09 mai 2016

ILPF DF MT É MAIOR DO BRASIL

*Por Diário de Cuiabá

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As ações adotadas pelo Governo do Estado para estimular a redução da emissão de gases de efeito estufa devem contribuir para expandir sistemas de produção sustentáveis. Mato Grosso já possui 870 mil hectares de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), o que corresponde a quase um quarto da meta de 4 milhões de hectares estabelecida para todo o país até 2020.

Uma das medidas para o crescimento de áreas com diversos tipos de integração foi o ciclo de capacitação e workshop do Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), o primeiro realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e finalizado nesta semana, com visita técnica à Fazenda 3M, em Poconé.

“O nosso objetivo era levar ao produtor, aos técnicos e projetistas, informação e conhecimento quanto ao programa, linhas de crédito disponíveis, como fazer a captação de recursos junto aos agentes financiadores, e conhecimento técnico para a elaboração de projetos. Queremos incentivar o emprego de tecnologias sustentáveis na produção”, ressaltou o secretário adjunto de Agricultura da Sedec, Alexandre Possebon.

O pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá), especialista em Fitotecnia, Flávio Jesus Wruck, destacou que Mato Grosso é um dos estados que está à frente na utilização de tecnologias do Plano ABC. “Hoje nós temos mais de 820 mil hectares de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) em Mato Grosso. É uma área significativa. O Estado está chegando a quase um quarto da meta do país todo para 2020, que são de 4 milhões de hectares. Estou muito satisfeito com o empenho, com o empreendedorismo dos nossos produtores que buscaram essa tecnologia e continuam buscando”.

De janeiro a maio deste ano, a Sedec realizou workshops em 17 municípios e capacitações em cinco polos, totalizando 975 participantes para divulgar o Plano ABC, que integra as ações de políticas públicas do governo do Estado na promoção de ações que visam desenvolver o programa Produzir, Conservar e Incluir (PCI), apresentado pelo governador Pedro Taques durante a COP 21, em Paris.

O Plano ABC é uma política pública que apresenta o detalhamento das ações de mitigação e adaptação às mudanças do clima para o setor agropecuário. O plano tem como meta reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE).

Os temas dos workshops e capacitação foram direcionados de acordo com a necessidade e característica de cada região do Estado. Foram abordados os seguintes temas: Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura Pecuária (ILP), Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs), Sistema Plantio Direto (SPD), Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN), Florestas Plantadas, Tratamento de Dejetos Animais e Adaptação às Mudanças Climáticas.

LAVOURA-PECUÁRIA – Durante a visita técnica à Fazenda 3M, o administrador da propriedade, Raul Santos Costa Neto, contou a sua experiência de integração Lavoura-Pecuária (ILP). “Quando adquirimos a propriedade tivemos que buscar algo que agregasse valor à terra, era uma área de pastagem com 40% degradada, comprometida. Partindo disso elaboramos um projeto de plantio de soja integrado à pecuária, que sempre foi a nossa atividade, e já estamos no segundo ano do projeto e obtendo sucesso e estamos com boa expectativa para a próxima safra”.

A Fazenda 3M trabalha o ILP em parceria com mais duas propriedades e juntas somam 1,6 mil hectares com produção de soja e pecuária. A produtividade na safra 2014/15, já finalizada para o produtor, chegou a 63 sacas/ha.

O engenheiro agrônomo Nestor João Gambin, que atua como fiscal de projetos de um agente financiador, destacou o nível técnico da capacitação que vai ao encontro do que é necessário para a execução da sua atividade. “Me surpreendi, esses dois dias foram muito proveitosos. O nível abordado foi bem técnico, o que para a execução da minha atividade, que é a vistoria de lavouras, foi muito bom. Foram apresentadas informações relevantes para a execução da nossa atividade no dia a dia. Deu uma reciclada no conhecimento”.

Para a realização das rodadas do Plano ABC, a Sedec contou com a parceria da Secretaria de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (Seaf), Famato, Senar, Acrimat, Acrismat, Aprosoja, Banco do Brasil, Arefloresta, Superintendência Federal de Agricultura (SFA-MT/Mapa) e da Embrapa Agrossilvipastoril.

