15 set 2016

Assistência Técnica e Gerencial é essencial para resiliência climática

Ascom SENAR Brasil*

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Uma agropecuária sustentável, que respeita o meio ambiente, passa pela Assistência Técnica e Gerencial das propriedades. Essa é a principal conclusão do painel que tratou do assunto durante o 1º Seminário Internacional Resiliência Climática e Descarbonização da Economia, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), nesta quarta-feira (14/9), em Brasília.

O painel apresentou as ações de adaptação, mitigação e resiliência climática que tornam o SENAR um catalisador de todo o processo, por meio de capacitação e Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) ao pequeno e médio produtor. A metodologia da entidade promove geração e diversificação de renda, incorporação de tecnologias e sistemas agrícolas resilientes para fixar e estocar carbono, segurança alimentar, sucessão familiar, fixação do produtor no campo e ganho de escala de produção. Hoje, a entidade conta com 2 mil técnicos de campo e atende 40 mil produtores rurais.

“Eu não tenho a menor dúvida de que sem a produção assistida, sem a Assistência Técnica e Gerencial, o produtor terá dificuldade para encarar os desafios das mudanças climáticas. Temos que juntar pesquisa com implementação tecnológica, o que só se dá através de Assistência Técnica e Gerencial. O que estamos nos propondo a fazer é um estudo econômico da melhor solução tecnológica a ser implementada dentro da realidade de cada propriedade”, destaca o secretário executivo do SENAR, Daniel Carrara.

O debate foi moderado pelo superintendente do SENAR/MS, Rogério Beretta, e contou com a participação do coordenador nacional de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do SENAR, Matheus Ferreira; do vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), Humberto Miranda Oliveira; e do CEO da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski.

Matheus Ferreira falou sobre a Assistência Técnica e Gerencial e explicou como funciona o modelo desenvolvido pelo SENAR. Entre os destaques da apresentação, os avanços alcançados em alguns estados, como no Espírito Santo, onde a cafeicultura teve um aumento de 52,4% de produtividade de uma safra para outra depois que a ATeG Café foi implementada. Em Mato Grosso do Sul, o trabalho do Programa Mais Inovação, do SENAR/MS, elevou a produtividade da pecuária de corte em 3,6 vezes, de 2012 a 2016, e evitou o desmatamento de quase 85 mil hectares.
“Entendemos que a assistência técnica é o principal vetor para o Brasil cumprir as metas assumidas no Acordo de Paris. O SENAR está preparado para levar Assistência Técnica e Gerencial para todos que tiverem interesse em participar desse processo de evolução. O produtor precisa aprender que o clima muda e que ele deve se adaptar e aplicar tecnologias para vencer essas adversidades. Queremos mostrar que essas tecnologias são viáveis e que, no final, trazem ganhos econômicos para o produtor”, declara Matheus Ferreira.

Humberto Miranda Oliveira trouxe os resultados que a ATeG está proporcionando para os produtores rurais na Bahia. O serviço é oferecido dentro do Programa PRO-SENAR, desde 2010, e atende hoje, aproximadamente, 3.500 produtores no estado. “Foi uma transformação significativa, eu diria que uma revolução para os produtores que são acompanhados. O conhecimento, a mudança comportamental e a assistência técnica tem o poder de transformar vidas, mas nada disso é possível se não houver retorno econômico. Esse é o grande pilar estrutural para a fixação do homem no campo, a sucessão familiar e a sustentabilidade ambiental”, aponta.

Na opinião do superintendente do SENAR/MS, um dos pontos fundamentais para o avanço da ATeG é o acompanhamento permanente de dados e resultados. Segundo ele, esses índices permitem que o produtor faça comparações e verifique se está elevando a sua produtividade. Por outro lado, ressalta Beretta, o técnico também é beneficiado, pois consegue comprovar que o seu trabalho está proporcionando melhorias na propriedade. “Sem esses dados, o produtor não tem como verificar se está no caminho certo, se os seus índices estão crescendo e, muitas vezes, acaba questionando o trabalho do técnico. São informações que vão ajudar na gestão da propriedade e trazer segurança para ambos”.


15 set 2016

Acordo de Paris exigirá medidas concretas e urgentes para reduzir efeitos das mudanças climáticas, dizem especialistas

Por Ascom CNA*

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O Acordo de Paris exigirá dos países medidas concretas e urgentes de adaptação às mudanças climáticas no mundo, como a redução da emissão de gases poluentes e do ritmo do aquecimento global. Este pacto, firmado no final do ano passado na COP-21 e já ratificado por 27 países até agora, entre os quais o Brasil nesta semana, começa a valer em 2020. Mas as ações devem ser imediatas diante do desafio que se tem pela frente e a adoção de tecnologias que mitiguem os efeitos do aumento da temperatura do planeta será fundamental neste processo.

Este foi o ponto abordado nesta manhã no painel “Mudanças climáticas globais – Os próximos passos do debate das mudanças climáticas, pós Acordo de Paris”, no 1º Seminário Internacional de Resiliência Climática e Descarbonização da Economia, realizado nesta quarta-feira (14/09), na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília. O evento reuniu especialistas brasileiros e estrangeiros para discutir os desafios mundiais e as perspectivas do ponto de vista político, econômico e social em torno de questões ligadas ao clima.

