16 jul 2015

ILPF já responde por 7% dos recursos destinados a financiamentos do Programa ABC

*Da Embrapa / Texto: Robinson Cipriano

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O Sistema Integração Lavoura-Pecuária-Florestas aos poucos começa a conquistar espaço representativo no valor total de recursos destinados a financiamento de projetos dentro do Programa ABC (Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura). Segundo dados apresentados pelo coordenador de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elvison Nunes Ramos, no ano passado 7% dos recursos destinados foram fruto de projetos para financiamento de implantação do sistema nas propriedades rurais brasileiras. O anúncio foi feito durante a primeira sessão especial do Congresso Mundial sobre Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, que ocorre até o dia 17 de junho em Brasília-DF, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Elvison explicou que o ILPF ainda é considerado pelos produtores como uma das tecnologias mais difíceis para serem adotadas dentro do Plano ABC (Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura). “Do ponto de vista do produtor, ainda é um sistema complexo, que demanda conhecimento mais detalhado de técnicos e agricultores, pois promove uma sinergia entre práticas que normalmente são feitas separadamente, como a agricultura e a pecuária. Não é fácil para um pecuarista tomar a decisão de abrir sua propriedade para produção de grãos, por exemplo. É um risco que poucos assumem correr na hora de buscar um financiamento”.

Ele revela que o Plano ABC ainda está na fase de capacitação de técnicos, projetistas, analistas de projetos e produtores sobre as seis tecnologias que compõem o Plano (plantio direto, recuperação de áreas degradadas, florestas plantadas, fixação biológica de Nitrogênio e tratamento de dejetos de animais, além do ILPF). “Por isso, o índice de 7% pode parecer pequeno à primeira vista, mas seu crescimento, comparado a outros anos, mostra que a adoção começa a ocorrer em larga escala nos principais biomas brasileiros. É um dado positivo, se avaliarmos que é a tecnologia do Plano que mais mitiga CO2”, frisa Elvison. Em 2014 o Ministério registrou, comparado a 2013, um aumento de 22% do total de projetos de ILPF aprovados no programa de financiamento.

Segundo dados da Embrapa, já existem 3 milhões de hectares com o sistema ILPF implantado no país. As duas regiões que mais têm demandados projetos de ILPF para serem financiados são o Centro-Oeste e o Sudeste. Projetos de recuperação de áreas degradadas ainda são maioria no Programa ABC: respondem por 40% do valor total de recursos, seguido do plantio direto (21%) e de florestas plantadas (14,2%).

Esses números mostram que há um desafio gigantesco para os profissionais de transferência de tecnologia e de comunicação, que é o de procurar formas mais simples e inovadoras de explicar melhor sistemas integrados, como o ILPF, para os produtores rurais, como bem lembrou um dos palestrantes do primeiro dia do Congresso, Tom Goddard, pesquisador canadense do Estado de Alberta.

Diferença entre Plano e Programa ABC

O Plano ABC se diferencia do Programa ABC justamente por que este é uma linha de crédito rural ao produtor, ao contrário do primeiro, que é um conjunto de ações a serem realizadas para estimular a adoção das tecnologias de produção sustentáveis para diminuir a emissão de gases de efeito estufa pela agropecuária brasileira. O Plano é uma importante parte do compromisso brasileiro, de reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020, assumido voluntariamente em 2009, na 15ª Conferência das Partes (COP15), em Copenhague.

Elvison Ramos ainda anunciou que no primeiro ano de implantação do Programa ABC (referente ao período 2010-2011), o total de recursos foi tímido: R$ 418,3 milhões. Hoje os números fazem a diferença: R$ 2,7 bilhões foram destinados para 2013-2014, totalizando nos quatro anos R$ 7,5 bilhões. Os dados do Banco do Brasil, anunciados em primeira mão no Congresso pelo gerente executivo da Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil, Álvaro Rojo Santamaria, são mais animadores: até março de 2015 esse total já chegou a R$ 8,6 bilhões. “De cada dez reais financiados pelo Governo Brasileiro aos agricultores, nove são financiados pelo Banco do Brasil”, garantiu, destacando o papel do banco dentro do Programa ABC.

