01 dez 2015

Fórum Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono mostra os benefícios de investir no tratamento dos dejetos animais

*Fonte: Assessoria do Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono

 O primeiro evento aconteceu no município de Marechal Cândido Rondon, no Paraná, e levou cerca de 70 pessoas para o auditório da Sicredi Aliança PR/SP

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A equipe do projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono realizou o primeiro fórum com o intuito de destacar a importância do reaproveitamento dos dejetos animais por possibilitar uma produção mais rentável e sustentável. Os produtores do oeste paranaense tiveram a oportunidade de conhecer, no dia 24 de novembro, as vantagens que existem ao adotar as tecnologias para o reaproveitamento dos dejetos na suinocultura.

Na ocasião, o fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Sidney Medeiros, iniciou o fórum mostrando os principais pontos do Plano ABC e do projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono.

“O Plano ABC é o compromisso da agricultura brasileira com a redução de emissões dos gases de efeito estufa. Por meio do Plano pretendemos fazer com que produtores rurais do Brasil todo adotem tecnologias de baixa emissão de carbono, como o tratamento dos dejetos animais”, destacou Medeiros.

Na seqüência, o consultor do projeto Cleandro Pazinato Dias destacou as tecnologias de produção mais limpa na suinocultura brasileira. O tema “Geração de renda a partir dos dejetos da suinocultura: biofertilizante, biogás e energia elétrica” foi abordado pelo consultor Fabiano Coser.

“O aproveitamento econômico dos resíduos na produção de suínos é importante, hoje existem tecnologias que permitem total economia tanto dos efluentes, seja na forma de biofertilizante líquido ou sólido, além da tecnologia para a utilização desses efluentes por meio da biodigestão com a produção do biogás e a transformação em energia térmica e elétrica. Realmente, fecha-se um ciclo com o aproveitamento econômico desses resíduos”, destaca Coser.

O pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Paulo Armando Victória de Oliveira, falou sobre a gestão da água, ponto importante na produção de suínos. Ele mostrou os trabalhos desenvolvidos no estado de Santa Catarina. Além disso, ressaltou a compostagem e a produção de biogás utilizando os biodigestores ao mostrar o lado técnico e econômico, a necessidade da utilização e onde se aplica de acordo com o tamanho da propriedade.

Por fim, o engenheiro agrícola do Banco do Brasil, Leandro Capuzzo, destacou as oportunidades de financiamento e as linhas de crédito para as tecnologias de baixa emissão de carbono.

O produtor rural Edison Schneider possui um biodigestor em sua propriedade há oito anos e disse que o Fórum complementa a sua atividade ao participar das palestras e conhecer as novas tecnologias. “Vale apena investir nos dejetos animais, esse processo beneficia tudo na minha produção, sendo muito mais viável economicamente (em três anos ele conseguiu cobrir o investimento) e ambientalmente”, destaca.

O Fórum Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono é uma realização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e conta com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), da Embrapa Suínos e Aves e da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).

O segundo Fórum será realizado na capital mineira, Belo Horizonte, no dia 14 de dezembro, na Associação de Suinocultores do Estado de Minas Gerais- ASEMG.

Uma visita à Usina Hidrelétrica de Itaipu e ao Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás)

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A comitiva do Projeto teve a oportunidade de conhecer o CIBIogás e visitar o Parque Hidrelétrico de Itaipu (PTI) durante a visita ao estado do Paraná.

A CIBiogás é uma instituição científica que atua em prol do desenvolvimento sustentável por meio das energias renováveis, focando no estudo, na utilização e na criação de projetos voltados para o  biogás.

A origem do centro remete à Usina Hidrelétrica de Itaipu pela necessidade de estudar os tipos de energias renováveis para sanar problemas de poluição na sua barragem, devido a dejetos animais despejados inadequadamente por algumas propriedades rurais do Oeste do Paraná. Atualmente, o centro é independente e conta com 17 instituições que atuam direta e indiretamente em projetos de energias renováveis.