 

 

 


05 mai 2016

Integração aumenta produção de grãos na agricultura familiar

*Por Embrapa Acre

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Pesquisas comprovam que associar plantios agrícolas e produção pecuária ao cultivo de espécies florestais nativas da Amazônia ajuda a recuperar a fertilidade do solo de antigas áreas, com ganhos significativos na produtividade de grãos. Em propriedades rurais familiares do Acre, essa combinação mais que dobrou a produtividade de milho e aumentou em 60% a produção de feijão.

A demanda por tecnologias sustentáveis para o setor agropecuário e florestal tem contribuído para intensificar as pesquisas sobre a eficácia da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) nas diversas regiões brasileiras. Um projeto executado pela Embrapa, em parceria com instituições da iniciativa privada, participantes da Rede de Fomento à ILPF, estuda diferentes modalidades de sistemas integrados, em estados da região Norte, considerando particularidades da floresta e demandas produtivas de cada localidade.

No Acre, as pesquisas envolvem combinações que priorizam o uso de árvores nativas, culturas tradicionais e forrageiras recomendadas para o estado. Os primeiros resultados revelam que o uso de espécies florestais como bordão-de-velho e mulateiro na composição desses sistemas ajuda a restabelecer a capacidade produtiva do solo, condição essencial para o bom desempenho das lavouras e da pastagem.

O trabalho tem a parceria de agricultores familiares e visa definir arranjos mais adequados às condições de clima e solo do estado, além de diferentes estratégias de implantação, com foco na melhoria da produção agrícola e pecuária. “Os arranjos avaliados possibilitam mais de uma safra de grãos por ano e retorno financeiro em curto prazo, com ganhos na produção agrícola superiores aos custos de implantação do sistema. Além do caráter autorremunerável, essas composições agregam benefícios ambientais, aspecto que ajuda a confirmar a sua viabilidade”, explica o pesquisador Tadário Kamel, responsável pelos estudos com ILPF no Acre.

Estratégias de implantação

Em estados amazônicos como Pará e parte do Mato Grosso, o uso da ILPF, de acordo com pesquisas recentes, tem possibilitado incorporar tecnologias sustentáveis como o Sistema Bragantino, que preconiza o cultivo agrícola em regime de rotação e consórcio de culturas, por meio de plantio direto, e possibilita o atendimento a diferentes demandas produtivas sem desmatar novas áreas. No Acre, o uso de sistemas integrados ainda é novidade na agricultura familiar e o desafio inicial dos pesquisadores foi sensibilizar os agricultores quanto ao potencial desta tecnologia para diversificar e melhorar a produção.

No processo de implantação das composições estudadas, a principal estratégia envolveu o plantio de árvores, em diferentes espaçamentos, e o cultivo de milho nas entrelinhas, utilizando plantio convencional no primeiro ciclo produtivo e plantio direto na segunda safra (milho safrinha) por três anos consecutivos. A pastagem, formada com capim Braquiária brizantha, cultivar Xaraés, foi implantada junto com a última safra agrícola.

Segundo o pesquisador, há um efeito em cadeia entre os diferentes componentes. A adubação do solo, destinada à agricultura, favorece os demais componentes. “Nessa dinâmica, os índices de sobrevivência e crescimento tanto do bordão-de-velho como do mulateiro variaram entre 85 e 100% e confirmam a adaptação dessas espécies ao sistema. Em outo momento, a pastagem é beneficiada pela adubação residual da lavoura e por uma adubação natural do solo, proporcionada principalmente pelas leguminosas. Isso contribui para potencializar o desempenho da pecuária”, afirma.

Arranjos regionais

O uso de árvores nativas na composição de sistemas integrados tem sido uma tendência da pesquisa científica, como forma de focar em particularidades dos estados e regiões e conservar os recursos naturais. De acordo com o Guia Arbopasto, publicado pela Embrapa em 2013, existem 51 espécies florestais com indicação de uso associado a pastagens nos diversos estados amazônicos, entre elas o bordão-de-velho (Samanea tubulosa) e o mulateiro (Calicophyllum spruceanum). As pesquisas em andamento destacam o potencial dessas espécies em sistemas integrados.

O bordão-de-velho é uma leguminosa, de ocorrência espontânea, com alta capacidade de fixar nitrogênio no solo, característica que ajuda a melhorar a fertilidade desse recurso e o valor nutritivo da pastagem. Segundo Kamel, em áreas a pleno solo, o teor de proteína bruta na forragem foi 8,5%, enquanto à sombra da copa do bordão-de-velho esse índice subiu para 11,45%. Já o crescimento da pastagem sob a copa da árvore aumentou em 20% em relação ao pasto a pleno sol.

