03 nov 2016

Pesquisa mostra avanço na agropecuária sustentável brasileira

Por Embrapa Meio Ambiente*

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Pesquisa patrocinada pela Rede de Fomento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, elaborada pelo Kleffmann Group, com acompanhamento técnico da Embrapa Meio Ambiente (SP), demonstrou grande adesão do setor agropecuário brasileiro ao uso de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no Brasil.

De acordo com os dados, ocorreram consideráveis incrementos na adoção de sistemas ILPF no Brasil nos últimos anos. Entre os pecuaristas, apenas nos últimos cinco anos, o aumento foi de 10%. Entre os produtores de grãos o crescimento tem sido de 1% a cada cinco anos.

Resultados mostram um alto nível de adoção tecnológica com consequentes benefícios associados à melhoria da eficiência dos sistemas produtivos e de sua capacidade adaptativa aos possíveis efeitos negativos da mudança do clima. Por meio da pesquisa é possível diagnosticar a adesão dos produtores rurais brasileiros à intensificação produtiva sustentável com sistemas agrícolas integrados. O avanço significa o incremento da capacidade adaptativa dos sistemas produtivos diante dos desafios impostos pela mudança do clima, além de potencializar ganhos biológicos e econômicos decorrentes do aumento da eficiência dos sistemas produtivos. Todo este esforço contribui para o cumprimento das metas assumidas de forma voluntária pelo Brasil perante a Organização das Nações Unidas (ONU) na COP-15 e revisadas em Paris na COP-21.

O compromisso brasileiro é de diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de 36,1% a 38,9% até 2020, tendo como base as emissões de 2005. O acordo foi incorporado na Política Nacional sobre Mudanças no Clima (Lei nº 12.187/2009), por meio dos Planos Setoriais de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas.

No setor agropecuário, os compromissos foram estabelecidos pelo “Plano Setorial de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura”, também denominado Plano ABC.

Saiba mais

  • O Plano ABC estabeleceu mudança progressiva na trajetória de emissões de gases de efeito estufa via adoção de tecnologias capazes de promover a redução da intensidade de emissões de gases de efeito estufa ou o incremento de remoções. Um dos investimentos é no sistema de produção integrada, como o sistema ILPF, cujo objetivo estabelecido foi a ampliação em quatro milhões de hectares no nível de adoção deste sistema até 2020, representando um potencial de estoque entre 18 e 22 milhões ton. CO2eq.
  • A ratificação do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima pelo governo brasileiro, em 2016, fortaleceu ações do referido Plano, incluindo em sua “Contribuição Nacionalmente Determinada (INDC)” o incremento de mais cinco milhões de hectares com sistemas ILPF, totalizando nove milhões de hectares até 2030.
  • ILPF é uma estratégia que contempla os componentes lavoura, pecuária e silvicultura em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área, bem como as suas variações. Integram essa estratégia diversos sistemas de produção e tecnologias associadas atuando em sinergia proporcionando não apenas ganhos na produção e produtividade, mas também benefícios ambientais e sociais.
  • Carbono em solo agrícola é sinônimo de fertilidade.
  • A manutenção da fertilidade em solos tropicais é um desafio que envolve um processo continuado de planejamento e gestão. Uma gestão estruturada e de longo prazo fomentando a manutenção da fertilidade em solos tropicais irá potencializar benefícios estruturais.
  • A mudança do clima pode impor novos desafios para o setor agrícola, em função da vulnerabilidade do setor. Apenas com investimentos em ciência e tecnologia será possível dispor de alternativas para contrabalancear possíveis impactos negativos.
  • Ganho em resiliência e a disponibilidade de opções tecnológicas são estratégias-chave para assegurar a competitividade do setor agrícola em um mercado extremamente competitivo e desafiador.
  • A Rede de Fomento a ILPF é uma parceria público-privada formada pelas empresas Cocamar, Dow AgroScience, John Deere, Parker, Syngenta e a Embrapa. Seu objetivo principal é o de acelerar uma ampla adoção dos sistemas de integração lavoura-pecuária floresta por produtores rurais como parte de um esforço visando a intensificação sustentável da Agricultura Brasileira. Iniciada em 2012, a Rede, que é co-financiada pelas empresas privadas e pela Embrapa, apoia uma rede com mais de 100 Unidades de Referencia Tecnológica distribuídas em todos os biomas brasileiros e que envolve a participação de 19 centros de pesquisa da Embrapa.

