15 ago 2017

Dia de Campo apresenta resultados na integração lavoura-pecuária

Por Embrapa Trigo*

O Dia de Campo Integração Lavoura-Pecuária chega a 10ª edição em Boa Vista das Missões, RS, nesta quarta-feira, dia 16/08. Modelo de integração, a Fazenda Librelotto vai apresentar os resultados alcançados com o sistema ILP.

A família Librelotto trabalha com a produção de grãos e engorda de bovinos em Boa Vista das Missões/RS. A mudança no sistema aconteceu em 2007, quando o produtor Ivonei Librelotto buscou ajuda da Embrapa para planejar o melhor aproveitamento da propriedade, com 110 hectares e plantel entre 80 e 120 bovinos. “O sistema estava resultando em prejuízos. Precisávamos mudar o foco para viabilizar a produção, tanto de carne quanto de grãos”, conta Librelotto.

O sistema de produção incluiu o trigo e o milho na rotação de culturas. As mudanças promovidas há quase dez anos resultaram no aumento da produtividade de grãos (verão e inverno) em 4 vezes e a produção de carne aumentou em 8 vezes, com planejamento forrageiro e investimento em genética. O saldo negativo deu lugar a lucratividade média de R$ 3.222,00 por hectare.

Modelo na produção de leite, a Fazenda Busanello também investiu na produção de cereais de inverno na alimentação do plantel. Até 2010, a propriedade contava com 25 vacas em lactação, hoje, o aprimoramento na nutrição permite trabalhar com 50 animais. A produtividade de 28 litros por vaca/dia também é resultado da seleção genética com vacas holandesas melhoradas há quase 30 anos.

Além de cases dos produtores, também serão apresentados no Dia de Campo os seguintes temas: BRS Pastoreio (Sementes Cometa e Fazenda Librelotto), Proteção de Plantas (Agrobon e Dow), Solo – conservar para produzir (Embrapa Trigo e Emater/RS), Ganho de peso em pastagens de trigo (UFSM), Grãos e silagem de cereais de inverno (Embrapa Trigo e Emater/RS).

O Dia de Campo ILP inicia às 8h, no dia 16/08, na Fazenda Librelotto, em Boa Vista das Missões, RS. Na noite anterior, dia 15/08, acontece o Encontro Técnico “Sistemas de produção sustentáveis”, a partir das 19h, no Clube Atlético Boa Vista, com duas palestras: “Compactação do solo – origem, riscos e soluções”, com o pesquisador da Embrapa Trigo José Eloir Denardin; e a Experiência dos produtores Humberto Falcão e Ivonei Librelotto.


03 ago 2017

Dia de campo em Porto Franco (MA) debate iLPF

Por SENAR/MA*

Um dia de campo sobre Integração Lavoura-Pecuária- Floresta (iLPF) foi a forma que o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) encontrou para divulgar as ações do programa Mais Produção na cadeia produtiva da carne. O programa é realizado em parceria com a Secretaria de Agricultura do Maranhão.

A ação aconteceu durante a programação da 22ª Expofran (Exposição Agropecuária de Porto Franco) e contou com a participação de produtores rurais, técnicos e lideranças políticas e sindicais da região sul do estado.

O Dia de Campo tratou sobre a tecnologia iLPF e foi composto por  três estações que trataram de temas relacionados às áreas degradadas sob a assistência de técnicos do programa.

“Um dos prontos principais do projeto aqui na Fazenda é mostrar aos convidados como é feito o sistema, assim como a sua viabilidade econômica”, disse o supervisor técnico do Programa Mais Produção na região tocantina, Egon Bastos, um dos ministradores das estações, juntamente com o agrônomo Ronaldo Lima (prefeitura) e o professor Cutrim Júnior (IFMA).

Tecnologia

A área escolhida para o evento, de acordo com os organizadores, teve destaque na aplicação da tecnologia iLPF por técnicos do SENAR que atendem a propriedade desde dezembro do ano passado. Ainda de acordo com os organizadores, o solo da área em questão, apresentava avançado estado de degradação, por isso a escolha do local para a aplicação da ferramenta.

