21 fev 2018

ILPF gera lucro de até R$ 3,70 por Real investido

Os sistemas de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) pode gerar lucro real de até R$ 3,70 para cada R$ 1 investido na produção. Foi o que apontou avaliação feita em cinco Unidades de Referência Tecnológica e Econômica (URTE) implantadas no estado do Mato Grosso.

De acordo com a Embrapa, os dados finais da avaliação econômica nas cinco URTEs comprovaram que a ILPF é viável economicamente: “Trazendo todos os dados para valores correspondentes ao ano de 2017, a comparação mostrou lucratividade […] O Valor Presente Líquido Anual (VPLA), que é a receita por hectare a cada ano, variou de R$ 152,40 a R$ 2.175”.

 Para atingir essa viabilidade econômica e competitividade, porém, é necessário planejamento, correta definição da configuração do sistema e o estudo prévio de mercado. Os principais erros cometidos, e que impactam no resultado final, é na escolha da espécie usada na rotação das culturas, bem como da espécie florestal em uma integração com árvores.
 É fundamental também uma definição correta do espaçamento entre árvores e das linhas da lavoura cultivadas entre os renques. “A configuração de plantio tem que estar bem definida. A escolha da espécie tem que ser feita de acordo com o mercado. Você vai ter para quem vender? E isso não vale só para árvores. Estou falando de tudo. Não é em qualquer lugar que você pode plantar soja, por exemplo. Tem que ter logística, armazenamento, comercialização”, explica o analista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) Miqueias Michetti.

Agrolink


19 fev 2018

Técnicos do Projeto ABC Cerrado reúnem-se em BH

Doze técnicos que atuam no Projeto ABC Cerrado estão reunidos nesta segunda-feira (19) na sede do Senar Minas, em Belo Horizonte para uma reunião de alinhamento estratégico e operacional da assistência técnica e gerencial da iniciativa e para treinamento de salvaguardas ao projeto.

Mateus Tavares, responsável pelo projeto no Senar Brasil, e o coordenador de Formação Profissional Rural (FPR) do Senar Luiz Ronilson Araújo Paiva, também estão acompanhando a reunião.

De acordo com o coordenador do ABC Cerrado em Minas Gerais, o analista da FPR Caio Sérgio de Oliveira, “essa é uma ação de atualização aos técnicos, para que trabalhemos de forma concisa e assertiva”. Os profissionais atualmente estão atuando nas regiões Centro Oeste, Norte, Nordeste e Triângulo Mineiro.

Caio Sérgio acrescenta que, além do treinamento e dos alinhamentos necessários ao andamento do projeto, o encontro está servindo como uma oportunidade para revisar e conhecer os números do projeto.

Resultados

Caio Sérgio informa que, até agora, o ABC Cerrado já recuperou uma área de 76.551 hectares com as tecnologias que são repassadas ao produtor – isso corresponde a uma área média de 47 hectares recuperada por propriedade, e a um investimento médio de R$ 1.167,34 por propriedade.

Quem desejar saber mais sobre o projeto e sobre como participar, deve entrar em contato com o Senar Minas pelo e-mail fpr@senarminas.org.br.


24 jan 2018

Senar apresenta ABC Cerrado para gerente de meio ambiente do Banco Mundial na América Latina

Brasília-DF (23/01/18) – O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) apresentou na segunda (22) o Projeto ABC Cerrado para a gerente de Práticas Globais do Departamento de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Banco Mundial na América Latina, Valerie Hickey, que visita o Brasil esta semana.

Valerie Hickey, gerente de Meio Ambiente do Banco Mundial 

O encontro aconteceu na sede do Banco, em Brasília, e contou também com a participação de Maurizio Guadagni, gerente do projeto na instituição financeira, e de Klas Sander, economista ambiental.

“Esse tipo de reunião sinaliza que os resultados iniciais do ABC Cerrado despertaram interesse e vão balizar a tomada de decisão do banco em relação a outros projetos com o Senar”, afirmou o gestor do projeto, Mateus Tavares.

Mateus Tavares, gestor do Projeto ABC Cerrado no Senar

O ABC Cerrado é uma parceria do Senar, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Embrapa com recursos do Banco Mundial para levar capacitação ao produtor rural em quatro tecnologias de baixa emissão de carbono além de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).

“A assistência técnica aliada à capacitação pode mudar o comportamento do produtor, contribuindo para a conservação do meio ambiente”, disse a diretora de Educação Profissional e Promoção Social do Senar, Andrea Barbosa.

Andréa Barbosa, diretora de Educação Profissional e Promoção Social do Senar

O ABC Cerrado promove treinamentos nas tecnologias de Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Sistema Plantio Direto e Florestas Plantadas. São atualmente 4,3 mil produtores atendidos, desses, 1,7 mil já receberam assistência técnica do Senar. No primeiro ano de assistência técnica, mais de 76 mil hectares de pastagens degradadas foram recuperados.

“Sermos capitaneados pelo Banco Mundial e podermos reunir as áreas de meio ambiente e produção é uma oportunidade para o mundo saber que o Brasil tem condições de produzir e, ao mesmo tempo, conservar seus recursos naturais”, avaliou o diretor de ATeG do Senar, Matheus Ferreira.

Matheus Ferreira, diretor de ATeG no Senar

Valerie Hickey agradeceu a oportunidade de conhecer o trabalho do Senar e reforçou que o Banco Mundial está 100% comprometido com o projeto. A intenção da instituição, segundo ela, é usar a experiência positiva com o Brasil como exemplo para outros países da América Latina.

