03 nov 2015

Programa Mais Florestas será realizado em Dourados 

*Da FAMASUL

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Um bate papo de negócios para que produtores rurais, empresas, prestadores de serviço e representantes das usinas de açúcar e de álcool da região possam trocar informações, cartões e realizar bons negócios.  A atividade será coordenada pelo Sebrae, em parceria com o Senar, durante o Programa Mais Floresta, que será realizado na próxima sexta-feira (06), no Sindicato Rural de Dourados-MS,

Aproximar os diferentes elos da cadeia da silvicultura em um único momento é uma iniciativa pioneira nos eventos do Programa. “Será uma oportunidade para que cada um conheça quem são os potenciais parceiros da região de Dourados para futuros negócios, além de ser uma forma de agregar valor ao evento que deixa de ser somente um momento para se obter informações por meio de palestras, mas também de aproximar produtores e empresas. Afinal este é o objetivo da maioria dos participantes: fazer negócios e aumentar sua lista de contatos”, avalia Paulo Cardoso, organizador do evento.

Segundo o organizador, os consultores do Sebrae entrarão em contato com os interessados para que preencham a ficha de inscrição para o Bate Papo de Negócios. Os produtores rurais podem fazer sua inscrição diretamente no Sindicato Rural ou no dia do evento, logo pela manhã.

E à tarde, os participantes do seminário poderão ver a maioria dos produtos em funcionamento e expostos no dia de campo que vai acontecer numa fazenda bem próxima a Dourados.

Programa Mais Floresta: Para mais informações e para fazer sua inscrição gratuita acesse o site www.senarms.org.br/projetos/mais-floresta.

Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul – FAMASUL
famasul.com.br


26 out 2015

Integrar lavoura e pecuária será questão de sobrevivência, diz estudo

* Por Mauro Zafalon – Folhapress / Folha de São Paulo 

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A agricultura brasileira se destaca entre os padrões globais de desempenho. Os modelos tradicionais de pecuária praticados no país, no entanto, têm um desempenho ainda anêmico.
Dos cerca de 170 milhões de hectares destinados à pecuária extensiva, quase metade encontra-se em algum estágio de deterioração.

A degradação do solo faz com que a ocupação da área seja bem inferior ao potencial das áreas bem conservadas.

A atividade agropecuária exige, no entanto, cada vez mais uma busca por eficiência, que passou a ser uma questão de sobrevivência.

Isso porque há um crescente custo de oportunidade da terra, limites na expansão da área de produção devido à legislação ambiental e exigências de um consumidor mais atento a boas práticas socioambientais.

Avaliando essas questões, Adolfo Fontes, analista do Rabobank de proteína animal, e Renato Rasmussen, do setor de grãos do banco, fizeram um estudo sobre a necessidade e a viabilidade da integração lavoura-pecuária.

A adoção do sistema possibilita recuperação das pastagens, adoção de práticas ambientais sustentáveis, redução de riscos e diversificação da renda do produtor.

A comparação de margens operacionais entre os diversos sistemas de produção aponta uma larga vantagem para o de integração.

Dados do Rabobank apontam que, se o produtor fizer apenas o plantio de soja durante o ano, terá uma margem de R$ 410 por hectare. Se após a soja ele acrescentar a safrinha de milho, essa margem sobe para R$ 604.

Quando a integração envolve a pecuária, o ganho é maior ainda. O plantio de soja, seguido de uma “safrinha de boi”, pode render R$ 743, segundo cálculos do banco.

Durante o cultivo da soja, o produtor mantém também o cultivo de capim, que será consumido pelo boi após a colheita da oleaginosa.

O produtor com solo favorável para a utilização de três safras -soja seguida de milho com capim e, na sequência, o boi- tem margem de R$ 937 por hectare.

ENTRAVES
Rasmussen e Fontes afirmam que a lista de benefícios da integração é animadora, tanto do lado agronômico como do ambiental e econômico, mas essa prática ainda encontra entraves.

É um modelo complexo de produção e, muitas vezes, há despreparo do pecuarista no planejamento e no escalonamento da operação agrícola.

