A primeira turma de analistas bancários prevista no projeto Capacita ABC iniciou treinamento nesta quinta-feira (14/5), em Brasília. A capacitação, promovida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), conta com 11 representantes de diversas instituições bancárias e foi mobilizada pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE).
O Capacita ABC busca padronizar procedimentos entre analistas bancários e projetistas para facilitar o acesso dos produtores rurais à linha de crédito do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Para cumprir com essa meta, o SENAR treinou 27 multiplicadores de 13 Estados, em março deste ano, produziu a cartilha do curso. Além do SENAR e da ABDE, integram a iniciativa o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Embrapa e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban/INFI).
Segundo a coordenadora de projetos especiais do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social (DEPPS) do SENAR, Patrícia Fontes Machado, a expectativa é que a partir dessa primeira turma o projeto seja mais divulgado pelos parceiros bancários e aumente o número de adesões em todo o Brasil. A próxima capacitação já está confirmada para os dias 28 e 29 de maio, em Porto Alegre, com 26 participantes.
“O conteúdo abordado pelo Capacita ABC, tanto para analista quanto para projetista, está completo e repassa todas as informações necessárias para que bons projetos de agricultura de baixa emissão de carbono sejam feitos e também melhor analisados, de forma a agilizar e aumentar a liberação dos recursos da linha de crédito do Programa ABC”, declara.
Na opinião do secretário-executivo da ABDE, Marco Antonio A. de Araujo Lima, os treinamentos propostos no Capacita ABC, mais do que a simples transmissão de conhecimentos específicos a respeito de técnicas de agricultura de baixo carbono e de seu financiamento, visam, em última instância, à redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. Ele entende que a aliança formada entre sistema financeiro e o segmento da pesquisa permitirá a coordenação de esforços para que sejam disponibilizados recursos para estimular a geração, implantação e transferência de tecnologias inovadoras no campo.
“Nós, enquanto instituições financeiras, temos um importante papel a desempenhar no fomento a projetos de agricultura sustentável e de energias alternativas. É de grande interesse do BNDES trabalhar para que o Programa ABC venha a acontecer familiarizando os analistas e projetistas para obter sucesso nas suas ações, que guardam afinidade com a ABDE, que procura apoiar e promover o desenvolvimento sustentável do país”, afirma.
Informação é fundamental
A analista de crédito do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoop), Larissa Alves Ramos, avalia que a capacitação ajuda a “desmistificar” algumas informações sobre a linha de crédito e permite agregar mais conhecimento através do compartilhamento de dados e experiências entre os participantes. “Esse arranjo entre banco, produtor e BNDES facilita a disseminação das informações. Com mais conhecimento, o analista pode atender o produtor de maneira diferenciada e adequar para a realidade do mercado e do que ele quer, seja uma recuperação de pastagem ou a compra de uma matriz”.
Para o representante da Caixa Econômica Federal, Dyogo Cézar Afonso Marques, a capacitação é ainda mais importante, pois o banco deverá começar a oferecer a linha de crédito a partir da próxima safra. Conforme ele, o Programa ABC é complexo e tem muitas finalidades, o que exige um alto grau de conhecimento para orientar adequadamente os produtores. “A nossa expectativa é alta porque já temos bastante demanda pelo Programa ABC. Estamos desenvolvendo a linha e com base nesse treinamento vamos ter mais subsídio para fazer passar informações e fazer o correto enquadramento dos clientes”, destaca.
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