O coordenador de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos do Mapa ainda divulgou que 33,9 mil contratos de financiamento já foram assinados desde o começo do Programa, dos quais 6,8 mil somente em 2015.


03 jul 2015

Missão Mato Grosso: Equipe do projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono percorreu o Estado para pesquisar modelos com foco na produção sustentável de suínos

*Assessoria de Imprensa – Suínos ABC

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A equipe realizou durante toda esta semana, 29 de junho até 03 de julho, visitas técnicas em propriedades e empresas que trabalham com sistemas sustentáveis de produção de suínos em um dos estados referências no agronegócio brasileiro, Mato Grosso. Os consultores passaram por municípios e fazendas nos arredores de Vera, Sorriso, Ipiranga do Norte, Lucas do Rio Verde e Tapurah para pesquisar e conhecer de perto os diferentes meios de utilização do biogás, compostagem e o aproveitamento e alternativas dos dejetos animais. Ao todo, foram visitadas cinco propriedades que apresentam casos exitosos nesse processo.

Acompanhe durante este mês, no boletim informativo da Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono, as notícias desta missão, que abordarão temas como a estrutura das propriedades, entrevistas, os meios e as tecnologias utilizadas pelas fazendas voltadas para a suinocultura e a sustentabilidade no estado.

A primeira visita dos consultores foi a Nutribras Alimentos, no município de Vera. A empresa se destaca no estado do Mato Grosso pela utilização de biodigestores para manejo de efluentes e na produção de suínos em sistema autossustentável. A Nutribras possui 15 biodigestores que são 100% utilizados. Ao todo, são gerados 600 Kwa em quatro geradores, com sete quilômetros de gasoduto, produzindo 70 até 80% de energia via biogás. Atualmente, fazem o abate de 1.350 cabeças por dia. Ao todo, são 180 funcionários dedicados especialmente para o trabalho com os suínos. A Nutribras conta também com 14 mil matrizes em duas Unidades de Produção de Leitão (UPL) e planejam a ampliação para 17 mil matrizes.

No segundo dia, os consultores visitaram a BRF, em Lucas do Rio Verde, e por meio desse encontro tiveram a oportunidade de conhecer quatro propriedades integradas à empresa: Seis Amigos (Tapurah), Toledo (Tapurah), São Roque e a Mano Júlio (Ipiranga do Norte).

A Fazenda Seis Amigos possui uma área de 1.374 hectares e contempla 13.500 matrizes. Em 2014, alcançou a marca de 353.975 leitões viáveis entregues. Todo o dejeto suíno produzido na propriedade passa pelos biodigestores antes de ir até a lavoura. A fazenda também se destaca na suinocultura por distribuir 100% dos dejetos nas pastagens por meio da fertirrigação com malhas ou com aparelhos auto propelidos e os proprietários praticamente não utilizam adubação química.

A Fazenda Toledo foi o cenário visitado pela equipe no terceiro dia da missão (quarta-feira), 1º de julho. A propriedade possui, entre as tecnologias disponíveis, uma fábrica de farinha de carne e biodiesel oriundos de frangos e suínos mortos durante a produção. O processo é feito com o aproveitamento do biogás que é rico em metano e queimado no processo de aquecimento da caldeira. A farinha depois de prensada vira matéria-prima para ração animal, como exemplo, ração de peixe. É uma matéria nobre com 65 a 70% de proteína e 10 a 11% de gordura.

Nos dois últimos dias de visitas os consultores foram às fazendas São Roque e Mano Júlio. A São Roque utiliza o biofertilizante para as pastagens em sistema de pastejo rotacionado na bovinocultura de corte.

A fazenda Mano Júlio é referência em sustentabilidade na agricultura (soja, milho e algodão), avicultura, bovinocultura (gado de corte e leite) e suinocultura. São 35.000 hectares de soja e 490 hectares irrigados por meio de pivô central. Na suinocultura, são 23 núcleos de terminação (300 mil cabeças por ano), quatro motores de geração de energia e sete carretéis de fertilização. A produção de leitões conta com 18 mil matrizes e 500 mil leitões por ano. A fazenda tem 210 funcionários dedicados à suinocultura. Todo o trabalho e a produção da fazenda Mano Júlio são integrados em um sistema linear voltado para a sustentabilidade ambiental: reaproveitamento dos dejetos animais, biodigestores, produção de biofertilizantes, fertirrigação e preservação de APP’s.

