10 jan 2017

Dados econômicos ajudam produtor a escolher configuração de ILPF

Por Embrapa Agrossilvipastoril*

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A decisão pela implantação de uma área com integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em uma propriedade deve ser feita após um planejamento do produtor. Além de avaliar aptidão da fazenda, viabilidade agronômica, logística e mercado, os indicadores econômicos também são ferramentas importantes para a escolha. Dados de uma pesquisa realizada pela Embrapa Agrossilvipastoril em parceria com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) e Rede de Fomento ILPF ajudam na tomada de decisão.

Os números são de um levantamento feito em quatro diferentes configurações de ILPF em uma Unidade de Referência Tecnológica e Econômica (URTE) localizada na Fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte (MT). Os resultados da avaliação dos oito anos iniciais do sistema são indicativos sobre tempo de retorno do investimento, rentabilidade de modelos com mais ou menos árvores (com diferentes espécies) e do comportamento do fluxo de caixa.

De acordo com o analista do Imea Miqueias Miquetti, a comparação entre os quatro tratamentos serve como exemplo para que produtores possam prever o comportamento financeiro de um sistema produtivo que pretendem adotar.

“Se o produtor espera algo que seja sustentável ao longo dos anos do ponto de vista econômico, ele vai escolher um tratamento ou um tipo de espaçamento. Mas se o que ele quer é ir tocando a fazenda dele, pagando os custos e gerando um fluxo de caixa mínimo para se manter e no final de 10, 15 ou 20 anos, ter um volume de dinheiro maior, ele pode optar por outro tratamento. Vai depender do modelo de negócio e de onde estiver localizada a propriedade”, alerta.

Resultados da Unidade de Referência

Três dos tratamentos utilizados na Fazenda Gamada contam com eucalipto como componente arbóreo, disponíveis em renques de linhas simples, duplas ou triplas. O quarto tratamento utiliza a teca em renques de linhas triplas. Em todos eles foram plantadas lavouras nos três primeiros anos, com cultivo de arroz, soja/feijão e soja/milho com braquiária. A partir do terceiro ano agrícola os animais de corte entraram na área. Além disso, já foi realizado um desbaste nas árvores, utilizando-se estacas para fazer mourões tratados para uso na fazenda e a lenha para alimentar o secador de grãos da propriedade.

Os dados econômicos da fazenda mostram que a lucratividade, o retorno do investimento e o fluxo de caixa variam conforme as características de cada uma das configurações.

O modelo de retorno mais rápido

O tratamento com linha simples de eucalipto, por exemplo, por permitir maior lotação de animais e maior área agricultável, foi o primeiro a revelar retorno do investimento (payback), o que já ocorreu do quarto para o quinto ano do sistema. Esse tratamento também apresenta o maior índice de lucratividade no período avaliado, com R$ 1 de lucro para cada R$ 1 investido. O valor presente líquido anual (VPLA) é de R$ 228,9 por hectare, superando os demais tratamentos a que foi comparado.

Por outro lado, o tratamento que utiliza a teca como componente arbóreo também apresenta números atraentes no período, contando ainda com uma previsão de maior lucratividade ao longo do tempo com a venda da madeira de alto valor agregado. Nesse caso, nos oito anos iniciais do sistema, para cada R$ 1 investido, o lucro foi de R$ 0,77. O VPLA por hectare foi de R$ 158,5.

Já o tratamento que utiliza eucalipto em linha tripla tem como vantagem menor custo com manejo das árvores, quando comparado à teca, uma vez que são necessárias menos operações de desrama e poda, e também menor custo com manejo de rebanho, já que a taxa de lotação é menor do que no tratamento com linha simples. Além disso, outra vantagem é o corte das árvores mais cedo que a teca, trazendo maior lucratividade em menor tempo.

Outro indicador importante para se levar em conta é o chamado lucro operacional líquido após o imposto, conhecido como Nopat. Ele mostra o dinheiro disponível para o produtor a cada ano, fazendo-se a relação entre receitas e despesas totais, impostos e depreciação de equipamentos. Em oito anos é possível ver como o lucro oscila de acordo com operações como o desbaste de árvores e o manejo operacional de culturas. No exemplo da Fazenda Gamada, em 2016 a venda de teca oriunda de desbaste, mesmo sendo ainda madeira fina, garantiu o maior lucro desse tratamento.

O analista do Imea Miqueias Michetti destaca nos dados a possibilidade de o produtor antever o comportamento financeiro de cada tipo de sistema. Com isso, ele pode identificar a configuração que melhor se adéqua ao seu perfil e ao tipo de investimento que pretende fazer.

