25 jan 2016

Abertas inscrições para as capacitações do Projeto ABC Cerrado

*Do SENAR

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Estão abertas as inscrições de produtores e técnicos ligados ao setor agropecuário para as capacitações do projeto ABC Cerrado. Os cursos são gratuitos e o participante poderá escolher uma das quatro tecnologias sustentáveis de produção para ser capacitado: recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, sistema plantio direto e florestas plantadas.

“A Capacitação é a porta de entrada dos produtores rurais no Projeto. O ABC Cerrado, fornece ainda de forma gratuita ao produtor, assistência técnica e gerencial, mas para poder contar com essa consultoria ele precisa fazer uma das quatro capacitações”, esclarece o coordenador técnico do Projeto ABC Cerrado, Mateus Tavares.

As inscrições devem ser feitas exclusivamente por meio do preenchimento de uma ficha disponível no endereço http://www.senar.org.br/pre-inscricao-do-processo-de-mobilizacao. Os treinamentos têm carga horária de 56 horas, divididos em quatro encontros. As vagas são limitadas e a previsão é que as capacitações, que serão ministradas por instrutores capacitados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), comecem em fevereiro.

Segundo Mateus Tavares, em todas as capacitações, independente da tecnologia, o gerenciamento da propriedade será um conteúdo obrigatório. A expectativa é que até o final do primeiro semestre de 2016 sejam atendidos, aproximadamente, 4.200 produtores e técnicos.
“O SENAR enxerga que este tema é cada vez mais importante. É um dos principais fatores para a redução de custos e aumento da produção, além de ajudar o produtor a organizar a sua propriedade economicamente”, explica.

Projeto ABC Cerrado

Ação conjunta do SENAR, do Ministério da Agricultura e da Embrapa, o Projeto ABC Cerrado difunde e incentiva a adoção de práticas sustentáveis para a redução das emissões de gases de efeito estufa e sensibiliza o produtor para que ele invista na sua propriedade para impulsionar produtividade e renda, mantendo o meio ambiente preservado. O SENAR é responsável pela formação profissional dos produtores nas tecnologias e pela assistência técnica e gerencial de propriedades rurais, com recursos do Programa de Investimentos em Florestas (FIP, sigla em inglês) – administrados pelo Banco Mundial, que doou US$ 10,6 milhões para a execução do projeto.

O ABC Cerrado atende oito Estados do Bioma Cerrado (Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Bahia, Piauí, Minas Gerais e o Distrito Federal), num período de três anos, com a promoção de quatro processos tecnológicos: recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, sistema plantio direto e florestas plantadas. Ao todo, 12 mil produtores rurais vão receber capacitação e, desse total, 1.600 propriedades – nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul – receberão, também, assistência técnica.

Assista ao vídeo

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25 jan 2016

Aumento na produção de carne pode diminuir emissão de gases de efeito estufa

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Ao contrário do que se poderia esperar, a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) pela pecuária bovina no Cerrado será provocada pelo aumento da produção e a redução da atividade poderá ter efeito oposto, o aumento das emissões. Essa é a revelação de artigo de pesquisadores do Brasil e da Escócia publicado esta semana na Nature Climate Change que apresenta metodologia inovadora para cálculo de emissões de gases de efeito estufa (GEE) na pecuária. Os autores desenvolveram um modelo matemático para avaliar os impactos ambientais da variação do consumo de carne no sistema pecuário do Cerrado brasileiro.

O aumento da demanda e políticas efetivas de controle do desmatamento servem como estímulo à intensificação das áreas de pastagens. Se a intensificação se der por recuperação de pastagens degradadas, ocorre aumento significativo dos estoques de carbono no solo, o que, segundo o estudo, seria suficiente para contrabalancear o aumento das emissões dos animais.

O principal diferencial é que foi usado um método inovador, chamado de avaliação do ciclo de vida consequencial, conta o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Luís Gustavo Barioni. O estudo considera as emissões em todas as etapas de produção, que inclui  emissões associadas aos insumos e ao transporte, de forma similar às avaliações de ciclo de vida tradicionais ou atributivas.