O proprietário da Fazenda Ouro Verde desenvolve atividades de pecuária de corte e se diz satisfeito com a Assistência Técnica e Gerencial prestada pela equipe do SENAR Maranhão. “É importante que as autoridades percebam a importância desse trabalho para que possa ser aplicado em outras fazendas, a outros produtores rurais da região. Estou satisfeito com o que está sendo feito aqui. Estou achando ótima a presença de técnicos para me orientar.”

O secretário de Agricultura de Porto Franco, Ronaldo Lima, disse que o SENAR é um difusor de tecnologia em todo o País e por isso a satisfação em tê-lo como parceiro nessa e em outras empreitadas.  “O SENAR vai agregar conhecimento aos produtores e aos técnicos que atuam como multiplicadores em todo o estado”, disse satisfeito.


04 jul 2017

Pesquisadores criam método para calcular impactos de mudanças de uso da terra no Brasil

Por Embrapa Meio Ambiente*

Cientistas acabam de desenvolver a primeira ferramenta capaz de estimar de forma consistente os impactos provocados por mudança de uso da terra (LUC, na sigla em inglês) para todo o território brasileiro. Criado em parceira entre Embrapa e o instituto KTH, da Suécia, o BRLUC é um método capaz de estimar taxas de emissão de gás carbônico (CO2) associadas aos 64 cultivos disponíveis na base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pesquisadores acreditam que o método deve se tornar fonte fundamental para estudos nacionais de pegada de carbono e avaliação de ciclo de vida (ACV). Informações sobre mudança do uso da terra são obrigatórias nesses trabalhos, porém seu cálculo é bastante complexo. Além disso, essas mudanças costumam representar considerável parcela de emissões de gases de efeito estufa em países em desenvolvimento. Esse é o caso do Brasil. Isso aumenta a importância de um meio que forneça estimativas confiáveis e que considerem as condições brasileiras.

Existem várias metodologias e estimativas internacionais de LUC para o Brasil, mas geralmente utilizam dados e premissas globais e de baixa representatividade da dinâmica da agricultura brasileira. Muitas não consideram, por exemplo, a existência de mais de uma safra por ano e a enorme heterogeneidade do território nacional. Com isso, é comum que os resultados sejam muito distantes da realidade e deixem de expressar os avanços de sustentabilidade implementados no País.

Conforme Renan Novaes, analista da Embrapa Meio Ambiente (SP) e um dos criadores do BRLUC, a metodologia foi desenvolvida seguindo a lógica do pensamento de ciclo de vida e está baseada em padrões internacionais. “Basicamente, o objetivo de métodos nessa linha é estimar quais os tipos de uso da terra (agricultura, pecuária, silvicultura ou vegetação nativa) cederam área para a expansão de um cultivo ‘X’ nos últimos 20 anos. A partir da obtenção de porcentagens de quanto cada uso da terra cedeu, calculam-se as emissões ou sequestros de CO2 que ocorreram devido a essa mudança e atribui-se essa alteração no balanço de CO2 ao produto X”, detalha.

Novaes explica que cada uso da terra possui um estoque de carbono diferente e conforme o padrão de mudança de uso, o cultivo analisado apresenta um valor de emissão ou sequestro de CO2 por hectare. Esse número é então utilizado para compor a pegada de carbono dos produtos agrícolas. “O método BRLUC permite essa estimativa de acordo com padrões internacionais, porém considerando as particularidades do Brasil e utiliza bases de dados oficiais e mais detalhadas”, destaca o especialista.