“A escolha do espaçamento e do componente que você vai usar é muito importante para você estruturar o tipo de negócio que você vai ter. Se eu quero um fluxo de caixa contínuo, eu não posso esperar 20 anos. Então vou escolher uma configuração com menor quantidade de árvores. Linhas simples, por exemplo. Agora, quero um fluxo de caixa mínimo para manter minha fazenda, mas daqui a 15 anos quero uma aposentadoria, aí posso escolher outra configuração, com uma árvore de madeira mais valorizada, como a teca, por exemplo”, afirma.

Miqueias ainda lembra que os números deste levantamento são um recorte das áreas aos oito anos. Com o passar do tempo, a entrada do dinheiro da venda das madeiras e variações climáticas e de mercado, os índices de lucratividade finais poderão ser diferentes.

Projeto URTE

Os resultados deste levantamento fazem parte de um trabalho em parceria entre Embrapa Agrossilvipastoril, Imea, SENAR-MT e Rede de Fomento ILPF no qual são avaliadas dez Unidades de Referência Tecnológica e Econômica (URTE) em Mato Grosso.

O grupo de trabalho fica lotado na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT), e coleta dados diretamente nas propriedades monitoradas. O objetivo é utilizar informações reais para testar um modelo de avaliação econômica que seja mais apropriado para sistemas ILPF. Outros indicadores levantados também contribuem para auxiliar os produtores na gestão e tomada de decisões.

A expectativa é que até o meio de 2017 o trabalho resulte na disponibilização de uma ferramenta para que os produtores possam fazer avaliações e simulações de seus projetos de ILPF. De acordo com o pesquisador da Embrapa Júlio César dos Reis, em um primeiro momento é provável que somente a integração lavoura-pecuária seja contemplada, uma vez que ainda são necessárias mais pesquisas sobre a utilização do componente arbóreo.


13 dez 2016

Tecnologias seletivas controlam capim-navalha sem causar danos às pastagens

Por Embrapa Acre*

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Dois modelos de aplicadores seletivos desenvolvidos pela Embrapa, a enxada química e a roçadeira Campo Limpo, podem ser a solução para milhares de produtores rurais da Amazônia que convivem com infestações de capim-navalha, principal planta invasora de pastagens na região. O uso dessas tecnologias reduz em até 95% a presença da praga e protege a forrageira, o solo e outras plantas dos efeitos do herbicida, devolvendo a capacidade produtiva do pasto, com ganhos econômicos e ambientais. As duas versões dos equipamentos, tratorizada e manual, estão voltadas à aplicação química dirigida, que permite tratar de forma seletiva o capim-navalha.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Carlos Maurício Andrade, responsável pelas pesquisas no Acre, os aplicadores seletivos podem mudar a realidade das pastagens amazônicas e de outras regiões do País. “Essas tecnologias atendem tanto o agricultor familiar, que precisa realizar o controle de invasoras de forma mais localizada, como grandes pecuaristas, que necessitam reformar extensas áreas afetadas, com o diferencial de preservar o pasto”, explica.

Roçadeira Campo Limpo

Desenvolvido pela Embrapa Pecuária Sul (RS), o aplicador tratorizado é indicado para o controle em larga escala. Batizada de roçadeira Campo Limpo, a tecnologia está disponível no mercado desde 2013 e tem sido adotada por pecuaristas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, entre outros estados, no controle do capim-annoni (Eragrostis plana) e capim-mourão (Sporobolus indicus), mais conhecido como capim-capeta.

“Embora nessas localidades o principal enfoque das pesquisas seja essas duas invasoras, a tecnologia se mostrou eficiente também no combate a diferentes espécies indesejáveis em pastagens, incluindo plantas tóxicas de folha larga como a maria-mole”, esclarece o pesquisador da Embrapa Naylor Perez, um dos autores da tecnologia.

No Acre, testes com o equipamento iniciaram-se há dois anos e os resultados confirmam sua eficiência no controle do capim-navalha. “Com apenas duas aplicações, uma a cada semestre, é possível baixar para 5% os índices de presença da planta e manter as pastagens praticamente livres da praga”, destaca Andrade.

Os aplicadores seletivos funcionam a partir de materiais absorventes que, embebidos com caldas herbicidas, molham as folhas da planta invasora. Com a roçadeira química Campo Limpo, essa dinâmica de contato é possibilitada por um conjunto de 50 cordas que ficam presas ao equipamento. Um sistema de regulagem eletrônica garante precisão à vazão, permitindo realizar as aplicações de acordo com o grau de infestação da área.

Enxada química

A versão manual do aplicador seletivo, chamada de enxada química, é recomendada para o tratamento do capim-navalha em pequenas áreas. A tecnologia representa uma alternativa eficiente para o controle da erva daninha entre agricultores familiares. Validado em 40 hectares de pastagens, no Município de Senador Guiomard (AC), o equipamento possibilita baixíssimos índices de retorno da praga.