“Incluímos na contabilidade as emissões de GEE de todos os processos produtivos relativos à produção pecuária, permitindo assim o cálculo da pegada de carbono da carne bovina em cada cenário trabalhado pelo modelo”, complementa a pesquisadora Marília Folegatti Matsuura, da Embrapa Meio Ambiente.

Os pesquisadores também avaliaram as consequências indiretas da variação do consumo de carne sobre os estoques de carbono no solo. Para isso, eles modelaram a produção de carne no Cerrado, com variações da demanda e ainda considerando dados de desmatamento divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Segundo o matemático Rafael de Oliveira Silva, pesquisador da Universidade de Edimburgo e da Faculdade Rural da Escócia que desenvolveu o modelo em conjunto com Barioni, foram analisados cenários com diferentes níveis de impacto do consumo de carne sobre o desmatamento. Nesses cenários, sofreram variação desde o desacoplamento total, isto é, sem impacto sobre o desmatamento, até um alto nível de acoplamento, com impacto.

No cenário desacoplado, aumentos da demanda associados a técnicas de recuperação de pastagens mostraram uma diminuição das emissões. Uma demanda 30% mais alta em 2030 em relação a uma projeção de referência causaria uma diminuição de 10% nas emissões totais. Por outro lado, uma diminuição de 30% na demanda por carne em relação ao valor projetado para 2030 causaria um aumento de 9% nas emissões.

“Se a demanda por carne aumenta, mas a taxa de desmatamento é mantida constante, os produtores vão precisar intensificar, ou seja, serão incentivados a recuperar pastagens degradadas e isso faz com que se tenha mais sequestro de carbono no solo”, explica Silva. “De fato evidências empíricas, como dados do Censo Agropecuário, Inpe e FAO, mostram que houve uma redução significativa no desmatamento em todos os biomas desde 2005, ao passo que a produção de carne continua crescente”, destaca.

Esse modelo de ciclo de vida consequencial é capaz de capturar os chamados efeitos de rebote, ou seja, uma simples redução no consumo de carne não necessariamente reduziria as emissões, uma vez que a demanda é um importante incentivo para se atingir menores intensidades de emissão por meio da adoção de técnicas de recuperação de pastagens.

“Além disso, nosso estudo corrobora outras pesquisas recentes que demonstram que a expansão da produção pecuária não leva necessariamente a um aumento nos índices de desmatamento, desde que sejam usadas técnicas adequadas de mitigação. Segundo esses estudos, o Brasil já possui pastagens suficientes para suprir a crescente demanda por carne sem precisar derrubar uma única árvore, e isto pelo menos até 2040”, acrescenta Silva.

Se a demanda for maior, o ganho em sequestro de carbono acaba compensando e as emissões diminuem. Em contrapartida, quando se reduz a demanda, os produtores tendem a investir menos em recuperação e podem até degradar as pastagens, o que causa perda do estoque de carbono no solo. Mas, se o desmatamento aumentar na mesma proporção da demanda,  a emissão crescerá com o consumo, ressalta o pesquisador. Portanto, o controle do desmatamento é essencial para que haja redução das emissões pela pecuária.

Pecuária intensiva reduz emissões

Estudos apontam que a melhor estratégia para garantir o desenvolvimento sustentável da pecuária é sua intensificação. O setor agropecuário brasileiro tem à disposição tecnologias para aumentar a eficiência e, ainda, reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). As principais estratégias englobam a recuperação de pastagens degradadas, boas práticas de manejo da planta forrageira e do animal, uso adequado de insumos, melhoramento genético, adoção de sistemas integrados (ILPF, ILP, IPF) e manejo nutricional.

A agropecuária é responsável por 37% das emissões nacionais, segundo estimativas anuais de emissões de GEE, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Desse total, a pecuária responde por 14,5%. A emissão média anual de metano (CH4) por bovino é de 57 kg/animal/ano. Ações para aumentar a eficiência dos sistemas de produção e melhorar o desempenho dos animais podem reduzir até 35% esse valor. De acordo com o pesquisador Alexandre Berndt, da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), é possível reduzi-la para 37,7 kg/animal/ano.

