31 out 2018

Banco Mundial destaca resultados positivos do ABC Cerrado

Brasília (31/10/2018) – O Projeto ABC Cerrado transformou a vida de produtores rurais e promoveu a recuperação dos solos e a proteção dos mananciais, afirmaram os especialistas do Banco Mundial, durante missão do Projeto ABC Cerrado nesta terça (30), em Brasília.

A iniciativa é uma parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com recursos do Fundo de Investimentos em Florestas (FIP), para disseminar práticas de agricultura de baixa emissão de carbono dentro das propriedades rurais. Na missão, o Senar apresentou os resultados do projeto até agora.

“O Banco considera como pontos mais importantes o tamanho da transformação do projeto na vida das pessoas com o uso das tecnologias ABC, o impacto que trouxe e o quanto a vida delas melhorou”, destacou Márcio Cerqueira Batitucci, especialista sênior em meio ambiente do Banco Mundial.

 

 

Segundo Batitucci, que visitou recentemente propriedades atendidas pelo projeto no Maranhão, o ABC Cerrado deu perspectiva de futuro aos produtores e a possibilidade de continuarem com o seu negócio.

“Alguns com quem conversei foram bem objetivos quanto a isso: se não fossem as tecnologias e o trabalho que o Senar levou até eles, não conseguiriam continuar mantendo a propriedade e possivelmente venderiam ou mudariam de atividade. Então esse benefício que o projeto trouxe para a vida das pessoas é uma coisa muito significativa”.

Outro ponto positivo do projeto, de acordo com o especialista, foram os ganhos com a recuperação de pastagens degradadas associada à melhoria da conservação do solo, evitando maiores perdas e processos erosivos, além da proteção de nascentes e mananciais.

“O ABC é muito mais que melhorar a pastagem. O projeto leva condições para melhorar a vida do produtor rural”, afirmou o coordenador do projeto no Senar, Mateus Tavares.

Para a economista agrícola do Banco Mundial e co-gerente do ABC Cerrado pela instituição, Bárbara Farinelli, o projeto é inovador e trouxe muito aprendizado para todas as entidades envolvidas.

“Tivemos resultados muito positivos, mostrando que a capacitação e a assistência técnica promovem a adoção das tecnologias e uma maior consciência dos produtores em relação aos benefícios não somente ambientais, mas também econômicos das tecnologias,” destacou.

“Em 2019 teremos uma avaliação de impacto que vai mostrar quais foram as intervenções que trouxeram maior impacto e isso vai retroalimentar a política ABC. O projeto vai trazer muitos benefícios para os produtores, mas também muitas lições para a política pública”, reforçou Farinelli.

Na avaliação da coordenadora de Projetos Especiais da Diretoria de Educação Profissional e Promoção Social do Senar, Janei Cristina Resende, cada missão do Banco é um aprendizado e o Senar adquiriu bastante conhecimento ao trabalhar com a instituição internacional.

“O ABC Cerrado foi um projeto piloto em termos de tamanho e metodologia tanto para o Banco Mundial quanto para o Senar, que nunca tinha trabalhado com a instituição. O projeto foi tão bem sucedido que abriu outras portas e o Banco já sinalizou que está estudando um novo projeto para expandir o modelo do ABC Cerrado para todos os biomas e convidou o Senar para participar,” disse.

“Estamos muito felizes com essa missão, com os desdobramentos que o desempenho do Senar teve no ABC Cerrado e que está abrindo portas para novos projetos”.

Também participaram da missão o gerente do Projeto ABC Cerrado, Maurizio Guadagni, a diretora de Educação Profissional e Promoção Social do Senar, Andrea Barbosa, o assessor técnico da entidade, Rafael Costa, a coordenadora financeira pelo Senar, Silvia Rocha, a coordenadora da Avaliação de Impacto, Cristiane Camboim, especialistas do Banco Mundial e representantes do Mapa e da Embrapa.

O ABC Cerrado

O projeto iniciou em 2015 com a capacitação de produtores rurais nas tecnologias de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), recuperação de pastagens degradadas, plantio direto e florestas plantadas nos estados da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí e Tocantins. Em cinco estados, os produtores também receberam Assistência Técnica e Gerencial (ATEG).

Treze mil pessoas já foram atendidas pelo projeto entre capacitações, assistência técnica e dias de campo.

No próximo ano o Senar irá realizar a segunda coleta de dados da avaliação de impacto, pare medir os resultados alcançados e a efetividade das tecnologias ABC na vida do produtor rural.

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