*Por SENAR/PB
O Grupo Gestor do Plano de Agricultura de Baixo Carbono da Paraíba fez uma visita técnica na terça-feira (6/6) às propriedades Fazenda Santa Inês e Bela Vista, nos municípios de Mamanguape e Itapororoca, na Mata Norte do estado. Ao longo das visitas a equipe pode conhecer a prática de floresta plantada desenvolvida pelo produtor rural José Inácio de Moraes Andrade.
José Inácio tem 100 hectares de área de reflorestamento distribuídos entre cinco fazendas nos municípios de Pilões, Curral de Cima e Cuité de Mamanguape, além das duas que receberam a visita do grupo. São cultivados eucalipto, comercializado principalmente para as indústrias de cerâmica, e também o sabiá, para produção de estacas.
“Minha atividade principal é a cana-de-açúcar, mas vi a chance de fazer floresta plantada buscando também diversificar minha produção visando também novas fontes de receita. Acredito que a agricultura tem que ser autossustentável, ambientalmente correta, socialmente justa, mas que venha também a gerar renda para o produtor, para que ele possa se sustentar no campo”, defende José Inácio.
Engenheiro agrônomo por formação e filho de produtores rurais, ele já está na atividade agrícola há cerca de 40 anos e tem investido em outras boas práticas de cultivo, como a rotação de culturas e proteção de matas ciliares.
O SENAR Paraíba e a Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba compõem o grupo gestor. Ele é coordenador pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (SEDAP), e conta ainda com representantes do Ministério da Agricultura, Embrapa, Asplan, Banco do Brasil, Emater e Emepa, entre outros. A assessora de programas especiais do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural da Paraíba(SENAR/PB), Vera Figueiredo, explicou que ações como a visita técnica compõem as ações iniciais do grupo na formalização de políticas locais de ABC.
“Foi uma experiência maravilhosa dentro do que a gente está tentando implantar no Estado. Estamos mapeando e identificando essas ações para a partir desse conhecimento poder contribuir com o produtor por meio da capacitação. Nós temos o desafio de conscientizá-lo sobre a importância desse tipo de agricultura, mas por outro lado ela precisa ter viabilidade econômica”, resume Vera.
Além da floresta plantada, também são previstas pelo plano ABC a prática de fixação biológica de nitrogênio, plantio direto, integração lavoura pecuária floresta, recuperação de pastagens degradadas e tratamento de dejetos animais. Esta última, inclusive, já será objetivo da próxima visita técnica do grupo gestor, no mês de julho.
“Estamos numa fase inicial do plano, tendo em vista que ele foi ativado no Estado no final de 2015. O período seguinte foi de estruturação do plano a partir das premissas nacionais e agora saímos da sequência de reuniões para conhecer na in loco essas práticas. Isso traz para o grupo a possibilidade de passar isso à frente”, explicou o coordenador do Grupo Gestor do Plano ABC PB, Demilson Lemos de Araújo.
Nesse período foram firmados quatro convênios com o Ministério da Agricultura para implantação de unidades demonstrativas e realização de dias de campo e seminários que auxiliem na divulgação e implantação dessas tecnologias. Segundo o chefe da divisão de política agrícola do ministério na Paraíba, Hermes Ferreira, já foram investidos R$ 750 mil reais nessas ações e a meta é expandir ao longo dos próximos anos.
“O projeto já está em andamento com pesquisas no agreste do Estado. No próximo semestre devemos entrar no sertão, já estão sendo escolhidas áreas para implantação de ILPF e plantio direto. Nos próximos dois anos ingressaremos no curimataú e cariri. O objetivo é fazer com que isso chegue ao produtor, seja ele pequeno, médio ou grande”, afirma Hermes Ferreira.