O alto desempenho animal favorece a redução das emissões pelos bovinos. Segundo Berndt, a produção de metano depende da quantidade e qualidade do alimento digerido, tipo de animal, grau de digestibilidade e condições de criação. Ações como a melhoria dos índices zootécnicos de produção e reprodução (redução da idade de abate, do intervalo entre partos, da idade da primeira cria), bem-estar animal e manejo dos bovinos e da pastagem contribuem para redução do metano. Pode-se incluir também o manejo nutricional, com uso de grãos e alimentos concentrados na dieta e processamento adequado das forragens conservadas para aumentar a digestibilidade.

Pesquisas demonstram que o solo perde matéria orgânica e libera maior quantidade de gás carbônico (CO2) para a atmosfera em pastagem degradada. Somente em perdas de carbono do solo, áreas de pasto degradado podem apresentar emissões médias de quatro toneladas de gás carbônico equivalente por hectare ao ano.

Já pastos manejados corretamente, segundo a pesquisadora Patrícia Anchão, sequestram grandes quantidades de carbono e contribuem para o aumento de matéria orgânica no solo, melhorando a fertilidade e a qualidade da forrageira. “A recuperação de áreas degradadas e a adoção de sistemas integrados, como lavoura-pecuária, silvipastoris e agrossilvipastoris, permitem aumentar a capacidade de suporte animal e evitam a necessidade de se ocupar novas áreas para exploração com pastagens”, ressalta Patrícia.

AnimalChange

O artigo “Increasing beef production could lower greenhouse gas emissions in Brazil if decoupled from deforestation” é de autoria de Rafael de Oliveira Silva, Luís Gustavo Barioni, Julian A. J. Hall, da Universidade de Edimburgo, Marília Folegatti Matsuura, Tiago Zanetti Albertini, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), Fernando Antonio Fernandes, da Embrapa Pantanal e Dominic Moran, da Scotland’s Rural College (SRUC).

Os resultados são parte do projeto de pesquisa internacional “An Integration of Mitigation and Adaptation Options for Sustainable Livestock Production under Climate Change”. Coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica da França, o Inra, o projeto conhecido como AnimalChange busca avaliar o futuro da pecuária até 2050 e traçar metas que garantam maior sustentabilidade.

O objetivo do AnimalChange é desenvolver técnicas para integrar ações de mitigação e de adaptação para a produção pecuária sustentável mundial. As pesquisas são realizadas por uma equipe de cientistas de 25 instituições pertencentes a 18 países da Europa e da África, além do Brasil. No País, compõem a equipe pesquisadores de vários centros de pesquisa da Embrapa e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Pecus

Para quantificar a emissão de gases de efeito estufa na pecuária brasileira e propor soluções para sua redução, a Embrapa, em conjunto com diversas instituições nacionais e internacionais, lidera uma rede de pesquisa –  a Pecus. Os resultados desse trabalho serão disponibilizados em 2016 e vão contribuir para a formação de proposições efetivas para diminuição da emissão de gases de efeito estufa, reduzindo o aquecimento global. “As pesquisas realizadas no escopo da rede Pecus podem adotar tanto a metodologia quanto o modelo usados no Cerrado para avaliar sistemas de produção pecuária dos outros biomas brasileiros”, destaca o pesquisador da Embrapa Pantanal, Fernando Antonio Fernandes.

Nadir Rodrigues (MTb/SP 26.948)
Embrapa Informática Agropecuária
informatica-agropecuaria.imprensa@embrapa.br
Telefone: (19) 3211-5747

Gisele Rosso (MTb 3091)
Embrapa Pecuária Sudeste
pecuaria-sudeste.imprensa@embrapa.br
Telefone: (16) 3411-5625

Colaboração: Marcos Alexandre Vicente 
Embrapa Meio Ambiente

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/


13 jan 2016

Tecnologia e preservação do meio ambiente são ferramentas do programa ABC Cerrado

O projeto é resultado de uma parceria entre o SENAR, Mapa e Embrapa e visa a disseminação de boas práticas em agricultura com baixa emissão de carbono

ILPF site

Com a finalidade de contribuir com a redução dos gases de efeito estufa no território nacional foi criado, em 2013, o projeto ABC Cerrado, uma ação conjunta do Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem e da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Mato Grosso do Sul será um dos oito Estados atendidos pelo programa que tem objetivo de disseminar práticas de agricultura de baixa emissão de carbono e sensibilizar o produtor para que invista na propriedade com retorno econômico e preservação do meio ambiente.

