27 ago 2015

Sistema de Integração é considerado uma das mais importantes revoluções da agricultura

*Do Jornal Expresso MT

IGO_7345O sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) chega em agosto de 2015 ocupando 750 mil hectares em Mato Grosso. Em 2004, um levantamento feito pela Embrapa Agrossivilpastorial de Sinop, a Fundação Rio Verde e o Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso) mostrava que o sistema no Estado era utilizado em apenas 10 mil hectares.

O motivo dessa evolução foi apresentado pelo pesquisador da Embrapa, Flávio Wruck, no Seminário sobre Jornalismo Rural e Produção Sustentável. “Cada dia mais estamos convencendo os produtores rurais que o sitema é viável”, afirmou o especialista. Segundo ele, para o sucesso da ILPF o sitema precisa ser:

•Tecnicamente eficiente;
•Economicamente viável;
•Ambientalmente correto;
•Socialmente justo;
•Culturalmente aceito e
•Politicamente aplicável.

A ILPF tem como grande objetivo a mudança do sistema de uso da terra, fundamentando-se na integração dos componentes do sistema produtivo, visando atingir patamares cada vez mais elevados de qualidade do produto, qualidade ambiental e competitividade.

Com o sistema, considerado uma das revoluções da agricultura, o produtor rural descobriu que pode trabalhar na terra o ano inteiro e não só nos meses de safra como era no passado. Convence-lo não está sendo difícil com o passar dos anos principalmente porque cada um precisa avaliar qual sistema se adequa melhor a sua propriedade. “O nome do sistema é Lavoura-Pecuária-Floresta, porém isso não significa que você tem, obrigatorialmente, que ter as três atividades na sua fazenda. Lavoura-Pecuária, Pecuária-Floresta e Lavoura-Floresta são muito comuns em propriedades no estado”, esclareceu Wruck.

No Brasil, existem vários sistemas de ILPF que são modulados de acordo com o perfil e os objetivos da propriedade rural. Além disso, essas diferenças nos sistemas se devem às peculiaridades regionais do bioma e da fazenda, como: condições de clima e de solo, infraestrutura, experiência do produtor e tecnologia disponível.

Para investir em uma nova atividade o principal entrave continua sendo a falta de crédito rural.
Um dos programas que resolve em parte esse desafio é o Agricultura de Baixo Carbono (ABC), do Governo Federal. Ele oferece linhas de crédito para produtores que queiram se organizar e planejar ações que adotem tecnologias de produção sustentáveis com o compromisso de reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Mas, por causa da burocracia muitos acabam optando pelo FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste), que financia a agricultura com custos semelhantes e mais facilidades na obtenção.

Segundo a Embrapa, o governo assumiu o compromisso de aumentar a área com sistema ILPF. A meta é chegar em 2020 com 4 milhões de hectares ocupados pelo sistema.

Além da ILPF outros avanços são considerados pelo pesquisador, Flávio Wruck, “revoluções” na agricultura. A Primeira delas o plantio direto, que transforma a palhada decomposta de safras anteriores em “alimento” para o solo. As vantagens são a redução no uso de insumos químicos e controle dos processos erosivos, uma vez que a infiltração da água se torna mais lenta pela permanente cobertura no solo. Em seguida o especialista destaca a ocupação do bioma cerrado para a agricultura e a viabilidade da segunda safra.


14 ago 2015

Cresce uso de práticas agrícolas que reduzem emissão de gases de efeito estufa, diz ex-ministro

* Por Pedro França/Agência Senado

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Cresce no país o número de agricultores que adotam práticas que contribuem para a redução da emissão de gases de efeito estufa, conforme revelou o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, em audiência pública nesta quinta-feira (13) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA).

Ele detalhou aos senadores ações desenvolvidas pelo governo federal para promoção da agricultura de baixa emissão de carbono, reunidas no chamado Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono). Previsto para ser executado até 2020, o plano busca o cumprimento das metas voluntárias do setor agropecuário de redução de gases estufa, conforme compromisso assumido pelo Brasil em 2009, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Copenhague.

O Brasil, disse, apresentou uma previsão de redução de pelo menos 133 milhões de toneladas de gás carbônico pelas atividades agrícolas. Isso poderá ser conquistado pela implantação do Plano ABC, frisou, que incentiva, entre outros programas, a integração da lavoura com a pecuária.

— Durante o ano, fazemos uma safra de grãos e uma de carne. Quando está terminando a safra de grãos, semeia-se o capim e se forma a pastagem. São duas rendas por ano, grãos e carne, com um sucesso extraordinário, que está levando a uma importante redução da demanda por desmatamento — observou Roberto Rodrigues, que coordena o Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, que acompanha o Plano ABC.

Iniciativas
Os senadores Waldemir Moka (PMDB-MS) e Donizete Nogueira (PT-TO) citaram experiências bem-sucedidas no Mato Grosso do Sul e no Tocantins, de integração lavoura-pecuária-florestas, que estão contribuindo para recuperação de pastagens degradadas.

