09 mai 2017

Manejo de pastagens tropicais desperta a atenção de colombianos em São Carlos

Por Embrapa Pecuária Sudeste*

Foto: Juliana Sussai

O manejo de pastagens tropicais para recuperação de solos e na produção intensiva de leite foi o destaque da visita de uma delegação de colombianos à Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP). Eles participaram de um dia de campo sobre o sistema de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) e pecuária de leite, na última sexta-feira (5 de maio).

O grupo foi recebido pelo chefe adjunto de Transferência de Tecnologia, André Novo e pelo pesquisador e articulador internacional, Alberto Bernardi. Eles conduziram a visita aos sistemas integrados nas unidades demonstrativas de ILPF, do Guandu BRS Mandarim e sistema de produção de leite.

Formada por técnicos, pecuaristas, produtores, veterinários, engenheiros, administradores, zootecnistas e negociadores de comércio exterior, a delegação colombiana veio ao Brasil para conhecer as novidades da agropecuária. A agenda também incluiu a visita a dois importantes eventos, a Expozebu (Uberaba – MG) e a Agrishow (Ribeirão Preto – SP), além da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás – GO).

Para o importador de sementes Luis Jaramillo – organizador da visita – “o objetivo foi conhecer as diferentes alternativas que podem ser oferecidas aos produtores para recuperação de solos degradados, muito comuns na Colômbia. Além disso, foram buscadas alternativas com leguminosas como o Guandu BRS Mandarim e para a parte florestal”.

Angela Castillo, técnica que trabalha numa empresa de calcário, ficou impressionada com algumas características da área de ILPF. “Aqui podemos ver que o solo não se degrada tanto, é um solo que está vivo, por sua cor escura e pela qualidade do milho. É um solo biologicamente mais ativo”, comentou.

A força das parcerias

A Rede de Fomento ILPF é uma parceria público-privada entre as empresas Dow AgroScience, John Deere, Parker, Syngenta, Cocamar e a Embrapa, cujo objetivo é acelerar a adoção dos sistemas de integração lavoura-pecuária floresta pelos produtores rurais, para a intensificação sustentável da Agricultura Brasileira.

A Rede, co-financiada pelas empresas privadas e pela Embrapa, apoia 97 Unidades de Referência Tecnológica distribuídas em todos os biomas brasileiros, envolvendo a participação de 19 Centros de Pesquisa da Embrapa.

Já a UNIPASTO é uma associação composta por empresas e produtores de sementes de forrageiras, com o objetivo de apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de novas cultivares de forrageiras tropicais.

Para isso, oferece suporte financeiro e logístico ao programa de melhoramento e avaliação de forrageiras de algumas Unidades da Embrapa: Acre (Rio Branco – AC), Cerrados (Planaltina – DF), Gado de Corte (Campo Grande – MS), Gado de Leite (Juiz de Fora – MG) e Pecuária Sudeste.

Para André Novo, a visita dos colombianos “demonstra o sucesso do trabalho dessas associações e da própria Embrapa, além de reforçar a importância das parcerias. O alcance e o interesse pelas novas tecnologias desenvolvidas no Brasil revelam o avanço e o esforço na busca por uma agropecuária mais precisa e sustentável em países latino-americanos e no mundo”.


04 mai 2017

Integração Lavoura-Pecuária garante eficiência na produção de bovinos de corte

Por Embrapa Milho e Sorgo*

A eficiência produtiva de um sistema composto por pastagens bem manejadas e uso de suplementação nutricional estratégica para bovinos de corte vem sendo comprovada por um projeto de doutorado desenvolvido na Embrapa Milho e Sorgo. “Enquanto a média de lotação animal registrada no Brasil é de 0,7 UA por hectare, conseguimos até 6,5 UA na mesma área em pastagens formadas com capim mombaça”, destaca Isabella Maciel, médica veterinária e doutoranda em Zootecnia pela Universidade Federal de Minas Gerais. A sigla UA quer dizer Unidade Animal e corresponde a 450 kg de peso vivo. O projeto tem o objetivo de avaliar o desempenho produtivo e econômico de bovinos zebuínos e cruzados recriados em pastagem em sistema de Integração Lavoura-Pecuária e terminados em confinamento.