Segundo Andrade, após 60 dias do tratamento do capim-navalha, o nível de rebrotação das touceiras da planta foi inferior a 15%. “Em áreas formadas com gramíneas forrageiras estoloníferas, ou seja, que conseguem se alastrar pelo terreno, tais como a Brachiaria humidicola, o capim-tangola e a grama-estrela-roxa, após o controle da praga o pasto se reconstitui naturalmente. Já o controle da planta em pastos formados com capins de touceira, como mombaça e xaraés, deve ser associado ao replantio da forrageira”, explica.

De fabricação e uso simples, a enxada química possibilita o mesmo processo de controle desempenhado pela roçadeira Campo Limpo, porém, de forma manual e em escala menor. A dinâmica de funcionamento consiste em passar a corda do equipamento nas folhas do capim-navalha, em movimentos de vaivém, com liberação gradativa da formulação química para o tratamento seletivo da planta.

Ainda conforme o pesquisador, o controle do capim-navalha com uso dos aplicadores seletivos deve ser realizado durante o início e o final do período chuvoso, uma vez que na estação seca a planta não consegue absorver o produto e em épocas muito chuvosas, tende a ser lavado pelo excesso de água, aspectos que comprometem os resultados.

Na região Sul do Brasil, a enxada química, também chamada de lambe-lambe, possui diferentes modelos de fabricação caseira, já utilizados no controle de diversas plantas invasoras em pastagens e na agricultura. Desde 2015, a versão artesanal da tecnologia, validada pela Embrapa Acre, está disponível para comercialização em casas agropecuárias de Rio Branco (AC).

Vantagens

Os aplicadores seletivos oferecem uma série de vantagens econômicas e para o meio ambiente, em relação a métodos de controle convencionais. Além de possibilitarem o tratamento de diversas espécies invasoras, as aplicações por contato eliminam a erva daninha preservando a pastagem, reduzem o risco de contaminação humana e impedem a deriva de substâncias químicas para culturas vizinhas.

Um diferencial da roçadeira Campo Limpo é a precisão na liberação do produto, aspecto que evita desperdício e proporciona economia para o produtor rural. Outra vantagem é que a tecnologia proporciona agilidade nas aplicações, permitindo otimizar o tempo de trabalho. Segundo Andrade, uma pessoa consegue tratar um hectare de pastagem em apenas 40 minutos. “Por métodos tradicionais, como o arranquio da planta, seriam necessários dez homens e oito horas para realizar a mesma atividade”, diz o pesquisador.

A enxada química agrega particularidades que possibilitam a adoção da ferramenta em áreas rurais onde não é possível o uso de outras alternativas de controle. Por ser uma tecnologia manual, pode ser utilizada em localidades com diferentes características de relevo, inclusive em solos acidentados. Apesar das facilidades, é indispensável o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) na operacionalização dos aplicadores seletivos. Além disso, cuidados como regulagem adequada dos equipamentos e preparo prévio da área a ser tratada ajudam a garantir melhor rendimento operacional e resultados mais efetivos.

Conforme explica Andrade, o controle de plantas invasoras depende também de procedimentos importantes para a manutenção da pastagem. “O tratamento de reforço para eliminar plantas remanescentes do capim-navalha e a adoção de práticas adequadas de manejo do pasto, incluindo o uso de forrageiras recomendadas pela pesquisa, adubações periódicas e respeito à capacidade de lotação das áreas pastejadas, entre outros cuidados, contribuem para o sucesso das tecnologias”.

Invasoras

A infestação por plantas invasoras é considerada um grave problema de manejo de pastagens no Brasil, relacionado ao processo de degradação do pasto. Somente na Amazônia existem cerca de 500 espécies, e o capim-navalha é a mais agressiva e de maior dificuldade de controle, principalmente em áreas de solos úmidos. Presente em todos os estados das regiões Norte e Centro-Oeste, além do Maranhão, Pernambuco, São Paulo e Paraná a praga causa sérios prejuízos para os produtores. No Acre, afeta quase 100% das propriedades rurais envolvidas com a atividade pecuária, em diferentes níveis de infestação.

Entre outras consequências, o problema reduz a produtividade do pasto, limitando a oferta de alimento para o gado, prejudica o desempenho produtivo do rebanho e eleva o custo de reforma da pastagem. O método de controle mais utilizado é a pulverização dirigida das touceiras da planta, entretanto, a prática afeta também gramíneas forrageiras mais próximas da invasora.

Desafios

Nativo da América Central, o capim-navalha é uma espécie invasora extremamente agressiva, devido à alta capacidade de multiplicação na pastagem. Na Amazônia e parte do Estado do Mato Grosso, as infestações com essa planta começaram a surgir na década de 1990, como consequência do agravamento da síndrome da morte do capim-braquiarão, principal causa da degradação de pastagens na região.

