03 jul 2015

Missão Mato Grosso: Equipe do projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono percorreu o Estado para pesquisar modelos com foco na produção sustentável de suínos

*Assessoria de Imprensa – Suínos ABC

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A equipe realizou durante toda esta semana, 29 de junho até 03 de julho, visitas técnicas em propriedades e empresas que trabalham com sistemas sustentáveis de produção de suínos em um dos estados referências no agronegócio brasileiro, Mato Grosso. Os consultores passaram por municípios e fazendas nos arredores de Vera, Sorriso, Ipiranga do Norte, Lucas do Rio Verde e Tapurah para pesquisar e conhecer de perto os diferentes meios de utilização do biogás, compostagem e o aproveitamento e alternativas dos dejetos animais. Ao todo, foram visitadas cinco propriedades que apresentam casos exitosos nesse processo.

Acompanhe durante este mês, no boletim informativo da Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono, as notícias desta missão, que abordarão temas como a estrutura das propriedades, entrevistas, os meios e as tecnologias utilizadas pelas fazendas voltadas para a suinocultura e a sustentabilidade no estado.

A primeira visita dos consultores foi a Nutribras Alimentos, no município de Vera. A empresa se destaca no estado do Mato Grosso pela utilização de biodigestores para manejo de efluentes e na produção de suínos em sistema autossustentável. A Nutribras possui 15 biodigestores que são 100% utilizados. Ao todo, são gerados 600 Kwa em quatro geradores, com sete quilômetros de gasoduto, produzindo 70 até 80% de energia via biogás. Atualmente, fazem o abate de 1.350 cabeças por dia. Ao todo, são 180 funcionários dedicados especialmente para o trabalho com os suínos. A Nutribras conta também com 14 mil matrizes em duas Unidades de Produção de Leitão (UPL) e planejam a ampliação para 17 mil matrizes.

No segundo dia, os consultores visitaram a BRF, em Lucas do Rio Verde, e por meio desse encontro tiveram a oportunidade de conhecer quatro propriedades integradas à empresa: Seis Amigos (Tapurah), Toledo (Tapurah), São Roque e a Mano Júlio (Ipiranga do Norte).

A Fazenda Seis Amigos possui uma área de 1.374 hectares e contempla 13.500 matrizes. Em 2014, alcançou a marca de 353.975 leitões viáveis entregues. Todo o dejeto suíno produzido na propriedade passa pelos biodigestores antes de ir até a lavoura. A fazenda também se destaca na suinocultura por distribuir 100% dos dejetos nas pastagens por meio da fertirrigação com malhas ou com aparelhos auto propelidos e os proprietários praticamente não utilizam adubação química.

A Fazenda Toledo foi o cenário visitado pela equipe no terceiro dia da missão (quarta-feira), 1º de julho. A propriedade possui, entre as tecnologias disponíveis, uma fábrica de farinha de carne e biodiesel oriundos de frangos e suínos mortos durante a produção. O processo é feito com o aproveitamento do biogás que é rico em metano e queimado no processo de aquecimento da caldeira. A farinha depois de prensada vira matéria-prima para ração animal, como exemplo, ração de peixe. É uma matéria nobre com 65 a 70% de proteína e 10 a 11% de gordura.

Nos dois últimos dias de visitas os consultores foram às fazendas São Roque e Mano Júlio. A São Roque utiliza o biofertilizante para as pastagens em sistema de pastejo rotacionado na bovinocultura de corte.

A fazenda Mano Júlio é referência em sustentabilidade na agricultura (soja, milho e algodão), avicultura, bovinocultura (gado de corte e leite) e suinocultura. São 35.000 hectares de soja e 490 hectares irrigados por meio de pivô central. Na suinocultura, são 23 núcleos de terminação (300 mil cabeças por ano), quatro motores de geração de energia e sete carretéis de fertilização. A produção de leitões conta com 18 mil matrizes e 500 mil leitões por ano. A fazenda tem 210 funcionários dedicados à suinocultura. Todo o trabalho e a produção da fazenda Mano Júlio são integrados em um sistema linear voltado para a sustentabilidade ambiental: reaproveitamento dos dejetos animais, biodigestores, produção de biofertilizantes, fertirrigação e preservação de APP’s.

Sobre o Projeto
O Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), tem o intuito de, ao longo de um ano, avaliar e disseminar alternativas economicamente viáveis para o tratamento de dejetos na suinocultura, tecnologia esta preconizada pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). Para tanto, serão realizados levantamentos no Brasil e no exterior de modelos de tratamento, seguidos da avaliação econômica de cada um deles. Os modelos viáveis serão difundidos pelo Projeto por meio de Workshops nas principais regiões produtoras do Brasil.

*Assessoria de Imprensa – Suínos ABC
Texto: Bruno Saviotti
(61) 8598-6889
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Coordenação de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos – CMSP
Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade – DEPROS
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