A médica veterinária destaca os elevados ganhos obtidos pelos animais jovens na fase de recria em pastagens provenientes do sistema de integração. Esses ganhos são maiores em bovinos originários de cruzamento industrial entre as raças ½ Nelore e ½ Aberdeen Angus em relação a animais Nelore. Os bezerros de sete meses de idade entram no período da seca para pastejarem em quatro glebas, que totalizam 22 hectares, onde é feita a rotação de cultivos na primavera-verão, com a utilização do sistema de plantio direto. A cada ano, são feitos os seguintes plantios: soja, milho consorciado com capim braquiária e sorgo com capim mombaça.

O capim mombaça constitui a pastagem de primavera-verão destinada aos animais na recria, sendo subdividida em cinco piquetes de 1,1 hectare cada, utilizados em sistema de pastejo rotacionado. “Temos uma experiência de 12 anos com esse sistema. Os bezerros ficam de julho até o início do período das águas nas glebas de braquiária e depois vão para os piquetes rotacionados de capim mombaça. Esse sistema suporta os animais até junho do ano seguinte, quando entram para o confinamento”, explica a veterinária. A soja, o milho e o sorgo são usados como alimentos na fase de terminação, tanto como silagem quanto como grãos na elaboração de concentrado.

Ganhos diários de mais de 2 kg em confinamento

Os animais entram em sistema de confinamento pesando entre 13 e 14 arrobas e os resultados do último ano mostram um ganho médio diário de 2,026 kg para os animais de cruzamento industrial. Na época do abate, com 22 meses e ao final de 110 dias, os animais atingem um peso médio de 20,2 arrobas com rendimento de carcaça superior aos 57%. Em regime de confinamento, a dieta é composta por 65% de concentrado (composto por fubá de milho, soja e núcleo, sendo este último uma mistura de fontes proteicas, minerais e aditivos) e 35% de volumoso (silagem de milho).

“Como é uma alimentação rica em concentrado, o núcleo fornece aditivos que vão manter o pH ruminal mais elevado, evitando distúrbios como a acidose”, explica Isabella Maciel. A correta adaptação dos animais à dieta também é essencial para o sucesso do confinamento. Os bovinos passam por um período de adaptação de 21 dias recebendo formulações variáveis de volumoso e concentrado, sendo que a oferta diária de alimento nos primeiros dias é fixada em 1,8% do peso vivo do animal, aumentando gradativamente. “Após esse período, o consumo dos animais vai aumentando, o que reflete no maior ganho de peso diário e consequente elevado peso ao abate”, conclui.

Pastagens em sistema de integração

O plantio das culturas em cada gleba é feito de forma rotacionada. Assim, na gleba onde foi plantada soja no ano anterior, será feita a lavoura de milho-capim. Onde foi milho com braquiária será sorgo com capim. Onde foi sorgo-mombaça será pastagem; e onde foi pastagem será soja. O sistema de rotação oferece vantagens tanto para a agricultura quanto para a pecuária. No caso das lavouras, a rotação e a sucessão melhora a estrutura do solo, promove maior aproveitamento de nutrientes, inclusive a reciclagem, diminui a pressão de pragas e aumenta a quantidade de matéria orgânica e a oferta de água no terreno. Para a pecuária, possibilita a produção de forragem no período da seca, a recuperação da produtividade da pastagem e a economia na implantação das áreas de pastejo.

A ILP intensifica o uso da propriedade e reduz os custos de produção, além de aumentar a estabilidade de renda do produtor. “Mesmo com as condições adversas de clima na região, temos conseguido produções satisfatórias em sistema de sequeiro”, mostra o pesquisador Ramon Alvarenga, da Embrapa Milho e Sorgo, reforçando as vantagens do plantio direto e da integração. O pesquisador orienta o trabalho de doutorado desenvolvido na área experimental da Embrapa. O próximo objetivo da pesquisa da doutoranda é mensurar as emissões de metano de cada raça nos diferentes sistemas, tanto no sistema de pastejo quanto em fase de terminação, em confinamento.