Na ocasião, o engenheiro ambiental Luiz Thiago destacou a história e os números do Centro. Ele apresentou o posto para abastecer os carros movidos a biometano, uma novidade no setor, considerado um gás natural, não poluente e originário dos resíduos animais.

O centro conta com 11 unidades demonstrativas voltadas para a produção do biogás, com foco nos pequenos e médios produtores rurais e em cooperativas do Oeste do Paraná.  Além disso, o centro iniciou, este ano, a expansão das atividades para o exterior ao iniciar a implantação da primeira unidade internacional de demonstração, no país vizinho sul-americano, Uruguai.

O Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar Ajuricaba

Dentre as unidades demonstrativas está o condomínio Ajuricaba. É um projeto inovador que possibilita uma nova visão de trabalhar em equipe por meio do biogás. Uma área agrícola composta por 33 produtores rurais gera energia por meio de dejetos animais e resíduos agrícolas. O intuito do projeto é tratar o dejeto de forma descentralizada dos produtores, cada um produz biogás, que passa por um gasoduto e chega até uma central com um volume maior de gás. O modelo está sendo replicado para outras regiões, como Itapiranda (Santa Catarina) e em San Jose, Uruguai.

*Fonte: Assessoria do Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono
(61) 8598-6889
imprensasuinosABC@gmail.com


12 nov 2015

Inscrições abertas para o Fórum Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono

*Da Assessoria do evento

As discussões em torno do tratamento de dejetos na suinocultura são constantes no setor e estão sempre permeadas por novas tecnologias e soluções que visem atender às legislações ambientais e proporcionar novas fontes de energia e renda ao produtor.

O Fórum Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono, que acontece no dia 24 de novembro, tem o intuito de levar informações e inovações tecnológicas de custo acessível a produtores de suínos, gerentes de granja e chefes do setor, técnicos, acadêmicos e agentes financiadores que desejam aprofundar seu conhecimento e ampliar a discussão em torno dos temas.

O evento é resultado de pesquisas realizadas ao longo de um ano para avaliar e disseminar alternativas economicamente viáveis para o tratamento de dejetos na suinocultura, tecnologia está preconizada pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). Eses levantamentos ocorrem no âmbito do Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) com apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e da Embrapa Suínos e Aves.

Confira a programação:

Fórum sobre suinocultura de baixa emissão de carbono_v


27 out 2015

EM CINCO ANOS, PLANO ABC JÁ CAPACITOU MAIS DE 29 MIL TÉCNICOS E PRODUTORES

Meta para os próximos dois anos é levar conhecimento sobre tecnologias sustentáveis para igual número de pessoas

*Do Mapa

Representantes do Mapa e do IICA avaliam resultados do ABC (Noaldo Santos/Mapa)
Representantes do Mapa e do IICA avaliam resultados do ABC (Noaldo Santos/Mapa)

Mais de 29 mil técnicos e produtores rurais já foram capacitados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e instituições parceiras, nos últimos cinco anos, para implementação do Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC). O número foi divulgado durante encontro de avaliação da Plano ABC, na sede do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em Brasília.

“Esse é um plano que, com pouco tempo de execução, já está dando certo, pois está fazendo uma revolução tecnológica no campo. Não queremos somente proporcionar crédito, mas também desenvolvimento regional com tecnologias novas, sustentáveis e competitivas”, disse o diretor do Departamento de Sistema de Produção e Sustentabilidade (Depros) do Mapa, Arno Jerke Junior, um dos participantes da reunião, realizada nessa segunda-feira (26). “A nossa expectativa é fazermos mais 29 mil capacitações nos próximos dois anos”, acrescentou.

O representante do IICA no Brasil, Manuel Otero, destacou a importância do intercâmbio proporcionado pelo encontro.  “Esse evento”, salientou, “é um exercício de maturidade do Mapa, que busca avaliar a execução de um programa sob sua gestão”.

