06 set 2017

Produtor adota Manejo Integrado de Pragas e elimina aplicações de defensivos contra lagarta

Por SENAR Paraná*

O produtor rural José Roberto Mortari cultiva 387 hectares de soja em Londrina, no Norte do Paraná. Na temporada passada, ele resolveu sair na frente em relação ao cuidado com a plantação e colocou um total de 290 hectares (cerca de 75% do total) no Manejo Integrado de Pragas (MIP). O resultado foi uma redução considerável no número de aplicações de defensivos agrícolas, solo menos compactado, uma lavoura mais equilibrada e um incremento direto na rentabilidade.

O processo começou com o curso do SENAR-PR Inspetor de Campo em MIP Soja, que Mortari descobriu por meio da FAEP (ele faz parte da diretoria do Sindicato Rural de Londrina). A formação está dentro das principais temáticas trabalhadas no programa Plante Seu Futuro. Chama a atenção o fato de o produtor ter dedicado uma área considerável para o MIP logo de início, já que o mínimo para se adotar o programa é cinco hectares e boa parte dos agricultores começa nesta faixa.

Com a área de 290 hectares delimitada, 16 alunos do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) se inscreveram no curso do SENAR-PR e passaram a dedicar seus sábados, durante o período de desenvolvimento da cultura, para fazer uma análise detalhada dos talhões da propriedade de Mortari. A cada semana, 20 hectares tinham a incidência de pragas detalhada. A partir da contagem e classificação de insetos, um plano de ação sobre a aplicação de inseticidas era traçado.

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08 jun 2017

Grupo gestor do Plano ABC conhece experiência de floresta plantada na Paraíba

*Por SENAR/PB

O Grupo Gestor do Plano de Agricultura de Baixo Carbono da Paraíba fez uma visita técnica na terça-feira (6/6) às propriedades Fazenda Santa Inês e Bela Vista, nos municípios de Mamanguape e Itapororoca, na Mata Norte do estado. Ao longo das visitas a equipe pode conhecer a prática de floresta plantada desenvolvida pelo produtor rural José Inácio de Moraes Andrade.

José Inácio tem 100 hectares de área de reflorestamento distribuídos entre cinco fazendas nos municípios de Pilões, Curral de Cima e Cuité de Mamanguape, além das duas que receberam a visita do grupo. São cultivados eucalipto, comercializado principalmente para as indústrias de cerâmica, e também o sabiá, para produção de estacas.

Área plantada com sabiá

“Minha atividade principal é a cana-de-açúcar, mas vi a chance de fazer floresta plantada buscando também diversificar minha produção visando também novas fontes de receita. Acredito que a agricultura tem que ser autossustentável, ambientalmente correta, socialmente justa, mas que venha também a gerar renda para o produtor, para que ele possa se sustentar no campo”, defende José Inácio.

Engenheiro agrônomo por formação e filho de produtores rurais, ele já está na atividade agrícola há cerca de 40 anos e tem investido em outras boas práticas de cultivo, como a rotação de culturas e proteção de matas ciliares.

José Inácio, produtor rural

O SENAR Paraíba e a Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba compõem o grupo gestor. Ele é coordenador pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (SEDAP), e conta ainda com representantes do Ministério da Agricultura, Embrapa, Asplan, Banco do Brasil, Emater e Emepa, entre outros. A assessora de programas especiais do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural da Paraíba(SENAR/PB), Vera Figueiredo, explicou que ações como a visita técnica compõem as ações iniciais do grupo na formalização de políticas locais de ABC.

“Foi uma experiência maravilhosa dentro do que a gente está tentando implantar no Estado. Estamos mapeando e identificando essas ações para a partir desse conhecimento poder contribuir com o produtor por meio da capacitação. Nós temos o desafio de conscientizá-lo sobre a importância desse tipo de agricultura, mas por outro lado ela precisa ter viabilidade econômica”, resume Vera.

Floresta plantada com eucalipto, ao lado área com cultivo rotacionado de cana. Terreno havia sido ocupado anteriormente com mamão

Além da floresta plantada, também são previstas pelo plano ABC a prática de fixação biológica de nitrogênio, plantio direto, integração lavoura pecuária floresta, recuperação de pastagens degradadas e tratamento de dejetos animais. Esta última, inclusive, já será objetivo da próxima visita técnica do grupo gestor, no mês de julho.