Além disso, há ausência de suporte técnico, o que inibe a expansão. A infraestrutura precária também desfavorece a disseminação dessa técnica, apontam os técnicos.

Apesar disso, Fontes e Rasmussen acreditam que o avanço da integração lavoura-pecuária será promissor nos próximos anos.

Essa expansão será necessária porque cresce a conscientização do consumidor em relação à responsabilidade socioambiental na cadeia produtiva de alimentos.

Há uma maior disponibilidade de recursos financeiros para os que adotam o sistema de integração, apoiado pelo BNDES, via ABC (Programa de Agricultura de baixa Emissão de Carbono).

Além disso, nas propriedades com solos com elevado teor de matéria orgânica, há aumento de produtividade.

Já nas com solo menos estruturados, a integração é uma necessidade devido à retração dos preços de comercialização e das margens dos produtores.

A integração vai permitir, ainda, melhora da produtividade brasileira na pecuária. O Brasil tem um rebanho que corresponde a duas vezes o dos EUA, mas produz menos carne do que os americanos, aponta o estudo do Rabobank.

BENEFÍCIOS
Os técnicos do banco destacam que, entre os benefícios agronômicos da integração lavoura-pecuária, estão o aumento de teor da matéria orgânica no solo, cobertura do solo durante todo o ano, conservação da água e pastagens em períodos de seca.

Entre os benefícios ambientais estão recuperação de pastagens degradadas, redução de emissão de CO2 e aumento de produção de carne sustentável, entre outros.

O estudo destaca, ainda, os benefícios econômicos, que passam por otimização do uso dos recursos da propriedade, mais receita financeira, menor demanda por insumos agrícolas e redução de custos na produção.


23 out 2015

Para cumprir meta, País precisa ‘precificar’ carbono, sugere estudo

* O Estado de S. Paulo – 22 Outubro 2015

Análise considera US$ 50 a tonelada de CO2; para pesquisadores, Brasil teria mais facilidade em migrar para energias renováveis

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SÃO PAULO – Para atingir suas metas de redução de 43% das emissões de gases de efeito estufa até 2030, o Brasil precisa alcançar o desmatamento zero, ter uma agricultura de baixo carbono e considerar que o preço da tonelada de CO2 emitida no setor energético é de US$ 50. Só assim será possível fechar as contas propostas pelo governo.

Esse é o cálculo feito por um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, liderado por Roberto Schaeffer, professor de planejamento energético, como parte de um estudo internacional divulgado nesta quinta-feira, 22, que analisou as chamadas INDCs (sigla em inglês para o conjunto de compromissos tendo em vista a Conferência do Clima da Organização ds Nações Unidas, em Paris) de Brasil, China, Japão, Índia, Estados Unidos e União Europeia.

O trabalho analisou quais ações precisam ser tomadas pelos países não só para cumprir as metas apresentadas, mas também para que elas sejam incrementadas com o passar dos anos a fim de que o mundo consiga alcançar a meta de conter o aquecimento do planeta a 2°C.

Na parte brasileira, Schaeffer e equipe levaram em conta as projeções econômicas mais recentes, que indicam recessão do País num primeiro momento, mas retomada do crescimento dentro de alguns anos, para calcular, por exemplo, como a produção agrícola vai se comportar, como será a demanda por energia, transporte, produção de cimento, entre outros dados macroeconômicos.

A partir dessas informações eles fizeram uma modelagem para estimar quanto poderiam ser as emissões de gases de efeito estufa do Brasil em 2030 se não houvesse ações adicionais e, assim, propor ações que precisarão ser tomadas para cumprir a meta apresentada pelo governo.

“Considerando tudo isso, imaginamos que se o Brasil alcançar o desmatamento zero e adotar uma agricultura de baixas emissões, como proposto no Plano ABC(Agricultura de Baixo Carbono), sobra para a energia uma boa fatia de ações para fechar a conta das metas. E isso só será alcançado se o País atribuir um valor ao carbono na hora de optar se vai fazer mais usinas termoelétricas ou migrar para a eólica ou solar, ou se vai trocar o diesel por biocombustíveis no transporte”, diz Schaeffer.