Uma das constatações da reunião é que os estados têm participação efetiva no plano
Uma das constatações da reunião é que os estados têm participação efetiva no plano

Quatro temas dominaram a reunião de avaliação, segundo o Depros:  capacitação dos agentes envolvidos, disseminação do plano, integração entre a assistência técnica e extensão rural (Ater) e produtores rurais, e a constituição de planos estaduais com metas e prioridades de modalidades alinhadas ao Plano ABC nacional.

Seminários de sensibilização

Segundo o coordenador nacional do Plano ABC, Elvison Ramos, já foram elaborados 18 planos estaduais. “No início da implementação dos planos nos estados havia muitas dúvidas e problemas dispersos. Com a realização de seminários de sensibilização e oficinas do ABC, observamos um esforço dos estados para construção conjunta e participativa”, disse.

Na safra 2015/2016, o Plano Agrícola e Pecuário disponibilizou para o Programa ABC R$ 3 bilhões para financiamento das tecnologias sustentáveis. Além de promover inúmeros benefícios ambientais, elas aumentam a resiliência e produtividade e, consequentemente, a renda do produtor rural.

*Assessoria de comunicação social do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA
Cláudia Lafetá
claudia.lafeta@agricultura.gov.br
imprensa@agricultura.gov.br


23 set 2015

Brasil tem tecnologia para reduzir emissões além da meta do Plano ABC

*Da EMBRAPA

gadoEstudo realizado pelo Projeto Observatório ABC (Agricultura de Baixo Carbono) revelou que o Brasil tem um potencial de mitigar a emissão de gases de efeito estufa nas atividades agropecuárias. Se apenas três tecnologias de mitigação geradas pela pesquisa e já disponíveis forem adotadas, o País potencialmente pode promover até 2023 uma redução mais de dez vezes maior do que a meta estipulada pelo Plano ABC do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O plano foi originalmente idealizado para recuperar 15 milhões de hectares degradados, mas poderia ser estendido a 60 milhões de hectares.

Se o País recuperar pastagens e promover integração lavoura-pecuária ou integração lavoura-pecuária-floresta, deixariam de ser lançadas na atmosfera 1,8 bilhão de toneladas de CO2 equivalente, que são todos os gases de efeito estufa produzidos na atividade medidos em comparação aos efeitos do gás carbônico. “Esse é um cálculo conservador, pois desconsidera outras tecnologias preconizadas pelo Plano ABC e abarca apenas os municípios brasileiros com pastagens degradas”, declara o pesquisador Eduardo Assad, da Embrapa Informática Agropecuária (SP) coordenador do estudo intitulado “Invertendo o sinal de carbono da agropecuária brasileira” do Observatório ABC.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores estimaram as emissões da agropecuária brasileira caso não houvesse a adoção das tecnologias e usaram estimativas de crescimento do setor elaboradas pelo Mapa e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Nesse cenário hipotético, o Brasil chegaria a 2023 com um saldo de 3,62 bilhões de toneladas de CO2 equivalente. A boa notícia é que se somente as três tecnologias consideradas forem empregadas, todas as regiões brasileiras irão neutralizar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no campo e ainda armazenariam um adicional de carbono no solo.

O trabalho considerou a pecuária bovina e sete culturas agrícolas: arroz, milho, trigo, cana-de-açúcar, feijão, algodão e pastagem. A pecuária é o maior emissor de GEEs e, entre as espécies agrícolas, a cultura do milho é a que mais produz esses gases seguida pela cana-de-açúcar, arroz, feijão e algodão. A soja, maior produto de exportação agrícola brasileiro, não apresentou emissões significativas por utilizar fixação biológica de nitrogênio (FBN) o que dispensa a aplicação de fertilizantes nitrogenados, principal fonte de emissão direta de GEE para essa lavoura.