A primeira fase de execução do projeto contou com a realização de seminários de sensibilização e divulgação nas regiões participantes: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí e Tocantins. No mês de fevereiro terá início a segunda etapa que é a capacitação dos produtores rurais e os interessados em participar devem procurar o sindicato rural de sua região, ou então se inscrever no site www.senar.org.br/pre-inscricao-do-processo-de-mobilizacao

De acordo com o superintendente regional do Senar/MS, Rogério Beretta, é importante que o produtor rural confirme a inscrição, para participar da seleção que oferecerá capacitações e orientações, por meio da assistência técnica. “Para garantir a eficiência do programa estamos realizando em janeiro e fevereiro um processo seletivo para contratar instrutores que atuarão diretamente no ABC Cerrado, prestando consultoria técnica no setor de agricultura e pecuária”, ressalta.

A meta do ABC Cerrado é alcançar 12 mil propriedades e selecionar 1.600 produtores que receberão assistência técnica durante 18 meses. “Os participantes receberão um diagnóstico inicial e terão atendimento focado em quatro tecnologias: sistema de plantio direto, recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura, pecuária-floresta e florestas plantadas. Ao final do acompanhamento, será realizada uma nova avaliação para comprovar o diferencial da assistência técnica, o aumento da produção e a redução da emissão de gases”, conclui Beretta.

Sobre o ABC Cerrado – O atendimento ao Produtor terá início em fevereiro de 2016, destinado a médios produtores, técnicos vinculados às propriedades e familiares dos produtores (propriedades que possuem de 4 a 70 módulos fiscais de tamanho). Serão oferecidos quatro módulos de cursos, totalizando 56 horas/aula e no segundo semestre do ano (julho/2016) acontecerá a etapa de Assistência Técnica do programa.

No encontro da cúpula da ONU – Organização das Nações Unidas promovido em setembro do ano passado, o Brasil anunciou a meta de reduzir em 43% a emissão de gases do efeito estufa até 2030. No total, o país emitiu em 2014, 486 milhões de toneladas de dióxido de carbono, equivalente a 1,15 bilhões de toneladas das emissões mundiais.


*  Assessoria de Imprensa Sistema  FAMASUL- Aline Oliveira


11 jan 2016

Suinocultor paranaense alia sustentabilidade e retorno econômico ao investir no reaproveitamento dos dejetos animais

* Do Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono

Edison

Há oito anos, o produtor rural Edison Schneider (foto) e sua família resolveram instalar um biodigestor para aproveitar os dejetos da suinocultura na granja Palmital, em Marechal Cândido Rondon, no oeste paranaense.

Na época, pegou um financiamento em uma cooperativa de crédito com juros de 3,5% ao ano e prazo de oito anos para pagar. Segundo o suinocultor, o retorno com o investimento veio já no terceiro ano de funcionamento do biodigestor, devido à economia com energia térmica (o biogás é utilizado na secagem de grãos e no aquecimento dos leitões na creche) e à redução dos custos com fertilizantes químicos nas lavouras de milho e soja. “A implantação desse sistema beneficiou muito a minha realidade. Seguimos corretamente a legislação e estamos adequados naquilo que a suinocultura exige”, destaca.

Ao reaproveitar os dejetos animais, o produtor alterou a realidade da granja tanto economicamente quanto sob a ótica da sustentabilidade. “Dessa forma, conseguimos ficar adequados com às exigências ambientais, não poluímos e preservamos a natureza. Atualmente temos mais água, árvores e vertentes que cuidamos, não poluímos, esse é o grande retorno”, diz. Edison Schneider alerta aos produtores que a granja que não se adequar à legislação ambiental não poderá mais produzir. “Por isso que há oito anos já nos preocupávamos com os dejetos, onde colocar e de que forma trabalhar”, cita.