O pesquisador da Embrapa Judson Valentim, especialista em forrageiras, considera que a situação mais desafiadora no processo de reforma de pastagens degradadas é a infestação por capim-navalha. “A rápida proliferação dificulta o controle da praga por métodos convencionais, como gradagem do solo e semeadura de novas variedades de gramíneas forrageiras, em decorrência da reinfestação da área, seja pela rebrotação de touceiras ou surgimento de novas plantas a partir de sementes existentes no solo”, destaca.

Para Andrade, a ausência de herbicidas seletivos no mercado, que atuem nas plantas indesejáveis e, ao mesmo tempo, evitem danos às forrageiras, impõe desafios para o produtor rural e para a pesquisa científica. Os produtos disponíveis afetam também o pasto no entorno da planta invasora, dificultando a eliminação do problema. Por ser uma espécie de comportamento oportunista, o capim-navalha ocupa também os espaços deixados na pastagem com a perda de vigor da forrageira afetada no tratamento da praga. “Disponibilizar métodos de controle adequados a diferentes realidades rurais é essencial para vencer essas dificuldades”.


23 nov 2016

Banco Mundial quer conhecer pesquisas da Embrapa para redução de GEE

Por Embrapa*

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O pesquisador Robert Boddey faz esta semana uma série de palestras nos Estados Unidos onde apresentará os resultados das pesquisas da Embrapa para redução das emissões de gases de efeito estufa na agropecuária brasileira. Entre as apresentações, Boddey falará para especialistas da Climate Smart Agriculture, na sede do Banco Mundial, em Washington, D.C. “Vou apresentar o que a Embrapa vem fazendo e explicar que as emissões diminuíram bastante desde 2004 e que isto é resultado das pesquisas e do enorme esforço do Governo brasileiro de diminuir a desmatamento na Amazônia e outras áreas”, adiantou Boddey.

Além do encontro com especialistas da Climate Smart Agriculture – instituição ligada a FAO que visa a mobilização de recursos para o aumento da produtividade com sustentabilidade e redução das emissões de gases de efeito estufa na produção de alimentos–, o pesquisador Robert Boddey se reunirá com pesquisadores do Programa de Ciência, Tecnologia e Política Ambiental da Universidade de Princeton. Ainda na mesma instituição, Boddey fará uma palestra para cerca de 100 pesquisadores, professores e estudantes. O pesquisador não descarta futuras parcerias com universidades e centros de pesquisa americanos.

Para Robert Boddey, que é pesquisador da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), o convite para estas apresentações nos Estados Unidos é um reconhecimento ao trabalho da equipe de ciclagem de nutrientes em vinte anos de estudos. O pesquisador afirma ainda que ao querer conhecer os estudos da Embrapa sobre o tema, os americanos revelam um grande interesse pelas pesquisas brasileiras. “Eles querem saber como o Brasil pretende cumprir seus ambiciosos compromissos assumidos em Copenhague (2009) e na 21ª Conferência das Partes-COP21, em Paris (2015), para reduzir as emissões de GEE, especialmente na área de agropecuária”, complementa o pesquisador.

Pesquisas da Embrapa

Entre as pesquisas que serão apresentadas, Robert Boddey vai abordar um estudo recente que revela que as emissões de gases de efeito-estufa na pecuária brasileira podem cair com o aumento da produtividade da pastagem. O estudo avaliou cinco cenários diferentes, que vão desde a condição de pasto degradado até a pastagem adubada combinada com confinamento. “Com esse trabalho, conseguimos ver quanto é a emissão de GEE por quilo de carne produzido no País de acordo com o manejo adotado”, esclarece o pesquisador, que coordenou a pesquisa.

As estimativas foram feitas com base na metodologia do IPCC, porém com vários dados levantados em pesquisas no Brasil. Boddey explica que com uma pequena melhoria, consorciando a pastagem com uma leguminosa forrageira, por exemplo, que não exige adubação nitrogenada, aliado a um controle maior dos animais, é possível obter uma redução nas emissões de aproximadamente 26% em relação ao que se teria no pasto degradado, e ainda quadruplicar a produtividade. Com o aumento da produtividade, a redução das emissões por quilo de carne chega a quase 50%.