— No meu estado, são oito milhões de hectares de pastagem degradada. Imagine, através de crédito, recuperar essa terra, sem precisar desmatar — frisou Moka.

Também o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) relatou o aumento da adesão de agricultores de seu estado a práticas de recuperação e utilização racional das terras já desmatadas.

— Há um pacto no Pará de que não há necessidade de se derrubar uma única árvore, mas precisamos utilizar com tecnologia e inteligência as áreas já alteradas, que representam cerca de 18% da extensão territorial do Pará — afirmou Flexa Ribeiro.

Roberto Rodrigues pediu aos senadores que reforcem as ações do Plano ABC, as quais, na opinião do ex-ministro, farão com que o Brasil seja protagonista na COP 21, convenção sobre mudança climática que será realizada em dezembro em Paris. Além de representantes dos países na convenção da ONU, que buscarão novo acordo global do clima, também estarão reunidos líderes do setor privado, em evento paralelo, no qual o setor agrícola “será a grande estrela”, na opinião de Roberto Rodrigues.

Em resposta a Acir Gurgacz (PDT-RO), ele disse que a divulgação do Plano ABC e a orientação aos agricultores que decidem aderir às novas práticas estão a cargo dos governos estaduais, com o apoio do governo federal.

Reserva legal
Na apresentação aos senadores, Roberto Rodrigues defendeu que seja computada como reserva legal a área onde for feito o plantio de árvores para recuperação de terra degradada, mesmo que tenham sido plantadas espécies exóticas, voltadas à exploração de madeira.
A proposta foi apoiada pela presidente da Comissão de Agricultura, senadora Ana Amélia (PP-RS), e por outros senadores presentes ao debate. Por sugestão de Acir Gurgacz, Ana Amélia solicitou à assessoria da CRA a realização de estudo sobre o assunto, visando à apresentação de projeto de lei para alterar as regras da reserva legal, previstas no Código Florestal (Lei 12.651/2012).

Estrangeiros
Acir Gurgacz e Wellington Fagundes (PR-MT) quiseram saber a opinião de Roberto Rodrigues sobre a possibilidade de compra de terras por estrangeiros. O tema está em discussão na Câmara dos Deputados, onde está em discussão projeto para flexibilizar a Lei 5709/1971, que limita a aquisição de imóvel rural por estrangeiro.

— A proibição de compra de terra por estrangeiro é uma restrição a investimentos. Os investimentos estão indo para Argentina, Paraguai, Uruguai, a terra lá está subindo de valor e aqui está caindo de valor, porque não tem acolhida para investidor estrangeiro — opinou o ex-ministro.

Para ele, deve ser proibida a compra de terras no Brasil por fundos soberanos de outros países, mas para os demais casos, a aquisição deve ser permitida, com restrições em função do total de terras do município e submetendo os estrangeiros às leis brasileiras.

*Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


07 ago 2015

Governo privilegia, em crédito rural, sistemas de pecuária intensiva

* Estadão Conteúdo

img-credito-pessoal-mainCom o fechamento de frigoríficos e da oferta reduzida de vacas para garantir a reposição de bois de corte, o governo decidiu lançar mão do crédito rural para estimular a pecuária intensiva e também métodos mais sustentáveis de produção, como o de integração lavoura-pecuária-floresta. Nessa quarta, 5 de agosto, foi publicada no Diário Oficial da União, em edição extraordinária, a Lei 13.158, que muda os objetivos do crédito ao produtor.

A lei, assinada pelos ministros Kátia Abreu (Agricultura), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário), além da presidente Dilma Rousseff, deixa claro que a intenção é substituir o sistema extensivo de criação, predominantemente a pasto, pelo sistema intensivo, que privilegia o confinamento ou a criação de gado em espaços menores e em alternância com lavoura, pecuária e floresta.

O Ministério da Agricultura ainda não deixou claro como será esse estímulo, mas deve criar mecanismos para dar prioridade, no acesso ao crédito rural, aos pecuaristas que se enquadrem nesses modelos de produção. O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, celebrou a decisão do governo. “O objetivo é incentivar a pecuária em um espaço menor e, neste sentido, tem nosso apoio. Só acho que veio um pouco tarde diante dofechamento de frigoríficos e da dificuldade de oferta de animais”, disse à Agência Estado.

Salazar argumentou que o Brasil vive uma crise de oferta de animais em função de abates de matrizes no passado, além da migração de produtores para outras atividades. “Diante desse quadro, a Abrafrigro já vinha demandado do governo a criação de um plano de desenvolvimento da pecuária”, relatou. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou nota de apoio à decisão. “Além disso, o estímulo à pecuária intensiva reduz a pressão sobre as áreas de floresta, aumenta a produtividade do setor e concilia economia e ecologia. Ela se insere também no contexto da integração lavoura-pecuária”, disse o comunicado.