Schneider esteve presente no Fórum sobre Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono, realizado no mês passado em Marechal Cândido Rondon pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O produtor destaca que o Fórum complementa todo o trabalho que desenvolve na fazenda e ressalta alguns pontos positivos ao reaproveitar os dejetos dos animais. “No mês passado, tiramos 120 cargas de dejetos da lona e foi tudo para a lavoura. Atualmente, de 15 sacos de adubo químico necessários por hectare, passamos a usar somente 10. Considerando que são duas safras por ano, então o biodigestor se paga facilmente. Posso dizer que no sistema que implantamos, com 500 matrizes é possível pagar todo o investimento em três anos”, destaca.


07 jan 2016

Pecuária intensificada é o foco das fazendas Girassol e Girassol do Prata

* Da Famato

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Por acreditar que tinha algo diferenciado para mostrar, o agropecuarista Gilberto Goellner inscreveu suas propriedades rurais no prêmio Sistema Famato em Campo. As fazendas Girassol, em Pedra Preta, e Girassol do Prata, em Jaciara, estão entre as que mais se destacaram no prêmio e foram escolhidas, junto às outras sete participantes, como referências em pecuária de corte pelo Sistema Famato. Esta é a primeira matéria da série que vamos divulgar daqui até as próximas semanas para apresentar um pouco mais sobre cada uma das propriedades que participaram da premiação.

“Depois de assistir diversas palestras, eu aprendi que devíamos deixar a pecuária tradicional e adotar a pecuária intensificada. Como isso trouxe um grande ganho para a nossa produtividade, penso que seria interessante compartilhar os resultados com os demais pecuaristas”, afirma Goellner.

Com o rebanho predominante de machos da raça Nelore, a pecuária retornou às propriedades de Goellner em 2004. “Na década de 80, quando assumimos as propriedades deixamos a pecuária que era praticada anteriormente na fazenda e começamos a produzir soja, algodão e milho em 2° safra. Após mais de 30 anos voltamos a trabalhar com a pecuária de cria nas áreas marginais que não apresentavam boa produtividade na soja. Foi assim até 2010, quando a cria deu lugar a recria intensiva e engorda em sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP)”, explica o agropecuarista.

Grande parte da suplementação animal é produzida dentro das propriedades. “Nós temos quase tudo, o milho, a silagem, o caroço de algodão, até o capulho de algodão que antes jogávamos fora e hoje é usado como fibra na suplementação. Com isso, conseguimos fornecer ao nosso rebanho uma alimentação melhor e mais barata”.

A intensificação da pecuária nas propriedades Girassol e Girassol do Prata também conta com pastos diferenciados para as épocas de seca e das águas. “Como resultado, conseguimos manter uma alta lotação em uma pequena área, com um desfrute muito grande de animais. Hoje, conseguimos colocar seis unidades animais por hectare ao ano enquanto na pecuária tradicional esse número é de meia cabeça”, informa Goellner.

Com mais de 600 funcionários registrados no grupo, o agropecuarista acredita que a valorização da mão de obra e a modernização da empresa também são diferencias das suas propriedades. “Nós investimos no capital humano e remuneramos bem para fixar e conservar nossos colaboradores. Hoje eles recebem treinamentos, bonificações, 14 salários e planos de saúde”.

Sobre o prêmio – O Prêmio Sistema Famato em Campo é uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-MT) e o Imea. Surgiu para identificar no Estado práticas diferenciadas da pecuária.

As sete propriedades de maior destaque apresentaram seus cases de sucesso durante o evento Rentabilidade no Meio Rural, no auditório do SENAR-MT, realizado em dezembro de 2015, e foram premiadas com o troféu Sistema Famato em Campo.

As duas que mais pontuaram também foram premiadas com uma viagem para os Estados Unidos, onde irão participar de uma missão técnica com visitas ao Ministério da Agricultura americano e propriedades de corte e leite. Além disso, apresentarão seus cases na Universidade Estadual do Kansas durante o evento Cattlemens Day, em março de 2016.

Assessoria de Comunicação Sistema Famato/ SENAR-MT
www.sistemafamato.org.br