Para ele, esse número é de US$ 50 a tonelada de CO2-equivalente, que considera os impactos causados pelos combustíveis fósseis no aquecimento do planeta. “Estamos falando no custo que a economia teria de estar disposta a pagar pelo carbono, seja em uma taxação propriamente dita ou em uma inversão dos subsídios, senão o sistema não vai mudar o seu perfil”, defende.

De acordo com o pesquisador, há várias maneiras de abordar essa precificação. De um lado, por exemplo, poderia ocorrer um aumento direto no valor dos combustíveis, com a gasolina e o diesel mais caros na bomba. “É uma penalidade pelo carbono que está ali dentro”, diz Schaeffer. Ou o etanol poderia ser subsidiado para ser mais barato, também levando essa taxa do carbono em consideração. O mesmo valeria para as energias renováveis, que poderiam ser subsidiadas tendo essa taxa em mente.

“A pergunta que nos foi feita nesse estudo é: o que o Brasil propõe é possível? A INDC brasileira não diz com todos os detalhes como chegar lá. Nos nossos modelos, esse é um caminho possível. Ao valorar o carbono a US$ 50 a tonelada, o setor se redireciona. Sem isso, o desmatamento zero, e o plano ABC cumprido na íntegra, a conta não vai fechar”, diz.

Resultados globais. A análise das INDCs de Brasil, China, Japão, Índia, Estados Unidos e União Europeia reforça que as metas apresentadas até o momento não são suficientes para segurar o aquecimento em no máximo 2°C, como já foi dito por outros trabalhos, mas é um pouco mais otimista ao opinar que elas trazem uma aceleração sem precedentes e uma consolidação de ação contra as alterações climáticas nas principais economias do mundo.

Conduzido por 14 institutos de pesquisa, o trabalho sugere que as metas poderão servir como um ponto de partida para a transformação profunda rumo a uma economia de baixo carbono caso o Acordo de Paris inclua um mecanismo para fortalecer e ampliar esses compromissos políticos.

O estudo Além dos Números, Entendendo a Transformação Induzida pelas INDCs defende que o acordo pode construir uma ponte entre o que foi proposto agora e os 2°C se estabelecer um mecanismo previsível que incremente as metas com regularidade, sendo o primeiro reforço já em 2020, aumentando a ambição proposta nas INDCs.

Para os autores, neste cenário, um fortalecimento de políticas e compromissos até 2020 reduziria as emissões em mais de 5 Gt CO2 em 2030 em comparação com o nível atual das INDC, permitindo uma trajetória menos onerosa e mais viável rumo aos 2°C. Segundo os pesquisadores, isso permitiria uma redistribuição mais suave do investimento em tecnologias de baixa emissão de carbono e em novas infraestruturas.

Se isso não for pensado já a partir de 2020 e as INDCs seguirem o rumo proposto agora até 2030, depois disso seria necessária uma mudança muito mais brusca para conseguir manter o aquecimento do planeta a no máximo mais 2°C até o final do século.


09 out 2015

FAMATO participa de reunião de avaliação do Plano ABC

*Da FAMATO

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O monitoramento do Plano Agricultura de Baixa Emissão Carbono (ABC) está entre as preocupações do governo federal. Nesta semana, entidades representativas como a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (FAMATO), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Ministério da Fazenda, Ministério da Agricultura Abastecimento e Pecuária (Mapa) e duas empresas de consultoria de São Paulo e Minas Gerais estiveram reunidas em Brasília-DF, para discutir tentativas de aprimoramento no Plano ABC.

Foram discutidos os resultados alcançados pelo Programa ABC, linha de crédito que financia as tecnologias e reduções das emissões dos gases do efeito estufa.

O que mais preocupa é a baixa contratação de recursos oferecidos pelo Plano, que estão disponíveis. Criado para incentivar a adoção de técnicas agrícolas que contribuem para melhorar a eficiência na agricultura e pecuária, o programa ABC não está tendo procura entre os agricultores.