07 out 2016

Ministério da Agricultura leva fórum sobre Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono ao Paraná

Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono*

Convite Fórum Suinocultura Pork Expo
Alternativas para o aproveitamento econômico dos dejetos serão apresentadas na PorkExpo. Essa é a décima edição do Fórum que já capacitou mais de 1.100 suinocultores no País

O estado do Paraná está entre os cinco maiores produtores de carne suína do Brasil. Uma das alternativas de rentabilidade e sustentabilidade é trabalhar com os dejetos dos animais e reaproveitar os milhões de metros cúbicos de rejeitos acumulados no estado. Os produtores rurais podem melhorar a qualidade do ar, do solo e da água, e gerar energia e biofertilizantes ao tratar os resíduos dos animais.

Experiências sobre uma produção mais sustentável e rentável na suinocultura serão apresentadas pelos integrantes do projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono na PorkExpo, em Foz do Iguaçu, no próximo dia 18 de outubro às 08h30 (Hotel Recanto Cataratas Resort & Convention, Sala 2). Temas como viabilidade econômica, tecnologias de produção mais limpa na suinocultura, Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), casos de sucesso e linhas de crédito estão entre os assuntos a serem apresentados pelos palestrantes.

Os consultores do projeto percorreram o País em busca dos bons modelos de tratamento de dejetos animais, tecnologia preconizada pelo Plano ABC, e em seguida realizaram a avaliação econômica dos mesmos. O resultado dessa pesquisa está sendo propagado nos fóruns. O objetivo do evento é sensibilizar os envolvidos na cadeia de produção de carne suína para o uso de tecnologias que reduzam a emissão de carbono e propiciem maior sustentabilidade às atividades, além de divulgar e promover os benefícios da produção com baixa emissão de carbono.

9ª Edição: Dourados/MS

A última edição do Fórum foi realizada no dia 16 de setembro, no município de Dourados, Mato Grosso do Sul. Cerca de 100 participantes, em sua grande maioria suinocultores da região, tiveram a oportunidade de receber informações sobre o reaproveitamento dos dejetos animais. O encontro foi no auditório do Sindicato Rural de Dourados, no Parque de Exposições.

Atualmente, segundo os profissionais, a renda que o produtor pode conseguir ao realizar o tratamento dos resíduos dos animais é significativa, e consequentemente traz a possibilidade de mitigar os impactos ambientais, além de aumentar a oferta de biogás e reduzir os custos de produção, de fertilizantes industrializados e da emissão de gás metano (CH4) e de outros Gases de Efeito Estufa (GEE).

Luiz Carlos Alfredo, que está na atividade há cinco anos, costuma pensar na sustentabilidade e na economia de energia de sua propriedade. Atualmente, utiliza os dejetos dos animais para fazer a fertirrigação. “As palestras apresentadas aqui no fórum foram muito boas para aprender mais sobre a questão do reaproveitamento dos resíduos dos animais, principalmente sobre o uso do biodigestor e os pontos sobre o consumo de energia que podemos gerar. Vou analisar as possibilidades e pretendo aplicar na minha propriedade”, diz.

Para o produtor de suínos Tarcilo Bernardo, o fórum traz pontos importantes para a realidade da suinocultura, pois amplia os conhecimentos na atividade ao economizar na questão energética e aplicar na rotina da fazenda. Bernardo possui um biodigestor e destaca que o investimento nessa área auxilia de forma econômica e ambiental. “Hoje tenho um pequeno biodigestor que uso para aquecer os leitões, mas pretendo ampliar a produção de biogás com a instalação de mais um biodigestor. Dessa forma, evito forno e lenha. O que vi hoje aqui no fórum já quero utilizar para a minha realidade”, pontua.