Mais gado, menos gases

A mitigação promovida seria especialmente interessante no setor pecuário. Com a recuperação de pastos, de acordo com o documento, poderá haver um adicional de 0,75 unidade animal por hectare. Em 39 milhões de hectares, esse adicional será de 29,3 milhões de bovinos. “Essas cabeças adicionais teriam suas emissões neutralizadas e haveria ainda a vantagem de estocar mais carbono no sistema sem a abertura de novas áreas, é o chamado efeito poupa-terra”, explica Assad. Ou seja, tecnologias como a recuperação de pastagens, além de colaborar para a mitigação dos GEEs também permitem o aumento da produção.

Outra pesquisa da Embrapa mostrou que o Brasil pode dobrar a área de suas plantações de grãos, atualmente com 55 milhões de hectares, e aumentar a lotação de seus pastos sem precisar abrir novas áreas agrícolas. O salto produtivo tem sido observado em propriedades que adotaram técnicas de sistemas de produção que associam a criação de gado à agricultura conhecidos pela sigla ILP (integração lavoura-pecuária).

“A recuperação dessas áreas representará um salto econômico e social, pois atingirá milhares de famílias que vivem no campo”, aposta o pesquisador João Kluthcousky, da Embrapa Cerrados (DF). O pesquisador conta que a degradação veio do costume original do uso do campo no Brasil: o produtor abria a área para o gado, usava até exauri-la e depois abria outra área, e assim sucessivamente, deixando milhares de hectares de pastos degradados para trás.

Essa característica extrativista é típica do modelo de sistema extensivo de produção adotado na pecuária de corte brasileira, segundo lembra o entomologista José Raul Valério, pesquisador da Embrapa Gado de Corte (MS). Ele explica que as pastagens são a base da alimentação dos rebanhos e, por sua vez, são culturas de baixo valor por unidade de área, o que limita a adoção de medidas de correção e adubação do solo e até fitossanitárias. Assim, o produtor rural assemelha-se a um garimpeiro. “Após o desmatamento, a pastagem recém-aberta conta com a fertilidade natural do solo e raramente é adubada”, conta o pesquisador.

A pastagem degradada geralmente sofre com a presença de insetos-praga, possui terra descoberta ou com pouca cobertura vegetal e incidência de doenças e plantas invasoras. Todos esses sintomas, no entanto, são uma parte pequena frente ao quadro geral da degradação, o que levou o pesquisador a construir uma analogia com a figura de um iceberg. “Esses sintomas não são a essência do problema que está sob o nível do solo e, por isso, é menos visível”, pontua. O solo nesse estado é mais compactado (duro). Esse componente físico alia-se a fatores químicos como a baixa fertilidade e queda no vigor, na produtividade e na qualidade do solo. Valério acredita que mais do que gerar novas tecnologias, é necessário implementar as já existentes.

Por essas razões, os pesquisadores mostram que a recuperação dos pastos degradados, além de promover benefícios ambientais, pode dar um impulso importante à pecuária bovina. “A carne produzida a pasto no Brasil é majoritariamente oriunda de pastagens e muito pouco complementada por grãos, como na Europa e Estados Unidos, na qual a produção se dá primordialmente em confinamentos. Trata-se de uma carne que não oferece riscos à segurança alimentar, se vista pelo ângulo da competição com os humanos, e uma das mais baratas e competitivas do mundo”, afirma do pesquisador Manuel Macedo, da Embrapa Gado de Corte. Essa competitividade, segundo ele, já provoca reações do mercado mundial. “Há muita gente preocupada com nosso papel crescente nesse mercado mundial, no qual tem-se criado dificuldades por meio de barreiras sanitárias, por vezes exageradas, e outros óbices, como acusações de grandes emissões de gases do efeito estufa pela nossa pecuária, exagerado consumo de água, entre outros”, afirma Macedo que também defende a ampla transferência das tecnologias envolvidas na recuperação.