Tendência no mercado brasileiro

O sistema intensivo de engorda atende ao mercado de carnes premium, em que é oferecido um animal com bom acabamento de carcaça e abatido precocemente. Se atendidas essas exigências, o produtor consegue um preço melhor pelo produto. A iniciativa é da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), sendo que protocolos de rastreabilidade com menção de raças bovinas nos rótulos conferem uma certificação ainda maior ao produto, pois são informadas as garantias que serão repassadas ao serviço de inspeção. O serviço de inspeção sanitária é realizado para atender aos requisitos sanitários exigidos para produção, comercialização, consumo e exportação de produtos com qualidade. Alguns exemplos de protocolos de carne bovina são Angus, Nelore Natural, Hereford, Braford, Charolês, Wagyu, Cota Hilton e União Europeia, entre outros.

As carnes premium são tendência no mercado brasileiro. Para abastecer esse setor, de acordo com o médico veterinário Fabiano Alvim Barbosa, da empresa Pecsa (Pecuária Sustentável da Amazônia), que atua na promoção da cadeia produtiva da pecuária, é necessário investir em nutrição e genética, além de se buscar um manejo eficiente de pastagens, com técnicas de semiconfinamento ou confinamento. “Por melhor que seja o manejo da pastagem, o pecuarista não consegue abater esse boi com menos de três anos. É aí que entram essas duas ferramentas, de semiconfinamento ou confinamento. Dessa forma, conseguimos antecipar o abate dos animais, com maior peso, oferecer um rendimento de carcaça bem acima dos 50% e aumentar a eficiência do sistema”, explica o veterinário.


18 abr 2017

iLPF armazena quantidade de carbono similar à da mata nativa

Por Embrapa Agrossilvipastoril*

Foto: Gabriel Faria

Em apenas quatro anos agrícolas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) foi capaz de acumular quantidades de carbono no solo similares ao estoque de áreas de mata nativa em equilíbrio. O dado é resultado de uma pesquisa desenvolvida na Embrapa Agrossilvipastoril (MT) que monitorou três diferentes sistemas de ILPF: uma área com sistema agropastoril (ILP) e duas com sistema agrossilvipastoril (ILPF), sendo uma delas com renques de árvores espaçados em 50 metros e outra em 15 metros.

Os resultados mostraram que após dois anos de lavoura de feijão-caupi e milho e dois anos de pastagem com braquiária Piatã, dois dos sistemas produtivos apresentaram estoques de carbono, ou seja, de matéria orgânica, estatisticamente semelhantes ao valor mensurado na mata nativa da Área de Preservação Permanente localizada próxima ao experimento. A mata foi utilizada como comparativo por se aproximar do ambiente natural da região. Nela, o estoque de carbono encontrado é de 75 toneladas por hectare (ton/ha).

O maior acúmulo ocorreu na ILPF com espaçamento de 50 metros, com 70,4 ton/ha. Em seguida ficou a ILP, com 69,7 ton/ha. Embora a área de ILPF com espaçamento de 15 metros não tenha alcançado estoque similar ao da mata, já possui valores bem próximos, com 65,5 ton/ha.

“A literatura científica mostra que, de forma geral, o tempo necessário para que haja mudanças usando sistemas mais conservacionistas é de oito a dez anos e demora em torno de 20 anos para recuperar esse solo. Aqui demoramos apenas quatro anos para ter valores similares ao do ambiente natural”, destaca o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Eduardo Matos. Ele ressalta ainda que a área avaliada foi desmatada em 1984 e tem um histórico de cerca de 30 anos com agricultura em cultivo tradicional e semeadura direta antes da implantação dos sistemas integrados.

De acordo com Matos, a presença da braquiária no sistema produtivo ajuda a explicar a rapidez do processo de recuperação do estoque de carbono no solo: “A partir do momento em que o produtor faz a rotação de culturas, ele tem uma lavoura sendo adubada e na sequência, uma pastagem. Essa pastagem tem o potencial de recuperar boa parte dos nutrientes adicionados ao solo e que a lavoura não conseguiu utilizar. O capim aparece com vigor e capacidade de produção muito maiores. Assim obtém-se um volume de biomassa aportado muito maior, tanto na parte aérea da planta quanto em volume de raízes”.

Outro fator percebido é que a presença de árvores no sistema produtivo contribui para aumentar o estoque de carbono. A interação dos componentes e o fato de a árvore ter raízes ainda mais profundas que as braquiárias complementam o aporte de matéria orgânica. Porém, a presença de árvores em espaçamento mais estreito, reduzindo a entrada de luz, provoca o menor acúmulo de matéria orgânica. “A sombra é interessante? Sim. Mas deve haver um equilíbrio entre o excesso de sombra e a ausência dela”, destaca Matos.