Conheça as pesquisas da Embrapa sobre o tema:

https://www.embrapa.br/tema-agricultura-de-baixo-carbono/sobre-o-tema

https://www.embrapa.br/web/portal/busca-de-noticias/-/noticia/3272611/pecuaria-brasileira-emite-menos-gases-de-efeito-estufa-do-que-o-estimado-pelo-ipcc

https://www.embrapa.br/web/portal/busca-de-noticias/-/noticia/8313328/fixacao-biologica-de-nitrogenio-pode-reduzir-as-emissoes-de-gee-na-agricultura

https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/14184247/plantio-direto-contribui-para-mitigacao-dos-gases-de-efeito-estufa

https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/13239171/pesquisa-desenvolve-conceito-carne-carbono-neutro-para-producao-bovina

https://www.embrapa.br/cop22


03 nov 2016

Adoção de ILPF chega a 11,5 milhões de hectares

Por Embrapa Meio Ambiente*

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A pesquisa mostra que, atualmente, a área com algum tipo de adoção de sistema ILPF no Brasil abrange 11,5 milhões de hectares. Os estados que se destacam em área de adoção são Mato Grosso do Sul, com dois milhões de hectares; Mato Grosso, com 1,5 milhão; Rio Grande do Sul, 1,4 milhão, que se destacou também como o estado com maior número de propriedades participantes de alguma das modalidades; Minas Gerais, um milhão, e Santa Catarina, com 680 mil hectares.

No âmbito dos produtores rurais com atuação predominante na pecuária e que adotam a estratégia, 83% utilizam o sistema de integração lavoura-pecuária – ILP, (9% ILPF, 7% IPF ou integração pecuária-floresta) e entre os produtores de grãos, 99% adotam o sistema integração lavoura-pecuária – ILP (0,4% ILPF e 0,2% ILF).

Entre os produtores cujo foco predominante é a pecuária, os principais fatores motivadores para a adoção do sistema foram a redução de impactos ambientais, entendida como uma preocupação de adequar ambientalmente a atividade diante das pressões da sociedade e dos mercados e o interesse dos pecuaristas na recuperação das pastagens.

Já entre os produtores de grãos, os principais fatores que justificaram a adoção estão diretamente relacionados ao aumento da produtividade e ao incremento na resiliência dos sistemas produtivos com consequente diminuição dos riscos financeiros na atividade.

Paulo Herrmann, presidente da Rede de Fomento à Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, credita a grandiosidade dos números de adoção a duas características, ou seja, aptidão natural dos trópicos para a produção agrícola e capacidade dos produtores brasileiros em absorver novas tecnologias produtivas e sustentáveis.

Hermann destaca que a integração é um sistema complexo, mas produtivo e, por isso, requer um modelo de financiamento orientado a apoiar todas as etapas do sistema de produção e não somente o financiamento de uma única safra para produção de um produto em separado. Hermann ainda ressalta que o crédito para a ILPF é o mais seguro, entre os aplicados ao campo, “pois mitiga riscos do investimento, uma vez que o sistema ILPF produz ao longo de todo o ano, melhorando o fluxo de caixa da atividade além de promover o incremento de propriedades agronômicas que conferem capacidade adaptativa aos desafios impostos pela mudança do clima”, completa.

Maurício Lopes, presidente da Embrapa destaca que o Brasil chamará cada vez mais a atenção do mundo pelo potencial de intensificação da sua agricultura. Ele argumenta que produzir de forma mais intensiva se tornou um imperativo frente à necessidade de se ampliar a eficiência de uso dos recursos ambientais – especialmente água, solo e biodiversidade – garantindo serviços ecossistêmicos adequados, como reciclagem de resíduos, manutenção da fertilidade dos solos, recomposição das reservas hídricas, melhoria da atmosfera, dentre outros.

Maurício Lopes destaca que o Brasil é um dos poucos países no mundo com grandes extensões de terras com aptidão para uso agrícola sustentável, produzindo, no mesmo espaço, grãos, proteína animal, fibras, bioenergia e, em futuro próximo, biomassa para uso bioindustrial. Segundo ele o Brasil poderá se tornar o líder global em intensificação baseada em tecnologias “poupa-recursos”, de baixa emissão de carbono e em ganhos na produtividade da terra. Para o presidente da Embrapa, os dados revelados pela pesquisa mostram que a agropecuária brasileira está em sintonia com as demandas globais por mitigação e adaptação a realidade de mudanças climáticas, ao novo Código Florestal brasileiro e ao novo padrão de consumo definido por uma sociedade cada vez mais engajada nas causas ambientais.

Para o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e integrante da Rede de Fomento ILPF Ladislau Skorupa, os números revelados pela pesquisa sugerem que há um grande espaço para ações de transferência de tecnologia, no sentido de elevar a qualidade dos sistemas já implantados. Dessa forma, ele acredita que a crescente disseminação de informações sobre os benefícios da estratégia pode ampliar a sinergia que a integração dos componentes lavoura, pecuária e/ou floresta pode proporcionar. “Em outras palavras, podemos ir muito além, explorando todas as potencialidades da estratégia integrada,” explica.