Balanço

O Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono já alcançou diretamente mais de 1.100 participantes presentes nos fóruns. A partir das palestras, produtores começaram a repensar o modelo de produção nas fazendas por meio do aproveitamento econômico dos dejetos. O que antes era considerado um problema, hoje se tornou uma solução. Para auxiliar os produtores, o Ministério da Agricultura também lançou cartilhas com informações sobre as alternativas sustentáveis e viáveis em relação ao tratamento de dejetos.

As ações de difusão tecnológica fazem parte do projeto que é coordenado pelo MAPA com o apoio da Embrapa Suínos e Aves, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).


15 set 2016

Mercado de ativos ambientais é uma oportunidade a ser desenvolvida no Brasil

*Do SENAR Brasil

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O painel Serviço Ambiental e Oportunidades encerrou a programação do 1º Seminário Internacional sobre Resiliência Climática e Descarbonização da Economia, realizado pelo Sistema CNA/SENAR, nessa quarta-feira (14/09). Com a mediação do presidente da Comissão de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Justus, os debatedores apresentaram programas de neutralização, mercado voluntário, gestão de fundos e oportunidades de investimentos para as soluções climáticas e melhorias de políticas públicas.

Justine Leigh-Bell

A gerente de Padrões e Sistema de Certificação, da Climate Bounds, Justine Leigh-Bell, explicou que o mercado de capital ambiental atrai investidores da União Europeia.  “Essa é uma oportunidade incrível a ser aproveitada no Brasil, que tem potencial para ser líder no mundo de finanças ambientais. Este País tem tradição e história na agropecuária com a oferta de produtos diversificados. Isso tem de ser considerado”, enfatizou Justine, reforçando que há aproximadamente 100 trilhões de ativos no mundo. “Não há falta de ativos, mas dificuldade para acessá-los”.

Eduardo Delgado Assad

O pesquisador da Embrapa, Eduardo Delgado Assad, falou sobre o mercado potencial fornecedor do serviço ambiental – Ativos Econômicos, no Brasil. Como exemplo, ele citou estudo para apoio à implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que está sendo desenvolvido em algumas áreas dos biomas Cerrado e Mata Atlântica para quantificar o passivo ambiental – obrigações de curto e longo prazo que as empresas assumem para promover o melhoramento ambiental – em Áreas de Proteção Permanente – Hídricas (APP).

Previsto para abril de 2017, o estudo vai analisar 369 milhões de hectares. Já foram analisados 157 milhões de hectares, abrangendo 1.742 municípios, com mapeamento de aproximadamente 5 milhões de passivos de APP que poderão ser transformados em ativos econômicos.  “O estudo apresentará uma perspectiva de pagamento de serviço ambiental que precisa ser recuperado com pelo menos sete modelos de revegetação para a recuperação da APP hídrica, com exemplos de mudas que podem ser plantadas. O sistema indica a latitude e longitude e a espécie que deve ser plantada até o momento do sequestro de carbono”, declara Assad.

Marco Antônio Fujihara

O Diretor da Keyassociados, Marco Antônio Fujihara, explicou o sistema de negociação do ativo econômico do Mercado Formal passando por algumas definições dos serviços ambientais e o mercado financeiro no Brasil. Ele faz parte do Katoomba Group, um grupo de economistas florestais de todo o mundo que discute precificação e ativos ambientais. O grupo estuda formas para juntar ativos ambientais e mecanismos financeiros.

“Existem várias maneiras de monetização do carbono, além do sistema de compra e venda, que, no Brasil, podem ser reguladas pela Cetip – companhia de capital aberto que oferece serviços de registro, central depositária, negociação e liquidação de ativos e títulos”, ressaltou Fujihara.