“Estamos numa fase inicial do plano, tendo em vista que ele foi ativado no Estado no final de 2015. O período seguinte foi de estruturação do plano a partir das premissas nacionais e agora saímos da sequência de reuniões para conhecer na in loco essas práticas. Isso traz para o grupo a possibilidade de passar isso à frente”, explicou o coordenador do Grupo Gestor do Plano ABC PB, Demilson Lemos de Araújo.

Hermes Ferreira e Vera Fernandes

Nesse período foram firmados quatro convênios com o Ministério da Agricultura para implantação de unidades demonstrativas e realização de dias de campo e seminários que auxiliem na divulgação e implantação dessas tecnologias. Segundo o chefe da divisão de política agrícola do ministério na Paraíba, Hermes Ferreira, já foram investidos R$ 750 mil reais nessas ações e a meta é expandir ao longo dos próximos anos.

“O projeto já está em andamento com pesquisas no agreste do Estado. No próximo semestre devemos entrar no sertão, já estão sendo escolhidas áreas para implantação de ILPF e plantio direto. Nos próximos dois anos ingressaremos no curimataú e cariri. O objetivo é fazer com que isso chegue ao produtor, seja ele pequeno, médio ou grande”, afirma Hermes Ferreira.


10 mai 2017

ABC Cerrado avança na segunda fase

*Por SENAR Brasil

 

O Projeto ABC Cerrado avançou consideravelmente na segunda fase. Já são 83 turmas em andamento nos estados da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí e Tocantins desde abril deste ano quando começaram as capacitações dessa etapa. Além do treinamento em quatro tecnologias de baixa emissão de carbono (Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Sistema Plantio Direto e Florestas Plantadas), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) leva Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) aos produtores que participam do projeto.

O ABC Cerrado é uma parceria do SENAR com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Embrapa, com recursos do Banco Mundial, que incentiva a produção agrícola sustentável, focando no aumento da oferta de alimentos, diversificação da atividade rural para geração de renda e preservação ambiental.

O produtor Juarez Noleto, de Porangatu, em Goiás, fez a capacitação em Recuperação de Pastagens Degradadas e agora está recebendo assistência técnica. Ele, que produz gado de leite e de corte, conta que não conhecia o trabalho do SENAR, mas que depois de ver os resultados posteriores à capacitação, planeja fazer outros cursos da entidade. “Já temos resultados positivos na propriedade e a pastagem já apresenta qualidade diferenciada. O curso clareou minhas ideias e a assistência técnica está fazendo a diferença para nós. Tanto é que quero fazer outras capacitações nessa mesma linha e levar os resultados positivos para outra propriedade que tenho no município também”, comemora.

Produtor já colhe resultados com o ABC Cerrado.

Em Goiás, o SENAR capacitou 427 produtores na fase I do ABC Cerrado e atendeu 300 com Assistência Técnica e Gerencial. Atualmente está com sete turmas em andamento e a tecnologia mais procurada é a Recuperação de Pastagens Degradadas, seguida de iLPF. “O produtor que participa vê o ABC Cerrado como algo inovador que abre inúmeras possibilidades de alavancar seu negócio”, destaca o gestor do projeto em Goiás, Douglas Vila Verde. “E com a ATeG, o produtor terá mais informações a respeito das tecnologias ABC e poderá definir seu planejamento e escolher o momento correto para fazer o investimento na propriedade”, frisa.

O coordenador do ABC Cerrado no SENAR, Mateus Tavares, acompanhou esta semana, o segundo módulo de Recuperação de Pastagens Degradadas em Porangatu. Tavares avalia que o resultado da segunda fase do projeto, que começou pelas capacitações, está indo muito bem. “Vemos que os resultados positivos da primeira fase serviram de motivação para os produtores que se inscreveram nesta nova etapa. À medida que o ABC Cerrado é executado, mais produtores tomam conhecimento e se interessam pelo Projeto”, comemora. “A expectativa é que tenhamos mais produtores sendo capacitados e recebendo a Assistência Técnica e Gerencial e com resultados tão bons quanto os que estamos observando,” concluiu.

As visitas aos treinamentos continuam em Goiás até o fim da semana. O coordenador do ABC Cerrado segue agora para Rio Verde. No final do mês, será a vez de visitar as turmas do Maranhão.


