19 abr 2016

SENAR quer capacitar o maior número de produtores no Projeto ABC Cerrado

*Do SENAR Brasil

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Para isso, alguns critérios para elegibilidade mudaram. Formação das primeiras turmas começa no dia 29 de abril

Para dar oportunidade de mais produtores participarem das capacitações do Projeto ABC Cerrado, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e o Banco Mundial atualizaram os critérios para inscrição nos cursos ofertados pelo projeto. Antes o produtor precisava ter uma propriedade acima de quatro módulos fiscais e menor que 70. Agora, as propriedades menores serão consideradas, explica o coordenador do ABC Cerrado no SENAR, Mateus Tavares.

“Para as propriedades menores de quatro módulos fiscais, exclusivamente, a propriedade deve ainda possuir renda bruta anual superior a 360 mil reais ou possuir mais funcionários contratados que funcionários oriundos da mão de obra familiar”, afirma Tavares. Segundo ele, a mudança ocorreu por solicitação das Administrações Regionais do SENAR que viram a procura aumentar nos estados. “De acordo com as Regionais, há uma grande quantidade de produtores interessados em conhecer mais sobre as tecnologias ABC e estavam ficando fora devido aos critérios antigos de elegibilidade. Agora a expectativa é que mais produtores sejam mobilizados e as turmas das capacitações iniciem o mais breve possível”, completa.

Além do número de módulos específico, ser maior de 18 anos, ter ensino fundamental incompleto e a propriedade estar localizada dentro do Bioma Cerrado são outros critérios para participar das capacitações do ABC Cerrado.

Os cursos são Sistema Plantio Direto, Florestas Plantadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e Recuperação de Pastagens Degradadas. As inscrições são realizadas unicamente pelo preenchimento do cadastro no portal do SENAR  e permanecem abertas até o final da execução do projeto, em 2017.

“O SENAR recomenda que os produtores fiquem atentos porque o prazo para inscrição das primeiras turmas se encerra no próximo dia 29 de abril”, acrescenta o coordenador Mateus Tavares.


12 abr 2016

Seminários para o Projeto ABC Cerrado continuam no Maranhão

Do SENAR Maranhão*

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Produtores do município de Codó, no Maranhão, participaram do seminário de sensibilização dos programas ABC Cerrado e Crédito Rural Orientado, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais e da prefeitura de Codó.

As palestras foram ministradas pelos técnicos de campo do SENAR, Egon Bastos de Oliveira e Rozalino Aguiar. Eles falaram da importância dos programas e abordaram a metodologia de Assistência Técnica e Gerencial do SENAR (ATeG). Foram esclarecidos o funcionamento de cada um, o perfil do produtor que pode ser enquadrado e as condições de desenvolvimento.

“Estamos percorrendo os municípios maranhenses, tanto aqueles do Bioma Cerrado, quanto os que estão incluídos no atendimento do Mapito. O nosso trabalho aqui é justamente orientar os produtores rurais quanto às informações de como proceder junto aos bancos, e quanto à sua produção no campo. A preocupação do SENAR com isso, não é somente com a produção, mas com o gerenciamento do trabalho realizado no campo”, disse o superintendente do SENAR, Luiz Figueiredo, ao afirmar que espera colocar à disposição dos produtores, o crédito rural orientado, mas acima de tudo, assistido – modalidade de suma importância para a classe produtora.

Além dos produtores convidados, participaram também o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Almir Sampaio Silva, o presidente da Associação dos Criadores de Codó, Iêdo Barros e o gerente geral do Banco do Brasil de Codó, José de Ribamar Ribeiro.

Projetos financiados

“O programa Crédito Rural surgiu depois da aplicação, pelo SENAR, do Mapito, quando foi levantada a necessidade dos produtores terem seus projetos elaborados por especialistas, (projetistas), com assistência técnica garantida para a utilização correta e eficiente do recurso”, destacou o técnico de campo Rozalino Aguiar, acrescentando que o produtor se sente mais seguro em investir e com mais segurança.

Os seminários ocorrem desde fevereiro e seguem até o final deste mês. O próximo passo será treinar técnicos por meio de capacitação específica para atuarem junto às propriedades no programa ABC Cerrado.