De acordo com as entidades do setor, a dificuldade seria a burocracia para preparar o projeto, que passa por laudos técnicos, licenças ambientais e exigências dos agentes financeiros. “O ABC exige acompanhamento constante e traz muitas obrigações, dificultando tanto na hora de fazer o projeto como de executar. Isso pode estar afastando o tomador do crédito”, assinalou o gestor do Núcleo Técnico da Famato, Guto Zanata.

Guto destacou que as dificuldades encontradas pelos agricultores estão gerando um efeito migratório dentro do programa de recursos agrícolas do governo federal. Para o gestor técnico, mesmo quem tem interesse no ABC, principalmente para recuperação de pastagens degradadas, acabam optando por outros financiamentos como por exemplo o Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO). “Várias linhas de créditos estão crescendo, a ponto de se esgotarem os recursos, enquanto que o ABC está ficando para trás”.

O gestor explicou ainda que todos os planos setoriais que integram a Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC), como o Plano ABC, são revisados periodicamente, para que continuem de acordo com as demandas da sociedade. “Se o recurso disponível não for utilizado a tendência é que ele seja reduzido nos próximos anos”, avaliou Zanata.

O Plano ABC foi estruturado em sete atividades: Recuperação de Pastagens Degradadas; Integração Lavoura-Pecuária-Floresta; Sistema Plantio Direto; Fixação Biológica de Nitrogênio; Florestas Plantadas; Tratamento de Dejetos Animais e Adaptação às Mudanças Climáticas.

Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso – FAMATO
http://sistemafamato.org.br/


05 out 2015

São Paulo prepara versão estadual de plano de agricultura de baixa emissão de carbono

*Do Cenário MT

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Assunto foi tratado durante reunião entre representantes do Mapa e de
instituições ligadas ao setor agrícola

O estado de São Paulo começou a articular seu Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), uma das mais inovadoras políticas públicas destinadas à redução dos efeitos das mudanças climáticas.

O assunto foi tratado esta semana durante reunião na Superintendência Federal de Agricultura em SP, com a participação da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e das demais instituições que integram o grupo gestor estadual do Plano ABC. A proposta do estado deve estar alinhada às metas do Plano ABC nacional, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Hoje, o estado de SP tem o maior número de contratos do Programa ABC, uma das linhas de financiamento do Plano Agrícola e Pecuário (PAC), que dispõe de R$ 3 bilhões na safra 2015/2016. Dados da Coordenação de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos, da Secretaria do Produtor Rural e Cooperativismo do Mapa, mostram que os agricultores paulistas firmaram, entre janeiro de 2013 e julho deste ano, 3.372,00 contratos, num total de cerca de R$ 1,063 bilhão para investimentos em uma área de 236.821,05 hectares.

Durante a reunião, o superintendente federal de Agricultura em SP, Francisco Jardim, lembrou da importância do Plano ABC para que o Brasil reduza as emissões de gases de efeito estufa na ordem de 37% até 2025 e de 43% até 2030. Essas metas foram anunciadas recentemente pela presidenta Dilma Rousseff, durante a Conferência das Nações Unidas para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015.

De acordo com o coordenador de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos do Mapa, Elvison Ramos, o secretário de Agricultura e Abastecimento do estado de SP, Arnaldo Jardim, também elogiou o Plano ABC. Segundo Elvison, Jardim destacou dois aspectos do ABC: a redução das emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas, a difusão de tecnologias de conservação do solo e da água. Também enfatizou o compromisso em participar da elaboração do Plano ABC do Estado de São Paulo.

O encontro também contou com a participação de representantes da Federação das Indústrias do Estado do SP (Fiesp), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Instrumentalização, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati/SAA), do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria do Meio Ambiente, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SP (Faesp) e do Banco do Brasil.

Na reunião, Elvison Ramos faz um balanço da situação nacional do Plano ABC, e o professor Ângelo Costa Gurgel, da Fundação Getulio Vargas, apresentou as atividades desenvolvidas pelo Observatório ABC (www.observatorioabc.com.br). Na avaliação de Gurgel, o Brasil tem plenas condições de alcançar as metas voluntárias assumidas com a comunidade internacional.