Próximos passos da pesquisa

O acúmulo de carbono significa que o solo está com mais matéria orgânica. Essa condição contribui para a melhoria da estrutura do solo e de suas características físicas, químicas e microbiológicas. “A matéria orgânica está diretamente relacionada à capacidade de troca catiônica do solo (CTC). Se há mais matéria orgânica, ou maior CTC, a fertilidade do solo é maior, pois essa CTC irá reter mais nutrientes, disponibilizando-os para as plantas”, explica Eduardo Matos.

Outro benefício do maior estoque de carbono no solo é o aumento da capacidade de retenção de água, resultando em maior disponibilidade hídrica para as plantas.

Esses primeiros dados fazem parte da pesquisa de mestrado da estudante da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Fernanda Gregolin. Outros dados e informações ainda serão gerados no âmbito da pesquisa coordenada por Eduardo Matos.

De acordo com o pesquisador, um dos objetivos da continuidade das avaliações é encontrar o ponto de equilíbrio da integração lavoura-pecuária-floresta. Assim como ocorre com a vegetação nativa, é esperado que o sistema chegará a um estágio em que o acúmulo de carbono no solo será igual à taxa de decomposição dessa matéria orgânica, que é emitida em forma de CO2.

“Assim como a mata tem um equilíbrio, todos os sistemas de produção tendem a se equilibrar. Quando eu mudo o sistema em um local, inicialmente ele muda toda a dinâmica de carbono. Após um tempo, tem-se um novo equilíbrio”, afirma.


06 abr 2017

Mecanização e Segurança: capacitação do SENAR/MS consolida plantio de florestas

*Por SENAR/MS

 

Por anos a matriz econômica do Mato Grosso do Sul foi sustentada nos mercados de soja e de boi. No campo, estes dois segmentos se fortaleceram com métodos e tecnologias de precisão para impulsionar a produção de grãos e/ou de carne, e até mesmo de leite. A inovação tecnológica que impulsionou o setor agropecuário, deu força também à silvicultura em solos sul-mato-grossenses. Segundo os últimos dados do Siga/MS – Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio de MS, Mato Grosso do Sul apresenta 950 mil hectares de plantio com eucalipto.

“As tecnologias do campo avançam a cada dia e, paralelamente a isso, há a necessidade de aprimoramento da mão de obra, por isso renovamos o catálogo de cursos voltados para o setor florestal para acompanhar as tendências de mercado, principalmente no que se refere à viabilidade dos custos de produção, com foco na mecanização e na operação preventiva”, afirma a diretora-secretária do Sistema Famasul e coordenadora educacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/MS), Terezinha Cândido.

De acordo com a IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores, o estado é o terceiro no ranking nacional em área plantada com eucalipto, perdendo apenas para Minas Gerais e São Paulo, e ainda apresenta a quarta maior produção de árvores plantadas por espécie, tais como pinus, mogno e seringueira. Essa produção destina-se basicamente à obtenção principal de papel e celulose, carvão vegetal e lenha.

Três Lagoas lidera o ranking nacional dos 20 principais municípios produtores de madeira em tora para papel e celulose. Conforme os últimos resultados da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura – PEVS, publicados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dos 77 milhões de metros cúbicos produzidos no País, Três Lagoas produziu 2,1 milhões de metros cúbicos, o que correspondem a 2,9% da produção total no cenário nacional.  Entram nesse ranking também outros munícipios do estado: Brasilândia (2,1%), Ribas do Rio Pardo (2,1%), Água Clara (2,0%) e Dois Irmãos do Buriti (1,1%).

Em 2016 a receita com as exportações de produtos florestais somou US$ 993,7 milhões, alta de 102% em quatro anos, correspondendo ao segundo item principal na pauta de vendas internacionais do agronegócio sul-mato-grossense, perdendo apenas para a soja que somou US$ 1,17 bilhão.