Segundo a entidade, nos Estados Unidos, que fazem uso de pecuária intensiva, com um rebanho de 90 milhões de cabeças produz 12 milhões de toneladas de carne por ano; no Brasil, 200 milhões de cabeças produzem 9 milhões de toneladas.


05 ago 2015

Globo Rural apresenta os vencedores do Prêmio Fazenda Sustentável

* Da Revista Globo Rural Online
A Fazenda Tea Boa, em Guararapes (SP), vencedora da primeira edição do Prêmio Fazenda Sustentável, em 2014 (Foto: Marcelo Min/Ed. Globo)
A Fazenda Tea Boa, em Guararapes (SP), vencedora da primeira edição do Prêmio Fazenda Sustentável, em 2014 (Foto: Marcelo Min/Ed. Globo)

A revista GLOBO RURAL apresentou, na noite desta terça-feira (4/8), as três fazendas vencedoras do 2º Prêmio Fazenda Sustentável. A cerimônia aconteceu na sede da Editora Globo, em São Paulo.

Neste ano, as propriedades rurais puderam competir pelo índice geral de sustentabilidade [no ano passado, as fazendas foram eleitas por categorias: cultivos perenes, semi-perenes, pecuária e silvicultura]. Isso possibilitou que todos que investem em integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), por exemplo, participassem com todas as atividades da fazenda como culturas principais.

Ao todo, foram 124 participantes, de várias partes do país. Todos passaram por uma rigorosa análise, com base em metodologias científicas que medem o seu índice de ecoeficiência, social e financeiro. Dos 124 inscritos, 47 passaram para a segunda fase e 30 foram classificados para a terceira etapa.

Todo este processo foi feito e uma plataforma online. Na última fase do prêmio, que aconteceu durante os meses de maio e junho, as primeiras 10 fazendas da lista passaram por uma auditoria realizada por técnicos em sustentabilidade. As 10 fazendas finalistas classificadas ainda serão anunciadas.

Para eleger os vencedores, a organização do prêmio reuniu, no final do mês de junho, uma Comissão Julgadora que, de posse de informações detalhadas, gráficos, relatórios fotográficos e comentados por especialistas, elegeram as campeãs. Fizeram parte desta comissão o coordenador-geral nacional do Senar, Matheus Ferreira Pinto da Silva; Eduardo Pinheiro Cavalcanti, responsável pelo Programa de Agricultura da WWF/Brasil, e o vencedor do 1º Prêmio Fazenda Sustentável, o pecuarista José Luiz Niemeyer dos Santos, proprietário da Fazenda Terra Boa, de Guararapes (SP).

O 2º Prêmio Fazenda Sustentável é uma idealização da revista GLOBO RURAL e conta com a parceria do Rabobank e da Fundação Espaço ECO. O prêmio também contou com o apoio de divulgação do Sistema CNA/SENAR.


21 jul 2015

Alagoas inicia elaboração do Plano Estadual de Agricultura de Baixo Carbono

* Da Agência Alagoas
alagoas
O Governo de Alagoas ao lado do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa/SFA-AL), iniciou nessa segunda-feira (20.07), a elaboração do Plano Estadual de Agricultura de Baixo Carbono. O documento vai integrar o Programa Nacional de Agricultura de Baixo Carbono, que visa o cumprimento do papel brasileiro como signatário dos protocolos internacionais para redução da emissão de gases do efeito estufa.
As oficinas de trabalho para elaboração do Plano Estadual se estendem até a quarta-feira (22), alcançando um total de 26 horas de debate. Vinte entidades foram convidadas para integrar o grupo gestor do plano, entre elas, universidades, Embrapa, Sebrae, Emater, Mapa, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Federação das indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal). A abertura das oficinas acontece a partir das 8h, na sede da Faeal, no bairro de Jaraguá, em Maceió.
Segundo o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura, Hibernon Calvacante, “os debates terão caráter estritamente técnico e vão definir as metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa na agropecuária, bem como as estratégias para que esses níveis sejam alcançados”.
Os participantes serão divididos em seis grupos de trabalho sobre os temas Recuperação de Pastagens Degradadas; Fixação biológica do Nitrogênio; Integração Lavoura-Pecuária-Floresta; Plantio Direto; Aproveitamento de Resíduos Animais para Geração de Energia e Florestas Plantadas.
“Serão três dias de trabalho pesado, onde queremos discutir não só os objetivos que queremos alcançar, mas também o que será necessário para alcançá-los. Ou seja, vamos estabelecer os papéis de cada ente envolvido, o que precisaremos para as capacitações e o que será prioridade. A discussão tem um viés ecológico, mas queremos trabalhar com tecnologias que gerem retorno financeiro ao produtor”, explicou o secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, que vai comandar a abertura das oficinas nesta segunda-feira.