Neste cenário, o uso de mais fontes de energia limpas e renováveis, sequestro de carbono, redução do desmatamento, reflorestamento, recuperação de áreas degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e a melhoria da qualidade do ar nos grandes centros urbanos são algumas das alternativas necessárias para se atingir as metas estipuladas pelos países nos moldes do Acordo de Paris. Porém, os especialistas alertam: tudo isso terá de ser feito o quanto antes para evitar danos ao meio ambiente e ao sistema produtivo no futuro, e com a implantação de tecnologias.

“Quanto mais sofisticado tecnologicamente, maior a capacidade de se adaptar às mudanças climáticas. Mas precisamos acelerar a implantação de tecnologias. Hoje o ritmo está insuficiente”, afirmou o professor Eduardo José Viola, da Universidade de Brasília (UnB). Uma das regiões que pode contribuir para esta mudança de paradigma é a América Latina, hoje responsável por 10% das emissões globais de poluentes, de acordo com Walter Vergara, especialista em florestas do World Resources Institute (WRI), que defende a cooperação regional e o acesso a financiamentos internacionais para a implantação e práticas sustentáveis.

Para a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Alinne Oliveira, a produção sustentável tende a ser uma exigência cada vez maior dos mercados consumidores dos produtos agropecuários brasileiros. Assim, as tecnologias aplicadas ao setor agropecuário devem garantir a segurança alimentar e o país deve buscar mais acordos internacionais de comércio. Na avaliação de Rodrigo Lima, diretor geral do Instituto Agroicone, o desafio do país é pôr em prática as metas de redução do desmatamento e incentivar as tecnologias sustentáveis no campo. “O Acordo de Paris entra em vigor em 2020, mas até lá há muito para se fazer”.


15 set 2016

Presidente da CNA destaca compromisso do setor agropecuário com produção sustentável

Por Ascom CNA*

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O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Conselho Deliberativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), João Martins, defendeu o compromisso do produtor rural com a preservação do meio ambiente e com ações sustentáveis de produção, já adotadas no campo, com o objetivo de reduzir as emissões de carbono e preparar a atividade agropecuária para as mudanças climáticas. A manifestação foi feita na abertura do 1º Seminário Internacional sobre Resiliência Climática e Descarbonização da Economia, nesta quarta-feira (14/09), na sede da entidade em Brasília (DF).

O evento reuniu especialistas brasileiros e estrangeiros em questões climáticas e ambientais para debater temas como a conservação do solo, recursos hídricos, biodiversidade. O encontro apontou os desafios do setor rural frente ao aquecimento global e ao Acordo de Paris, que visa um pacto mundial para frear o aumento da temperatura média do planeta. Segundo João Martins, o debate é uma demonstração clara do compromisso da entidade com o tema e com ações de sustentabilidade dentro da produção, mostrando a preocupação do produtor rural com a preservação ambiental e a adoção de técnicas de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas sobre a agricultura.

“O grande patrimônio do produtor rural é a preservação do meio ambiente. Hoje, a relação entre produção e meio ambiente é discutida ideologicamente. Queremos discutir racionalmente uma proposta que deixe claro que o produtor é um guerreiro na defesa da preservação”, explicou. O presidente da CNA reforçou medidas adotadas pelo Sistema CNA/SENAR voltadas para a questão ambiental, como a recuperação de nascentes e defendeu a regulamentação de dispositivos do Código Florestal. Alertou, ainda, que as secas dos últimos anos e a irregularidade das chuvas têm afetado diretamente a safra, o que reforça a necessidade de aplicação de tecnologias no campo.

Assistência técnica – Para o secretário-executivo do SENAR, Daniel Carrara, a implantação de tecnologias sustentáveis na produção para adaptação à resiliência climática vai estar diretamente ligada à assistência técnica. “A tecnologia por si só não resolve o problema. Precisa estar casada com a rentabilidade. Cada propriedade tem que ter um diagnóstico e as implementações tecnológicas de acordo com a condição de rentabilidade da propriedade. Isso vai garantir, junto com as tecnologias de preservação ambiental, a permanência do produtor rural no campo”, afirmou. Segundo, ele, as ações desenvolvidas pelo SENAR neste contexto visam identificar as tecnologias mais adequadas para a propriedade.

Acompanhamento das ações sustentáveis – Produtor rural e defensor da produção sustentável, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Aroldo Cedraz, informou que o TCU tem se aprimorado para acompanhar a aplicação de recursos públicos em políticas públicas voltadas para o meio ambiente, com a criação de secretarias específicas, que buscam monitorar as ações executadas pelo Estado, por meio de auditorias. No entanto, ele ressaltou que a preservação do meio ambiente deve ter o engajamento de toda a sociedade e lembrou que o órgão liderou a discussão de uma proposta inédita no país sobre a preservação do solo.