“Os 18 novos cursos para o florestamento já foram lançados para todo o estado e agora estamos trabalhando com a mão de obra que já existe nas empresas do setor. Queremos capacitar as pessoas que ainda vão ingressar e também preparar aquelas que migram e deixam o serviço em busca de outro trabalho. O importante é que vamos aprimorar a mão de obra local sem precisar trazer pessoas de fora para trabalhar aqui”, afirma Terezinha.

Desde fevereiro o SENAR/MS vem qualificando trabalhadores de uma multinacional em Três Lagoas, são quase 500 operadores passando pelos cursos voltados para mecanização florestal. “Já recebemos um feedback sobre a diferença de quando começou o curso para hoje. Um exemplo é que foi percebida a diminuição na manutenção e prejuízo com a quebra das máquinas. Buscamos atender desde o pequeno produtor, que trabalha com um simples trator até as máquinas amarelas (patrola, esteira, pá carregadeira e escavadeira hidráulica) das multinacionais voltando toda nossa capacitação para a agricultura de precisão”, aponta a coordenadora educacional do SENAR/MS.

“O painel de qualquer máquina, de baixa ou de alta precisão, dá informações do que acontece com sua máquina e há uma dificuldade por parte dos operadores de interpretar essas simbologias universais. É preciso informação para evitar os riscos de quebra e aumentar a produtividade. Nosso objetivo é corrigir possíveis vícios dos operadores para evitar desgastes de máquinas e gastos desnecessários. A capacitação ensina desde como subir corretamente no trator à limpeza da máquina”, explica analista educacional do SENAR/MS, Elisa Rodrigues.

Até as florestas recebem adaptações para a parceria entre instituição e empresa. Enquanto o SENAR/MS oferece os instrutores, os empregadores fornecem a estrutura. Além das máquinas que ficam expostas no campo para o treinamento prático, as árvores dão espaço a contêineres que viram salas de aula para os trabalhadores, formando um centro de treinamento. “Isso vai muito além do maquinário, porque com essa capacitação o funcionário se sente valorizado. É uma grande motivação profissional e pessoal também”, reforça Terezinha Cândido.

Os cursos são divididos por módulos graduais e interligados, somando uma carga horária de 160 horas, e abrangem temas como: operação e manutenção preventiva e corretiva de tratores florestais; agricultura de precisão e piloto automático; implementos florestais; metrologia aplicada e entre outros. E as capacitações não param por aí, outro foco do SENAR/MS é na saúde do colaborador no trabalho com máquinas e equipamentos florestais por meio das normativas regulamentadoras – NR 12; NR 20; e NR 31.12 – que abrangem desde a segurança na operação até manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.

“Nenhuma pessoa pode operar uma máquina sem que tenha, minimamente, um curso de NR 31.12 – Segurança e Saúde na Operação de Máquinas e Implementos Agrícolas – e a Carteira Nacional de Habilitação categoria ‘B’”, explica Elisa.

Ainda é cedo para saber do resultado da capacitação em mecanização florestal, mas o SENAR/MS já busca outras iniciativas. “É um projeto ousado que vem a somar com a economia e com o setor. Primeiramente estamos focando no maquinário e no operador e nesse meio tempo identificamos outros gargalos, por isso vamos planejar para o futuro novas capacitações no cultivo e colheita do eucalipto”, adianta a coordenadora educacional.


05 abr 2017

Raio-X da Embrapa revela preservação do meio ambiente no campo

Uma matéria do Jornal da Band desta terça-feira (4) destacou a preocupação de produtores rurais com a preservação do meio ambiente. Eles têm investido em tecnologia e em reflorestamento para aumentar a produtividade no campo e ajudar a reduzir o desmatamento. Essa constatação foi possível graças a um raio-x das propriedades rurais realizado pela  Embrapa Monitoramento por Satélite utilizando dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que comprovou que os agricultores brasileiros estão preservando mais o meio ambiente.

“Desde 1975 a nossa área de cultivo continua a mesma, mas a produção aumentou quatro, cinco vezes com a incorporação de tecnologias. A gente cresce verticalmente e poupa terra. Tudo que a gente planta ocupa de 8 a 9% do nosso território”, afirma Evaristo de Miranda, pesquisador da Embrapa.

A matéria também destaca a recuperação de áreas degradadas por meio do plantio de árvores através do Projeto Biomas, parceria da Embrapa e CNA.

Saiba mais sobre esse raio-x, assista a matéria na íntegra: