30 jan 2017

Adoção de tecnologias de baixo carbono trazem benefícios tanto para o produtor quanto para o meio ambiente

Melhores ganhos tanto para o produtor quanto para o meio ambiente. Esse é o Projeto ABC Cerrado, que leva capacitações e Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) para o médio produtor rural em quatro tecnologias de baixo carbono. O ABC é desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) em parceria com a Embrapa, Ministério da Agricultura e recursos do Banco Mundial em oito estados do Bioma Cerrado. O produtor que participa do projeto tem benefícios sociais, ambientais e econômicos, que vão desde o aumento da fertilidade do solo até o aumento da produtividade. A iniciativa está em uma nova fase, com inscrições abertas para mais de 4 mil vagas em capacitações e 400 em Assistência Técnica e Gerencial.

Esta semana, gestores e superintendentes do SENAR dos estados que participam do ABC vieram a Brasília para uma missão do Banco Mundial que tratou do novo momento do projeto e dos próximos passos até a conclusão em 2019. Alguns contaram como está o andamento no seu estado, como é o caso do Tocantins, onde os técnicos de campo da ATeG participaram do processo de mobilização e isso fez a diferença, aumentando a participação de produtores interessados nas tecnologias, explica a superintendente do SENAR-TO, Rayley Campos Luzza.

“Conseguimos sensibilizar o público do ABC, que é um produtor diferenciado e que já tem um certo know-how no agronegócio. Estamos muito felizes que alcançamos nosso objetivo e inscrevemos mais de 1300 produtores nas capacitações e 90% desses já receberam Assistência Técnica”, comemora. Sobre a nova fase, Rayley se diz confiante, devido, principalmente, ao aprendizado na fase inicial do projeto. “Tivemos um período bom para nos adequar ao projeto e nossa expectativa não podia ser melhor. Estamos nos preparando e vamos fazer todos os procedimentos da fase 2 para garantir que ela aconteça da forma mais proveitosa possível.”

Outro estado que teve um alto índice de participação foi Goiás, com adesão de produtores nas quatro tecnologias ofertadas pelo ABC Cerrado. “Todas as tecnologias são demandadas pelos produtores em todos os 246 municípios. Já estamos na fase de ofertar a Assistência Técnica e os produtores começaram de fato a ter um acompanhamento mais de próximo dos técnicos de campo e a absorverem naturalmente a tecnologia escolhida”, conta o superintendente Antônio Carlos de Souza Lima Neto. “Estamos motivados com o projeto e empenhados em continuar ampliando as ações no estado. Não temos dúvidas que no contexto geral, o projeto atende as expectativas dos produtores goianos,” revela.

Em Minas Gerais, 40 turmas já foram realizadas, com a capacitação de 600 produtores, a maior parte na tecnologia de Recuperação de Pastagens Degradadas, afirma o gestor do projeto no estado, Luiz Ronilson Araújo Paiva. “Essa é a tecnologia mais procurada porque o estado tem hoje uma grande área com pastagens degradadas, mas há interesse também no Sistema Plantio Direto nas regiões do Triângulo e Alto Paranaíba.” Segundo Paiva, o ABC Cerrado é uma iniciativa que já estabeleceu um legado, não só em Minas, mas nos demais estados atendidos. “Com o projeto, o produtor passa a ter consciência sobre o uso daquela tecnologia, seus benefícios e o fato dela propor a baixa emissão de carbono. Com isso, ele entende que ao adotar uma tecnologia de forma racional, seja Recuperação de Pastagens ou Sistema Plantio Direto, por exemplo, ele terá ganhos tanto em produtividade quanto em redução dos impactos ambientais”, destaca.

Na Bahia, o projeto é desenvolvido na região oeste do estado e já capacitou mais de 300 produtores. “Fizemos um levantamento entre os produtores para saber as reais necessidades deles e descobrimos que o problema maior lá é com as pastagens degradadas. A partir daí iniciamos o trabalho de capacitação. Depois da capacitação o produtor começa a mudar sua forma de agir e pensar, porque em sala de aula, além da tecnologia, também damos o enfoque da sustentabilidade. A partir daí, o produtor entende que aquela terra vai ficar melhor e que os filhos e netos dele também poderão tirar renda dali,” explica Gabriel de Menezes, gestor do projeto no SENAR Bahia. “Nossa previsão é aumentar o número de produtores atendidos em 2017 realizando turmas ao longo do ano”, completa.


24 jan 2017

Em missão do Banco Mundial, SENAR Brasil e parceiros debatem avanços no ABC Cerrado


“O Projeto ABC Cerrado insere o produtor rural na descarbonização da economia rural. É um desafio muito grande traduzir para o produtor o que é a descarbonização e as tecnologias de baixo carbono e nós optamos por trabalhar com quatro tecnologias prioritárias que são Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), Sistema Plantio Direto, Recuperação de Pastagens Degradas e Florestas Plantadas. Essa com certeza é mais uma iniciativa favorável ao produtor que nosso Sistema implementa,” avalia o secretário executivo do SENAR, Daniel Carrara, na abertura da Missão do Banco Mundial que acontece esta semana, na sede do Sistema CNA/SENAR, em Brasília. O Projeto ABC Cerrado visa estimular a adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono nas médias propriedades rurais do Bioma Cerrado.

O encontro reúne técnicos do SENAR, representantes da Embrapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da instituição financeira para debater os resultados e a segunda fase do projeto, que prevê novas capacitações nas quatro tecnologias de baixa emissão de carbono nos estados da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Piauí e a oferta da metodologia de Assistência Técnica e Gerencial do SENAR em cinco dos oito estados que participam da iniciativa.

Carrara destacou ainda o aprendizado que a implantação do ABC Cerrado trouxe para o SENAR no quesito gestão. “A relação com o Banco Mundial tem nos trazido melhorias administrativas em termos de controle e gestão de projetos que é muito importante para o trabalho que a nossa instituição desenvolve. Com isso, conseguimos atender o produtor com mais qualidade.” Para o secretário, a relação do SENAR com a Embrapa e o MAPA em torno de um objetivo específico tem conseguido unir rentabilidade e tecnologia apropriada com financiamento de um organismo internacional. “Está sendo um grande aprendizado e quem sai beneficiado com isso é o produtor rural”.

A economista Agrícola do Banco Mundial, Bárbara Farinelli, explica que a missão busca afinar os detalhes da segunda fase do projeto com os parceiros. “Algumas mudanças foram necessárias, mas o projeto está indo muito bem. Essa é uma iniciativa que leva capacitação e assistência técnica ao produtor rural que terá ganho duplo: tanto econômico quanto ambiental. Por isso, esperamos que os parceiros saiam desse encontro alinhados para termos sucesso até o fim do projeto em 2019.”

De acordo com o chefe do Departamento de Transferência de Tecnologia da Embrapa Sede, Fernando do Amaral Pereira, a instituição está totalmente inserida no projeto e está potencializando as ações em sintonia com o SENAR para intensificar a visibilidade do ABC Cerrado. “Vamos criar indicadores para divulgarmos os resultados do projeto e mostrar que a nossa agricultura é ambientalmente responsável e está acompanhando os anseios da sociedade”, pontua.

A missão terá uma programação extensa até sexta-feira (27) para debater, entre outras questões, as estratégias da avaliação de impacto que irá iniciar este ano e irá mensurar os resultados alcançados com as intervenções do projeto nas propriedades que estão recebendo Assistência Técnica e Gerencial. A reunião contará ainda com a participação, na quarta-feira (25), dos superintendentes do SENAR e dos gestores do ABC Cerrado nos estados participantes.
“Esse projeto é uma iniciativa inovadora que vai contribuir para o País alcançar suas metas de redução dos gases de efeito estufa no setor agropecuário até 2020”, acrescenta o representante do Ministério da Agricultura, Sidney Medeiros.

As inscrições para as capacitações estão abertas. São mais de 4,2 mil vagas nas quatro tecnologias atendidas pelo projeto. Acesse http://bit.ly/1QiXIaB  e garanta sua vaga.


24 jan 2017

SENAR abre inscrições para novas vagas no Projeto ABC Cerrado

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) inicia o ano com uma novidade para o produtor que deseja adotar tecnologias de baixa emissão de carbono na sua propriedade. O Projeto ABC Cerrado está com inscrições abertas para 4,2 mil novas vagas de capacitação nas tecnologias Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), Sistema Plantio Direto, Recuperação de Pastagens Degradadas e Florestas Plantadas nos estados da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Piauí, além de 400 vagas para Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em cinco dos oito estados participantes.

O projeto é desenvolvido em parceria com a Embrapa e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com recursos do Banco Mundial. As vagas são limitadas e a inscrição pode ser feita no portal do SENAR, no link http://bit.ly/1QiXIaB .

O produtor interessado em participar do ABC Cerrado precisa ter mais de 18 anos, ensino fundamental incompleto (escolaridade mínima) e uma propriedade entre 4 e 70 módulos fiscais dentro dos municípios que compõem o Bioma Cerrado. Segundo a coordenadora de Projetos e Programas Especiais do SENAR, Janei Cristina Resende, o produtor que tem abaixo de 4 módulos também pode participar, porém, precisa estar inserido em critérios específicos. “Nesse caso, a renda bruta anual da propriedade tem que ser superior a R$ 360 mil ou a mão de obra contratada ser superior a mão de obra familiar”,” explica.

Janei Cristina destaca ainda a importância da participação no projeto do dono ou do gerente da propriedade. “Precisamos que esse participante seja um tomador de decisões dentro da propriedade. As intervenções que serão realizadas durante o projeto irão promover a adoção de tecnologias na propriedade, então, decidir pela adoção é um papel do proprietário ou do gerente.”

As tecnologias de baixa emissão de carbono não trazem benefícios apenas para a propriedade que faz a adoção, mas para a comunidade como um todo, assegura Janei. “Os benefícios são sociais, ambientais e econômicos, como aproveitamento da mão de obra o ano inteiro, reestruturação física do solo e aumento no teor de matéria orgânica, valorização da terra e aumento na produtividade”, exemplifica.

Em 2016, mais de três mil produtores foram capacitados pelo projeto e 1,5 mil propriedades receberam ATeG do SENAR.


15 set 2016

Mercado de ativos ambientais é uma oportunidade a ser desenvolvida no Brasil

*Do SENAR Brasil

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O painel Serviço Ambiental e Oportunidades encerrou a programação do 1º Seminário Internacional sobre Resiliência Climática e Descarbonização da Economia, realizado pelo Sistema CNA/SENAR, nessa quarta-feira (14/09). Com a mediação do presidente da Comissão de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Justus, os debatedores apresentaram programas de neutralização, mercado voluntário, gestão de fundos e oportunidades de investimentos para as soluções climáticas e melhorias de políticas públicas.

Justine Leigh-Bell

A gerente de Padrões e Sistema de Certificação, da Climate Bounds, Justine Leigh-Bell, explicou que o mercado de capital ambiental atrai investidores da União Europeia.  “Essa é uma oportunidade incrível a ser aproveitada no Brasil, que tem potencial para ser líder no mundo de finanças ambientais. Este País tem tradição e história na agropecuária com a oferta de produtos diversificados. Isso tem de ser considerado”, enfatizou Justine, reforçando que há aproximadamente 100 trilhões de ativos no mundo. “Não há falta de ativos, mas dificuldade para acessá-los”.

Eduardo Delgado Assad

O pesquisador da Embrapa, Eduardo Delgado Assad, falou sobre o mercado potencial fornecedor do serviço ambiental – Ativos Econômicos, no Brasil. Como exemplo, ele citou estudo para apoio à implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que está sendo desenvolvido em algumas áreas dos biomas Cerrado e Mata Atlântica para quantificar o passivo ambiental – obrigações de curto e longo prazo que as empresas assumem para promover o melhoramento ambiental – em Áreas de Proteção Permanente – Hídricas (APP).

Previsto para abril de 2017, o estudo vai analisar 369 milhões de hectares. Já foram analisados 157 milhões de hectares, abrangendo 1.742 municípios, com mapeamento de aproximadamente 5 milhões de passivos de APP que poderão ser transformados em ativos econômicos.  “O estudo apresentará uma perspectiva de pagamento de serviço ambiental que precisa ser recuperado com pelo menos sete modelos de revegetação para a recuperação da APP hídrica, com exemplos de mudas que podem ser plantadas. O sistema indica a latitude e longitude e a espécie que deve ser plantada até o momento do sequestro de carbono”, declara Assad.