18 abr 2017

Novo diagnóstico avalia o manejo do solo no sistema plantio direto

Por Embrapa Solos*

A Rede de Pesquisa SoloVivo busca desenvolver ferramentas para a avaliação do sistema plantio direto em propriedades rurais e microbacias hidrográficas. Seguindo este caminho seus pesquisadores desenvolveram um novo método para a avaliação do manejo em plantio direto: o Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (DRES).

“O DRES é uma proposta metodológica simples e audaciosa”, conta a pesquisadora Alba Leonor Martins, da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ). “Ela é simples porque é de fácil compreensão e audaciosa porque a equipe da Rede de Pesquisa SoloVivo estudou praticamente todo o material que existe nos livros sobre a estrutura do solo”.

O diagnóstico é uma ferramenta de transferência de tecnologia em manejo do solo viável, rápida e sensível às alterações induzidas pelo manejo. Foram estudados em campo métodos em diferentes situações, na tentativa de interpretar o manejo do solo e observar se esses métodos refletiam na prática o que acontecia com o solo.

Concluiu-se que para avaliação do manejo com plantio direto a partir da estrutura do solo, seria necessário um olhar diferenciado, ou seja, uma adaptação baseada em procedimentos adotados em outras técnicas, como a Avaliação Visual da Estrutura do Solo (VESS, da sigla em inglês), o Método do Perfil Cultural (1960) e o próprio Manual de descrição e coleta de solo no campo da Embrapa.

Como funciona

O DRES qualifica a estrutura da camada superficial do solo baseado nas condições gerais da gleba avaliada, relativas à conservação ou degradação do solo e em características detectadas visualmente em amostras dos primeiros 25 cm do solo. São observados: tamanho e forma dos agregados e torrões, presença ou não de feições de compactação ou outra modalidade de degradação do solo, forma e orientação das fissuras, rugosidade das faces de ruptura, resistência à ruptura, distribuição e aspecto do sistema radicular e de evidências de atividade biológica. A partir desses critérios, atribui-se uma pontuação de 1 a 6, onde a maior nota significa a melhor condição da estrutura.

Próximos passos

A equipe continua o trabalho para consolidar a validação do método que já foi testado em experimentos de longa duração da Embrapa, e também junto aos produtores nas microbacias estudadas pela Rede de Pesquisa SoloVivo, relacionando o DRES com a infiltração da água no solo, enzimas, fertilidade, densidade entre outros indicadores de qualidade do solo. A ideia é favorecer a identificação de manejos mais adequados em longo prazo.

“A aceitação tem sido boa”, revela Alba. ”Técnicos de cooperativas do Paraná e Mato Grosso do Sul foram capacitados e já pedem novos cursos”.

O DRES é fruto de um trabalho em equipe que envolve a Universidade Estadual de Londrina (UEL), a Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (FEBRAPDP), a Embrapa Solos, Embrapa Soja (Londrina-PR), Embrapa Trigo (Passo Fundo-RS) e Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS), com apoio da Itaipu Binacional.

Ainda em 2017 será editada uma publicação técnica sobre o DRES, pretende-se também produzir vídeos que orientarão o passo a passo do diagnóstico.


06 abr 2017

Mecanização e Segurança: capacitação do SENAR/MS consolida plantio de florestas

*Por SENAR/MS

 

Por anos a matriz econômica do Mato Grosso do Sul foi sustentada nos mercados de soja e de boi. No campo, estes dois segmentos se fortaleceram com métodos e tecnologias de precisão para impulsionar a produção de grãos e/ou de carne, e até mesmo de leite. A inovação tecnológica que impulsionou o setor agropecuário, deu força também à silvicultura em solos sul-mato-grossenses. Segundo os últimos dados do Siga/MS – Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio de MS, Mato Grosso do Sul apresenta 950 mil hectares de plantio com eucalipto.

“As tecnologias do campo avançam a cada dia e, paralelamente a isso, há a necessidade de aprimoramento da mão de obra, por isso renovamos o catálogo de cursos voltados para o setor florestal para acompanhar as tendências de mercado, principalmente no que se refere à viabilidade dos custos de produção, com foco na mecanização e na operação preventiva”, afirma a diretora-secretária do Sistema Famasul e coordenadora educacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/MS), Terezinha Cândido.

De acordo com a IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores, o estado é o terceiro no ranking nacional em área plantada com eucalipto, perdendo apenas para Minas Gerais e São Paulo, e ainda apresenta a quarta maior produção de árvores plantadas por espécie, tais como pinus, mogno e seringueira. Essa produção destina-se basicamente à obtenção principal de papel e celulose, carvão vegetal e lenha.