A consultora de sustentabilidade da Klabin, maior empresa produtora e exportadora de papeis do Brasil, também participou do 1º Seminário Internacional sobre Resiliência Climática e Descarbonização da Economia. Ivone Namikawa contou como a empresa contribui com os serviços ambientais e citou exemplos de incentivos à restauração. “Monitoramos a biodiversidade na unidade do Paraná desde a década de 80. O manejo florestal adequado permite a manutenção da fauna dentro da floresta. Em nossa área existem corredores que protegem espécies ameaçadas de extinção, como a jaguatirica e o lobo guará”, declarou Ivone, afirmando que nessa mesma unidade para cada 100 hectares de florestas plantadas, 82 são de mata nativa.

Ao final, o moderador do painel propôs a criação de um grupo para continuar os debates, desenvolver outros trabalhos e apresentar uma proposta de regulação do mercado de ativos ambientais para o governo.


15 set 2016

Assistência Técnica e Gerencial é essencial para resiliência climática

Ascom SENAR Brasil*

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Uma agropecuária sustentável, que respeita o meio ambiente, passa pela Assistência Técnica e Gerencial das propriedades. Essa é a principal conclusão do painel que tratou do assunto durante o 1º Seminário Internacional Resiliência Climática e Descarbonização da Economia, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), nesta quarta-feira (14/9), em Brasília.

O painel apresentou as ações de adaptação, mitigação e resiliência climática que tornam o SENAR um catalisador de todo o processo, por meio de capacitação e Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) ao pequeno e médio produtor. A metodologia da entidade promove geração e diversificação de renda, incorporação de tecnologias e sistemas agrícolas resilientes para fixar e estocar carbono, segurança alimentar, sucessão familiar, fixação do produtor no campo e ganho de escala de produção. Hoje, a entidade conta com 2 mil técnicos de campo e atende 40 mil produtores rurais.

“Eu não tenho a menor dúvida de que sem a produção assistida, sem a Assistência Técnica e Gerencial, o produtor terá dificuldade para encarar os desafios das mudanças climáticas. Temos que juntar pesquisa com implementação tecnológica, o que só se dá através de Assistência Técnica e Gerencial. O que estamos nos propondo a fazer é um estudo econômico da melhor solução tecnológica a ser implementada dentro da realidade de cada propriedade”, destaca o secretário executivo do SENAR, Daniel Carrara.

O debate foi moderado pelo superintendente do SENAR/MS, Rogério Beretta, e contou com a participação do coordenador nacional de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do SENAR, Matheus Ferreira; do vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), Humberto Miranda Oliveira; e do CEO da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski.

Matheus Ferreira falou sobre a Assistência Técnica e Gerencial e explicou como funciona o modelo desenvolvido pelo SENAR. Entre os destaques da apresentação, os avanços alcançados em alguns estados, como no Espírito Santo, onde a cafeicultura teve um aumento de 52,4% de produtividade de uma safra para outra depois que a ATeG Café foi implementada. Em Mato Grosso do Sul, o trabalho do Programa Mais Inovação, do SENAR/MS, elevou a produtividade da pecuária de corte em 3,6 vezes, de 2012 a 2016, e evitou o desmatamento de quase 85 mil hectares.
“Entendemos que a assistência técnica é o principal vetor para o Brasil cumprir as metas assumidas no Acordo de Paris. O SENAR está preparado para levar Assistência Técnica e Gerencial para todos que tiverem interesse em participar desse processo de evolução. O produtor precisa aprender que o clima muda e que ele deve se adaptar e aplicar tecnologias para vencer essas adversidades. Queremos mostrar que essas tecnologias são viáveis e que, no final, trazem ganhos econômicos para o produtor”, declara Matheus Ferreira.