O interesse pelo mulateiro está mais relacionado aos benefícios proporcionados pelas características da árvore e pelo valor comercial da madeira. Essa espécie nativa de grande porte e crescimento rápido possui copa de formato oval e densidade rala, permitindo ao mesmo tempo luz e sombreamento moderados, condições que influenciam positivamente a qualidade da forragem.

A presença dessas árvores em pastagens proporciona ainda conforto térmico para o rebanho e oferta de vagens ricas em proteínas, que ajudam a suplementar a dieta alimentar animal, fatores importantes na produtividade pecuária. Em sistemas integrados, o componente arbóreo agrega a possibilidade de contribuir para a recomposição de áreas desmatadas, favorecendo a adequação ambiental da propriedade, além de oferecer madeira como renda extra para as famílias.

“Pensando em todas essas vantagens, procuramos mesclar espécies leguminosas, que podem oferecer serviços adicionais, com espécies madeireiras comerciais na composição de arranjos tipicamente regionais. Essas combinações garantem continuidade às atividades produtivas e renda para as famílias, condições cruciais para a permanência no campo”, esclarece Kamel.

Resultados

O paranaense João Evangelista, proprietário da Colônia São João, localizada no Município de Senador Guiomard, cedeu três hectares de sua propriedade para implantação da primeira Unidade de Referência Tecnológica (URT) e descobriu que a produção integrada proporciona múltiplas vantagens. “Sempre trabalhei com agricultura e pecuária de forma separada, mas aprendi que posso unir essas atividades e ainda associar o plantio de árvores, com menos custos e mais benefícios. Além dos ganhos na agricultura, ainda fiquei com o pasto recuperado e arborizado. Agora posso investir mais na pecuária”, diz o agricultor.

Na primeira safra, a produção de milho convencional foi de cinco toneladas/hectare, evoluindo para sete toneladas no segundo e terceiro anos. Já o milho safrinha produziu em torno de 3,5 toneladas/hectare. “Esse desempenho pode ser considerado excelente, em comparação com a produtividade média da cultura no estado, de 2,5 toneladas/hectare”, destaca Kamel.

Na propriedade da agricultora Francineide Paiva da Silva, no Assentamento Moreno Maia, em Rio Branco, o experimento iniciado há três anos integra o componente arbóreo com o cultivo de feijão, milho, mandioca e melancia, em sistema de rotação de culturas, em uma área de 2,5 hectares. No início, o solo endurecido indicava elevado estágio de degradação, o que dificultava os cultivos agrícolas e causava prejuízos à família. “A produção de 900 quilos de feijão por hectare, superior à média do estado, de 550 quilos por hectare, e da região Norte, de 700 quilos por hectare, confirma a eficiência do sistema”, ressalta Kamel.

Atualmente, com a área arborizada e o solo fértil, a pastagem está em fase de implantação para a criação de gado leiteiro, uma novidade para Francineide: “Não imaginava que ainda conseguiria produzir aqui. A produção combinada mostrou que é possível permanecer na agricultura, ter boa produção e investir também em outras atividades”.

No componente pecuário, o foco das pesquisas é a recuperação de pastagens degradadas, principal problema da pecuária na Amazônia e em outras regiões. Estima-se que no Acre existam 500 mil hectares de pastagens com algum nível de degradação e grande parte dos agricultores familiares deixa de recuperar essas áreas por causa do elevado custo dos insumos no mercado local. Embora iniciais, dados relativos ao desempenho do pasto em sistema de integração no Acre são animadores. Os pesquisadores observaram que o pasto suporta até três unidades animal por hectare, produtividade similar à encontrada em pastagens da região em excelentes condições de pastejo e bem manejadas.

Demanda crescente

Principal matéria-prima utilizada na fabricação de ração para peixes e aves no Acre, o milho é uma cultura promissora para o estado. Nos últimos cinco anos, a implementação de políticas públicas estaduais que ampliaram a abertura de linhas de crédito para a agricultura familiar e apoiaram a implantação de empreendimentos voltados para o processamento industrial do milho contribuiu para aumentar o interesse de famílias rurais pela cultura e a procura por esse produto no mercado local. Além disso, há uma tendência de uso do milho como principal cultura no consórcio com capins para recuperar pastagens degradadas na região.

