“O SENAR é uma referência global, muito mais que uma referência brasileira, pois já transbordou as fronteiras do Brasil. É hoje uma referência de modelo de capacitação, pela qualidade e forma de ensino. Por isso, para nós da FAO, essa parceria é muito importante”. A afirmação foi feita, nesta terça-feira (24), pelo representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, durante assinatura do acordo para execução do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas da Amazônia (PRADAM) com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). A cerimônia aconteceu durante a reunião do Conselho Deliberativo do SENAR, coordenada por seu presidente, João Martins, que também preside a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O secretário executivo do SENAR, Daniel Carrara, está confiante. “Fomos convidados a participar desse projeto e estamos fechando hoje a primeira parceria oficial entre o SENAR e a FAO, a primeira de muitas que, tenho certeza, virão.”
Carrara agradeceu o empenho e a amizade da entidade nesses últimos meses para a concretização do projeto conjunto e lembrou a visita do representante da FAO a Goiás, no final do ano passado, quando Alan Bojanic conheceu as ações do SENAR nas áreas de Formação Profissional Rural (FPR), Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), Saúde Rural e o polo modelo da Rede eTec, acompanhado também pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), José Mário Schreiner. “A partir desse momento tivemos a oportunidade de interagir mais com a FAO e abrir caminhos para chegar até aqui, com o PRADAM”, afirmou.
Alan Bojanic destacou que a evolução da agricultura brasileira não pode parar e que o PRADAM, por tratar de tecnologias de baixa emissão de carbono, vai contribuir justamente para o crescimento. “Sem dúvida a Agricultura de Baixo Carbono (ABC) é um modelo que precisamos trabalhar, estimulando as boas práticas e aumentando a produção, mas diminuindo a emissão de gases de efeito estufa para alimentar a população no futuro. Não é um desafio fácil, mas o Brasil está mostrando força e já temos muitas boas experiências. O PRADAM está indo nessa direção e vai fortalecer os produtores”, avalia.
PRADAM
O Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas da Amazônia será desenvolvido pelo SENAR com outros dois parceiros: o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Embrapa. A meta é disseminar conhecimentos sobre princípios e tecnologias de produção sustentável para MIL produtores em seis estados: Amazônia, Acre, Rondônia, Maranhão, Pará e Mato Grosso.
Para isso, serão organizados 10 eventos de sensibilização, oito seminários e dois dias de campo, além de um curso de capacitação de 60 profissionais de assistência técnica pública e privada que atuam no bioma Amazônia.
Os seminários e dias de campo do projeto ocorrerão em municípios pré-definidos nos seis estados. O treinamento dos técnicos de campo acontecerá na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT) e será dividido em dois módulos: um tecnológico, que será coordenado pela Embrapa, e outro metodológico e gerencial, baseado na metodologia do SENAR. A carga horária é de 160 horas/aula. Os técnicos capacitados serão multiplicadores das tecnologias.
“Esse é um projeto para capacitar o produtor, sensibilizar para as tecnologias sustentáveis na Região Amazônica e, sobretudo, para formar massa crítica com o treinamento dos profissionais de assistência técnica do bioma que irão propagar essas tecnologias para outros agricultores no futuro”, enfatiza o coordenador nacional de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do SENAR, Matheus Ferreira.
Quatro tecnologias serão contempladas no PRADAM: Sistema Plantio Direto, Sistemas Agroflorestais, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e recuperação de pastagens. O encerramento do projeto está previsto para o dia 31 de agosto.