Assessoria de Comunicação CNA/SENAR
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Fotos: Tony Oliveira
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16 nov 2017

Ações do Projeto ABC Cerrado são destaque em premiação do Sisema

O município de Brasília de Minas ficou com o terceiro lugar do Prêmio de Boas Práticas “Salve o Rio São Francisco”, iniciativa do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), por meio do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). A ação premiada foi o Projeto Piloto de Terraceamento em Nível, desenvolvido na zona rural de Brasília de Minas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente com tecnologias do Projeto ABC Cerrado, do SENAR Minas. A categoria foi a “Melhor projeto ou prática de órgão público”.

O terraceamento e as outras práticas conservacionistas adotadas na Fazenda Buritizinho, onde o projeto foi realizado, foram trabalhadas nas capacitações do ABC Cerrado. De acordo com o técnico ABC Wender Guedes Borges (na foto abaixo, com um produtor), as entidades estão orgulhosas do prêmio. Ele acrescenta que o projeto trouxe um novo olhar para região sobre a forma de produção no campo e principalmente sobre a conservação de água e solo. “Hoje já são mais de 61 produtores rurais capacitados no município e a grande maioria já está colocando em prática as técnicas aprendidas no curso de Recuperação de Pastagens Degradadas”, conta.

O Projeto Piloto de Terraceamento em Nível teve início quando autoridades municipais visitaram uma propriedade em que o produtor foi capacitado e vem sendo assistido pelo ABC Cerrado. Ele já estava aplicando as curvas em nível e o interesse da Secretaria em expandir tecnologia na região motivou a parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Brasília de Minas e o Senar, que promoveu uma capacitação para alguns produtores rurais que seriam beneficiados pelo projeto e também para os funcionários da prefeitura que executariam tal serviço.

O curso foi ministrado entre os dias 16 e 20 de outubro, com duração de 40 horas, promovendo a capacitação de 12 pessoas, que aprenderam a utilizar um trator com arado com foco na construção das curvas. Após conclusão do curso, os operadores da prefeitura concluíram os serviços na área e já estão iniciando em outras, com uma boa demanda por parte dos produtores, que sentiram a necessidade da conservação de água e solo.

O prêmio

O prêmio faz parte da Campanha Informativa e de Sensibilização sobre a escassez hídrica na bacia do Rio São Francisco e visa reconhecer e incentivar boas práticas ou projetos de conservação, uso racional e combate ao desperdício dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do Rio São Francisco.

O prêmio recebeu projetos em três categorias: melhor projeto ou prática de cidadão, grupo de cidadãos ou organização da sociedade civil; melhor projeto ou prática de órgão público e melhor projeto ou prática de empresa privada. Os trabalhos foram avaliados por uma comissão julgadora formada por servidores da Semad, Feam, Igam e IEF.

A cerimônia de premiação foi realizada na Cidade Administrativa, sede do Governo do Estado, em 7 de novembro e o prefeito de Brasília de Minas Geélison Ferreira da Silva representou o município no evento.

Assessoria de Comunicação Sistema FAEMG


19 out 2017

Manejo de pastagens em áreas de arroz diminui o tempo de engorda do boi

Por Canal Rural*

Fonte: Fernando Carvalho/Arquivo Pessoal

Com o sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) os animais atingiram cerca de 310 quilos até um ano de idade e 450 quilos em torno de 18 a 24 meses; em sistemas convencionais, a média é de 200 quilos neste mesmo período

Uma pesquisa desenvolvida pela Embrapa Clima Temperado indicou que o manejo de pastagens em áreas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) pode aumentar expressivamente o ganho de peso dos animais.

O estudo, que tem sido realizado desde 2014 na fazenda do produtor rural Cláudio Silva, em Santa Vitória do Palmar (RS), revelou que na propriedade rural os animais atingiram cerca de 310 quilos até um ano de idade e 450 quilos em torno de 18 a 24 meses. Em sistemas convencionais, a média é de 200 quilos neste mesmo período. “O ganho de peso vivo gira na média de 500 quilos por hectare. No sistema convencional a média é de 150 quilos por hectare”, explicou.

Basicamente, a estratégia consiste na adubação das pastagens e do campo nativo, no ajuste de carga animal e na ressemeadura natural do azevém e das demais leguminosas para rotação com as lavouras após fim do ciclo médio de quatro anos. Segundo o pesquisador da Embrapa Jamir Silva, responsável pelo trabalho, a recuperação do solo na fase de pastagens estrutura melhor a área para, posteriormente, receber as lavouras. “A gente defende que a adubação seja de sistema e que venha para o solo na fase de pastagem”, afirma.

Outro benefício relatado pelos pesquisadores foi a possibilidade de diminuição de 50% no uso de fertilizantes para o restabelecimento das lavouras de arroz na mesma área. A redução de insumos, se atingir os 50%, pode resultar em uma economia de cerca de R$ 600 por hectare. Isso, se somado ao plantio de arroz convencional, que utiliza herbicidas com menor fitotoxidade às pastagens, e ao plantio direto, que causa menos impacto no solo, pode ainda agregar valor ao produto final por meio de certificação nacional de sustentabilidade.

Uma das orientações-chave do trabalho é saber quando colocar os animais nas pastagens e qual a carga animal por área. É importante, por exemplo, colocar os animais mais jovens na melhor alternativa alimentar existente nas propriedades – nas melhores pastagens –, tendo em vista o menor consumo com maior ganho em peso vivo. Já os animais mais velhos, prontos para a comercialização, devem ser colocados junto às áreas de pastagens mais antigas, com complementação de grãos.

Desde o início do trabalho o produtor destinou apenas cinco hectares à experiência. Mas, devido aos bons resultados, destina hoje 140 dos 460 hectares da propriedade às pastagens – azevém, trevo-branco e cornichão – para criação de gado de corte. O restante é dedicado ao campo nativo. “A intenção é aumentar mais 60 hectares no ano que vem, chegando a 200 hectares dedicados às pastagens”, disse.