11 abr 2016

Sistema São Mateus é capaz de recuperar até três milhões de hectares em MS

*Por Embrapa Agropecuária Oeste

Foto: Sílvia Z. Borges

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“Levando-se em consideração que um milhão de hectares seja recuperado, a região terá um incremento na produção de R$ 2,415 bilhões/ano. Sem falar dos benefícios sociais e ambientais que isso gera”, analisa Júlio Cesar Salton, da Embrapa Agropecuária Oeste, se referindo também aos ganhos ambientais de proteger os solos melhorando sua qualidade e contribuindo para a mitigação da emissão de gases de efeito estufa. Esses cálculos não levam em conta os incentivos fiscais que os produtores terão do governo estadual com o recém-lançado Programa de Recuperação de Pastagens Degradadas para Mato Grosso do Sul, o “Terra Boa”.

Produção superior à de solos propícios

Já no primeiro ano de implantação do Sistema São Mateus, a fazenda que deu nome ao sistema teve rendimento de aproximamente 40 sacas por hectare (sc/ha), em uma área inicial de 150 hectares. “Isso foi suficiente para pagar os gastos com a implantação do sistema, como insumos para correção química do solo, aquisição de sementes de pastagens adequadas ao solo arenoso e de sementes de soja”, conta Mateus Arantes, um dos administradores da São Matheus. “Nessa última safra de soja [2015/2016], conseguimos 62 sc/ha em uma área de 600 hectares e isso não significa que não podemos melhorar esses números”, completa.

Para se ter uma ideia de quanto esses valores são positivos, em áreas onde o solo é mais argiloso, propício para o cultivo da soja em Mato Grosso do Sul, o rendimento médio da soja é de 52 sc/ha. É importante frisar que neste ano essa média dificilmente será alcançada por causa do excesso de chuvas provocado pelo fenômeno El Niño.

Produção de carne mais do que triplicou

Os números da produção de carne na Fazenda São Matheus também impressionam. A média de produção de carne antes do SSMateus ficava entre sete e oito arrobas de carne/ha/ano. Esse número saltou para uma média de 25 arrobas de carne/ha/ano. A média de precocidade para o abate de 70% das novilhas reduziu cerca de dez meses. A lotação é de seis cabeças/ha na época das águas, e de 2,5 cabeças/ha na época da seca. “Por opção da Fazenda, não damos suplementação ao gado e não criamos gado confinado”, afirma Arantes.

Tradicionalmente, os outros modelos de ILP iniciam a sequência de rotação pela agricultura, para depois incorporar a pastagem. No Sistema São Mateus, a sequência começa pela pastagem (pasto-soja). Com o início pelo pasto, após a correção química do solo, haverá tempo suficiente para os corretivos reagirem, para o sistema radicular da pastagem construir uma estrutura de solo favorável à manutenção de umidade e o pasto formar palha necessária para o Plantio Direto da soja.

O Sistema São Mateus foi desenvolvido há oito anos em uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) da Embrapa junto com a Fazenda São Matheus e hoje é uma tecnologia consolidada para as áreas da região do Bolsão, onde atualmente predominam a pecuária e a silvicultura. Participaram do desenvolvimento dois centros de pesquisa da Embrapa: Agropecuária Oeste e Gado de Corte.

A tecnologia, que introduziu o componente soja no sistema, foi aperfeiçoada levando-se em conta não somente os solos arenosos (pobres em nutrientes e com menor capacidade de reter a água da chuva no solo), mas a distribuição irregular das chuvas ao longo do ano na região com veranicos no período chuvoso.

Como funciona

No primeiro ano de implantação do SSMateus, é feita a correção química e física do solo para entrar a pastagem. Após um ano, o pasto reformado é dessecado para a entrada da primeira safra de soja. A pastagem de boa qualidade produz palhada com um sistema radicular mais profundo. “Isso possibilita formar um reservatório de água da chuva, porque o solo está com uma nova estrutura que permite armazenar essa água.

Nesse ambiente, a soja tem uma boa chance de produzir. Em média, a produtividade no SSMateus foi de 42,8 sacas por hectare”, diz Júlio Cesar Salton, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste. Contudo deve-se lembrar que este ano a produtividade da fazenda foi de 62 sc/ha, conforme Mateus Arantes. Após a recuperação, a rotação é feita com ciclos sucessivos de um ano de soja e dois de pastagem.

A fim de comparar com o plantio tradicional na mesma URT, foi montado um experimento paralelo com o cultivo de soja convencional, sem pastagem. Nos chamados veranicos (período de estiagem durante a estação chuvosa), houve quebra em quase todas as safras de soja. Já nas áreas com a integração, todas as safras produziram grãos, mesmo em períodos com pouca oferta de chuva para o enchimento dos grãos.

Menos gases de efeito estufa

Estudos da pesquisadora Michely Tomazi, da Embrapa Agropecuária Oeste, mostram que é possível reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) com a implantação da ILP. As principais fontes de emissão desses gases na lavoura são o revolvimento do solo, a adubação nitrogenada, falta de cobertura no solo e erosão. Na pecuária, campos degradados geram pastagens de má qualidade, baixo ganho de peso animal, baixa produção de leite, queima das pastagens e também erosão do solo.

Com a integração lavoura-pecuária, há maior acúmulo de carbono no solo, menor tempo de abate e redução no uso de insumos externos (adubos, combustível, sal mineral, pesticidas…), o que resulta em menores emissões dos GEEs.

Outros benefícios do SSMateus são redução de perdas por erosão, maior infiltração e armazenamento da água das chuvas no solo, eliminação do alumínio tóxico no perfil do solo, melhoria na estrutura física do solo, redução de perdas de água por evaporação e maior capacidade das plantas em absorver água do solo em profundidade e maior desenvolvimento do sistema radicular das plantas.

Menos plantas daninhas

Para este modelo de ILP, em que os solos apresentam baixa quantidade de argila, a pastagem mais adequada é a Brachiaria brizantha (na área de experimento da Embrapa, foi escolhida área com 9% de argila somente). Para solos melhores, o pesquisador Ademir Zimmer, da Embrapa Gado de Corte, indica também forrageiras do gênero Panicum.

Com o incremento na matéria orgânica e o aumento na profundidade do sistema radicular nos solos arenosos, a produção de pasto é de melhor qualidade. “Depois que a soja estiver no sistema, a pastagem que vem em seguida vai se beneficiar da soja, tornando-se um pasto muito mais produtivo”.

Zimmer ressalta outro ponto positivo do manejo da pastagem dentro do Sistema São Mateus. “Observamos a redução de 80% a 90% de plantas daninhas em locais onde há braquiária. No caso das doenças, uma pastagem de qualidade quebra o ciclo de verminoses e carrapatos. Outro ponto importante é que ao colocar o boi para pastejar temos melhores resultados, porque isso favorece a produção dos grãos de soja cultivados na sequência, além de reduzir os insumos na dessecação. Tudo isso ajuda tanto no equilíbrio ambiental, como também na redução dos custos de produção”, explica o pesquisador.

Mas por que a soja e não outra cultura? O pesquisador Rodrigo Arroyo explica que o primeiro benefício é que a oleaginosa possui uma boa rentabilidade econômica e dispõe de infraestrtura para comercialização em diversas regiões. “Segundo, é que a soja deixa resíduos de adubos e nitrogênio no solo, de forma gratuita, que serão aproveitados pela pastagem. E a pastagem possui uma demanda alta por nitrogênio. Existe também bastante tecnologia desenvolvida para a soja com diversas opções de cultivares. Tudo isso facilita o manejo”, afirma Arroyo.

Incentivo tributário

Um projeto da Secretaria de Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul (Sepaf), com duração prevista de cinco anos, dará isenção de 33,34% do ICMS incidente sobre a produção incremental de carne advinda de exploração de áreas de pastagens recuperadas e isenção de 50% do ICMS incidente sobre a produção de grãos comercializada também de áreas recuperadas − as isenções serão referentes à exploração de áreas de pastagens recuperadas por meio da integração lavoura-pecuária (ILP) e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) neste período de cinco anos.

No Brasil, os sistemas de integração são incentivados também pela Rede de Fomento à ILPF formada pela Embrapa e companhias privadas: John Deere, Cocamar, Dow AgroSciences, Parker e Syngenta. Ela foi criada com o objetivo de transferir tecnologias para instituições de assistência técnica e de extensão rural, consultores, produtores rurais, escolas técnicas e universidades em todas as regiões do Brasil.