Skorupa salienta ainda que a estratégia de ILPF é flexível, podendo ser adotada por pequenos, médios e grandes produtores. Conforme explicou, a pesquisa ainda mostrou um cenário de consolidação da ILPF no País, onde os dados gerados poderão orientar as políticas públicas. A base interpretativa da pesquisa concentrou-se na percepção do produtor, em relação ao que ele acreditava possuir implantado na propriedade. Com isso, as configurações, bem como a dinâmica (Lavoura, Pecuária e Floresta) na adoção não são necessariamente as mesmas preconizadas na pesquisa, Transferência de Tecnologia ou mesmo na Extensão Rural. Essa característica evidencia que é vital implementar ações para a identificação e qualificação da adoção dos sistemas implantados nas diferentes regiões do País.

Por essa razão, a Rede de Fomento ILPF (composta pelas empresas Dow AgroSciences, John Deere, Cocamar, Parker e Syngenta) e a Plataforma ABC (Embrapa) atuam em colaboração visando estabelecer uma Rede de Monitoramento para a identificação espacial e qualificação da adoção de sistemas ILPF no Brasil.

Esse esforço também poderá contribuir para melhorar a gestão de riscos associados aos impactos negativos da mudança do clima, permitindo, ao longo do tempo, o desenvolvimento mais consistente das atividades do setor e ainda apoiando uma mudança progressiva na trajetória de emissões de gases de efeito estufa. Este modelo de desenvolvimento sustentável está alinhado com os objetivos tanto do Plano Nacional de Adaptação quanto do Plano ABC.

Para o coordenador da Plataforma ABC e integrante da Rede de Fomento, Celso Manzatto, estabelecer um sistema eficiente de monitoramento é importante para a estratégia de transferência de tecnologia, definida pela Rede, ao proporcionar aos interessados contato com tecnologia via trocas de experiência com outros produtores que já estão em fase mais avançada de adoção. Além disso, é importante avaliar melhor o desempenho dessas tecnologias no que diz respeito ao padrão de emissões de gases de efeito estufa, ou mesmo recomendando que eventuais ajustes sejam promovidos pelos agricultores no processo produtivo com a finalidade de incrementar sua capacidade adaptativa.

Manzatto salientou que “tão importante quanto as recomendações da pesquisa agrícola, também o aprendizado e as adaptações que os produtores adotantes implementam em suas propriedades são fundamentais para o aperfeiçoamento, e para a evolução dos sistemas ILPF”, disse.

Conforme ressaltou Paulo Hermann, este é um momento ímpar, protagonizando a terceira revolução da agricultura tropical, por meio dos sistemas integrados de produção. Conforme explicou, a primeira foi a utilização do plantio direto, que potencializou o uso da terra, e num segundo momento, os agricultores introduziram o plantio da segunda cultura – a segunda safra anual. Agora será a era da ‘agricultura sem parar’, que potencializa a produção pelo regime de sucessão de culturas.

Hermann ainda declarou que “é chegada a hora de acreditarmos na nossa capacidade de realizarmos grandes feitos, e os números confirmam isso.”

Compromisso brasileiro exige mudança contínua

A Plataforma ABC é uma estrutura coordenada pela Embrapa que envolve várias instituições de pesquisa na área agrícola. Ela é responsável por prover os dados técnicos oficiais tanto de atividade quanto os fatores de emissão de gases de efeito estufa para o setor agrícola. As informações são utilizadas na avaliação do desenvolvimento das ações do Plano ABC, além de fomentarem dados oficiais do Inventário Nacional de Gases de Efeito Estufa e dos Relatórios de Atualização Bianual preparados para a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

Com base nos resultados do estudo, a Plataforma ABC reuniu estimativas preliminares referentes ao estoque de carbono no solo promovidas pela estratégia da ILPF. A taxa de adoção linear assumida compreendeu o período entre os anos de 2005 e 2010 e 2010 e 2015. Celso Manzatto explica que o sistema ILP responde a cerca de 80% da adoção, e optou-se por realizar uma estimativa conservadora, com um coeficiente de redução das emissões da ordem de uma tonelada de carbono equivalente por hectare por ano.

As estimativas indicaram o estoque da ordem de 35,1 milhões de toneladas de CO2eq para todo o período da pesquisa e da ordem de 21,8 milhões de Mg de CO2eq para o período 2010 e 2015, considerando uma área de adoção da ordem de 5,96 milhões de hectares (Tabela). Com isso, o objetivo estabelecido pelo Plano ABC para 2020, de ampliar em quatro milhões de hectares a adoção de sistemas ILPF, correspondendo ao sequestro de 18-22 milhões de Mg de CO2eq, já teria sido alcançado.

Gustavo Mozzer é pesquisador da Embrapa na área de mudanças de clima. Ele explica que o compromisso assumido pelo Brasil envolve mudança continuada do padrão de emissões. “Portanto, devemos insistir na sensibilização da sociedade para o enfrentamento dos desafios impostos pela mudança do clima”, avalia. O Plano Nacional de Adaptação propõe um modelo de gestão da informação que, quando implementado, deverá servir de base para a integração ainda mais eficiente dos esforços de adaptação no setor agrícola brasileiro.