Integração lavoura-pecuária (ILP)

Em fazendas do oeste paulista e oeste paranaense, alternar dois anos de plantio de soja seguidos de dois anos de capim permitiu quintuplicar o número de animais no pasto. Além disso, o custo de produção por arroba caiu da faixa entre R$70 e R$100 para um valor entre R$30 e R$50. O segredo está na melhora da qualidade do pasto obtida pela alternância de espécies vegetais. Solos saudáveis produzem forrageiras de melhor qualidade nutricional e em maior volume. Ao se evitar a exaustão do solo a produção de soja também melhora. Vale ressaltar que a pesquisa obteve esses resultados com solos arenosos, um complicador relevante. “São solos considerados difíceis, mas que com o uso da tecnologia se tornam fáceis de manejar”, declara o pesquisador João Kluthcouski, da Embrapa Cerrados.

Um experimento realizado pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS) na região conhecida como Bolsão Sul Mato-Grossense, que engloba 16 municípios, chegou a resultados surpreendentes. Os pesquisadores estimam que se fosse adotado um sistema de integração Lavoura Pecuária (ILP) nos moldes do sistema São Mateus, em apenas um terço da área disponível nessa região, que soma um milhão de hectares, haveria incrementos na produção da ordem de 15 milhões de sacos de soja e 12 milhões de arrobas de carne por ano, o que representaria um acréscimo anual superior a R$1,7 bilhão de reais para a região.

São Mateus é um sistema ILP que consiste na antecipação da correção química e física do solo e do cultivo da soja em plantio direto, no qual a o plantio se dá sobre a palha da cultura anterior. Ele reduz os custos de recuperação da pastagem.

Leguminosas no pasto

Plantar feijão guandu associado ao capim braquiária é ótimo para o solo, nutritivo para o animal e excelente para a produtividade. Foi o que demonstraram pesquisas realizadas pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP), que recuperaram pastagens e promoveram ganho de peso médio de 51% por animal em comparação à situação anterior. O ganho de peso por hectare também foi maior por safra, 55% na primeira e 170% na segunda safra. A Embrapa desenvolveu a variedade Guandu BRS Mandarim, utilizada no experimento e que consiste numa opção viável aos pequenos produtores, por seu baixo custo de produção e fácil manejo. O guandu ainda serve de alimento ao gado na estação seca.

Além dessas vantagens, o guandu promove a chamada adubação verde. “Por ser uma leguminosa, o guandu fixa nitrogênio nas raízes. Assim, o produtor recupera o pasto sem usar adubação nitrogenada. É uma maneira eficiente e prática de recuperar uma pastagem, gastando menos”, ressalta o pesquisador Rodolfo Godoy, da Embrapa Pecuária Sudeste.

Régua de manejo de pastagem

Saber o momento ideal para colocar ou retirar o gado no pasto sempre foi um problema para os produtores. Para facilitar na tomada de decisão, a Embrapa desenvolveu a régua de manejo de pastagem. Trata-se de um bastão graduado indicando o momento de introduzir ou retirar animais do pasto de acordo com a altura do capim. A graduação varia de acordo com a espécie de forrageira. “O manejo correto varia em função da espécie de capim, da lotação e da época do ano, por isso é um desafio para o pecuarista”, explica o zootecnista Haroldo Pires de Queiroz, um dos idealizadores da ferramenta.

No pastejo contínuo, a régua mostra se é preciso aumentar ou diminuir a taxa de lotação no campo. No rotacionado, a ferramenta indica quando deve ocorrer a entrada e a retirada de animais. A taxa de lotação mais adequada corresponde àquela que permitir o consumo de toda a forragem entre as alturas de entrada e saída, em um período de um a sete dias.

“Dos 200 milhões de hectares que temos de pastagens no Brasil, 60 a 70 milhões apresentam-se degradados e o superpastejo, quantidade excessiva de animais na área, é o grande responsável por isso”, ressalta Queiroz. Cada capim possui suas características de manejo e o instrumento considera tais características.

*Da Embrapa
Texto: Fabio Reynol (MTb 30.269/SP)
Foto: Danilo de Paula Moreira
Secretaria de Comunicação Embrapa
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Dalizia Aguiar (MTb 20/03/14/MS)
Embrapa Gado de Corte
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Telefone: (67) 3368-2144