20 out 2017

Soluções naturais podem responder por 37% da redução das emissões, diz estudo

Por Globo Rural*

Um estudo publicado na tarde da última segunda-feira (16/10) por cientistas da organização ambiental The Nature Conservancy (TNC) mostra que a natureza pode oferecer, de form a economicamente viável, uma redução de emissões equivalente a 11,3 bilhões de toneladas por ano até 2030. Isso corresponde a mais de um terço (37%) da redução total que os países precisam obter para limitar o aquecimento global a 2°C.

De acordo com o documento, medidas que reduzem emissões de gases do efeito estufa por meio da conservação ambiental – como restauração de florestas, recuperação de solos e proteção de mangues – podem ser tão impactantes para a redução das mudanças climáticas quanto a eliminação completa da queima de petróleo.

Os cientistas ainda descobriram que se o Brasil conseguir evitar o desmatamento em seu território, obterá uma redução de emissões em volume quase igual ao produzido por uma potência industrial como a Alemanha. Projetos de reflorestamento podem remover o equivalente a um quarto das emissões dos Estados Unidos, ou quase o mesmo que produzem os setores de navegação e aviação, juntos, no mundo todo.

“Um quarto das emissões de gases de efeito estufa no mundo, hoje, está associado ao uso que fazemos do território. A maneira como vamos administrar esse uso, no futuro, poderá fornecer 37% da solução para a mudança climática. Isso é um enorme potencial, ou seja, se estamos falando sério sobre conter as mudanças climáticas, teremos que pensar em investir na natureza, bem como em energia renovável e transporte limpo. Vamos ter que aumentar a produção de alimentos e madeira para atender a demanda de uma população em crescimento, mas sabemos que precisamos fazer isso de forma a considerar as mudanças climáticas”, afirma Mark Tercek, CEO da TNC.

Para Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, coordenador do Centro de Agronegócios da FGV/EESP e membro do Conselho Consultivo da TNC no Brasil, a pesquisa também traz desdobramentos importantes para o país. “Esse estudo confirma que o uso mais produtivo e sustentável das áreas agricultáveis, além de ampliar a oferta de alimentos para uma população mundial crescente, pode contribuir substancialmente para a redução dos gases do efeito estufa. Países emergentes e desenvolvidos que queiram despontar como líderes globais precisam agir com base nessa nova realidade”, afirma.

 

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