O coordenador da Plataforma ABC, Celso Manzatto, argumenta que, “mantida até 2020 a taxa de incremento de adoção de ILPF, podemos concluir que estamos no caminho para cumprir o objetivo de expansão adicional de adoção desta tecnologia em outros 5 milhões de hectares, conforme apresentado pelo Brasil durante a COP21 em Paris na forma de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC)”.

Ainda conforme Manzatto, a adoção de sistemas integrados ambientalmente corretos, capazes de suportar a variabilidade climática, sejam chuvas elevadas, secas prolongadas, altas ou baixas temperaturas é a oportunidade para construção de um modelo de desenvolvimento agrícola verdadeiramente sustentável e resiliente. Trata-se, portanto, de uma oportunidade para o País, na medida em que irá gerar a consolidação e a abertura de novos mercados para os produtos brasileiros. “Isso também demonstra que a ILPF, uma tecnologia gerada e testada no País, pode vir a se tornar uma referência de intensificação produtiva sustentável no mundo,” disse.

Para o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, o planejamento estruturado do Plano ABC está resultando em ganhos sistêmicos de resiliência em propriedades agrícolas. A adoção do ILPF tem gerado benefícios para a capacidade adaptativa dos sistemas produtivos tropicais. Segundo ele, este resultado é parte da estratégia de enfrentamento da mudança do clima pela agricultura brasileira. “A ação brasileira avança na consolidação da capacidade adaptativa dos seus sistemas agrícolas, lastreada pela gestão do conhecimento e da inovação tecnológica, pela forte ênfase em transferência de tecnologia via parcerias público privadas, e sustentada na visão e empreendedorismo dos nossos agricultores, que percebem e respondem ao tempo de rápidas mudanças em que vivemos”.

O pesquisador Eduardo Assad da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), que também integra a Rede de Fomento de ILPF, destaca questões relacionadas à rentabilidade dos sistemas. Ele cita o Programa Novo Campo, em Alta Floresta (MT), que aborda estratégias de pecuária sustentável na Amazônia, com taxa de ocupação de 1,6 animal/ha, considerando a taxa de ocupação em pastagens degradadas da ordem de 0,75 animal/ha, ou o Projeto Roncador no médio Araguaia, onde a taxa de ocupação é 1,7 cabeças/ha, somente com o melhoramento de pastagens.

Assad ainda cita um estudo da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlioi Vargas (FGV/EESP), Intensificação da Pecuária, seus Impactos no Desmatamento Evitado na Produção de Carne e na Redução de Emissões de GEE, no qual conclui que, se todo pecuarista no Brasil adotasse algum tipo de estratégia ILP/ILPF, seria possível adicionar mais 130 milhões de cabeças ao rebanho do País. Assad acredita que a integração produtiva permite aumentar a produção de carne, agregando a possibilidade de certificação internacional, por meio da baixa pegada de carbono. “Em breve, a carne que não for certificada não encontrará acesso nos melhores mercados mundiais,” complementa ele.

O uso de ILPF na prática resulta em intensificação produtiva. De uma pecuária passamos para uma agropecuária, contribuindo para atender as demandas de alimentos previstas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para 2030 com resiliência e sustentabilidade ambiental através da diversificação das paisagens produtivas e liberando áreas para a expansão da agricultura e plantio de florestas. Celso Manzatto explica que há “uma preocupação dos pecuaristas com o impacto ambiental de sua atividade e este tem sido um fator motivador para a adoção de ILPF”. Ele também destaca que “a ILPF está consolidada e é uma estratégia produtiva adotada por pequenas, médias e grandes propriedades”.

As informações da pesquisa são consideradas fundamentais para orientar políticas públicas e mostrar a efetividade do Programa ABC como impulsionador da adoção de tecnologias resilientes e sustentáveis para a agropecuária brasileira. Os resultados indicam que a tecnologia ILPF é viável e já tem um importante índice de adoção para início do processo.

Entenda a pesquisa

O universo amostral considerado na pesquisa de adoção levou em consideração duas abordagens: a percepção do produtor de grãos que adota ou pretende adotar a atividade pecuária e/ou a produção florestal; e a perspectiva do pecuarista que já explora ou pretende agregar a produção de grãos e/ou florestal na propriedade. As culturas selecionadas para a pesquisa foram o milho da safra de verão e soja.

A pesquisa identificou os principais tipos de sistemas adotados, além de informações complementares que darão apoio às ações de transferência de tecnologia, visando ampliar a adoção. As informações abrangem o perfil das propriedades e dos produtores; nível de tecnificação; vantagens percebidas pelos adotantes que conduziram à decisão ou mesmo à desistência; as fontes de informação nas tomadas de decisão para a adoção; entraves e perspectivas.