Humberto Miranda Oliveira trouxe os resultados que a ATeG está proporcionando para os produtores rurais na Bahia. O serviço é oferecido dentro do Programa PRO-SENAR, desde 2010, e atende hoje, aproximadamente, 3.500 produtores no estado. “Foi uma transformação significativa, eu diria que uma revolução para os produtores que são acompanhados. O conhecimento, a mudança comportamental e a assistência técnica tem o poder de transformar vidas, mas nada disso é possível se não houver retorno econômico. Esse é o grande pilar estrutural para a fixação do homem no campo, a sucessão familiar e a sustentabilidade ambiental”, aponta.

Na opinião do superintendente do SENAR/MS, um dos pontos fundamentais para o avanço da ATeG é o acompanhamento permanente de dados e resultados. Segundo ele, esses índices permitem que o produtor faça comparações e verifique se está elevando a sua produtividade. Por outro lado, ressalta Beretta, o técnico também é beneficiado, pois consegue comprovar que o seu trabalho está proporcionando melhorias na propriedade. “Sem esses dados, o produtor não tem como verificar se está no caminho certo, se os seus índices estão crescendo e, muitas vezes, acaba questionando o trabalho do técnico. São informações que vão ajudar na gestão da propriedade e trazer segurança para ambos”.


15 set 2016

Acordo de Paris exigirá medidas concretas e urgentes para reduzir efeitos das mudanças climáticas, dizem especialistas

Por Ascom CNA*

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O Acordo de Paris exigirá dos países medidas concretas e urgentes de adaptação às mudanças climáticas no mundo, como a redução da emissão de gases poluentes e do ritmo do aquecimento global. Este pacto, firmado no final do ano passado na COP-21 e já ratificado por 27 países até agora, entre os quais o Brasil nesta semana, começa a valer em 2020. Mas as ações devem ser imediatas diante do desafio que se tem pela frente e a adoção de tecnologias que mitiguem os efeitos do aumento da temperatura do planeta será fundamental neste processo.

Este foi o ponto abordado nesta manhã no painel “Mudanças climáticas globais – Os próximos passos do debate das mudanças climáticas, pós Acordo de Paris”, no 1º Seminário Internacional de Resiliência Climática e Descarbonização da Economia, realizado nesta quarta-feira (14/09), na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília. O evento reuniu especialistas brasileiros e estrangeiros para discutir os desafios mundiais e as perspectivas do ponto de vista político, econômico e social em torno de questões ligadas ao clima.

Neste cenário, o uso de mais fontes de energia limpas e renováveis, sequestro de carbono, redução do desmatamento, reflorestamento, recuperação de áreas degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e a melhoria da qualidade do ar nos grandes centros urbanos são algumas das alternativas necessárias para se atingir as metas estipuladas pelos países nos moldes do Acordo de Paris. Porém, os especialistas alertam: tudo isso terá de ser feito o quanto antes para evitar danos ao meio ambiente e ao sistema produtivo no futuro, e com a implantação de tecnologias.

“Quanto mais sofisticado tecnologicamente, maior a capacidade de se adaptar às mudanças climáticas. Mas precisamos acelerar a implantação de tecnologias. Hoje o ritmo está insuficiente”, afirmou o professor Eduardo José Viola, da Universidade de Brasília (UnB). Uma das regiões que pode contribuir para esta mudança de paradigma é a América Latina, hoje responsável por 10% das emissões globais de poluentes, de acordo com Walter Vergara, especialista em florestas do World Resources Institute (WRI), que defende a cooperação regional e o acesso a financiamentos internacionais para a implantação e práticas sustentáveis.

Para a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Alinne Oliveira, a produção sustentável tende a ser uma exigência cada vez maior dos mercados consumidores dos produtos agropecuários brasileiros. Assim, as tecnologias aplicadas ao setor agropecuário devem garantir a segurança alimentar e o país deve buscar mais acordos internacionais de comércio. Na avaliação de Rodrigo Lima, diretor geral do Instituto Agroicone, o desafio do país é pôr em prática as metas de redução do desmatamento e incentivar as tecnologias sustentáveis no campo. “O Acordo de Paris entra em vigor em 2020, mas até lá há muito para se fazer”.