Marco Antônio Fujihara

O Diretor da Keyassociados, Marco Antônio Fujihara, explicou o sistema de negociação do ativo econômico do Mercado Formal passando por algumas definições dos serviços ambientais e o mercado financeiro no Brasil. Ele faz parte do Katoomba Group, um grupo de economistas florestais de todo o mundo que discute precificação e ativos ambientais. O grupo estuda formas para juntar ativos ambientais e mecanismos financeiros.

“Existem várias maneiras de monetização do carbono, além do sistema de compra e venda, que, no Brasil, podem ser reguladas pela Cetip – companhia de capital aberto que oferece serviços de registro, central depositária, negociação e liquidação de ativos e títulos”, ressaltou Fujihara.

A consultora de sustentabilidade da Klabin, maior empresa produtora e exportadora de papeis do Brasil, também participou do 1º Seminário Internacional sobre Resiliência Climática e Descarbonização da Economia. Ivone Namikawa contou como a empresa contribui com os serviços ambientais e citou exemplos de incentivos à restauração. “Monitoramos a biodiversidade na unidade do Paraná desde a década de 80. O manejo florestal adequado permite a manutenção da fauna dentro da floresta. Em nossa área existem corredores que protegem espécies ameaçadas de extinção, como a jaguatirica e o lobo guará”, declarou Ivone, afirmando que nessa mesma unidade para cada 100 hectares de florestas plantadas, 82 são de mata nativa.

Ao final, o moderador do painel propôs a criação de um grupo para continuar os debates, desenvolver outros trabalhos e apresentar uma proposta de regulação do mercado de ativos ambientais para o governo.


08 set 2016

Produtores de Minas Gerais se empenham para recuperar pastagens degradadas

*SENAR Minas

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Preocupado com os problemas gerados pela degradação do solo, situação comum a muitos produtores da região de Curvelo, o médico veterinário Júlio César Fonseca Calazans, proprietário da Fazenda São Domingos, é um dos participantes da terceira turma do Projeto ABC Cerrado no município. No primeiro módulo do treinamento, que teve carga horária de 8 horas, ele recebeu do engenheiro agrícola e instrutor Luiz Carlos Dias Carvalho lições sobre as causas e efeitos da degradação de pastagens, seus impactos na emissão de gases de efeito estufa e os benefícios e ganhos ambientais trazidos a partir da reforma das pastagens.

“Todo esse conteúdo foi de extrema importância porque as pastagens da minha fazenda já chegaram a um ponto de degradação tão crítico que precisei diminuir a lotação do rebanho e, consequentemente, minha rentabilidade. Isso sem contar que a nascente da propriedade está secando”, descreve Calazans.
O instrutor avalia que o maior benefício da capacitação é mostrar ao produtor o que ele deve fazer para aproveitar os recursos naturais existentes no ambiente, a fim de reduzir o uso de fertilizantes inorgânicos e melhorar a eficiência dos fertilizantes orgânicos, diminuindo, assim, a emissão de gases de efeito estufa. “Penso que os produtores que estão preocupados com as questões ambientais mostram, antes de tudo, que se importam com a sobrevivência do planeta”, pontua Carvalho.

No segundo módulo, foi a vez de conhecer os métodos de reforma de pastagens degradadas, os sinais de degradação e seus estágios, e as principais estratégias de intervenção para corrigir as pastagens. Bastante animado com os encontros, o produtor, que trabalha com cria e recria de gado de leite, diz que as primeiras impressões foram as melhores possíveis. “O treinamento tem sido muito positivo porque mostra nossas falhas e nos ensina a corrigi-las”, destaca.
O principal objetivo do curso, aponta Luiz Carvalho, é mostrar que, sem um manejo adequado, o solo esgota suas potencialidades, deixa de produzir e morre. “Nosso trabalho mostra na prática que é possível recuperar o solo empobrecido e preservá-lo para que produza mais e dê mais retorno financeiro aos produtores. Sem esses cuidados, o prejuízo vem muito rápido”, alerta.

Ainda serão realizados outros dois módulos com duração de 16 horas cada. O Projeto ABC Cerrado é coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pela Embrapa, e sua execução está a cargo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e das regionais dos estados selecionados, entre elas o SENAR Minas. O treinamento tem o apoio do Sindicato dos Produtores Rurais de Curvelo.