Além disso, a ferramenta incorpora especificidades da agricultura tropical e lida com a escassez de informações sobre transições históricas de uso da terra para cada cultivo. Essas informações ou não estão disponíveis ou estão muito recortadas no espaço e no tempo. “Para contornar isso, desenvolvemos cenários de emissões mínimas e máximas nos últimos 20 anos para cada cultivo. Nossos resultados mostram que essa variação pode ser muito grande e ter impactos enormes nos resultados e a maioria dos standards internacionais não leva isso em conta”, explica Novaes.

O método, de Renan Novaes e Ricardo Pazianotto, da Embrapa Meio Ambiente, Miguel Brandão (KTH Suécia), Bruno Alves, da Embrapa Agrobiologia (RJ), Andre May, da Embrapa Milho e Sorgo (MG) e Marilia Folegatti-Matsuura, da Embrapa Meio Ambiente, acabou de ser publicado na Global Change Biology.

Também estão disponíveis para download gratuito no site da Embrapa um script de computador que permite que qualquer interessado rode ou customize o método e uma planilha para consulta de todos os resultados para qualquer cultivo ou estado.

Alguns resultados foram apresentados recentemente em seminário voltado para especialistas da área. Os dados já estão sendo demandados por diversas instituições que desenvolvem estudos de pegada de carbono e ACV. “Como o cálculo desse fator é complexo, os especialistas têm de dispender muito tempo para obter esses números. O método facilitará muito esse trabalho,” afirma Novaes.

Para Matheus Fernandes, do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o método apresentado é de enorme importância para a comunidade, pois está alinhado às principais diretrizes internacionais que tratam do tema e, ao mesmo tempo, trabalha com base de dados nacional. “Ao considerar as características do País, o BRLUC trará um resultado mais fiel à realidade brasileira e aumentará a confiabilidade dos diagnósticos gerados por meio desse método,” acredita Fernandes. “Há algumas questões a serem melhoradas, porém é o primeiro passo para a consolidação de um método regionalizado”, considera o especialista.

Otavio Cavalett, da Bioetanol, também conheceu esse método e o considera resultado do esforço de importantes profissionais brasileiros da área ambiental. “A ferramenta será importante não só para internalizar discussões mundiais acerca dos impactos climáticos oriundos das mudanças diretas e indiretas no uso do terra, como também propor alterações metodológicas importantes para melhor representar as especificidades dessa dinâmica dos usos da terra na agricultura brasileira”, afirma Cavalett.


27 jun 2017

Tecnologias para pecuária de baixa emissão de carbono serão apresentadas no Ceará

Por Ascom/Mapa*

Silvio Ávila/Mapa

Novas tecnologias e alternativas para a redução de emissão de carbono serão apresentadas no 1º Fórum sobre Pecuária de Baixa Emissão de Carbono, no próximo dia 7, no PECNordeste 2017 (Seminário Nordestino de Pecuária), em Fortaleza. O fórum realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e da Embrapa acontecerá, depois, nas demais regiões. “Vamos tratar do aproveitamento de resíduos e o consequente aumento de renda dos pecuaristas, estimulando o uso adequado do biofertilizante gerado pela própria atividade”, adianta o consultor do Mapa e médico veterinário, Cleandro Pazinato Dias.

O objetivo é sensibilizar a cadeia produtiva de bovinos de corte e leite para o uso de tecnologias que, além de reduzir emissões propiciem a sustentabilidade, como a gestão racional da água e dos alimentos, a implantação de biodigestores, compostagem e a geração de energia elétrica por meio do biogás produzido a partir de dejetos, inclusive em sistemas confinados. A avaliação sobre a viabilidade de cada projeto em todas as regiões será concluída ainda no segundo semestre deste ano.

O auditor fiscal federal agropecuário do Mapa e coordenador técnico do projeto, Sidney Medeiros, destaca a importância do projeto na contribuição da meta global do Plano Setorial de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas na Agricultura, Plano ABC.

Voltado para produtores, técnicos, acadêmicos e agentes financiadores, o evento no Ceará é resultado de levantamentos realizados por meio do Projeto “Pecuária de Baixa Emissão de Carbono: geração de valor na produção intensiva de carne e leite”. Entre os palestrantes, além de Sidney Medeiros, estão os consultores Cleandro Pazinato Dias, Fabiano Coser e o pesquisador da Embrapa, Marcelo Henrique Otenio.