No contexto da agricultura familiar, além de representar importante fonte de renda, o milho ajuda a garantir segurança alimentar. Apesar de sua relevância econômica e social no estado, os cultivos são realizados predominantemente por agricultores familiares com reduzido uso de tecnologias e insumos. Como reflexo, a produtividade da cultura é baixa – 4,9 toneladas/hectare – menos da metade da média nacional e, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), insuficiente para suprir a demanda interna. “Esse cenário contribui para uma demanda crescente por recomendações técnicas para uso de sistemas integrados de modo a ampliar a produção agrícola no estado, primordialmente a de milho, aliada à recuperação de pastagens”, conclui Kamel.

 


05 mai 2016

Escolhidas as primeiras turmas do Projeto ABC Cerrado

*Do SENAR Brasil

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O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) sortearam, nesta sexta-feira (29), as primeiras turmas para as capacitações do Projeto ABC Cerrado, promovido em parceria com a Embrapa, com recursos do Banco Mundial. O sorteio foi realizado durante videoconferência com as Administrações Regionais do SENAR em Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia, Piauí, Maranhão e Minas Gerais.

Foram sorteadas 22 turmas, formadas por 20 produtores cada, e distribuídas em sete estados, sendo três no Tocantins, oito em Goiás, sete em Mato Grosso do Sul, e uma em Minas Gerais, Maranhão, Bahia e Piauí. Das quatro tecnologias atendidas pelo Projeto: Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), Sistema Plantio Direto e Florestas Plantadas, a Recuperação de Pastagens é a que teve mais procura, com 15 turmas.

“Foi surpreendente para nós um número como esse de 22 turmas. Isso significa que foi muito grande o interesse dos produtores rurais pelo Projeto. Isso me deixa feliz, até porque é o sinal de que estamos saindo da fase de planejamento para execução do programa”, comemora o representante do MAPA, Sidney Medeiros. Sobre a grande procura pela tecnologia de Recuperação de Pastagens, ele argumenta que já era esperado, tendo em vista que a pecuária é muito forte no País, como é visto também na procura por linhas de crédito. “É claro que todas as tecnologias de ABC são prioritárias, mas esses números comprovam que cada uma tem sua demanda e, por conta disso, trabalhamos em cima dessas quatro”, explica.

Estão previstos mais quatro sorteios de turmas, duas em maio e duas em junho e, até o momento, as inscrições somam mais de dois mil inscritos nas capacitações.

Para o coordenador do Projeto ABC no SENAR, Mateus Tavares, o Projeto ABC Cerrado é essencialmente uma iniciativa de transferência de tecnologia e o início das capacitações significa começar o atendimentos aos produtores. “Este primeiro sorteio é apenas o primeiro passo. Esperamos que a partir desses treinamentos o projeto seja ainda mais difundido ao público e a procura pelas capacitações aumente. A partir de agora o projeto sai definitivamente do papel e vai a campo. Estamos contentes porque sabemos como é necessário levarmos mais tecnologia para o campo e todos os benefícios que esse projeto irá resultar”, celebra Tavares.

O próximo passo é o contato com os produtores para agendar a data de início das turmas, que será feito pelas Administrações Regionais do SENAR. Para os produtores interessados, as inscrições continuam abertas no portal do SENAR no link http://www.senar.org.br/pre-inscricao-do-processo-de-mobilizacao

Projeto ABC Cerrado

Ação conjunta do SENAR, do Ministério da Agricultura e da Embrapa, o Projeto ABC Cerrado difunde e incentiva a adoção de práticas sustentáveis para a redução das emissões de gases de efeito estufa e sensibiliza o produtor para que ele invista na sua propriedade para impulsionar produtividade e renda, mantendo o meio ambiente preservado. O SENAR é responsável pela formação profissional dos produtores nas tecnologias e pela assistência técnica e gerencial de propriedades rurais, com recursos do Programa de Investimentos em Florestas (FIP, sigla em inglês) – administrados pelo Banco Mundial, que doou US$ 10,6 milhões para a execução do projeto.

O ABC Cerrado atende oito Estados do Bioma Cerrado (Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Bahia, Piauí, Minas Gerais e o Distrito Federal), num período de três anos, com a promoção de quatro processos tecnológicos: recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, sistema plantio direto e florestas plantadas. Ao todo, 12 mil produtores rurais vão receber capacitação e, desse total, 1.600 propriedades – nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul – receberão, também, assistência técnica.

