadamente, 1.200 hectares no município de São Félix do Tocantins (TO), e ter a intenção de implementar ILPF no local, ela acredita que o Projeto ABC Cerrado e as linhas de crédito especiais do Programa ABC podem contribuir com os produtores que desejam investir na atividade.
“O programa é muito interessante, pois além das técnicas trabalhadas, as taxas de juros e a carência para o pagamento previstas facilitam bastante. No nosso caso, pretendemos fazer ILPF porque poderá contribuir com o solo, que é pouco fértil e nunca foi manejado naquela área, e também pelas vantagens econômicas. Poderemos ter lavoura, gado e floresta juntos, ou seja, algo mais rentável do que uma cultura só”, analisa.
Na pequena propriedade de 36 hectares de Fábio Bonesso Pinheiro e do seu irmão, em Vila Boa de Goiás (GO), a técnica de ILPF já vem trazendo resultados animadores na produção de leite. Segundo ele, o sombreamento e a pastagem proporcionaram um aumento aproximado de 80% na quantidade de leite fornecido pelas 10 vacas da fazenda. Hoje, com uma produção média de 250 litros/dia, a vontade da dupla é ampliar de 12 para 24 hectares a área com o sistema integrado.
“Conheci a ILPF há alguns anos aqui no PAD-DF e decidi experimentar na minha propriedade. A sombra diminuiu o estresse dos animais e a quantidade de leite produzida saltou. O que falta é a informação certa e os resultados chegarem no produtor. Quem não tem interesse em ir atrás, não fica sabendo”, alerta.
Produtor de grãos no PAD-DF e em Cristalina (GO), Paulo Roberto Bonato utiliza o plantio direto em “100%” da sua área, de 800 hectares. Na opinião dele, o seminário foi importante para “abrir leques” e mostrar novas tecnologias e práticas para os produtores, mas é fundamental que cada um avalie a sua realidade e as características do seu negócio antes de optar por uma delas.
“Tudo depende de um planejamento bem feito. Aventureiro, hoje, não dá mais. As tecnologias são viáveis e estão à disposição de todos, mas o produtor tem que ver aquela que se enquadra nas suas condições. Já utilizo plantio direto há muito anos e é uma prática que, para o meu tipo de produção, oferece muitas vantagens”.
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