27 jun 2017

Dia de Campo do ABC Cerrado em Montes Claros apresenta resultados do sistema iLPF

Por SENAR Minas*

O campus de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, em Montes Claros, recebeu o Primeiro Ciclo de Palestras e Dia de Campo ILPF – Integração Lavoura-Pecuária-Floresta dia 23 de junho. O evento, coordenado pela professora Leidvan Almeida Frazão e pelo professor Thiago Gomes dos Santos, teve como objetivo apresentar ações e resultados sobre os sistemas, visando o aumento da capacidade produtiva das propriedades rurais no Norte de Minas.

Na abertura, o instrutor Eugênio Silveira apresentou o Projeto ABC Cerrado e proferiu palestra sobre a Mecanização em Sistemas de ILPF. Também foram proferidas palestras sobre a Viabilidade Econômica dos Sistemas ILPF da Rede de Fomento e sobre Produção Animal nesse sistema, pelo produtor Leonardo Resende, da Fazenda Triqueda, onde o ILPF é utilizado há vários anos com excelentes resultados.

Também foram apresentadas no Dia de Campo cinco estações, sendo: Sistemas Integrados de Produção, Produção Animal em Sistemas de ILPF, Mecanização em Sistemas de ILPF, Recuperação de Pastagens e Tratamento de Madeira. Vários produtores, que estão participando do Projeto ABC Cerrado, que em Minas é coordenado pelo Senar Minas, também estiveram presentes, a fim de conhecer os benefícios gerados e já reconhecidos por autoridades da área e produtores de outras regiões.

Rogério Cardoso Gomes e Emanuel Barbosa, com propriedades nos municípios de São João do Pacuí e Coração de Jesus, respectivamente, participaram do ciclo de palestras e do dia de campo com o objetivo de adquirir mais conhecimentos, informações e orientações sobre os sistemas. Eles afirmam que aprenderam no ABC Cerrado que o uso de técnicas é primordial para o sucesso de qualquer produção. Rogério conta ter descoberto que quase todo o trabalho que executava na produção em sua fazenda era feito de forma errada.

Público participante

Dentre os participantes estiveram presentes os coordenadores nacionais do Projeto ABC Cerrado, Mateus Moraes e Rafael Costa, de Brasília (DF), o coordenador estadual Caio Sérgio Oliveira, do SENAR Minas, os instrutores mobilizadores e técnicos mineiros Eugênio Silveira, João Renato Lopes, Ricardo Tuller, Edvaldo Barbosa, Wender Guedes e outros técnicos da região de Diamantina. Participaram ainda pesquisadores, produtores rurais, estudantes graduandos e pós-graduandos, acadêmicos da universidade, extensionistas e profissionais da área de agropecuária que atuam na região.

Visitas técnicas

Os coordenadores do ABC Cerrado e o gerente regional do SENAR em Montes Claros, Dirceu Martins, visitaram no Norte de Minas propriedades nos municípios de Brasília de Minas, Japonvar, Patis e São João da Ponte, onde estão implantando o sistema de Recuperação de Pastagens Degradadas.

Para os coordenadores, estas visitas técnicas de monitoramento são muito importantes, principalmente para avaliar as dificuldades que os produtores estão tendo na execução do trabalho, pois o projeto visa mudar a rotina da propriedade mostrando ao produtor que ele pode melhorar a sua produtividade através do tratamento e recuperação do solo e produção de água.

Segundo Caio Oliveira, os produtores visitados disseram estar satisfeitos e afirmaram que as condições de produção de suas propriedades melhoraram com o projeto. Em relação ao dia de campo, Caio se disse satisfeito com a grande participação dos produtores assistidos pelo ABC Cerrado e que as informações foram muito produtivas para os participantes.