05 abr 2016

SENAR Minas Gerais capacita técnicos para o Projeto ABC Cerrado

*Do SENAR Minas

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Depois de uma série de seminários regionais nos últimos seis meses, o Projeto ABC Cerrado está na segunda etapa. Começou, na sede do Sistema FAEMG, em Belo Horizonte, a capacitação de técnicos que atuarão na assistência aos produtores do projeto. Em Minas Gerais, haverá 400 vagas para produtores do Bioma Cerrado.

Para receber a assistência técnica gratuita por um ano e meio, o produtor terá que passar por uma capacitação com 56 horas, contemplando as quatro tecnologias do programa: Sistema de Plantio Direto, Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura Pecuária Floresta e Florestas Plantadas.

“Com acompanhamento, os produtores receberão ajuda para implementar tecnologias e também informações para a gestão da propriedade”, informa o superintendente do INAES, Pierre Vilela.

Projeto ABC Cerrado

O Projeto ABC Cerrado tem três etapas: seminários de sensibilização, capacitação de produtores e técnicos nas tecnologias ABC e assistência técnica aos produtores. O SENAR é responsável pela formação profissional dos produtores, pela capacitação de instrutores e pelo treinamento dos técnicos que atuarão na assessoria em campo para os produtores, com foco nas quatro tecnologias ABC: recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, sistema de plantio direto e florestas plantadas.

O projeto está sendo desenvolvido em oito estados do bioma Cerrado: Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão e Piauí. A meta, para os quatro anos do projeto, é capacitar 12 mil produtores rurais e assistir 1.600 propriedades em Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul.

Entrevista

Fernando Costa, coordenador do grupo gestor do Plano ABC em Minas

Mudanças climáticas, esperadas pela (OMM) Organização Meteorológica Mundial – ligada à ONU – para a próxima década, chegaram antes do que se previa. O ano de 2015 entrou para a história com recordes de temperatura, ondas de calor intenso, chuvas irregulares, secas e ciclones tropicais.  Em Minas Gerais, há quatro anos, longos períodos sem chuva causaram perda de produção agrícola e de biodiversidade.

Para que os produtores se preparem para lidar com esta realidade e ajudar na redução dos gases causadores do efeito estufa – conforme compromisso assumido pelo Brasil frente à ONU – foi criado pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, que oferece aos produtores rurais técnicas de produção sustentável.

O coordenador do Grupo Gestor do Plano em Minas, Fernando Costa, diz que temos avançado: “Somos o Estado com o maior número de adesões ao Programa ABC de crédito rural, cerca de 6.894. Nos destacamos também na realização de estudos que norteiam o plano, como a pesquisa “ Estado da Arte das Pastagens em Minas Gerais”, feito pelo INAES (Instituto Antônio Ernesto de Salvo). Nesta entrevista,  ele explica a proposta que pode fazer diferença na vida do produtor rural.

O que é o Plano ABC?

Foi criado para possibilitar a incorporação de tecnologias de produção sustentável. A base é o desenvolvimento econômico da atividade rural, tornando-a menos vulnerável ao clima. É composto por sete programas: Recuperação de Pastagens Degradadas; Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs); Sistema Plantio Direto (SPD); Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN); Florestas Plantadas; Tratamento de Dejetos Animais e Adaptação às Mudanças Climáticas. A abrangência do plano é nacional e vai até 2020.

Como é feita a divulgação?

Por meio de seminários, palestras, cursos de capacitações, assistência técnica e eventos de extensão rural como “Dias de Campo”. É um trabalho de ‘formiguinha’.

Qual é, em média, o valor do investimento em cada propriedade?

De R$ 200 a R$ 300 mil reais. Para quem precisa de crédito, há o Programa ABC, linha de financiamento oferecida pelo Banco do Brasil e pelo Sicoob Crediminas, com juros de 7,5% ao ano para os médios produtores. Em Minas, já foram disponibilizados R$ 1,6 bilhão.

É possível mensurar os ganhos de produtividade nas propriedades?

Minas tem foco maior na recuperação de pastagens, já que 75% delas apresentam algum grau de degradação, conforme estudo do INAES.  Em pastagens saudáveis, é possível por um número maior de animais por hectare para diminuir o tempo de engorda. No caso do tratamento de dejetos da suinocultura, o produtor pode fazer um biogestor, produzir energia e vendê-la para a Cemig ou usá-la na propriedade. Todas as tecnologias propostas pelo plano visam ganho de renda.

Como vê a atividade agropecuária em Minas?