 


05 mai 2016

Embrapa lança oficialmente a Plataforma de monitoramento ABC

*Da Embrapa Meio Ambiente

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O presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes lançou, no dia 21 de março, a Plataforma Multi-institucional de Monitoramento das Reduções de Emissões de Gases de Efeito Estufa.

Situada nas instalações da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), a Plataforma tem o objetivo monitorar da redução das emissões de gases de efeito estufa – (GEE) na agropecuária brasileira, bem como da dinâmica de estoque de carbono no solo, a partir da implantação de tecnologias referendadas.

Estiveram presentes na solenidade, autoridades regionais, como o prefeito em exercício de Campinas, Henrique Magalhães Teixeira, o vice-presidente da Câmara de vereadores de Jaguariúna, Ângelo Roberto Torres, além de representantes de instituições parceiras da Embrapa e do Plano ABC.

A inauguração ocorreu em conjunto solenidade de posse de Marcelo Morandi, como chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente.

O lançamento da Plataforma ABC está diretamente ligado ao compromisso do país quanto a uma agricultura de baixo carbono, ou seja, uma atitude responsável em relação às mudanças climáticas, além de evidenciar o potencial que a agricultura representa em também agregar benefícios para auxiliar na mitigação dos gases de efeito estufa. Boa parte destes gases não está diretamente relacionada à produção agropecuária, mas são capazes de impactar todo o planeta.

Segundo Maurício Lopes, a Plataforma ABC tem um grande papel a desempenhar em relação ao Plano ABC, pois atuará na validação de questões ligadas à concepção do Plano. “As tecnologias aplicadas na agricultura de baixo carbono envolvem diretamente o conhecimento técnico-científico da Embrapa, pois são, em grande medida, tecnologias desenvolvidas e testadas pela Empresa, e posteriormente, transformadas em política pública,” afirmou o presidente.

Conforme explicou Maurício, a efetivação do Plano gera uma necessidade crítica no país, uma vez que demanda a geração de um grande volume de informação organizada, cientificamente embasada, para mostrar ao mundo que o modelo de agricultura de baixo carbono que o Brasil escolheu é efetivo. Gera resultados expressivos à medida que leva ao acúmulo de carbono no solo e diminui as emissões de carbono e gás de efeito estufa.

As tecnologias de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), sistema plantio direto (SPD), recuperação de áreas de pastagens degradadas, tratamento de dejetos animais, florestas plantadas e fixação biológica de nitrogênio (FBN), são capazes de responder como sistemas de produção com viés assertivo de produção agrícola sustentável, gerando muito menos impactos no ambiente.

Para o diretor Executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martin Neto, essas tecnologias, uma vez implantadas pelos produtores, de forma voluntária, por meio de políticas públicas de incentivo, reforçam a atenção quanto ao monitoramento.

Segundo ele, é fundamental para a Embrapa possuir uma plataforma como lócus na referência de trabalho e de lideranças das ações de monitoramento, capazes de auxiliar na construção de dados confiáveis, que possam atribuir a nossa agropecuária uma condição diferenciada, que justifique ao mundo a denominação de agricultura de baixo carbono.

O pesquisador e responsável técnico pela Plataforma de Monitoramento ABC, Celso Manzatto destacou o compromisso assumido pela Unidade da Embrapa Meio Ambiente em fornecer suporte administrativo para o adequado funcionamento da Plataforma, bem como o apoio logístico para apoiar as realizações de análises físicas e químicas, de geoprocessamento e outras análises que se façam necessárias, mesmo que venham a ser realizadas em outras Unidades da Empresa ou outras instituições de pesquisa.

Agricultura e baixa emissão

A agenda da agricultura de baixo carbono visa, à medida dos avanços de implantação das técnicas produtivas preconizadas no Plano ABC, reverter o senso comum de que a agricultura é fonte geradora somente de impactos negativos ao meio ambiente.

A Plataforma, por possuir um caráter multi-institucional, envolve um conjunto muito amplo de parceiros, como Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, Ministério do Meio Ambiente – MMA, a Rede Clima, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Universidades e outros.