Foram realizadas 7.909 entrevistas, compreendendo 3.105 pecuaristas de leite e corte em todos os estados; 2.958 produtores de soja nos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Piauí, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins; e 1.846 produtores de milho nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.


03 nov 2016

Pesquisa mostra avanço na agropecuária sustentável brasileira

Por Embrapa Meio Ambiente*

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Pesquisa patrocinada pela Rede de Fomento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, elaborada pelo Kleffmann Group, com acompanhamento técnico da Embrapa Meio Ambiente (SP), demonstrou grande adesão do setor agropecuário brasileiro ao uso de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no Brasil.

De acordo com os dados, ocorreram consideráveis incrementos na adoção de sistemas ILPF no Brasil nos últimos anos. Entre os pecuaristas, apenas nos últimos cinco anos, o aumento foi de 10%. Entre os produtores de grãos o crescimento tem sido de 1% a cada cinco anos.

Resultados mostram um alto nível de adoção tecnológica com consequentes benefícios associados à melhoria da eficiência dos sistemas produtivos e de sua capacidade adaptativa aos possíveis efeitos negativos da mudança do clima. Por meio da pesquisa é possível diagnosticar a adesão dos produtores rurais brasileiros à intensificação produtiva sustentável com sistemas agrícolas integrados. O avanço significa o incremento da capacidade adaptativa dos sistemas produtivos diante dos desafios impostos pela mudança do clima, além de potencializar ganhos biológicos e econômicos decorrentes do aumento da eficiência dos sistemas produtivos. Todo este esforço contribui para o cumprimento das metas assumidas de forma voluntária pelo Brasil perante a Organização das Nações Unidas (ONU) na COP-15 e revisadas em Paris na COP-21.

O compromisso brasileiro é de diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de 36,1% a 38,9% até 2020, tendo como base as emissões de 2005. O acordo foi incorporado na Política Nacional sobre Mudanças no Clima (Lei nº 12.187/2009), por meio dos Planos Setoriais de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas.

No setor agropecuário, os compromissos foram estabelecidos pelo “Plano Setorial de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura”, também denominado Plano ABC.

Saiba mais

  • O Plano ABC estabeleceu mudança progressiva na trajetória de emissões de gases de efeito estufa via adoção de tecnologias capazes de promover a redução da intensidade de emissões de gases de efeito estufa ou o incremento de remoções. Um dos investimentos é no sistema de produção integrada, como o sistema ILPF, cujo objetivo estabelecido foi a ampliação em quatro milhões de hectares no nível de adoção deste sistema até 2020, representando um potencial de estoque entre 18 e 22 milhões ton. CO2eq.
  • A ratificação do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima pelo governo brasileiro, em 2016, fortaleceu ações do referido Plano, incluindo em sua “Contribuição Nacionalmente Determinada (INDC)” o incremento de mais cinco milhões de hectares com sistemas ILPF, totalizando nove milhões de hectares até 2030.
  • ILPF é uma estratégia que contempla os componentes lavoura, pecuária e silvicultura em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área, bem como as suas variações. Integram essa estratégia diversos sistemas de produção e tecnologias associadas atuando em sinergia proporcionando não apenas ganhos na produção e produtividade, mas também benefícios ambientais e sociais.
  • Carbono em solo agrícola é sinônimo de fertilidade.
  • A manutenção da fertilidade em solos tropicais é um desafio que envolve um processo continuado de planejamento e gestão. Uma gestão estruturada e de longo prazo fomentando a manutenção da fertilidade em solos tropicais irá potencializar benefícios estruturais.
  • A mudança do clima pode impor novos desafios para o setor agrícola, em função da vulnerabilidade do setor. Apenas com investimentos em ciência e tecnologia será possível dispor de alternativas para contrabalancear possíveis impactos negativos.
  • Ganho em resiliência e a disponibilidade de opções tecnológicas são estratégias-chave para assegurar a competitividade do setor agrícola em um mercado extremamente competitivo e desafiador.
  • A Rede de Fomento a ILPF é uma parceria público-privada formada pelas empresas Cocamar, Dow AgroScience, John Deere, Parker, Syngenta e a Embrapa. Seu objetivo principal é o de acelerar uma ampla adoção dos sistemas de integração lavoura-pecuária floresta por produtores rurais como parte de um esforço visando a intensificação sustentável da Agricultura Brasileira. Iniciada em 2012, a Rede, que é co-financiada pelas empresas privadas e pela Embrapa, apoia uma rede com mais de 100 Unidades de Referencia Tecnológica distribuídas em todos os biomas brasileiros e que envolve a participação de 19 centros de pesquisa da Embrapa.