Nas últimas quatro safras, os produtores tiveram dificuldades para irrigar plantações e dar água aos animais. Os rios estão secando e é preciso estabelecer uma governança do uso da água para que um produtor não se sinta prejudicado por outro. É necessário produzir com menor quantidade de água. As tecnologias do ABC facilitam a infiltração da água e possibilitam  melhor aproveitamento das áreas produtivas.

Quais as regiões que mais aderiram ao Plano e ao Programa ABC?

Triângulo, Alto Paranaíba, Norte e Noroeste.

Os recursos são suficientes?

Minas conta com recursos financeiros internacionais por meio de dois projetos. O ABC do Cerrado, que tem gestão do SENAR e utiliza recursos do Fundo Internacional do Clima, visa aumentar a produção sustentável em áreas já convertidas para a agropecuária. Assim, é possível reduzir a pressão sobre as florestas nativas do bioma cerrado.  O segundo projeto, o Rural Sustentável, financiado com recursos do governo inglês, propõe melhorar as práticas de uso da terra e manejo florestal em 10 municípios do bioma Mata Atlântica do Norte de Minas Gerais.

Para fazer a pré-insrcrição para as capacitações do ABC Cerrado, acesse:

http://www.senar.org.br/pre-inscricao-do-processo-de-mobilizacao


29 mar 2016

Projeto Biomas testa plantio de arroz, feijão-caupi e soja no Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta na Amazônia

*Por Embrapa Amazônia Oriental

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Novo plantio de arroz com outro em estágio mais avançado ao fundo.

O mês de março de 2016 está sendo marcado por diversas ações de plantio na área experimental do Projeto Biomas da Amazônia. Em dois anos, o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta já rendeu 3 safras de milho. Agora, os pesquisadores do Projeto Biomas experimentam o plantio de arroz, feijão-caupi e soja. “Tínhamos pequenas áreas ociosas em meio aos demais subprojetos de pesquisa na Amazônia envolvendo plantios de espécies eminentemente arbóreas. Em contato com a coordenação regional do Projeto Biomas foi possível instalarmos Unidades Demonstrativas no sentido de diversificar ao máximo as opções aos produtores com resultados bem realistas, pois que são conduzidos na própria área experimental” afirma o engenheiro agrônomo Dr. Roni de Azevedo, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e líder do experimento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta no Projeto Biomas da Amazônia.

A área de 3,5 hectares destinados ao experimento teve o plantio da cultura anual milho com três cultivares comerciais, sendo uma variedade e dois híbridos de milho, no sentido de mostrar aos agricultores da região diferentes níveis tecnológicos e algumas das 477 cultivares de milho disponíveis no mercado aos agricultores na safra 2015/16.

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Milho recém-plantado em sistema iLPF com eucalipto de dois anos de idade

Caso as condições climáticas sejam favoráveis e possibilitem um bom desenvolvimento das culturas implantadas, futuramente os resultados serão demonstrados a agricultores, técnicos, professores e alunos da área agrícola da região. “Logicamente que nosso maior foco é o plantio de árvores. Contudo, a diversificação necessária aos produtores passa obrigatoriamente pela adoção de sistemas integrados de produção, onde as culturas anuais atuam compensando financeiramente o uso de áreas produtivas com árvores, pois que proporcionam renda nos primeiros anos enquanto a árvore se desenvolve. Esses testes, que nem eram previstos na concepção original do experimento, respondem de forma extraordinária a perguntas feitas pelos produtores que nos visitam, seja em visitas técnicas ou em dias de campo, sobre quais as melhores opções de plantio em sistemas como esse”, afirma o engenheiro florestal, Dr. Alexandre Mehl Lunz, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e Coordenador Regional do Projeto Biomas – Amazônia. “Essas culturas impulsionam a tecnificação agrícola nestas áreas, onde seus plantios aumentam exponencialmente a cada ano, e a produtividade potencial é amplamente atrativa”, complementa.

Sobre o Projeto Biomas

O projeto Biomas, fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é uma iniciativa inédita no Brasil e tem como objetivo identificar formas sustentáveis para viabilizar a propriedade rural brasileira considerando a árvore em seus sistemas propostos. Os estudos estão sendo desenvolvidos nos seis biomas brasileiros.

O Projeto Biomas tem o apoio do SENAR, SEBRAE, Monsanto e John Deere, e o financiamento do BNDES.