20 ago 2015

Produtor rural é o agente da mudança na agricultura de baixa emissão de carbono

*Do SENAR 

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Levar informações para o produtor “despertar” e ter condições de implementar as tecnologias de baixa emissão de carbono é a proposta dos seminários de sensibilização do Projeto ABC Cerrado que estão sendo realizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) nos oito Estados participantes do projeto. Nesta quinta-feira (20/8) foi a vez do município de Porto Nacional receber o evento, que ainda terá duas edições no Tocantins: Pedro Afonso (26/8) e Araguaína (27/8).

Rafaweb

“O SENAR e seu parceiros no Projeto ABC Cerrado enxergam o produtor rural como o principal agente transformador, como o protagonista desse processo. Até a metade do caminho, as instituições estão juntas. Depois, a decisão de implementar as técnicas é com o produtor. Os seminários servem para despertar, a capacitação, para o aprofundamento e a assistência técnica para o acompanhamento”, observa o assessor técnico do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social (DEPPS) do SENAR, Rafael Nascimento da Costa, que falou sobre o Projeto  para os participantes.

No município de Porto Nacional, o seminário reuniu, aproximadamente, 250 produtores rurais, técnicos, lideranças regionais e estudantes do curso Técnico em Florestas do SENAR. A programação incluiu a apresentação do projeto, a desmistificação dos conceitos e a aplicabilidade das tecnologias de baixa emissão de carbono, além das vantagens e resultados dessa aplicação. Os palestrantes foram o representante do Ministério da Agricultura Sidney Medeiros; o pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura Pedro Henrique Rezende de Alcantara; e o coordenador do Grupo Gestor do Programa ABC no Tocantins (GGABC/TO), Fernando Fernandes Garcia.

Paulo Carneiroweb

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (FAET/SENAR-TO), Paulo Carneiro, presente no seminário, também defende que o produtor rural é fundamental para o sucesso da agricultura de baixo carbono.  Ele acredita que o conhecimento e o preparo proporcionados serão motivadores para a adesão no Estado, que tem grande potencial nas áreas de soja, pecuária e piscicultura.

“O produtor é o alvo. Estamos dando as ferramentas, mas é ele quem vai participar dos treinamentos e colocar em prática. No ano passado, o PIB agropecuário do Estado cresceu 14%. Neste ano, mesmo com toda dificuldade, a expectativa é 6%. Estamos em plena expansão da área rural e, além disso, estamos inseridos no Matopiba. O Projeto ABC Cerrado terá grande participação e veremos o seu sucesso à medida que os produtores conhecerem as tecnologias”, declara.

Experiências comprovam necessidade da assistência técnica

Exemplo de sucesso na aplicação de técnicas sustentáveis, a Chácara Sebastiãozinho, que trabalha com pecuária de leite no município de Paraíso do Tocantins, serve de referência para os produtores da região que querem conhecer e ver os resultados alcançados. Após fazer recuperação de uma pequena área degradada, em 2010, e de investimentos em piquetes e irrigação, a produção de leite diária saltou de 7 litros para 15 litros por animal. Motivado pelos resultados, o proprietário da fazenda, Gilsimar Venâncio de Barros, agora se prepara para investir Integração Lavoura-Pecuári-Floresta  (ILPF) em outra parte da chácara de 80 hectares. No local, ele vai integrar eucalipto com lavoura de milho ou sorgo.

Gilsimarweb

“Minimizei a área e maximizei a produção. Eu vi que dá resultado financeiro e também contribui com o meio ambiente. O produtor precisa conhecer algum lugar aonde já está funcionando, ser esclarecido e acreditar na assistência técnica. Sem isso ele não vai pra frente”, alerta.

Remilsonweb

Remilson Aires Cavalcante, proprietário de fazendas em Palmas, Porto Nacional e Aparecida do Rio Negro, reforça a ideia de que o retorno das tecnologias de ABC depende do conhecimento do produtor e do acompanhamento feito pela assistência técnica. Cavalcante conta que já utiliza um biodigestor para transformar metano em energia numa das propriedades e que pretende investir em energia eólica e solar futuramente. Por enquanto, ele busca orientação técnica para a recuperação de uma área de 120 hectares.

“Muitas coisas eu já faço, mas eu quero ampliar. Me interesso em ter um técnico para me ajudar e poder fazer melhor ainda. O projeto é muito bom e tenho certeza que a maioria dos produtores tem interesse, mas a assistência técnica é muito importante”, aponta ele, que trabalha com criação de gado Guzerá e piscicultura.

Projeto ABC Cerrado

Ação conjunta do SENAR, do Ministério da Agricultura e da Embrapa, o Projeto ABC Cerrado  difunde e incentiva a adoção de práticas sustentáveis para a redução das emissões de gases de efeito estufa e sensibiliza o produtor para que ele invista na sua propriedade de forma a ter retorno econômico mantendo o meio ambiente preservado. O SENAR é responsável pela formação profissional dos produtores nas tecnologias e pela assistência técnica e gerencial de propriedades rurais, com recursos do Programa de Investimentos em Florestas (FIP, sigla em inglês) – administrados pelo Banco Mundial, que doou US$ 10,6 milhões para a execução do projeto.
O ABC Cerrado vai atender oito Estados do Bioma Cerrado (Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Bahia, Piauí, Minas Gerais e o Distrito Federal), num período de três anos, com a promoção de quatro processos tecnológicos: recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, sistema plantio direto e florestas plantadas. Ao todo, 12 mil produtores rurais vão receber capacitação e, desse total, 1.600 propriedades – nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul – receberão, também, assistência técnica.

Acompanhe o Projeto ABC Cerrado no blog ABC do SENAR:

https://abcsenar.wordpress.com/

Assessoria de Comunicação do SENAR
Fotos: Gustavo Fröner

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