Três Lagoas lidera o ranking nacional dos 20 principais municípios produtores de madeira em tora para papel e celulose. Conforme os últimos resultados da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura – PEVS, publicados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dos 77 milhões de metros cúbicos produzidos no País, Três Lagoas produziu 2,1 milhões de metros cúbicos, o que correspondem a 2,9% da produção total no cenário nacional.  Entram nesse ranking também outros munícipios do estado: Brasilândia (2,1%), Ribas do Rio Pardo (2,1%), Água Clara (2,0%) e Dois Irmãos do Buriti (1,1%).

Em 2016 a receita com as exportações de produtos florestais somou US$ 993,7 milhões, alta de 102% em quatro anos, correspondendo ao segundo item principal na pauta de vendas internacionais do agronegócio sul-mato-grossense, perdendo apenas para a soja que somou US$ 1,17 bilhão.

“Os 18 novos cursos para o florestamento já foram lançados para todo o estado e agora estamos trabalhando com a mão de obra que já existe nas empresas do setor. Queremos capacitar as pessoas que ainda vão ingressar e também preparar aquelas que migram e deixam o serviço em busca de outro trabalho. O importante é que vamos aprimorar a mão de obra local sem precisar trazer pessoas de fora para trabalhar aqui”, afirma Terezinha.

Desde fevereiro o SENAR/MS vem qualificando trabalhadores de uma multinacional em Três Lagoas, são quase 500 operadores passando pelos cursos voltados para mecanização florestal. “Já recebemos um feedback sobre a diferença de quando começou o curso para hoje. Um exemplo é que foi percebida a diminuição na manutenção e prejuízo com a quebra das máquinas. Buscamos atender desde o pequeno produtor, que trabalha com um simples trator até as máquinas amarelas (patrola, esteira, pá carregadeira e escavadeira hidráulica) das multinacionais voltando toda nossa capacitação para a agricultura de precisão”, aponta a coordenadora educacional do SENAR/MS.

“O painel de qualquer máquina, de baixa ou de alta precisão, dá informações do que acontece com sua máquina e há uma dificuldade por parte dos operadores de interpretar essas simbologias universais. É preciso informação para evitar os riscos de quebra e aumentar a produtividade. Nosso objetivo é corrigir possíveis vícios dos operadores para evitar desgastes de máquinas e gastos desnecessários. A capacitação ensina desde como subir corretamente no trator à limpeza da máquina”, explica analista educacional do SENAR/MS, Elisa Rodrigues.

Até as florestas recebem adaptações para a parceria entre instituição e empresa. Enquanto o SENAR/MS oferece os instrutores, os empregadores fornecem a estrutura. Além das máquinas que ficam expostas no campo para o treinamento prático, as árvores dão espaço a contêineres que viram salas de aula para os trabalhadores, formando um centro de treinamento. “Isso vai muito além do maquinário, porque com essa capacitação o funcionário se sente valorizado. É uma grande motivação profissional e pessoal também”, reforça Terezinha Cândido.

Os cursos são divididos por módulos graduais e interligados, somando uma carga horária de 160 horas, e abrangem temas como: operação e manutenção preventiva e corretiva de tratores florestais; agricultura de precisão e piloto automático; implementos florestais; metrologia aplicada e entre outros. E as capacitações não param por aí, outro foco do SENAR/MS é na saúde do colaborador no trabalho com máquinas e equipamentos florestais por meio das normativas regulamentadoras – NR 12; NR 20; e NR 31.12 – que abrangem desde a segurança na operação até manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.

“Nenhuma pessoa pode operar uma máquina sem que tenha, minimamente, um curso de NR 31.12 – Segurança e Saúde na Operação de Máquinas e Implementos Agrícolas – e a Carteira Nacional de Habilitação categoria ‘B’”, explica Elisa.

Ainda é cedo para saber do resultado da capacitação em mecanização florestal, mas o SENAR/MS já busca outras iniciativas. “É um projeto ousado que vem a somar com a economia e com o setor. Primeiramente estamos focando no maquinário e no operador e nesse meio tempo identificamos outros gargalos, por isso vamos planejar para o futuro novas capacitações no cultivo e colheita do eucalipto”, adianta a coordenadora educacional.