Sobre o Projeto
O Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), tem o intuito de, ao longo de um ano, avaliar e disseminar alternativas economicamente viáveis para o tratamento de dejetos na suinocultura, tecnologia esta preconizada pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). Para tanto, serão realizados levantamentos no Brasil e no exterior de modelos de tratamento, seguidos da avaliação econômica de cada um deles. Os modelos viáveis serão difundidos pelo Projeto por meio de Workshops nas principais regiões produtoras do Brasil.

*Assessoria de Imprensa – Suínos ABC
Texto: Bruno Saviotti
(61) 8598-6889
imprensasuinosABC@gmail.com
Coordenação de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos – CMSP
Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade – DEPROS
Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – SDC
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA
Fone: (61)3218.2920 / Fax: (61)3223.5350


12 jun 2015

Plano ABC: Contratações na safra 2014/2015 devem chegar a R$ 3,2 bi

*Do Ministério da Agricultura

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e plantio direto na palha são algumas das principais técnicas sustentáveis recomendadas pelo Mapa

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A adesão ao Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) vem crescendo a cada Plano Agrícola e Pecuário (PAP). A expectativa para o PAP 2014/2015, que termina no dia 1º de julho, é de que as contratações cheguem a R$ 3,2 bilhões, segundo técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Os recursos, disponibilizados pelo governo federal, por meio do Mapa, são utilizados pelo produtor rural para a adoção das tecnologias sustentáveis recomendadas pelo ABC, tais como integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iPLF), Florestas Plantadas (FP), Tratamento de Dejetos Animais (TODA), Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD) e plantio direto na palha.

Faltando apenas dois meses para finalizar o ano-safra 2014/2015, o valor contratado até o momento já ultrapassou o montante de recursos utilizados no mesmo período do ano-safra 2013/2014, que chegou a R$ 2 bilhões.

Segundo dados do Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (Depros/SDC/Mapa), de julho de 2014 a abril de 2015 já foram investidos R$ 2,9 bilhões, valor próximo da meta a ser alcançada para este ano-safra. No balanço geral do Programa ABC – linha de crédito do Plano ABC – de julho de 2010 a abril de 2015, foram feitos 32,3 mil contratos, totalizando um montante de R$ 10,4 bilhões investidos nas propriedades rurais brasileiras.

O número de contratos firmados no ano-safra 2014/2015 já chega a 6,3 mil, relativos ao período de julho 2014 até abril de 2015. Isso corresponde a um financiamento médio de R$ 467 mil por contrato, de acordo com dados do Depros/SDC.

Técnicas

Até o momento, as principais técnicas do Plano ABC utilizadas pelos produtores rurais foram a Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), com 43% do total dos contratos; o Sistema de Plantio Direto (SPD), com 20%; a técnica de Floresta Plantada (FP) – 12,9% – e a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), com 5,9% de adesão contratual.

Para a safra 2015/2016, o Plano Agrícola e Pecuário disponibilizou para o Programa ABC R$ 3 bilhões para financiamento das tecnologias sustentáveis que, além de promover benefícios ambientais, aumentam a produtividade e consequentemente a renda do produtor rural. O prazo para pagamento pode chegar a 15 anos, com carência de 3 anos. Os juros para produtores do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) são de 7,5% ao ano e para os demais agropecuaristas, de 8% ao ano.

Suinocultura

A produção sustentável de suínos visando à baixa emissão de carbono na atmosfera é uma das prioridades do Ministério da Agricultura, em 2015, para o Plano ABC. Por meio de um acordo de cooperação firmado com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), consultores estão trabalhando para colocar em prática o projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono, já que um dos focos do plano é o tratamento de dejetos animais.

Dentro do projeto, os consultores estão analisando modelos e maneiras de economizar carbono na suinocultura. A Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono terá amplitude nacional e potencial impacto na economia de carbono, além de valorizar o manejo sustentável e, consequentemente, a redução de resíduos no meio ambiente.
*Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Social do Mapa
(61) 3218-2204/2203
Rossana Gasparini
rossana.magalhaes@agricultura.gov.br