Essas características se traduzem em oportunidade para também se atrair outros parceiros essenciais ao bom andamento do Plano, como o setor bancário de crédito e o setor privado.

Para Maurício, “este é o cenário ideal para criarmos as condições onde todos possam trabalhar uma estratégia conjunta que, por meio de um monitoramento eficiente do Plano ABC, possamos alcançar o aprimoramento das tecnologias e procedimentos propostos, combinando o uso inteligente da nossa base de recursos naturais com uma produção certificada, que possa alcançar o mundo e acessar os mercados mais exigentes no futuro,” disse Maurício.

Ativo econômico

As ações brasileiras para mitigar as emissões de CO² e, com isso, frear o aquecimento global, são capazes de gerar impactos positivos na economia do país.

O desenvolvimento da ideia do meio ambiente como ativo em franco desenvolvimento encontra consonância no fato do país possuir uma agricultura de baixo carbono, sustentada em uma política pública de governo.

Para o presidente da Embrapa, esse fato, por si, já representa um ativo muito representativo para o país perante o mundo.

Para ele, a forma como estão sendo conduzidos os Sistemas Integrados de Lavoura Pecuária (ILP) e Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no Brasil, baseados em uma política pública de estímulo aos agricultores em incorporar essas tecnologias, já reforça a imagem do país na busca de sistemas de produção eficientes e mais sustentáveis.

Segundo Maurício Lopes, ao longo do tempo, a partir dessas políticas, será possível a geração de um conjunto enorme de ativos, por meio de métodos eficientes que permitam a descarbonização da agricultura.

“Isso irá abrir caminho, no futuro, para que os produtos brasileiros possam receber certificação de “carbono neutro” ou de “baixíssima emissão”, que irão fortalecer a liderança e o protagonismo da agricultura brasileira, talvez, como a mais sustentável do planeta,” finalizou o presidente.


25 abr 2016

Sistema Famasul e Embrapa lançam simpósio sobre gases de efeito estufa no dia 10 de maio

*Do Sistema FAMASUL/SENAR-MS

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Compartilhar novos conhecimentos sobre a dinâmica de gases de efeito estufa na agropecuária brasileira. Este é o objetivo central do 2º Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (SIGEE), que será realizado entre os dias 07 e 09 de junho, no Palácio Popular da Cultura, em Campo Grande/MS, promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com o Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS).

O lançamento oficial do evento acontecerá no dia 10 de maio, a partir das 8h, na sede do Sistema Famasul, com a participação de lideranças rurais e políticas, de produtores rurais, pesquisadores e profissionais do setor.

Para o presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito, o evento oportuniza esclarecimentos científicos sobre o tema e revela o perfil sustentável do produtor rural. “Alguns temas, como a emissão de gases na pecuária, ainda são vistos de forma distorcida no meio acadêmico e também na sociedade. A ciência é a chave para acabar com mitos que afetam negativamente o setor. Acreditamos que os especialistas podem, além de trazer luz a esses temas, nos mostra medidas para que a produção seja cada vez mais aliada da preservação ambiental”.

Em sua segunda edição, o Simpósio vai discutir as tendências sobre a dinâmica de Gases de Efeito Estufa (GEEs) na agropecuária internacional e sua relação com o cenário nacional. Além disso, visa organizar uma agenda positiva para a agropecuária brasileira, com diretrizes para reduzir o impacto ambiental, com foco na dinâmica de GEEs.

Durante o simpósio, a Embrapa fará o lançamento oficial da marca-conceito Carne Carbono Neutro (CCN) que vai atestar, de forma parametrizável e auditável, que a carne bovina produzida em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta, IPF) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta, ILPF), apresenta seus volumes de emissão de GEEs compensados durante o processo de produção, pelo crescimento das árvores no sistema.

Outro destaque da programação é a realização de mesas redondas sobre a relação das mudanças climáticas com políticas públicas e aspectos econômicos, mediadas pelos pesquisadores da Embrapa, Alexandre Berndt e Manuel Macedo, respectivamente. Para um dos coordenadores do SIGEE, Roberto Giolo, o suporte legal é fundamental para que o produtor tenha uma base sólida como segurança, assim como a questão econômica, que valida à tecnologia e mostra que o custo-benefício realmente compensa.

Simpósio

O II Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (II SIGEE) é realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Sistema Famasul, com apoio do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), SENAR/MS e Rede ILPF.